quarta-feira, 31 de outubro de 2012

SETE SEGREDOS E UMA PERGUNTA QUE A GRANDE IMPRENSA ESCONDE

SETE SEGREDOS E UMA PERGUNTA QUE A GRANDE IMPRENSA E OS “GRANDES ESPECIALISTAS” ESCONDEM DE SI PRÓPRIOS E DOS SEUS LEITORES E OUVINTES


Por Armando Boito Jr.

“É possível colher informações úteis na grande imprensa e aproveitar ideias esclarecedoras que são apresentadas por alguns analistas. Mas, são exceções. Além de não praticarem o jornalismo objetivo e investigativo, no geral, a grande imprensa e os “grandes especialistas” fazem das tripas coração para ocultar do público fatos e ideias que não lhes convêm divulgar.

1. Numa conversa de “alto nível” nas emissoras de TV, ninguém quer ser um desmancha prazer. Afirmar que a eleição presidencial de 2014 está decidida seria o mesmo que falar um palavrão na frente da garotada. No entanto, é óbvio que a presidenta Dilma Roussef, que já era franca favorita, saiu da campanha eleitoral mais favorita ainda, posto que os três principais partidos da base governista – PT, PMDB e PSB – governam agora, nos municípios, 65 milhões de eleitores, contra minguados 25 milhões dos dois principais partidos de oposição (PSDB e DEM).

2. Silêncio! Falar ou escrever que a oposição se escondeu como um bichinho acuado seria o mesmo que soltar o diabo no meio da procissão. No entanto, é óbvio que a oposição não pôde se apresentar como tal. Nenhum candidato ou partido oposicionista (?) ousou falar contra o governo Dilma. Esconderam-se, ao contrário dos candidatos e partidos da situação que faziam questão de ostentar sua posição política pró-governo. Não queriam cair em desgraça. Falaram, quando muito, contra o partido da presidenta, agitando com o “Mensalão”, num tipo de discurso que explora o que há de mais atrasado na cultura política nacional que é a posição antipartido em geral. José Serra repetiu o tempo todo, como se fosse um achado literário, a vulgar expressão “a turma do PT” para se referir ao partido do governo. Ora, em 2014, será a própria chefia do executivo federal que estará em disputa. O que é que a oposição dirá ao eleitorado? Vai remendar a bandeira rota do “mensalão”? Vai se apresentar como continuadora do Governo Dilma? Nesse caso, apenas reforçarão a tendência da grande maioria do eleitorado em votar na reeleição da presidenta.

3. Falar que a agitação em torno do “Mensalão” e a exploração da homofobia evidenciam a inviabilidade eleitoral do programa político real da oposição, nem pensar! Seria atrapalhar a democracia que exige a “alternância no poder” – sempre que o poder não agrade à grande imprensa, claro. No entanto, se o PSDB confinou-se no discurso moralista contra a corrupção e na exploração do preconceito homofóbico é porque o seu programa real, que é um programa neoliberal ortodoxo, está em crise em toda América Latina e cada vez mais desmoralizado na Europa. Onde encontrar o programa real, e não o programa retórico, do PSDB?

Nas manifestações dos seus cardeais, deputados, economistas e intelectuais no dia-a-dia da luta política e, no mais das vezes, voltadas para um público restrito. Os tucanos vituperam contra a recuperação do salário mínimo – ameaçaria a previdência e a estabilidade da moeda, contra os programas de transferência de renda – o Bolsa Família não teria “porta de saída”…, contra as quotas sociais e raciais – ameaçariam o justo critério meritocrático e a unidade nacional…, contra o “protecionismo” para a produção industrial local – criaria cartórios…, contra a redução dos juros – esse desatino que nos afasta do famigerado centro da meta de inflação, a política de investimentos do BNDES etc. etc. Convenhamos que essas belas ideias, se reunidas num só pacote e apresentadas ao grande público, são a senha certa para o fiasco eleitoral. Melhor mesmo ficar na agitação "contra a corrupção" – dos outros partidos, é claro

4. E Aécio Neves, a estrela ascendente do estagnado PSDB? Pegaria mal chamar atenção para o fato de que as “suas grandes vitórias” nas eleições municipais consistiram em eleger candidatos a prefeito pertencentes a um partido da base governista – o PSB – e não candidatos oposicionistas do próprio PSDB? Aécio foi a Campinas fazer comício para o candidato vitorioso Jonas Donizette, mas a propaganda desse último fazia questão de ostentar sua condição de apoiador da presidenta Dilma e de manter distância do partido de Aécio. Donizete entoava nas rádios campineiras jingles enaltecendo o governo e a figura da presidenta Dilma, nada de elogio ao tucanato. Essa foi uma das “vitórias” que Aécio organizou para a “oposição”!

5. Falar que a maioria definiu o voto politicamente seria cometer o pecado mortal de valorizar a vitória dos candidatos odiados pela grande imprensa e pelos “grandes especialistas”. No entanto, se a população votou em nomes desconhecidos, como o de Fernando Haddad em São Paulo, não seria, justamente, porque usou, como critério para definir o voto, o campo político que esse nome, até então desconhecido, representava? Carisma de Lula? Mas, além de ninguém saber ao certo o que poderia significar “carisma”, a grande imprensa e os “grandes especialistas” sempre disseram que "carisma não se transfere"… E o “conceito” de “poste”? Vale lembrar que a expressão foi muito usada na época da ditadura militar para indicar o seguinte: a maioria sufraga os nomes, conhecidos ou não, que se declarem contra a ditadura, isto é, o voto em “poste”, como foi dito da candidatura senatorial vitoriosa de Orestes Quércia em 1974, era – corretamente – avaliado como um voto politizado, e não como voto personalista. Mudaram-se os tempos, mudaram-se os interesses, mudaram-se, sem pejo, os conceitos.

6. Seria falta de modos perguntar, numa mesa redonda de um canal qualquer de TV, quantas vezes a antiga UDN, à qual o PSDB se parece cada vez mais, derrotou o varguismo agitando a bandeira da "luta contra a corrupção"? José Serra, depois de obter 78% dos votos nos Jardins, o bairro onde reside a alta burguesia paulistana, e míseros 16% no proletário bairro de Parelheiros, terá, a exemplo do candidato presidencial udenista, o Brigadeiro Eduardo Gomes, a franqueza e a resignação para desdenhar os votos dos “marmiteiros”?

7. Nas mesas redondas, quadradas e retangulares montadas pelas emissoras de TV, não se diz nada que extrapole a alternativa PT/PSDB; mas, esperar uma discussão sobre a possibilidade de acumulação de forças de um programa político popular, alternativo ao programa do governo atual, seria iludir-se quanto à natureza de classe da grande imprensa e dos “grandes especialistas”.

8. Onde se pode ler, ver e ouvir mais bobagens, abobrinhas e ideias repletas de segundas intenções? Nos jornalismo político, no jornalismo econômico, no cultural ou na imprensa esportiva?”

