"Temos que voltar a ter estoques. Numa situação de preços já voláteis, havendo crise, seca, guerra e tendo que se comprar grandes quantidades de alimentos, o preço vai ainda mais para cima". A afirmação do diretor eleito da FAO, José Graziano da Silva, feita na entrevista coletiva realizada em Roma, na 2º feira, é um primeiro sinal de mudança substantiva na estratégia do organismo, que o brasileiro passa a dirigir a partir de janeiro de 2012. Nas últimas décadas, a supremacia neoliberal colonizou boa parte da agenda das agencias e organismos internacionais. A terceirização das políticas de desenvolvimento aos ditos 'livres mercados' contaminou a esfera da segurança alimentar. Nações, sobretudo as mais pobres, e organismos multilaterais foram incentivadas a renunciar aos cuidados com a soberania alimentar. A ordem era transferir aos livres mercados --mais eficientes e ágeis, dizia-se-- a incumbência pelo suprimento da sociedade. Se o mercado mundial é capaz de prover a demanda de forma ágil e a preços mais competitivos, por que então carregar estoques estratégicos de custos onerosos e, sobretudo, qual o sentido de incentivar a produção agrícola local em busca de uma autosuficiência alimentar difícil e custosa aos cofres públicos? A crise financeira desencadeada a partir do 2º semestre de 2007, e a fulminante especulação com aos preços das commodities agrícolas a a partir de então, respondeu a essas dúvidas cobrando um custo alto em colapso alimentar e fome em muitos países. No ápice da escassez e da fome as nações e organismos como a FAO estavam desarmados para suprir a demanda. Onde estavam os estoques? Onde continuam a repousar: em celeiros privados das grandes corporações que dominam o comércio e a produção mundial de alimentos e que fazem questão de manter em sigilo o volume dessas reservas. Para não prejudicar suas apostas nos mercados especulativos. A mudança de orientação sinalizada agora por Graziano desautoriza o conservadorismo midiático que, desgostoso com a vitória brasileira na FAO, tratou em seguida de minimizar a sua importância. Nas perorações sobre a suposta irrelevância da FAO esqueceram de de considerar que a história mudou e a FAO terá que mudar também. A eleição de Graziano, na realidade - apoiada pelos países pobres e em desenvolvimento que mais sofreram com a crise e o êngodo neoliberal - já foi um sintoma dessa mudança.
quinta-feira, 30 de junho de 2011
GRAZIANO: ESTOQUES E PLANEJAMENTO CONTRA A FOME
"Temos que voltar a ter estoques. Numa situação de preços já voláteis, havendo crise, seca, guerra e tendo que se comprar grandes quantidades de alimentos, o preço vai ainda mais para cima". A afirmação do diretor eleito da FAO, José Graziano da Silva, feita na entrevista coletiva realizada em Roma, na 2º feira, é um primeiro sinal de mudança substantiva na estratégia do organismo, que o brasileiro passa a dirigir a partir de janeiro de 2012. Nas últimas décadas, a supremacia neoliberal colonizou boa parte da agenda das agencias e organismos internacionais. A terceirização das políticas de desenvolvimento aos ditos 'livres mercados' contaminou a esfera da segurança alimentar. Nações, sobretudo as mais pobres, e organismos multilaterais foram incentivadas a renunciar aos cuidados com a soberania alimentar. A ordem era transferir aos livres mercados --mais eficientes e ágeis, dizia-se-- a incumbência pelo suprimento da sociedade. Se o mercado mundial é capaz de prover a demanda de forma ágil e a preços mais competitivos, por que então carregar estoques estratégicos de custos onerosos e, sobretudo, qual o sentido de incentivar a produção agrícola local em busca de uma autosuficiência alimentar difícil e custosa aos cofres públicos? A crise financeira desencadeada a partir do 2º semestre de 2007, e a fulminante especulação com aos preços das commodities agrícolas a a partir de então, respondeu a essas dúvidas cobrando um custo alto em colapso alimentar e fome em muitos países. No ápice da escassez e da fome as nações e organismos como a FAO estavam desarmados para suprir a demanda. Onde estavam os estoques? Onde continuam a repousar: em celeiros privados das grandes corporações que dominam o comércio e a produção mundial de alimentos e que fazem questão de manter em sigilo o volume dessas reservas. Para não prejudicar suas apostas nos mercados especulativos. A mudança de orientação sinalizada agora por Graziano desautoriza o conservadorismo midiático que, desgostoso com a vitória brasileira na FAO, tratou em seguida de minimizar a sua importância. Nas perorações sobre a suposta irrelevância da FAO esqueceram de de considerar que a história mudou e a FAO terá que mudar também. A eleição de Graziano, na realidade - apoiada pelos países pobres e em desenvolvimento que mais sofreram com a crise e o êngodo neoliberal - já foi um sintoma dessa mudança.
