quinta-feira, 18 de março de 2010

Lula fala do Brasil mascate na despedida do Oriente Médio.

post do vermelho.

Primeiro presidente brasileiro a visitar a Jordânia, última escala da sua visita ao Oriente Médio, Luiz Inácio Lula da Silva destacou o êxito da política externa brasileira após a decisão do governo em ampliar as relações comerciais do país com o mundo. Segundo ele, os críticos dessa política queriam o Brasil subordinado aos Estados Unidos e Europa, a “chamada matriz do desenvolvimento econômico”. Em mais uma metáfora, Lula usou a figura do mascate para explicar o desempenho brasileiro.

“Eu dizia sempre: o Brasil deveria agir como se fosse um mascate, aquele vendedor de rua que nós, carinhosamente, chamávamos de turco na década de 50, no Brasil (...) Você coloca um monte de peças de pano embaixo do braço e sai de casa em casa, batendo palmas e vendendo. Ninguém vai vender ...um mascate não vai à Avenida Paulista, ele não vai ao Morumbi, ele não vai às ruas dos ricos. Ele vai à periferia, onde o pobre pode comprar para pagar em suaves 12 prestações, 24 prestações ou mais”, disse ele em Amã, durante o encerramento do encontro empresarial Brasil-Jordânia.

Na presença do primeiro-ministro Samir Rifai, Lula explicou que desde o início do seu governo o comércio com a Jordânia multiplicou-se por dez, chegando a quase US$ 300 milhões em 2008, fruto de uma parceria lançada pelo rei Abdullah II. Como primeiro presidente a visitar o país, ele brincou ao lembrar que o imperador Dom Pedro não foi a Jordânia: “Dom Pedro parou em Israel ou no Líbano como nosso imperador, isso em 1847 e 1876.”

Geografia comercial

O presidente destacou que a visita a Jordânia faz parte de um comportamento assumido pelo Brasil de que é possível mudar a geografia comercial do mundo. “O dado concreto e objetivo é que os mesmos que criticaram a minha ida ao Mundo Árabe (antes da Jordânia ele visitou nove países), criticaram quando eu fui a África. O que o presidente do Brasil está fazendo na África? O presidente deveria estar nos Estados Unidos, deveria estar na Europa”, discursou.

Lula disse que o Brasil ficava subordinado à chamada matriz do desenvolvimento econômico, que conduzia os interesses do país. “Nós sequer olhávamos para a América do Sul com olhar de um país que tem mais tecnologia, mais economia, mais indústria e que, portanto, poderia ter uma ascensão na relação comercial. O Brasil estava de costas para a América do Sul”, lembrou.

O resultado positivo dessa política, segundo Lula, é que com advento da crise financeira mundial o Brasil não estava dependente das economias dos Estados Unidos e Europa, as que mais sofreram e ainda não se encontraram.

O presidente também deu conselhos ao primeiro-ministro da Jordânia sobre como desenvolver a economia interna. Disse que quando assumiu o cargo todo o crédito disponível no país era de R$ 380 bilhões. Hoje o crédito já é de R$ 1 trilhão e 410 bilhões. “Aliás, hoje, somente um banco público chamado Banco do Brasil tem todo o crédito disponibilizado que o Brasil tinha em 2003.”

“Mas o que fez o nosso país crescer foi a distribuição de renda, foi elevar 30 milhões de brasileiros para a classe média, tirando-os das classes D e E, foi aumentar a renda das pessoas das classes mais baixas, que permitiu que elas tivessem poder de consumo”, disse.

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