FONTE: escrito por Armando Boito Júnior, professor do Departamento de Ciência Política da Unicamp. Artigo transcrito no blog “Escrivinhador”

Velório

Fim

Outra vez a Opinião Pública derrota a opinião publicada


A corrida estrangeira pela terra brasileira



Via MST
Do IHU On-Line
A compra de terras por empresas estrangeiras está aumentando em “países cuja governança sobre a terra é frágil, as negociações são pouco transparentes e, em muitos casos, sem consulta prévia às populações envolvidas ou potencialmente atingidas pelos empreendimentos”, informa Maíra Martins, pesquisadora da ActionAid Brasil à IHU On-Line. Segundo ela, os dados do relatório “Situação da Terra”, realizado pela ONG, indicam que, diante da crise econômica internacional, “a garantia do direito à terra, acesso aos territórios e meios de vida das comunidades e populações pobres no meio rural é crucial para o combate à fome e para a redução das desigualdades no mundo”.
Na entrevista a seguir, concedida por e-mail, Maíra esclarece que a aquisição das terras aumentou após a crise econômica de 2007 e 2008. “No contexto da crise financeira e econômica, muitos investidores voltaram-se para o mercado de terras. A chamada ‘corrida por terras’ se deve também à demanda por biocombustíveis e matérias primas, com destaque para algumas commodities como milho, soja, cana-de-açúcar, dendê e florestas plantadas (eucalipto), cultivos estes voltados para exportação”.
E acrescenta: “Estima-se que as transações com terras, cuja média era de 4 milhões de hectares por ano até 2008, saltaram para 45 milhões de hectares somente entre outubro de 2008 e agosto de 2009, sendo grande parte dessas negociações, em torno de 75%, no continente africano”.
O processo de estrangeirização das terras brasileiras ocorre desde os anos 1970, mas a partir de 2008, “também houve a intensificação da participação de estrangeiros em investimentos agropecuários, bem como na aquisição de terras no Brasil, acompanhando a tendência global”, informa.
De acordo com a pesquisadora da ActionAid, o continente Africano é o principal alvo de interesse das empresas. “Em 2010, o Banco Mundial estimou que cerca de 46 milhões de hectares de terra agricultáveis haviam sido negociados no continente. Grande parte dessas aquisições ocorre em países com altos índices de fome e pobreza, cuja legislação e governança sobre a terra são frágeis, bem como os meios para proteger os direitos das populações afetadas”.
Maíra Martins é assessora de pesquisa e políticas da ActionAid Brasil, socióloga e mestre em Ciências Sociais com foco em Desenvolvimento Agricultura e Sociedade pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – UFRRJ.
Confira a entrevista.
IHU On-Line – Quais são os dados mais preocupantes do relatório “Situação da Terra” em relação à compra de terras tradicionais por empresas estrangeiras e a crise alimentar?
Maíra Martins – O relatório trata do problema das aquisições de terra em larga escala em países em desenvolvimento. Dividido em duas partes, na primeira apresenta os impactos da corrida por terras para as comunidades rurais e, em especial, para as mulheres. Na segunda parte analisa a situação de 24 países no que concerne a sua situação fundiária e sua capacidade (política, legal e jurídica) para proteger os direitos territoriais das populações e comunidades, cujo meio de vida depende da terra e dos recursos naturais.
Chama atenção para o fato de que grande parte dos investimentos em compras de terras tem se dado em países cuja governança sobre a terra é frágil, as negociações são pouco transparentes e, em muitos casos, sem consulta prévia às populações envolvidas ou potencialmente atingidas pelos empreendimentos.
Apesar de pequenos agricultores produzirem quase a metade dos alimentos no mundo, eles constituem a população mais fragilizada, em situação de miséria e fome, cuja ausência de titularidade ou posse da terra os torna mais vulneráveis. No caso das mulheres a situação é mais grave: embora tenham papel crucial na agricultura e reprodução dos modos de vida, possuem apenas 2% de toda a terra globalmente.
Assim, no contexto de crise dos preços dos alimentos e fome no mundo, a mensagem central do relatório é de que a garantia do direito à terra, acesso aos territórios e meios de vida das comunidades e populações pobres no meio rural é crucial para o combate à fome e para a redução das desigualdades no mundo.
IHU On-Line – Desde quando está em curso a estrangeirização de terras no Brasil e nos demais países da África e da Ásia?
Maíra Martins – Após a crise dos preços dos alimentos em 2007-2008, identifica-se o aumento expressivo da aquisição de terras em larga escala. No contexto da crise financeira e econômica, muitos investidores se voltaram para o mercado de terras.
A chamada “corrida por terras” se deve também à demanda por biocombustíveis e matérias primas, com destaque para algumas commodities como milho, soja, cana-de-açúcar, dendê e florestas plantadas (eucalipto), cultivos estes voltados para exportação. Estima-se que as transações com terras, cuja média era de 4 milhões de hectares por ano até 2008, saltaram para 45 milhões de hectares somente entre outubro de 2008 e agosto de 2009, sendo grande parte dessas negociações, em torno de 75%, no continente africano.
No caso do Brasil, o processo de estrangeirização das terras não é necessariamente novo: a cooperação nipo-brasileira para o desenvolvimento da agricultura nos Cerrados, na década de 1970, é considerada um importante marco desse processo por pesquisadores. Contudo, tem sido verificado que, a partir de 2008, também houve a intensificação da participação de estrangeiros em investimentos agropecuários, bem como na aquisição de terras no Brasil, acompanhando a tendência global.
IHU On-Line – Entre os países da América Latina, África e Ásia, é possível apontar em qual dos continentes há maior disputa pelos territórios e onde as empresas estrangeiras mais compram terras? Quais os interesses das empresas nesses países?
Maíra Martins – O continente africano tem sido o principal alvo dos interesses das empresas em aquisições e terras. Em 2010, o Banco mundial estimou que cerca de 46 milhões de hectares de terra agricultáveis haviam sido negociados no continente. Grande parte dessas aquisições ocorre em países com altos índices de fome e pobreza, cuja legislação e governança sobre a terra são frágeis, bem como os meios para proteger os direitos das populações afetadas.
As empresas, por outro lado, buscam boas oportunidades de investimento, nesse sentido, encontram facilidades para compra de terras ou contratos de arrendamento, incentivos fiscais, preços de terra mais baratos, bem como populações fragilizadas por não possuírem garantias legais.
IHU On-Line – Que empresas participam desse comércio de terras? Quais as implicações dessas negociações?
Maíra Martins – Diversos setores participam das negociações por terras, desde fundos de investimento e especuladores – cujo interesse é a valorização da terra, como empresas nacionais e multinacionais de produção de etanol, eucalipto, milho, soja – até setores da mineração e outras indústrias extrativas.
IHU On-Line – O que muda em relação à produção agrícola uma vez que as empresas estrangeiras são donas dos territórios?
Maíra Martins – Territórios que antes eram habitados ou produzidos por uma comunidade, bem como seus recursos naturais (água, solo, fauna, etc.), são monopolizados nas mãos de poucos, geralmente convertidos em regiões de monocultivos para exportação, com alto uso de agrotóxicos, intenso consumo dos recursos hídricos e poluição do ar ou do subsolo. Dependendo do setor, emprega-se pouca mão de obra, não contribuindo muito para o desenvolvimento local.
IHU On-Line – Qual o posicionamento dos governos desses países em relação à compra de terras nacionais?
Maíra Martins – Para muitos governos a entrada de investimentos estrangeiros no país é tida como oportunidade de geração de renda e emprego para as comunidades, além de ser uma oportunidade de transferência de tecnologia. Sabemos que não é esse processo que tem sido noticiado e denunciado por muitas organizações ao redor do mundo. Nesse sentido, há discussões em âmbito internacional e em muitos países sobre maneiras de fortalecer os mecanismos de governança sobre a terra e regular os investimentos das empresas, cobrando mais responsabilidades dos investidores estrangeiros.
Mais de cem países do Comitê Global de Segurança Alimentar endossaram as diretrizes globais voluntárias sobre a gestão responsável da posse da terra e os direitos de acesso à terra, à pesca e aos recursos florestais. No entanto, por serem voluntárias, é necessário que os países adaptem aos seus contextos nacionais e incorporem os princípios e recomendações em formato de legislação.
IHU On-Line – Qual a situação específica do Brasil? É possível estimar que percentual do território brasileiro já pertencente a empresas estrangeiras?
Maíra Martins – O Brasil possui uma estrutura fundiária extremamente concentrada, resultado de nosso processo histórico, da maneira como a terra tornou-se propriedade privada e também reserva de valor. Como demonstra os dados do último censo agropecuário, as pequenas propriedades rurais, com menos de dez hectares, ocupam apenas 2,7% da área total dos estabelecimentos rurais, algo torno de 7,8 milhões de hectares, um terço do que, por exemplo, é hoje ocupado somente com a soja.
Ao mesmo tempo em que assistimos a expansão das fronteiras agrícolas para as monoculturas de exportação, com forte investimento estrangeiro, os processos de reforma agrária, de demarcação de territórios indígenas e quilombolas estão quase parados.
Há também fragilidades nos cadastros dos imóveis, revelando o fraco controle do estado sobre a governança da propriedade da terra no Brasil. Isso afeta uma identificação precisa das aquisições de terras por estrangeiros. Dos 850 milhões de hectares em terras no Brasil, apenas a metade está cadastrada como imóvel rural no sistema nacional de cadastro rural do Incra.
Desse modo, é difícil definir percentuais sobre o território. Segundo estudos do Nead, baseado nas fontes do Sistema Nacional de Cadastro Rural – SNCR do Incra, em 2008 existiam 34.632 registros de imóveis em mãos de estrangeiros, equivalente a uma área total de 4 milhões de hectares, parte significativa desses imóveis classificados como grandes propriedades rurais.
IHU On-Line – O comércio de terras em larga escala tem estimulado o aumento do preço dos alimentos e a produção dos biocombustíveis. Quais as razões dessas consequências?
Maíra Martins – O interesse por terra para atender à demanda por commodities agrícolas ou para especulação tem provocado o aumento do preço da terra e a substituição de cultivos essenciais para segurança alimentar por produtos voltados para exportação. Esse processo reforça a tendência para concentração fundiária e monopólio, contribui para o encarecimento dos preços dos alimentos devido ao aumento dos custos de produção (preço da terra, distância e transporte etc.) e redução de oferta de alimentos.
IHU On-Line – Como esse comércio tem prejudicado as comunidades tradicionais e pequenos agricultores em todo o mundo? Quais os riscos de acirrar ainda mais a crise alimentar?
Maíra Martins – A pressão sobre as terras tem provocado o deslocamento de muitas comunidades – às vezes por processos violentos e conflituosos – inviabilizando seus modos de vida e formas de reprodução de sua cultura. Por não terem a propriedade ou posse da terra, as populações rurais mais pobres são facilmente deslocadas e expropriadas e, para aqueles que possuem a titulação, a pressão inflacionária do preço da terra e a chegada de investimento ao redor inviabilizam a permanência em suas terras, levando-os à venda ou arrendamento. Por exemplo, podemos imaginar uma família de pequenos agricultores que estão cercados por fazendas de cana de açúcar, com intenso uso de agrotóxicos, ocorrências de queimadas, e assoreamento dos rios, frequentemente assediadas para vender ou arrendar suas terras.
Muitos são os riscos para a crise alimentar. Esse processo recente de aquisições de terras vai na contramão do que se considera necessário para garantir a produção de alimentos, reduzir os impactos das crises dos preços e inflação. Essa busca por terras contribui para agravar a concentração de terra, renda e investimentos em alguns setores, sobretudo na distribuição, pressionando os preços e contribuindo para inflação.
Como dito acima, os agricultores familiares são aqueles que produzem grande parte dos alimentos consumidos no mundo. É preciso políticas que fortaleçam pequenos agricultores, comunidades tradicionais, dando-lhes acesso à terra e meios de produzir alimentos e reproduzir seus modos de vida com dignidade