Obama avisa que não há dinheiro. Pare a guerra, ora…
“Se os Estados Unidos, pela primeira vez, não puderem pagar suas contas, as consequências para a economia americana serão significativas e imprevisíveis”, disse o presidente americano Barack Obama em uma coletiva, hoje, na Casa Branca, segundo publicou há pouco a BBC.
Até o FMI afirma a dívida dos Estados Unidos está em uma “trajetória insustentável”, e um fracasso em elevar o limite irá causar “choques severos” na ainda frágil recuperação da economia americana e nos mercados globais. O endividamento americano chegou a seu limite legal, de US$ 14,3 trilhões (cerca de R$ 22,5 trilhões), no mês passado. A data limite para aprovação da elevação do teto é 2 de agosto, data a partir da qual o Tesouro americano não terá mais como honrar seus compromissos.
É lógico que, ao contrário do que acontece com a Grécia e outros países, não haverá “pacotes” de ajuda condicionados a cortes de despesas.
Pena, pois quem sabe se recomendassem o corte de despesas estatais supérfluas, como a guerra, por exemplo.
Até porque quase 20% desta dívida se deve às despesas da escalada bélica começada em 2001.
Hoje, agência Reuters publicou uma matéria sobre os custos derivados da guerra que os EUA mantêm no Iraque e no Afeganistão.
Os diretos são, como se vinha comentando, cerca de US$ 1,3 trilhão.
Mas os indiretos, como os gastos com assistência médica, social e pensões podem representar outros US$ 2,4 trilhões, segundo o projeto de análise “Costs of War” , feito pelo Instituto Watson de Estudos Internacionais, da Universidade de Brown, em Rhode Island, Estados Unidos.
Num cálculo conservador, esclareça-se, porque o estudo admite que possam atingir, no total, até US$ 4 trilhões, até 2020.
É a economia – já está ficando chato citar aquele “estúpido” – que está levando à retirada de tropas. Mas guerra é isso: faz correr sangue e dinheiro, em grandes quantidades.
Crise terminal do capitalismo?
Já nos meados do século XIX Karl Marx escreveu profeticamente que a tendência do capital ia na direção de destruir as duas fontes de sua riqueza e reprodução: a natureza e o trabalho. É o que está ocorrendo. A capacidade de o capitalismo adaptar-se a qualquer circunstância chegou ao fim.
Leonardo Boff
Tenho sustentado que a crise atual do capitalismo é mais que conjuntural e estrutural. É terminal. Chegou ao fim o gênio do capitalismo de sempre adaptar-se a qualquer circunstância. Estou consciente de que são poucos que representam esta tese. No entanto, duas razões me levam a esta interpretação.
A primeira é a seguinte: a crise é terminal porque todos nós, mas particularmente, o capitalismo, encostamos nos limites da Terra. Ocupamos, depredando, todo o planeta, desfazendo seu sutil equilíbrio e exaurindo excessivamente seus bens e serviços a ponto de ele não conseguir, sozinho, repor o que lhes foi sequestrado. Já nos meados do século XIX Karl Marx escreveu profeticamente que a tendência do capital ia na direção de destruir as duas fontes de sua riqueza e reprodução: a natureza e o trabalho. É o que está ocorrendo.
A natureza, efetivamente, se encontra sob grave estresse, como nunca esteve antes, pelo menos no último século, abstraindo das 15 grandes dizimações que conheceu em sua história de mais de quatro bilhões de anos. Os eventos extremos verificáveis em todas as regiões e as mudanças climáticas tendendo a um crescente aquecimento global falam em favor da tese de Marx. Como o capitalismo vai se reproduzir sem a natureza? Deu com a cara num limite intransponível.
O trabalho está sendo por ele precarizado ou prescindido. Há grande desenvolvimento sem trabalho. O aparelho produtivo informatizado e robotizado produz mais e melhor, com quase nenhum trabalho. A consequência direta é o desemprego estrutural.
Milhões nunca mais vão ingressar no mundo do trabalho, sequer no exército de reserva. O trabalho, da dependência do capital, passou à prescindência. Na Espanha o desemprego atinge 20% no geral e 40% e entre os jovens. Em Portugal 12% no país e 30% entre os jovens. Isso significa grave crise social, assolando neste momento a Grécia. Sacrifica-se toda uma sociedade em nome de uma economia, feita não para atender as demandas humanas, mas para pagar a dívida com bancos e com o sistema financeiro. Marx tem razão: o trabalho explorado já não é mais fonte de riqueza. É a máquina.
A segunda razão está ligada à crise humanitária que o capitalismo está gerando. Antes se restringia aos países periféricos. Hoje é global e atingiu os países centrais. Não se pode resolver a questão econômica desmontando a sociedade. As vítimas, entrelaças por novas avenidas de comunicação, resistem, se rebelam e ameaçam a ordem vigente. Mais e mais pessoas, especialmente jovens, não estão aceitando a lógica perversa da economia política capitalista: a ditadura das finanças que via mercado submete os Estados aos seus interesses e o rentismo dos capitais especulativos que circulam de bolsas em bolsas, auferindo ganhos sem produzir absolutamente nada a não ser mais dinheiro para seus rentistas.
