sexta-feira, 30 de setembro de 2011

sinceridade é tudo

Quanto mais o PiG (*) bate mais sobe o Ibope da Dilma


Saiu no G1:

Aprovação de Dilma sobe de 67% para 71%, aponta Ibope


Segundo a pesquisa, aprovação do governo aumentou de 48% para 51%. Instituto ouviu 2.002 eleitores; margem de erro é de dois pontos percentuais.


Sandro Lima Do G1,

em Brasília


A presidente Dilma Rousseff é aprovada por 71% dos eleitores, de acordo com pesquisa Ibope encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e divulgada nesta sexta-feira (30). A pesquisa tem margem de erro de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, o que significa que a aprovação da presidente pode ser de 69% a 73%.


Na comparação com levantamento realizado em julho e divulgado em agosto, a aprovação da presidente subiu quatro pontos percentuais – o índice era 67%.


Dos entrevistados na pesquisa atual, 21% disseram desaprovar a presidente e 8% não souberam ou não responderam. O percentual de desaprovação em julho, que era de 25%, caiu quatro pontos percentuais conforme o Ibope.


Entre 16 e 20 de setembro, o Ibope ouviu 2.002 eleitores com 16 anos ou mais em 141 municípios de todas as regiões do país.


Governo

A aprovação do governo Dilma também subiu entre julho e setembro. O percentual de entrevistados que consideram o governo ótimo ou bom aumentou de 48% para 51%. Segundo o levantamento, 11% consideraram o governo Dilma ruim ou péssimo, contra 12% na pesquisa anterior.


As expectativas com relação ao restante do governo Dilma continuam positivas, segundo a pesquisa, e praticamente no mesmo nível da pesquisa anterior. O percentual de entrevistados que acreditam que o restante do governo será ótimo ou bom passou de 55% para 56%.

Navalha

Este ansioso blog não acredita em pesquisa.

Não acredita, porque duas organizações dominam o mercado e são ligadas ao Golpe:

O Datafalha e o Globope.

Este ansioso blog só trata de pesquisa para se divertir às custas de quem nelas acredita.

Não adianta ameaçar com a hiper-inflação.

Não adianta denunciar a inépcia, quando o dólar sobe e quando o dólar cai.

Não adianta dizer que o Palácio do Planalto se ergue sobre um mar de lama.

Clique aqui para ler sobre a UDN e seus sucessores, no artigo de Maria Inês Nassif.

Quanto mais o PiG (*) bate na Dilma mais o Ibope dela sobe.

Enquanto isso, os eternos heróis da elite da elite, o Padim Pade Cerra e o Farol de Alexandria, são rejeitados por sua própria grei.

Abrir a Assembléia Geral da ONU afundou o PiG (*) e a elite da elite.

O Governo do Farol de Alexandria abriu a Assembléia da ONU 8 vezes.

O amigo navegante, por acaso, se lembra de alguma coisa que ele tenha dito ?




Paulo Henrique Amorim

CUIDADO...


terça-feira, 27 de setembro de 2011

Imposto pago não é dinheiro roubado

Vende-se, por estas bandas, a ideia de que dinheiro de imposto é dinheiro subtraído da sociedade. Um argumento tão repetido pela mídia (e pela oposição ao governo) que, para muitos, se tornou uma verdade

- por André Siqueira, subeditor de Economia de CartaCapital

O Brasil é mesmo um país de contradições. Na manhã da terça-feira 13, um grupo de pessoas acompanhou a contagem do Impostômetro, o marcador gigante instalado pela Associação Comercial de São Paulo no centro da cidade para medir a arrecadação do governo. Neste ano, diz a entidade, atingimos a marca de 1 trilhão de reais 35 dias mais cedo do que em 2010. A cifra foi acompanhada por vaias do grupo de pessoas aglomerado diante do display. Não as culpo. Vende-se, por estas bandas, a ideia de que dinheiro de imposto é dinheiro subtraído da sociedade. Um argumento tão repetido pela mídia (e pela oposição ao governo) que, para muitos, se tornou uma verdade.

Virou quase lugar-comum dizer que o Brasil é um dos campeões mundiais em impostos, e comparar nosso pacote de serviços públicos com os oferecidos por países com carga tributária igual ou maior. Esses argumentos deixam de lado dois detalhes importantes: somos também destaque mundial em desigualdade social, e temos uma massa de desassistidos comparável apenas a países como China e Índia. Ou seja, sai caro, muito caro, para uma nação com tal perfil, oferecer, mesmo precariamente, uma estrutura de amparo universal.