FALA, VALÉRIO, FALA ! FALA, PIZZOLATO, F


Fala, Valério, fala quem te dava dinheiro na Brasil Telecom. Fala, Valério, fala quem te dava dinheiro na Telemig Celular.

Saiu no Estadão:

VALÉRIO PEDE PROTEÇÃO E DELAÇÃO PREMIADA


Empresário mineiro encaminhou solicitações ao Supremo em setembro

BRASÍLIA – O empresário Marcos Valério, operador do mensalão, encaminhou em setembro para o Supremo Tribunal Federal um pedido de proteção, pois sua vida estaria correndo perigo, e ofereceu em troca delação premiada. O documento é mantido em sigilo e não foi anexado ao processo do mensalão, que já está em julgamento. 

(…)

Navalha
Fala, Valério, fala quem te dava dinheiro na Brasil Telecom.
Fala, Valério, fala quem te dava dinheiro na Telemig Celular.
Quem mandou botar fogo naqueles recibos, em Belo Horizonte, Valério ?
Quem foi ?
Fala, Valério, fala quem te mandou a Portugal.
O que você foi fazer em Portugal, Valério ?
Fala, Valério, fala como é que começou o mensalão dos tucanos, com o Eduardo Azeredo.
E como o mensalão migrou para o PT.
Quem fez o transporte, Valério ?
Quem levou a tecnologia do Azeredo para o Delúbio ?
Quem foi, Valério ?
Valério, quem é o Dr Carlinhos ?
Fala, Valério, fala !
Perdido por 40 perdido por mil, Valério.
Fala, Pizzolato, fala quem te ajudou a comprar aquele apartamento em Ipanema.
Como é o nome dele, Pizzolato ?




Paulo Henrique Amorim

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

EU, CIDADÃO, EXIJO PUNIÇÃO DE FHC E DOS PRIVATEIROS

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Fabuloso o comentário de Bob Fernandes (roubado do site do Polaco Doido) sobre a farsa do julgamento do mensalão. Como se diz aqui o tempo todo, é curioso que o imprensalão, por interesses escusos, alimentado pelas barbaridades da Veja e especialmente da Globo (os maiores cânceres que sempre impediram o Brasil de avançar), resolva atribuir a uns um crime estupendo e a outros, a santidade e a incolumidade. Como sempre reforçamos, se é pra julgar e condenar, coisa que estimulamos e queremos, que o façam com todos porque a sociedade assim o requer, e não só com a patota que está agora no governo e contraria os interesses da mídia e da oligarquia histórica do Brasil. Ao contrário, o folhetim da editora Abril estampa em suas páginas semanais lixoe mais lixo, transformando em heróis bravos bandidos, corruptos e corruptores; manipulando a mentalidade do cidadão comum que não tem acesso à informação verdadeira e portanto, não consegue decidir de forma isenta. Veja já endeusou Collor, Demóstenes e Daniel Dantas. Isso só para citar 3, do batalhão de corruptos que abrilhantam o cotidiano nacional.
Passadas as condenações dos petistas, eu, como cidadão deste país, exijo também o julgamento dos anteriores, notadamente os casos da privataria que entregou a preço de pinga 51, estatais bilionárias ao controle estrangeiro, dilapidando nossa riqueza e nosso solo (no caso da Vale do Rio Doce). Há quem diga que a gigante dos minérios foi vendida por um milésimo do valor real.