Mas foi o próprio sistema do capital que criou o veneno que o pode matar: ao exigir dos trabalhadores uma formação técnica cada vez mais aprimorada para estar à altura do crescimento acelerado e de maior competitividade, involuntariamente criou pessoas que pensam. Estas, lentamente, vão descobrindo a perversidade do sistema que esfola as pessoas em nome da acumulação meramente material, que se mostra sem coração ao exigir mais e mais eficiência a ponto de levar os trabalhadores ao estresse profundo, ao desespero e, não raro, ao suicídio, como ocorre em vários países e também no Brasil.
As ruas de vários países europeus e árabes, os “indignados” que enchem as praças de Espanha e da Grécia são manifestação de revolta contra o sistema político vigente a reboque do mercado e da lógica do capital. Os jovens espanhóis gritam: “não é crise, é ladroagem”. Os ladrões estão refestelados em Wall Street, no FMI e no Banco Central Europeu, quer dizer, são os sumossacerdotes do capital globalizado e explorador.
Ao agravar-se a crise, crescerão as multidões, pelo mundo afora, que não aguentam mais as consequências da superexploracão de suas vidas e da vida da Terra e se rebelam contra este sistema econômico que faz o que bem entende e que agora agoniza, não por envelhecimento, mas por força do veneno e das contradições que criou, castigando a Mãe Terra e penalizando a vida de seus filhos e filhas.
quarta-feira, 29 de junho de 2011
Santayana: diretor da Vale é um traidor ?
O Conversa Afiada reproduz texto de Mauro Santayana no JB:
Os vassalos de Washington
por Mauro Santayana
A informação, ontem divulgada, de que um diretor da Vale do Rio Doce “se queixou”, junto à Embaixada dos Estados Unidos, contra as “pressões” do Presidente Lula, é muito grave. Segundo se noticia, o então diretor de Finanças Corporativas da empresa, e hoje Diretor-Financeiro e de Relações com os Investidores, Guilherme Cavalcanti, esteve com a encarregada de negócios da Embaixada em Brasília, e reclamou da ingerência do nosso Chefe de Estado, que queria obrigar a Vale a investir na exploração de cloreto de potássio, e em siderurgia – para agregar valor ao minério de ferro e criar empregos de qualidade no país.
Se o presidente da República fez essa pressão, agiu dentro de sua responsabilidade, e em defesa dos interesses nacionais. É inconcebível que continuemos, como há quase um século, sendo dos principais fornecedores de minérios ao mundo, quando podemos exportar aço. Recorde-se que desde Júlio Bueno Brandão e Artur Bernardes, que governaram Minas há quase um século, uma das exigências dos mineiros era a de que devíamos reduzir o minério em fornos próprios. A Vale do Rio Doce surgiu ao mesmo tempo em que criávamos a Usina Siderúrgica Nacional. Quanto ao cloreto de potássio, trata-se de mineral necessário à produção de fertilizantes, indispensáveis à agricultura brasileira. O Brasil importa 90% de seu consumo, embora disponha de grandes reservas de exploração a céu aberto em seu território.
Lula, além de exercer o direito de aconselhar esses investimentos, cumpriu seu dever. A Vale só foi privatizada com a salvaguarda de uma golden share, de que o Estado é portador, e lhe dá o direito de veto em decisões que possam comprometer o interesse soberano do Brasil. Assim, não houve ingerência, mas, sim o exercício de uma responsabilidade do presidente da República.
Além do episódio em si, há uma questão muito mais constrangedora para nós, brasileiros. Não é a primeira vez que – de acordo com o WikeLeaks e outras fontes, algumas delas norte-americanas – sabemos que brasileiros se prestam a levar informações sigilosas aos norte-americanos. Há casos em que ministros de Estado não se pejam de discordar dos rumos do próprio governo. O Ministro Edison Lobão, segundo os documentos revelados por Assenge, disse aos diplomatas americanos que é partidário da privatização das empresas de energia elétrica. Ele deveria ser questionado pela Presidente da República: se é essa a sua posição, não pode continuar fazendo parte do governo.
Podemos tolerar tudo, menos traição. A democracia se faz na luta entre direita e esquerda, entre o capital e o trabalho, entre os neoliberais e os defensores do desenvolvimento autônomo do país. Mas progressistas ou conservadores, heterossexuais ou homossexuais, brancos ou negros, católicos ou protestantes, umbandistas ou budistas, todos os brasileiros temos o dever de fidelidade à Nação. Não podemos prestar vassalagem às potências estrangeiras, sob nenhum pretexto. O exemplo a seguir é o de Floriano Peixoto, que, no alvorecer da República, ameaçou responder à bala a “ajuda” dos ingleses, na repressão à Revolta da Armada.