Se faltam provas, como poderia alegar o ilustre Procurador (engavetador ) Geral da República, que se use o "domínio do fato", como está sendo usado contra os corruptos do PT. Afinal, todo mundo sabe das pilantragens, mas só eles fazem de conta que não viram.
FHC e sua turma compraram a peso de ouro o Congresso Nacional (muitos deputados ainda estão na ativa), e aprovaram a PEC da reeleição que lhe deu mais 4 anos para se esbaldar na bandalheira e nos desvios monumentais. O imprensalão solenemente, se cala. E se cala porque ganhou sua parte. Você que nos lê, não imagine ingenuamente que algum órgão de imprensa em âmbito nacional, sobreviva sem as vultuosas verbas vindas dos governos. Lícitas e ilícitas.
São todos bandidos se locupletando com o seu e com o meu dinheiro, que deveria ir para o que realmente faz falta. Em vez disso, vai para o bolso dos já muito ricos.
Assista ao vídeo e espalhe a informação. Chega de impunidade e de transformar em santos estes hipócritas notáveis,EU pilantras da política nacional. Cadeia para os petistas corruptos, mas também, para os tucanos bandidos e para os integrantes de todos os partidos que se fizeram na dinheirama desviada do povo brasileiro.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

O SONHO DO MINISTRO JOAQUIM BARBOSA PODE VIRAR PESADELO

 
Por Ramatis Jacino

Negros que escravizam e vendem negros na África, não são meus irmãos
Negros senhores na América a serviço do capital, não são meus irmãos
Negros opressores, em qualquer parte do mundo, não são meus irmãos…”
Solano Trindade

"O racismo, adotado pelas oligarquias brasileiras para justificar a exclusão dos negros no período de transição do modo de produção escravista para o modo de produção capitalista, foi introjetado pelos trabalhadores europeus e seus descendentes, que aqui aportaram beneficiados pelo projeto de branqueamento da população brasileira, gestado por aquelas elites.

Impediu-se, assim, alianças do proletariado europeu com os históricos produtores da riqueza nacional, mantendo-os com ações e organizações paralelas, sem diálogos e estratégias de combate ao inimigo comum. Contudo, não há como negar que o conjunto de organizações sindicais, populares e partidárias, além das elaborações teóricas classificadas como “de esquerda”, sejam aliadas naturais dos homens e mulheres negros, na sua luta contra o racismo, a discriminação e a marginalização a que foram relegados.

No campo oposto do espectro ideológico e social, as organizações patronais, seus partidos políticos e as teorias que defendem a exploração do homem pelo homem, que classificamos de “direita”, se baseiam na manutenção de uma sociedade estamental e na justificativa da escravidão negra como decorrência “natural” da relação estabelecida entre os “civilizados e culturalmente superiores europeus” e os “selvagens africanos”.

É equivocada, portanto, a frase de uma brilhante e respeitada filósofa negra paulistana de que “entre direita e esquerda, eu sou preta”, uma vez que coloca no mesmo patamar os interesses de quem pretende concentrar a riqueza e poder e aqueles que sonham em distribuí-la e democratizá-la. Afirmação essa que pressupõe alienação da população negra em relação às disputas políticas e ideológicas, como se suas demandas tivessem uma singularidade tal que estariam à margem das concepções econômicas, de organização social, políticas e culturais, que os conceitos de direita e esquerda carregam.

As elites brasileiras sempre utilizaram indivíduos ou grupos oriundos dos segmentos oprimidos para reprimir os demais e mantê-los sob controle. Capitães de mato negros que caçavam seus irmãos fugidos, capoeiristas pagos para atacarem terreiros de candomblé, incorporação de grande quantidade de jovens negros nas polícias e forças armadas, convocação para combater rebeliões, como a de Canudos e Contestado, são exemplos da utilização de negros contra negros ao longo da nossa história.

Havia entre eles quem acreditasse ter conquistado de maneira individual o espaço que, coletivamente, era negado para o seu povo, iludindo-se com a idéia de que estaria sendo aceito e incluído naquela sociedade. Ansiosos pela suposta aceitação, sentiam necessidade de se mostrarem confiáveis, cumprindo a risca o que se esperava deles, radicalizando nas ações, na defesa dos valores dos poderosos e da ideologia do “establishment” com mais vigor e paixão do que os próprios membros das elites. A tragédia, para esses indivíduos – de ontem e de hoje -, se estabelece quando, depois de cumprida a função para a qual foram cooptados, são devolvidos à mesma exclusão e subalternidade social dos seus irmãos.

São inúmeros os exemplos desse descarte e o mais notório é a história de Celso Pitta, eleito prefeito da maior cidade do país, apoiado pelos setores reacionários, com a tarefa de implementar sua política excludente.

Depois de alçado aos céus, derrotando uma candidata de esquerda que, quando prefeita privilegiou a população mais pobre – portanto, negra – foi atirado ao inferno por aqueles que anteriormente apoiaram sua candidatura e sua administração. Execrado pela mídia que ajudou a elegê-lo, abandonado por seus padrinhos políticos, acabou processado e preso, de forma humilhante, de pijama, algemado em frente às câmeras de televisão. Morreu no ostracismo, sepultado física e politicamente, levando consigo as ilusões daqueles que consideram que a questão racial passa ao largo das opções político/ideológicas.

A esquerda, por suas origens e compromissos, em que pese o fato de existirem pessoas racistas que se autointitulam de esquerda, comporta-se de maneira diversa: foi um governo de esquerda que nomeou cinco ministros de Estado negros; promulgou a lei 10.639, que inclui a história da África e dos negros brasileiros nos currículos escolares; criou cotas em universidades públicas; titulou terras de comunidades quilombolas e aprofundou relações diplomáticas, econômicas e culturais com o continente africano.

Joaquim Barbosa se tornou o primeiro ministro negro do STF como decorrência do extraordinário currículo profissional e acadêmico, da sua carreira e bela história de superação pessoal. Todavia, jamais teria se tornado ministro se o Brasil não tivesse eleito, em 2003, um Presidente da República convicto que a composição da Suprema Corte precisaria representar a mistura étnica do povo brasileiro.

Com certeza, desde a proclamação da República e reestruturação do STF, existiram centenas, talvez milhares de homens e mulheres negras com currículo e história tão ou mais brilhantes do que a do ministro Barbosa.

Contudo, nunca passou pela cabeça dos presidentes da República – todos oriundos ou a serviço das oligarquias herdeiras do escravismo – a possibilidade de indicar um jurista negro para aquela Corte. Foi necessário um governo de esquerda, com todos os compromissos inerentes à esquerda verdadeira, para que seu mérito fosse reconhecido.