É natural que os diplomatas conversem com autoridades dos países em que atuam. Mas é necessário que, com toda a amabilidade, essas autoridades sejam discretas, e não façam revelações que comprometam a soberania nacional, nem o governo a que servem – a menos que o façam com o conhecimento prévio de seus superiores, e com propósito bem definido. É uma regra universal, e não devemos dela nos desviar.
Os acionistas da Vale do Rio Doce terão que chamar seu executivo às falas. É intolerável que admitam atos dessa natureza. São necessárias providências que os impeçam.
Registre-se, no final, que a remuneração dos oito diretores da empresa, incluído seu presidente, prevista para este ano é de mais de 80 milhões de reais. O minério que exportam pertence ao povo brasileiro.
E há quem se queixe dos proventos dos juízes de nossos tribunais superiores.
post do conversa afiada
Brasil tem o automóvel mais caro do mundo
Margem de lucro das montadoras instaladas no Brasil chega a três vezes mais
O Brasil tem o carro mais caro do mundo. Por quê? Os principais argumentos das montadoras para justificar o alto preço do automóvel vendido no Brasil são a alta carga tributária e a baixa escala de produção. Outro vilão seria o “alto valor da mão de obra”, mas os fabricantes não revelam quanto os salários – e os benefícios sociais - representam no preço final do carro. Muito menos os custos de produção, um segredo protegido por lei.
Com um mercado interno de um milhão de unidades em 1978, as fábricas argumentavam que seria impossível produzir um carro barato. Era preciso aumentar a escala de produção para, assim, baratear os custos dos fornecedores e chegar a um preço final no nível dos demais países produtores.
Pois bem: o Brasil fechou 2010 como o quinto maior produtor de veículos do mundo e como o quarto maior mercado consumidor, com 3,5 milhões de unidades vendidas no mercado interno e uma produção de 3,638 milhões de unidades.
Três milhões e meio de carros não seria um volume suficiente para baratear o produto? Quanto será preciso produzir para que o consumidor brasileiro possa comprar um carro com preço equivalente ao dos demais países?
As montadoras têm uma margem de lucro muito maior no Brasil do que em outros países. Uma pesquisa feita pelo banco de investimento Morgan Stanley, da Inglaterra, mostrou que algumas montadoras instaladas no Brasil são responsáveis por boa parte do lucro mundial das suas matrizes e que grande parte desse lucro vem da venda dos carros com aparência fora-de-estrada. Derivados de carros de passeio comuns, esses carros ganham uma maquiagem e um estilo aventureiro. Alguns têm suspensão elevada, pneus de uso misto, estribos laterais. Outros têm faróis de milha e, alguns, o estepe na traseira, o que confere uma aparência mais esportiva.
O Banco Morgan concluiu que esses carros são altamente lucrativos, têm uma margem muito maior do que a dos carros dos quais são derivados. Os técnicos da instituição calcularam que o custo de produção desses carros, como o CrossFox, da Volks, e o Palio Adventure, da Fiat, é 5 a 7% acima do custo de produção dos modelos dos quais derivam: Fox e Palio Weekend. Mas são vendidos por 10% a 15% a mais.
O Palio Adventure (que tem motor 1.8 e sistema locker), custa R$ 52,5 mil e a versão normal R$ 40,9 mil (motor 1.4), uma diferença de 28,5%. No caso do Doblò (que tem a mesma configuração), a versão Adventure custa 9,3% a mais.
O analista Adam Jonas, responsável pela pesquisa, concluiu que, no geral, a margem de lucro das montadoras no Brasil chega a ser três vezes maior que a de outros países.
Texto do jornalista Joel Leite, publicado no portal UOL Carros
Dilma desmontou a bandalheira no Promef
Assim, o Promef continuará no comando da Transpetro – a maior armadora da América Latina e principal empresa de logística e transporte de combustíveis do Brasil. A Petrobras Transporte S.A – Transpetro atende às atividades de transporte e armazenamento de petróleo e derivados, álcool, biocombustíveis e gás natural. A empresa, subsidiária integral da Petrobras, foi criada em 12 de junho de 1998.
Lição de economia: custo nada tem a ver com preço.
Nosso comentarista Tovar Fonseca adiantou-se e leu a segunda parte da reportagem sobre o gigantesco “lucro Brasil” das montadoras de veículos, escrita por Joel Silveira Leite, no UOL, e que se comentou ontem aqui.
O trecho final da matéria é estarrecedor e dispensa qualquer comentário:
Para o presidente da PSA Peugeot Citroën, Carlos Gomes, os preços dos carros no Brasil são determinados pela Fiat e pela Volkswagen. “As demais montadoras seguem o patamar traçado pelas líderes, donas dos maiores volumes de venda e referência do mercado”, disse.
Fazendo uma comparação grosseira, ele citou o mercado da moda, talvez o que mais dita preço e o que mais distorce a relação custo e preço:
“Me diga, por que a Louis Vuitton deveria baixar os preços das suas bolsas?”, questionou.
Ele se refere ao “valor percebido” pelo cliente. É isso que vale.
“O preço não tem nada a ver com o custo do produto. Quem define o preço é o mercado”, disse um executivo da Mercedes-Benz, para explicar porque o brasileiro paga R$ 265.00,00 por uma ML 350, que nos Estados Unidos custa o equivalente a R$ 75 mil.
“Por que baixar o preço se o consumidor paga?”, explicou o executivo.
Sobra dinheiro nas duas pontas desta equação do consumo de alto luxo, até porque ali falta imposto. Mas a regra que praticam é diferente para os consumidores de classe média? E será que esta genial “ciência econômica” é exclusiva dos executivos das montadoras? Em quantos produtos não estará sendo aplicada a “máxima” de “por que baixar o preço se o consumidor paga?”
qual será o nosso futuro
Resultado do "bombardeio humanitário" |
terça-feira, 28 de junho de 2011
Escravidão, tortura, Satiagraha, Castelo de Areia. O Brasil destrói provas
Diz isso assim, em passant, numa conversinha com jornalistas para se jactar do fato de que conseguiu fazer com que a Lei do Sigilo não alcance os militares.
Daqui a pouco ele pode dizer, assim, em passant, que a Eunice Paiva, viúva do sequestrado Rubens Paiva (*), é quem tem a temer pela Lei do Sigilo.
Nada mais brasileiro.
Protógenes Queiroz e Fausto de De Sanctis sofrem mais processos que o Maníaco do Parque.
O notável (para quem ?) Ruy Barbosa queimou os arquivos da Escravidão.
O Superior Tribunal de Justiça (sic) sepultou a Operação Castelo de Areia, que incriminava empresários da Camargo Corrêa e políticos como Aloysio 300 mil, porque, a certa altura, e de forma redundante, a Polícia – com autorização do Juiz Fausto De Sanctis – se valeu de uma denúncia anônima.
Denúncia anônima serve para prender pedófilo e marido que bate em mulher – mas, mas não serve para investigar rico – nem senador do PSDB de São Paulo.
O mesmo Superior Tribunal de Justiça, sob a batuta de um juiz que emprega o filho no escritório do passador de bola apanhado no ato de passar bola, o notável Dr Macabu, sepultou a Satiagraha do Daniel Dantas.
Usou um argumento fajuto: o ínclito delegado Protógenes Queiroz – à falta dos quadros funcionais que lhe retirou o Dr Corrêa, aquele que até hoje não achou o áudio do grampo - usou funcionários da ABIN para checar endereço e colar selo em carta.
Quer dizer que, se um bombeiro estiver passando na rua na hora em que um alguém atentar contra a vida de outro, o bombeiro não poderá intervir.
Porque o acusado sempre dirá no STJ que função de bombeiro é apagar fogo e, não, salvar vidas.
O Tribunal Federal de São Paulo sepultou a Operação Chacal que flagrou Daniel Dantas e assemelhados na atividade de grampear até ministros de Estado para ganhar dinheiro.
(Além de jornalistas, como este ansioso blogueiro.)
Claro, Dantas é a Lei.
E, por coincidência, as decisões de uma desembargadora de São Paulo se casavam com uma luva com os argumentos dos advogados de Dantas.
Invariavelmente.
Uma coincidência notável.
Qual a surpresa, amigo navegante ?
Torturadores do regime militar.
Negreiros.
Executivos da Camargo Corrêa.
Daniel Dantas e assemelhados.
A destruição de provas é tão brasileira quanto goiabada com queijo.
Em tempo: como demonstrou a Cynara na Carta, esse pessoal não perde por esperar a Primavera Potiguar.