A despeito disso, o ministro Barbosa, em uníssono com o Procurador Geral da República, considera não haver necessidade de provas para condenar os réus da Ação Penal 470... Solidariza-se com as posições conservadoras e, evidentemente ideológicas, de alguns dos demais ministros e, em diversas ocasiões, procura ser “mais realista do que o próprio rei”.

Cumpre exatamente o roteiro escrito pela grande mídia ao optar por condenar não uma prática criminosa, mas um partido e um governo de esquerda em um julgamento escandalosamente político, que despreza a presunção de inocência dos réus, do instituto do contraditório e a falta de provas, como explicitamente já manifestaram mais de um dos integrantes daquela Corte.

Por causa “desses serviços prestados”, é alçado aos céus pela mesma mídia que, faz uma década, milita contra todas as iniciativas promotoras da inclusão social protagonizadas por aquele governo, inclusive e principalmente, aquelas que tentam reparar as consequências de 350 anos de escravidão e mais de um século de discriminação racial no nosso país.

O ministro vive agora o sonho da inclusão plena, do poder de fato, da capacidade de fazer valer a sua vontade. Vive o sonho da aceitação total e do consenso pátrio, pois foi transformado pela mídia em um semideus, que “brandindo o cajado da lei, pune os poderosos”.

Não há como saber se a maximização do sonho do ministro Joaquim Barbosa é entrar para a história como um juiz implacável, como o mais duro presidente do STF ou como o primeiro presidente da República negro, como já alardeiam, nas redes sociais e conversas informais, alguns ingênuos, apressados e “desideologizados” militantes do movimento negro.

O fato é que o seu sonho é curto e a duração não ultrapassará a quantidade de tempo que as elites considerarem necessário para desconstruir um governo e um ex-presidente que lhes incomoda profundamente.

Elaborar o maior programa de transferência de renda do mundo, construir mais de um milhão de moradias populares, criar 15 milhões de empregos, quase triplicar o salário mínimo e incluir no mercado de consumo 40 milhões de pessoas, que segundo pesquisas recentes é composto de 80% de negros, é imperdoável para os herdeiros da Casa Grande. Contar com um ministro negro no Supremo Tribunal Federal para promover a condenação daquele governo é a solução ideal para as elites, que tentam transformá-lo em instrumento para alcançarem seus objetivos.

O sonho de Joaquim Barbosa e a sua obsessão em demonstrar que incorporou, na íntegra, as bases ideológicas conservadoras daquele tribunal e dos setores da sociedade que ainda detêm o “poder por trás do poder” está levando-o a atropelar regras básicas do direito, em consonância com os demais ministros, comprometidos com a manutenção de uma sociedade excludente, onde a Justiça é aplicada de maneira discricionária.

A aproximação com esses setores e o distanciamento dos segmentos a quem sua presença no Supremo orgulha e serve de exemplo, contribuirão para transformar seu sonho em pesadelo, quando aqueles que o promoveram à condição de herói protagonizarem sua queda, no momento que não for mais útil aos interesses dos defensores do “apartheid social e étnico” que ainda persiste no país.

Certamente, não encontrará apoio e solidariedade nos meios de esquerda, que são a origem e razão de ser daquele que, na Presidência da República, homologou sua justa ascensão à instância máxima do Poder Judiciário. Dos trabalhadores das fábricas e dos campos, dos moradores das periferias e dos rincões do norte e nordeste, das mulheres e da juventude, diretamente beneficiados pelas políticas do governo que agora é atingido injustamente pela postura draconiana do ministro, não receberá o apoio e o axé que todos nós negros – sem exceção – necessitamos para sobreviver nessa sociedade marcadamente racista.

O fato é que o seu sonho é curto e a duração não ultrapassará a quantidade de tempo que as elites considerarem necessário para desconstruir um governo e um ex-presidente que lhes incomoda profundamente.”

FONTE: escrito por Ramatis Jacino, professor, mestre e doutorando em História Econômica pela USP e presidente do INSPIR – “Instituto Sindical Interamericano pela Igualdade Racial

Santayana: O REFERENDUM ISLANDÊS E OS SILÊNCIOS DA MÍDIA

Islândia, em vermelho
“Os cidadãos da Islândia referendaram sábado (20), com cerca de 70% dos votos, o texto básico de sua nova Constituição, redigido por 25 delegados, quase todos homens comuns, escolhidos pelo voto direto da população, incluindo a estatização de seus recursos naturais.


Por Mauro Santayana

A Islândia é um desses enigmas da História. Situada em uma área aquecida pela Corrente do Golfo, que serpenteia no Atlântico Norte, a ilha, de 103.000 km2, só é ocupada em seu litoral. O interior, de montes elevados, com 200 vulcões em atividade, é inteiramente hostil – mas se trata de uma das mais antigas democracias do mundo, com seu parlamento (“Althingi”) funcionando há mais de mil anos. Mesmo sob a soberania da Noruega e da Dinamarca até o fim do século 19, os islandeses sempre mantiveram confortável autonomia em seus assuntos internos.

Reykjavik

Em 2003, sob a pressão neoliberal, a Islândia privatizou o seu sistema bancário, até então estatal. Como lhes conviesse, os grandes bancos norte-americanos e ingleses, que já operavam no mercado derivativo, na espiral das “subprimes”, transformaram Reykjavik em um grande centro financeiro internacional e uma das maiores vítimas do neoliberalismo. Com apenas 320.000 habitantes, a ilha se tornou um cômodo paraíso fiscal para os grandes bancos.

Instituições como o “Lehman Brothers” usavam o crédito internacional do país a fim de atrair investimentos europeus, sobretudo britânicos. Esse dinheiro era aplicado na ciranda financeira, comandada pelos bancos norte-americanos. A quebra do “Lehman Brothers” expôs a Islândia, que assumiu, assim, dívida superior a dez vezes o seu produto interno bruto. O governo foi obrigado a reestatizar os seus três bancos, cujos executivos foram processados e alguns condenados à prisão.

A fim de fazer frente ao imenso débito, o governo decidiu que cada um dos islandeses – de todas as idades - pagaria 130 euros mensais durante 15 anos. O povo exigiu um referendum e, com 93% dos votos, decidiu não pagar dívida que era responsabilidade do sistema financeiro internacional, a partir de Wall Street e da City de Londres.

A dívida externa do país, construída pela irresponsabilidade dos bancos associados às maiores instituições financeiras mundiais, levou a nação à insolvência e os islandeses ao desespero. A crise se tornou política, com a decisão de seu povo de mudar tudo. Uma assembléia popular, reunida espontaneamente, decidiu eleger corpo constituinte de 25 cidadãos, que não tivessem qualquer atividade partidária, a fim de redigir a Carta Constitucional do país. Para candidatar-se ao corpo legislativo, bastava a indicação de 30 pessoas. Houve 500 candidatos. Os escolhidos ouviram a população adulta, que se manifestou via internet, com sugestões para o texto. O governo encampou a iniciativa e oficializou a comissão, ao submeter o documento ao referendum realizado sábado último.

Ao ser aprovado, por mais de dois terços da população, o texto constitucional deverá ser ratificado pelo Parlamento.

Embora a Islândia seja uma nação pequena, distante da Europa e da América, e com a economia dependente dos mercados externos (exporta peixes, principalmente o bacalhau), seu exemplo pode servir aos outros povos, sufocados pela irracionalidade da ditadura financeira.