Paulo Henrique Amorim
domingo, 26 de junho de 2011
VITÓRIA DE GRAZIANO AMPLIA AÇÃO GLOBAL DO BRASIL, PROJETA DILMA E FAVORECE O PASSO SEGUINTE DE LULA
Numa eleição acirrada, o ex-ministro do governo Lula, José Graziano da Silva, superou o adversário espanhol, Miguel Angel Moratinos, na disputa pela sucessão de Jacques Diouf, no comando da FAO, por 92 votos a 88. O Brasil conquista assim seu primeiro posto de relevo entre as organizações internacionais. Graziano era o candidato dos países pobres que lutam contra o subdesenvolvimento e o poder neocolonial nos mercados mundiais, sobretudo de alimentos e matérias-primas. Não por acaso, pouco antes da votação, a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, sem abrir o voto dos EUA, elogiou o candidato espanhol Miguel Angel Moratinos, porta-voz da Europa e dos interesses dos países ricos. A vitória brasileira reposiciona o papel da FAO na política internacional. O que se espera agora é um organismo renovado que passe a ecoar, de fato, os interesses Sul-Sul, na luta pelo desenvolvimento, por segurança alimentar e justiça social. Graziano é um crítico da especulação financeira decorrente da desregulação do sistema bancário promovida pelo neoliberalismo. Ao contrário de seu adversário espanhol, em diversos pronunciamentos e artigos ele destacou a influência nefasta dos capitais especulativos na formação dos preços dos alimentos, gerando flutuações abruptas que asfixiam consumidores e produtores dos países pobres. A vitória do ex-ministro e amigo pessoal de Lula não pode ser entendida sem o pano de fundo da crise mundial que evidenciou o crepúsculo de uma agenda ortodoxa que até então subordinava o destino das nações e do desenvolvimento aos interesses financeiros internacionais. A sucessão na FAO influenciará inclusive a trajetória de Lula que trabalhou intensamente nos bastidores da campanha, em contatos com líderes e governantes, sobretudo da África e América Latina. O líder brasileiro passa a ter na FAO, certamente, uma âncora institucional para seus projetos de cooperação internacional para o desenvolvimento e a luta contra a pobreza e a fome. Para o governo Dilma, que se empenhou decididamente na eleição de Graziano, deslocando ministros e o chanceler Patriota a vários pontos do planeta, numa ação centralizada no Itamaraty, é um trunfo da competência brasileira na articulação externa. Ele reafirma o Brasil como líder dos países pobres, um protagonista cada vez mais relevante da agenda do desenvolvimento no século 21. Algo que certamente desagrada os que torciam por uma derrota na FAO para transformá-la em suposta pá de cal na soberania diplomática construída nos oito anos de governo Lula.
Se ONU apoiar palestinos, fica sem verbas, dizem EUA
O primeiro-ministro de Israel, Benjanim Netanyahu exigiu ação dos EUA contra a proposta do chefe da Autoridade Palestina, Mahamoud Abbas, de colocar em votação na ONU o reconhecimento do Estado Palestino, e a resposta não demorou.
Segundo a edição de hoje do jornal ingês The Telegraph, fontes próximas ao presidente Barack Obama afirmou que o corte dos fundos norteamericanos destinados à manutenção da organização podem ser cortados, como forma de pressão contra o reconhecimento da Palestina.
Abbas está, segundo o jornal, disposto a usar um mecanismo em que o voto de dois terços dos países pode, embora de forma não autorizadoras de ações militares, se sobrepor a um provável veto dos EUA ao reconhecimento palestino no Conselho de Segurança.
post do tijolaço
quinta-feira, 23 de junho de 2011
O entreguismo da direita não tem limite
É impressionante como a oposição brasileira é incapaz de qualquer ato que não seja o da mais absoluta vassalagem ao capital internacional.
É completamente incabível, sob qualquer aspecto, a reação ao fato de se estar promovendo, através de lei específica, a regulação – e não a proibição – da propriedade estrangeira de solo brasileiro, como publica hoje o Estadão.
Ninguém quer se meter com a vida de alguém que, cansado do frio europeu, queira ter um sitiozinho ou uma chácara no Brasil. Seja bem-vindo, esteja em casa.
Não se pode descartar, mesmo, que o limite mínimo para ter de haver registro – que é de cinco hectares, (50 mil metros quadrados) possa ser um pouco maior, em áreas não-urbanas. Negociação é assim mesmo, você oferece o mínimo e cede um pouco, dentro do razoável.
Daí em diante, a transação teria de ter a aprovação e o registro em um órgão público. Nada demais. Apenas queremo saber o que o “mister” quer fazer com a terra, qual é o seu projeto.
E para as propriedades de mais de 500 mil hectares – cinco milhões de metros quadrados – a União seria detentora de uma espécie de “golden share”, uma participação garantida na definição do uso da terra.
Portanto, longe de ser uma medida radical, é o mínimo que o país precisa para controlar um bem que não é “fabricável”: o seu território.
O Tijolaço já tratou deste tema com mais detalhes – o que você pode ler aqui – e a gente reproduz o mapa que publicou naquela ocasião.
Nele, repare uma coisa: todo mundo pensa que estrangeiro comprando terra é coisa lá nos cafundós, não é? Nada, é só você olhar no mapa e ver que é o agronegócio a cereja do bolo: Mato Grosso, São Paulo e Mato Grosso do Sul não os estados onde a terra mais foi abocanhada.
quarta-feira, 22 de junho de 2011
Saída para o etanol? Lógico, é a Petrobras
Hoje, com o noticiário mais extenso sobre o assunto, é possivel ver que o plano de intervenção do Governo no setor de etanol é bem mais amplo do que se anunciava ontem.
Grosso modo, é composto de duas etapas: a de curto prazo e outra, que contempla um olhar estratégico para o setor.
No horizonte próximo, a idéia é, ao que parece, dividida em dois eixos. O primeiro, ampliar a produção de etanol pela redução de nossas exportações de açúcar bruto, com a criação de uma sobretaxa.
Explico: o Brasil é o maior produtor e exportador de açúcar do mundo, com quase a metade do volume total do comércio mundial do produto. Mas nossas exportações são centradas na exportação em bruto, que representa mais de dois terços do volume total enviado ao exterior. E o preço deste é cerca de 60% apenas do refinado, que é o essencial para o abastecimento do mercado interno.
O encarecimento do açúcar em bruto – e não do refinado – através de taxação implica que, como a capacidade de refino demanda tempo e investimento por parte das usinas, parte de sua produção terá de ser transformada em etanol, o que vai obrigar as usinas a ampliarem a comercialização dos combustíveis, pois o álcool “extra” está além de sua capacidade – física e financeira – de estocagem.
É com esta “sobreoferta” que o Governo conta para a formação do estoque regulador – de um mês de comercialização – que vai determinar às distribuidoras. E a Petrobras Distribuidora é a maior delas, um pouco à frente da Shell/Cosan, num mercado que está sendo marcado pela forte concentração: a participação das pequenas distribuidoras no mercado caiu, desde 2006 (quando começou a onda de aquisições no mercado – de mais de 60% para algo em torno de 35%.
Ou seja: dois terços do mercado estão nas mãos de apenas três empresas: a BR, a Shell/Cosan e o grupo Ultra. E jpa nessa fase, a participação da BR Distribuidora na operação será imprescindível, para evitar que estes estoques se formem pela redução – através de aumentos de preço – das quantidades de etanol hoje comercializados por elas.
No médio prazo, a estratégia é ampliar a participação de mercado da Petrobras na produção de etanol. Mas é, sobretudo, mudar o perfil desta participação, que hoje se dá, essencialmente, pela aquisição de participação acionária em usinas já existentes, sem ter, entretanto, maior poder decisório na operação e comercialização da produção.
Há um terceiro fator, que pode ser importantíssimo nas soluções de médio prazo que não é abordado pelo noticiário. É o relativo à operação do “etanolduto” que será iniciada no final próximo ano, depois de investimentos de R$ 5 bilhões, que vai ligar Ribeirão Preto (e a área produtiva do Centro-Oeste, a partir dali) a Paulínia, e que terá capacidade para transportar, ao final da obra, cerca de 1,8 bilhão de litros/mês.
É vital que o Governo brasileiro – ainda que seja indiretamente, via Petrobras – tenha o poder reitor sobre a utilização deste duto que, em primeiro lugar, depende de um cronograma antecipado de produção e comercialização das usinas para poder operar racional e economicamente: não pode haver flutuações excessivas no volume transportado e isso depende de cotas de volume e data de bombeamento pré-negociadas. E, para qualquer usinaou distribuidora não participar do envio de etanol pelo duto, por não se adequar a este cronograma pré-acertado, representará deixar de lado um ganho médio de cerca de 20% nos custos de transporte.
Já passou da hora de implementar esta – vamos assumir o nome, sem medo de sermos felizes – intervenção estatal no setor, que representa a possibilidade de dirigi-lo segundo as conveniências do país. Porque intervenção estatal no setor houve desde o início e ninguém reclama, porque sempre foi para subsidiar a produção de álcool.
Da mesma forma, é conversa fiada a história de que isso vai “desviar” investimentos da Petrobras do setor de petróleo.
Primeiro, porque esta polêmica em torno da aprovação do plano de investimentos da empresa, agora, terá de ser resolvida à luz de suas novas responsabilidades. Depois, os investimentos na produção própria – ou por ela controlada – de etanol “novo” poderá, se for o caso, ser compensada parcialmente, num segundo momento, pela venda da participação que tem em usinas sob controle privado. Se for o caso, ressalte-se, porque o etanol não é apenas um ótimo e lucrativo negócio hoje como, num futuro próximo, tanto pelo alto preço do petróleo quanto pelas exigências ambientais cada vez mais severas, será ainda melhor.
O mercado – não apenas o brasileiro, mas o mundial – de energia é um jogo de força e poder. Ele se expressa, por conta da matriz energética, basicamente pelo petróleo, mas continua sendo de energia como um todo, e dele o etanol é parte crescente. Por controlar e garantir este mercado, fazem-se guerras, como todos sabem.
Mas a direita brasileira, que vive reclamando do preço dos combustíveis por conta dos impostos, que beneficiam a todos, vai despejar seu discurso liberal contra “a intervenção estatal”, como se estivéssemos falando de disciplinar o funcionamento de quitandas, não de empresas de um setor capaz de desorganizar toda a vida social e econômica de um país, como vimos nesta recente alta do etanol.