Durante estes poucos anos, nos quais os islandeses resistiram contra o acosso dos grandes bancos internacionais, os meios de comunicação internacional fizeram conveniente silêncio sobre o que vem ocorrendo em Reykjavik. É eloquente sinal de que os islandeses podem estar abrindo caminho a uma pacífica revolução mundial dos povos.


FONTE: escrito por Mauro Santayana e transcrito no portal “Vermelho”

Clark Kent pede demissão do Planeta Diário!

A sordidez do negócio que é a imprensa-empresa no mundo do capital já começa a surgir à tona 
(também no plano simbólico).
É uma das melhores notícias dos últimos tempos!
Clark Kent, o Super-Homem, PEDIU DEMISSÃO do Daily Planet!
23/10/2012, Alexandra Petri, Washington Post [matéria usada, só, como pretexto]
Comentário do pessoal da Vila Vudu


A notícia já circula em toda a imprensa-empresa mundial e está provocando xchiliques nas redações “globais”. Nos escritórios do Grupo GAFE (Globo-Abril-FSP-Estadão) ouvem-se protestos indignados. A notícia JÁ FOI CENSURADA e já começô o papim para “provar” (Teoria do Domínio do Factoide, remember) que Clark Kent foi kurrumpido pelo PT, mas o Super-Homem que espere, porque, do ministro William Bonner e da ministra Patrícia Poeta do Globo-STF-2012, ele não escapa!
Fato é que, diferente nisso dos “profissionais” do Grupo GAFE, que são fascistas sinceros convictos e inabaláveis (e o salarim, claro, não é dos piores), o Super-Homem acordou um dia e... BINGO!
O Super-Homem acordou e VIU que nada, nada, nada, nada, no mundo, justifica que um jornalista profissional que tenha vergonha-na-cara e algum talento continue a viver sob ordens de opusdeis, sionistas, kamels, friazinhos, misquitinhas, udenistas golpistas e privateiros tucanos em geral, “éticos” de araque feito os demóstenes e alvarosdias e coisa e tal e golpistas em geral, fascistas sinceros de todo o tipo e o resto da corja midiática tribunalícia udenista golpista fundamentalista sem votos, sem assinantes, sem leitores, sem respeito à toga, à justiça e coisa e tal.
Então, Clark Kent, o Super-Homem, no número da revistinha que chegou essa semana às bancas nos EUA... LARGOU O EMPREGO! MANDÔ O REDATOR-CHEFE ÀS FAVAS!  LAVÔ A AAAALMA!
Mandô à MEEEEEERDA o dono do jornal!
Mas, mas... MÊO! fala sério, aê! Essa notícia não é totalmente maravilhosa?!
Hoje, Scott Lobdell, redator de Superman disse ao USA Today (mais uma empresa-imprensa que, falida e extinta, TAMBÉM preencheria uma lacuna) o seguinte:
“Queriam que Clark Kent fizesse o quê?! Queriam que, aos 27 anos e jornalista talentoso, ele continuasse ali, a receber ordens de um redator-chefe canalha, covarde, medíocre, provavelmente já kurrumpido por algum “marketeiro” (se não FOR ele mesmo o “marketeiro”! E se não for ela CASADA com o “marketeiro”! Kkkkkk), o qual, por sua vez, recebe ordens, perfeito capacho, de uma meia dúzia de acionistas e/ou anunciantes que não sabem é POOOOORRA nenhuma de POOOOORRA nenhuma que não seja “o negócio” lá-deles, empresários golpistas PROFISSIONAIS da kurrupção, que falam em linha direta com os “juízes” e com a ESCÓRIA da bandidagem do mundo político-jurídico-midiático pró sionistas, gente que não têm o gene da vergonha-na-cara previsto no DNA?! Por quê?!
Superman é o ser mais poderoso do planeta. Por que ficaria ali sentado, com um editor imbecil qualquer, quase certamente kurrumpido (ou fascista sincero) bufando no cangote dele e tratando-o como se ele não tivesse poder algum?!”
Taí! Vivemos para ler a MELHOR NOTÍCIA que a democracia planetária JAMAIS LEU: o Super-Homem ABANDONOU a profissão de “jornalista-empregado".
Agooooora, vai!

Lucio Flávio, o jornalista perseguido pela Justiça

Ele recomenda aos blogueiros: resista ! Não ceda ! Denuncie a Justiça.

Lúcio Flávio é um símbolo da luta pela liberdade de expressão


Lúcio Flávio Pinto é um dos mais premiados jornalistas do Brasil.

Recebeu quatro prêmios Esso, o mais importante do jornalismo brasileiro; vários prêmios internacionais e acaba de receber, em São Paulo, o Premio Vladimir Herzog de Direitos Humanos.

Lúcio Flávio Pinto é um dos mais perseguidos jornalistas brasileiros.

É réu em 33 processos judiciais.

Nove são de Ceciclio do Rego Almeida, um empreiteiro e grileiro que se apossou de cinco milhões de hectares de terras no vale do rio Xingu, no Pará.

Se fosse um Estado, a “Ceciliolândia” seria o 21o. maior Estado brasileiro.

Cecilio não gostou de ser chamado de “pirata  fundiário” e tentou calá-lo pelo bolso, pela Justiça.

Dezenove ações são da TV Liberal, a Globo, no Pará.

Depois desembargadores do Partá processaram Lúcio Flávio.

Um deles processa Lúcio Flávio com advogado que trabalha para o empresário-grileiro.

Viva o Brasil !

Agora, depois de quatro condenações, Lúcio Flávio vive uma situação kafkiana.

A Justiça Federal o absolveu ao reconhecer que Cecilio do Rego Almeida ocupava as terras ilegalmente.

Ao mesmo tempo, ele foi condenado a pagar R$ 19 mil.

Vitorioso e condenado, na mesma questão.

Ele não tinha dinheiro, fez um apelo na internet e 700 pessoas contribuíram.

Aí, ele se ofereceu para pagar o que deve à Justiça.

E vai convidar os 700 doadores para ir com ele ao Tribunal oficializar o pagamento.

A Justiça está paralisada pela decisão dele.

E não consegue decidir se aceita os R$ 19 mil.

Logo que começou a ser perseguido, Lucio Flávio não conseguia um advogado em Belém.

Oito se recusaram a defende-lo.

Até que um advogado recém formado, que não tinha nem escritório aceitou defende-lo.

Lúcio Flávio é o entrevistado desta quarta-feira do programa Entrevista Record Atualidade, que começa às 22h15, na RecordNews, logo depois do programa do Heródoto Barbeiro.

Lúcio Fávio esteve em São Paulo para lançar seu 18o. Livro, “A Amazônia em questão – Belo Monte, Vale e outros temas”, da B4 Editores.

Entrevistada também, Renata Mieli, secretaria-geral do Instituto de Mídia Alternativa Barão de Itararé, observou que os juízes de primeira instância costumam decidir contra os blogueiros, porque seriam mais vulneráveis às pressões políticas locais.

Blogueirros são perseguidos pelo Brasil afora pelo que ela chama de “judicialização da censura”.

Renata Mieli descreveu o trabalho do Barão para restabelecer as regras do “ direito de resposta”, agora prejudicado pelo fim da Lei de Imprensa.

Lúcio Flávio tem o Jornal Pessoal, com uma versão na internet.

Ele recomenda aos blogueiros: resista !

Não ceda !

Denuncie a Justiça.

A do Pará, por exemplo, não tem condições de acompanhar a crise no Estado, o maior em número de mortes por questões de posse de terra.

“A Justiça serve aos que mais querem me calar”, disse ele.

Aí se refere diretamente aos herdeiros de Rego Almeida e aos donos da TV Liberal (a Globo de lá).


Paulo Henrique Amorim

Juíza quer censurar blog que a denuncia

A Justiça não é apenas instrumento da censura. Ela protege os poderosos e a si propria.
O Conversa Afiada reproduz post do Blog do Sakamoto:

Juíza quer censurar este blog por relatar decisão em caso de libertação de escravos



Leonardo Sakamoto

Estou sendo processado pela juíza Marli Lopes da Costa de Goes Nogueira, da Justiça do Trabalho do Distrito Federal, por conta de um post publicado aqui neste blog.

O texto tratava de uma decisão da magistrada, atendendo a um pedido de liminar em mandado de segurança movido pela empresa Infinity Agrícola. Sua decisão suspendeu um resgate de trabalhadores que foram considerados em condição análoga à de escravos pelo Ministério do Trabalho e Emprego e o Ministério Público do Trabalho. As vítimas estavam em uma fazenda de cana no município de Naviraí, Estado do Mato Grosso do Sul e, entre eles, trabalhadores das etnias Guarani Kaiowá, Guarani Nhandeva e Terena. Posteriormente, o Tribunal Regional do Trabalho da 10a Região revisou a decisão da juíza, permitindo que as ações relacionadas à fiscalização continuassem.

Na ação, que envolveu também o portal UOL, ela solicitou – liminarmente – que a matéria e os comentários dos leitores sejam retirados do ar. E que eu não divulgue mais nada relativo à sua reputação sob pena de multa de R$ 10 mil/dia. Quanto ao mérito da ação, pediu indenização por danos morais que teriam sido causados pela matéria e pelos comentários. O valor, a ser estipulado pela Justiça, deve ser o suficiente para que “desmotive de praticar ilícitos semelhantes em sua atividade de blogueiro e formador de opinião na internet”. Também solicitou que “diante da natureza dos fatos alegados”, o processo corra em segredo de justiça.

Agora, fui intimado para prestar depoimento em Brasília, onde corre a ação.

Sei quais as consequências de retratar as dificuldades para a efetividade dos direitos humanos. Ainda mais no Brasil. Então, até aí, nenhuma novidade. Já fui ameaçado por senadora, fazendeiro, empresário, enfim, pegue uma senha e entre na fila. Reafirmo tudo o que foi apurado com minhas fontes e escrito e não vou tirar nada deste blog voluntariamente. E, se tiver que pagar uma indenização, pedirei a ajuda de vocês para uma campanha “Sakamoto Esperança” porque, como sabem, sou uma pessoa de posses. Contudo, posso dizer que estou sendo muito bem defendido.

Na decisão sobre a liminar, o juiz Carlos Frederico Maroja de Medeiros afirmou que: “Decisões judiciais não são infensas a críticas, e críticas não são o mesmo que ofensas. Não cabe aqui discutir o mérito da decisão ou da crítica feita pelo réu (até porque este juízo não é instância revisora do que decide a autora em sua atividade jurisdicional), mas apenas analisar se houve excesso no direito de informar e criticar. Mas o fato é que, ao menos neste juízo de prelibação, não se enxerga, na veiculação da notícia, o ânimo de ofender a autora por qualquer modo, mas apenas o de informar e expor sua crítica, para o que tem o jornalista não apenas o direito, mas o dever de fazer”.

“Dever de fazer.” Não é a decisão sobre o mérito, que ainda vai demorar. Mas não deixa de ser uma pequena aula vinda do Judiciário sobre liberdade de expressão e um alento para quem resolve amassar o barro diariamente.



Em tempo: clique aqui para conhecer os juízes que absolvem Dantas.


Clique aqui para ler
“Lucio Flávio, o jornalista perseguido pela Justiça

A última eleição sob a tutela da Globo

Que a votação deste domingo seja a última tendo as urnas como refém da rede Globo, dos seus anexos, ventrílocos e assemelhados. Diretas, já! Esse é um desejo histórico da luta democrática brasileira.


O Conversa Afiada republica texto de Saul Leblon, extraído da Carta Maior:


A última eleição sob a tutela da Globo



A sólida dianteira de Haddad em SP, reafirmada pelo Ibope e o Datafolha desta 5ª feira, deixa ao conservadorismo pouca margem para reverter uma vitória histórica do PT; talvez a derradeira derrota política do seu eterno delfim, José Serra. Ainda assim há riscos. Não são pequenos. Eles advém menos da vontade aparentemente definida do eleitor, do que da disposição midiática para manipulá-la, nas poucas horas que antecedem o pleito de domingo.

Há alguma coisa de profundamente errado com a liberdade de expressão num país quando, a cada escrutínio eleitoral, a maior preocupação de uma parte da opinião pública e dos partidos, nos estertores de uma campanha como agora, não se concentra propriamente no embate final de idéias, mas em prevenir-se contra a ‘emboscada da véspera”.

Não se argui se ela virá; apenas como e quando a maior emissora de televisão agirá na tentativa de raptar o discernimento soberano da população, sobrepondo-lhe seus critérios, preferências e interditos.

Tornou-se uma aflita tradição nacional acompanhar a contagem regressiva dessa fatalidade.

A colisão entre a festa democrática e a usurpação da vontade das urnas por um interdito que se pronuncia de véspera, desgraçadamente instalou-se no calendário eleitoral. E o corrói por dentro, como uma doença maligna que pode invalidar a democracia e desfibrar a sociedade.

A evidencia mais grave dessa anomalia infecciosa é que todos sabem de que país se fala; qual o nome do poder midiádico retratado e que interesses ele dissemina.

Nem é preciso nominá-los. E isso é pouco menos que a tragédia na vida de uma Nação.

De novo, a maleita de pontualidade afiada rodeia o ambiente eleitoral no estreito espaço que nos separa das urnas deste 28 de outubro.
Em qualquer sociedade democrática uma vantagem de 15 pontos como a de Haddad seria suficiente para configurar um pleito sereno e definido.

Mas não quando uma única empresa possui 26 canais de televisão, dezenas de rádios, jornal impresso, editora, produção de cinema, vídeo, internet e distribuição de sinal e dados.

Tudo isso regado por uma hegemônica participação no mercado publicitário, inclusive de verbas públicas: a TV Globo, sozinha, receberá este ano mais de 50% da verba publicitária de televisão do governo Dilma.

Essa concentração anômala de munição midiática desenha um cerco de incerteza e apreensão em torno da democracia brasileira. Distorce a vida política; influencia o Judiciário; corrompe a vaidade de seus membros; adestra-os, como agora, com a cenoura dos holofotes a se oferecerem vulgarmente, como calouros de programas de auditório, ao desfrute de causas e interesses que tem um lado na história. E não é o do aperfeiçoamento das instituições nem da Democracia.

O conjunto explica porque, a três dias das eleições municipais de 2012, pairam dúvidas sobre o que ainda pode acontecer em São Paulo, capaz de fraudar a eletrizante vitória petista contra o adversário que tem a preferência do conservadorismo, a cumplicidade dos colunistas ‘isentos’,a ‘independência’ do Judiciário e a torcida, em espécie, da plutocracia.