Se a ação for eficiente, sem timidez e claramente explicada para a população, vai ficar falando sozinha, como quando falou de desmontar a Petrobras e entregar nosso petróleo.
Ah, faltou abordar a participação da Agência Nacional de Petróleo, a ANP, neste processo. Alguém viu a ANP por aí?
post do tijolaço
terça-feira, 21 de junho de 2011
Democracia real
por Vladimir Safatle
As atuais manifestações que sacodem a Europa trouxeram uma reivindicação que há muito não se ouvia em países como Reino Unido, Espanha, França: democracia real. Há algo de importante aqui.
Sarney ajuda empreiteiras contra mudança em licitações desde 2009
Governo tenta mudar Lei de Licitações desde 2007, com regras que enfrentam empreiteiras, mas Senado nega-se a votar texto aprovado em quatro meses pelos deputados. Presidente do Senado desde fevereiro de 2009, Sarney recusa-se a botar projeto em votação. Agora, volta a ficar do lado das construtoras contra o governo e diz não ver "nenhum motivo" para regra "anti-cartel" nas obras da Copa do Mundo. Empreiteiras não aceitam proposta em "nenhuma hipótese".
André Barrocal
BRASÍLIA – Menos de uma semana depois da aprovação, pelos deputados, da lei de licitações especial para a Copa do Mundo com um dispositivo que o governo considera “anti-cartel”, as empreiteiras mostraram a força que têm no Senado, onde a proposta será apreciada depois de a Câmara concluir a votação de pontos específicos dela nos próximos dias. E demonstraram-na pela voz do próprio presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP).Nesta segunda-feira (20/06), Sarney disse não ver “nenhum motivo” para o Senado autorizar o governo a não revelar aos participantes de um leilão o valor que estima que custaria construir a obra que está sendo licitada. Durante o leilão, o cálculo orçamentário do governo seria conhecido apenas pelos tribunais de contas e os órgãos de controle. Viriam a público depois.
Na sexta-feira (17/06), a presidenta Dilma Rousseff e o ministro do Esporte, Orlando Silva, defenderam essa modelagem. Argumentaram que é recomendada internacionalmente pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) e aplicada na União Européia para coibir “formação de cartel” e “conluio” numa licitação.
Em documento do dia 18 de maio, redigido após uma reunião de associados, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) disse que não aceita a regra “em nenhuma hipótese”. A posição da entidade ajuda a entender a manifestação de Sarney contra a ideia.
Desde dezembro de 2007, como um dos presidentes da Casa de lá para cá, Sarney boicota a votação de outro projeto do governo que mexe nas regras de licitações e contraria interesses dos empreiteiros.
Em janeiro de 2007, ao lançar o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o governo mandou ao Congresso proposta que altera a Lei de Licitações (8.666). Entre outras coisas, ela reduz o prazo de recursos usados por empreiteiras para melar o resultado de um leilão e impede que eles tenham poder de parar toda a licitação. Proíbe empresas com dirigentes foras-da-lei de fazer negócios com o setor público.
Também permite ao governo inverter as fases de uma licitação para agilizar o processo, algo que o Planalto gostaria de fazer na lei de licitações especial para a Copa. Este dispostivo foi igualmente condenado pela CBIC no documento de 18 de maio.
O projeto de 2007 foi aprovado pelos deputados em quatro meses. Chegou ao Senado em maio daquele ano, quando o então presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), foi parar no noticiário policial por causa de relações pessoais justamente com um empreiteiro, Zuleido Veras, e o lobista de uma outra empreiteira, Claudio Gontijo, da Mendes Junior.
Na época, por pressão das empreiteiras, o projeto, que só passaria por duas comissões do Senado antes de ir a plenário, teve de tramitar também numa terceira. Nela, foi bastante modificado, mas seguiu para o plenário em novembro e está pronto para ser votado desde dezembro de 2007. Contudo, jamais foi posto em pauta pelo presidente do Senado, a quem cabe decidir o que o plenário vota.
Em dezembro de 2007, o presidente da Casa era Garibaldi Alves (PMDB-RN), hoje ministro da Previdência. Desde 2009, o comando está com José Sarney. Ambos engavetaram o projeto e recusaram-se a colocá-lo em votação. Em março de 2009, a CBIC chegou a mandar uma carta a Sarney fazendo lobby contra o projeto.
Ao abordar a nova proposta do governo nesta segunda-feira, Sarney usou a expressou "sigilo do orçamento" para se referir ao mecanismo condenado pelas empreiteiras. Para o governo, essa é uma interpretação deliberadamente equivocada da proposta. Não haveria sigilo porque o orçamento do governo seria tornado público depois de um leilão.
O governo acredita que o debate foi propositalmente distorcido pelas empreiteiras, que são contra a idéia.