Não há nessa apreensão qualquer traço de fobia persecutória.

Há antecedentes. São abundantes a ponto de justificar o temor que se repitam.

Multiplas referenciais históricas estão documentadas. Há recorrência na intervenção indevida que mancha, enfraquece e humilha a democracia,como um torniquete que comprime a liberdade das urnas.

Mencione-se apenas a título ilustrativo três exemplos de assalto ao território que deveria ser inviolável, pelo menos muitos lutaram para que fosse assim; e não poucos morreram por isso.

Em 1982, a Rede Globo e o jornal O Globo arquitetaram um sistema paralelo de apuração de votos nas eleições estaduais do Rio de Janeiro.

Leonel Brizola era favorito, mas o candidato das Organizações Globo, Moreira Franco, recebera privilégios de cobertura e genuflexão conhecidos. Os sinais antecipavam o estupro em marcha das urnas.

Ele veio na forma de um contagem paralela – contratada pela Globo – que privilegiaria colégios do interior onde seu candidato liderava, a ponto de se criar um ‘consenso’ de vitória em torno do seu nome.

O assédio só não se consumou porque Brizola recusou o papel de hímen complancente à fraude.

O gaúcho recém chegado do exílio saiu a campo, convocou a imprensa internacional, denunciou o golpe em marcha e brigou pelo seu mandato. Em entrevista histórica –ao vivo, por sua arguta exigencia, Brizola denunciou a manobra da Globo falando à população através das câmeras da própria emissora.

Venceu por uma margem de 4 pontos. Não fosse a resistência desassombrada, a margem pequena seria dissolvida no contubérnio entre apurações oficiais e paralelas.

Em 1983 os comícios contra a ditadura e por eleições diretas arrastavam multidões às ruas e grandes praças do país.

A Rede Globo boicotou as manifestações enquanto pode, mantendo esférico silêncio sobre o assunto. O Brasil retratado em seu noticioso era um lago suíço de resignação.

No dia 25 de janeiro de 1984, aniversário da cidade, São Paulo assistiu a um comício monstro na praça da Sé. Mais de 300 mil vozes exigiam democracia, pediam igualdade, cobravam eleições.

O lago tornara-se um maremoto incontrolável. A direção editorial do grupo que hoje é um dos mais aguerridos vigilantes contra a ‘censura’ na Argentina, Venezuela e outros pagos populistas, abriu espaço então no JN para uma reportagem sobre a manifestação. Destinou-lhe dois minutos e 17 segundos.

Compare-se: na cobertura do julgamento em curso da Ação penal 470, no STF, o mesmo telejornal dispensou mais de 18 minutos nesta terça-feira a despejar ataques e exibicionismos togados contra o PT, suas lideranças e o governo Lula.

Naquele 25 de janeiro estava em causa, de um lado, a democracia; de outro, a continuidade da ditadura.

Esse confronto mereceu menos de 1/6 do tempo dedicado agora ao julgamento em curso no STF. Com um agravante fraudulento: na escalada do JN, a multidão na praça da Sé foi associada, “por engano”, explicou depois a emissora, ‘a um show em comemoração aos 430 anos da cidade’. Passemos…

Em 1989, o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Collor de Mello realizariam o debate final de uma disputa acirrada e histórica: era o primeiro pleito presidencial a consoliar o fim da ditadura militar.

No confronto do dia 14 de dezembro Collor teve desempenho pouco superior ao de Lula. Mas não a ponto de reverter uma tendência de crescimento do ex-líder metalúrgico; tampouco suficiente para collorir os indecisivos ainda em número significativo.

A Globo editou o debate duas vezes. Até deixá-lo ‘ao dente’, para ser exibido no Jornal Nacional.

Collor teve um minuto e oito segundos a mais que Lula; as falas do petista foram escolhidas entre as suas intervenções mais fracas; as do oponente, entre as suas melhores.

Antes do debate a diferença de votos entre os dois era da ordem de 1%, a favor de Collor; mas Lula crescia. Depois do cinzel da Globo, Collor ampliou essa margem para 4 pontos e venceu com quase 50% dos votos;Lula teve 44%. As consequências históricas dessa maquinação são sabidas.

São amplamente conhecidas também as reiterações desse tipo de interferência nos passos posteriores que marcaram a trajetória da democracia brasileira.

Ela se fez presente como obstaculo à vitória de Lula em 2002; catalisou a crise de seu governo em 2005 –quando se ensaiou um movimento de impeachment generosamente ecoado e co-liderado pelo dispositivo midiático conservador; atuou no levante contra a reeleição de Lula em 2006 e agiu na campanha ostensiva contra Dilma, em 2010.

A indevida interferência avulta mais ainda agora. Há sofreguidão de revide e um clima de ‘agora ou nunca’ no quase linchamento midiático promovido contra o PT, em sintonia com o calendário e o enrêdo desfrutáveis, protagonizados por togas engajadas no julgamento em curso do chamado mensalão’.
Pouca dúvida pode haver quanto aos objetivos e a determinação férrea que vertem desse repertório de maquinações, sabotagens e calúnias disseminadas.

Sua ação corrosiva arremete contra tudo e todos cuja agenda e biografia se associem à defesa do interesse público, do bem comum e da democracia social.Ou, dito de outro modo, visa enfraquecer o Estado soberano, desqualificar valores e princípios solidários que sustentam a convivência compartilhada.

Os governantes e as forças progressistas brasileiras não tem mais o direito –depois de 11 anos no comando do Estado- de ignorar esse cerco que mantem a democracia refém de um poder que só a respeita enquanto servir como lacre de chumbo de seus interesses e privilégios.

Os requintes de linchamento que arrematam o espetáculo eleitoral em que se transformou a ação Penal 470, ademais da apreensão com a ‘bala de prata midiática’ que possa abalar a vitória progressista em SP, não são fenômenos da exclusiva cepa conservadora.

A conivência federal com o obsoleto aparato regulador do sistema de comunicações explica um pedaço desse enredo. Ele esgotou a cota de tolerância das forças que elegeram Lula e sustentam Dilma no poder.

O país não avançará nas trasformações econômicas e sociais requeridas pela desordem neoliberal se não capacitar o discernimento político de mais de 40 milhões de homens e mulheres que sairam da pobreza, ascenderam na pirâmidade de renda e agora aspiram à plena cidadania.

A histórica obra de emancipação social iniciada por Lula não se completará com a preservação do atual poder de veto que o dispositivo midiático conservador detém no Brasil.

Persistir na chave da cumplicidade, acomodação e medo diante desse aparato tangencia a irresponsabilidade política.

Mais que isso: é uma assinatura de contrato com a regressão histórica que o governo Dilma e as forças que o sustentam não tem o direito de empenhar em nome do povo brasileiro.

Que a votação deste domingo seja a última tendo as urnas como refém da rede Globo, dos seus anexos, ventrílocos e assemelhados. Diretas, já! Esse é um desejo histórico da luta democrática brasileira. Carta Maior tem a certeza de compartilhá-lo com seus leitores e com a imensa maioria dos homens e mulheres que caminharão para a urna neste domigo dispostos a impulsionar com o seu voto esse novo e inadiável divisor da nossa história.

Bom voto.