Logo, uma alta arrecadação é algo a ser comemorado, e não lamentado. É sinal de que o governo eleito democraticamente dispõe de mais recursos para atender às necessidades da população que o elegeu. Como alguém em sã consciência pode reclamar da saúde e da educação públicas e querer ir às ruas protestar por menos impostos? Exigir das autoridades o melhor uso possível dos recursos do orçamento é um dever cívico em qualquer país, assim como cobrar o combate permanente à corrupção. Mas imaginar que um governo será capaz de, com menos dinheiro, sustentar a máquina estatal, fazer os investimentos necessários (para ontem) em infraestrutura e melhorar o pacote de serviços à população é simplesmente absurdo!

Em um brilhante artigo publicado recentemente no Valor Econômico, o presidente do Ipea, Marcio Pochmann, mostrou que a desigualdade social, medida pelo índice Gini, caiu 9,5% entre 2003 e 2009. Sem os gastos em programas de transferência de renda realizados na última década, a melhora teria sido de apenas 1,5%. No mesmo texto, Pochmann levanta uma questão que tem méritos de sobra para tirar o sono dos brasileiros: por que os ricos pagam, proporcionalmente, tão menos impostos?

'A reforma tributária pela qual nossos formadores de opinião deveriam se empenhar passa, necessariamente, pela troca de impostos que recaem sobre o consumo'

A reforma tributária pela qual nossos formadores de opinião deveriam se empenhar passa, necessariamente, pela troca de impostos que recaem sobre o consumo – e penalizam os consumidores indistintamente – por uma estrutura mais progressiva. É possível, sim, criar novas (e mais altas) alíquotas de IR para faixas de rendimento mais elevadas, elevar os encargos sobre itens supérfluos e de luxo, taxar grandes fortunas (a exemplo do que faz a Inglaterra e outros países desenvolvidos) e aparelhar melhor a equipe da Receita Federal até que ninguém consiga passar um fim de semana tranquilo em sua mansão no Guarujá sem a certeza de estar em dia com o Leão.

A estrutura social brasileira é perversa sobretudo porque dá àqueles que deixam a base da pirâmide a sensação de estar muito acima da maioria. Ainda que continue a anos-luz de distância do topo, parte da classe média é mortalmente tentada a comprar um discurso que interessa apenas a quem está lá em cima.

Não se iludam: um cofre público mais gordo revela que a economia está em crescimento, e que a inclusão social trouxe mais gente para dividir o fardo de sustentar o País. A alta na arrecadação também pode indicar avanços do Fisco no combate à sonegação – um mal tão danoso à sociedade quanto a corrupção. O combate à evasão tributária deveria ser festejado sobretudo por quem tem sua fatia descontada diretamente no salário, e não conta com recursos de “engenharia financeira” para pagar fugir às obrigações, nem remete recursos a paraísos fiscais…

Hoje: LULA É O 16º DOUTOR HONORIS CAUSA DE UNIVERSIDADE FRANCESA EM 140 ANOS


Pela primeira vez, um latino-americano receberá o título de instituto que formou nomes como François Miterrand, Marcel Proust e Pascal Lamy

Da redação da “Rede Brasil Atual”

Desde que deixou o Planalto, Lula recebeu outros seis doutor honoris causa, o mais recente na UFBA, no dia 20 de setembro

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva será o 16º agraciado com o título de doutor honoris causa do Instituto de Estudos Políticos de Paris em 140 anos de história. Nesta terça-feira (27), a “Sciences Po”, como é conhecido, concederá pela primeira vez a honraria a uma personalidade latino-americana.

A instituição de ensino, que tem em estrangeiros 40% de seu quadro de alunos, tem entre os formados os ex-presidentes franceses Jacques Chirac e François Mitterrand, o ex-primeiro-ministro Lionel Jospin, o escritor Marcel Proust, o príncipe Rainier III, de Mônaco, o ex-diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy, e a ex-senadora colombiana Ingrid Betancourt.

"Durante sua presidência, Lula iniciou inúmeros programas sociais inovadores, favoreceu o desenvolvimento econômico em seu país e deu ao Brasil papel significativo no cenário internacional", destacou o instituto. A referência diz respeito às ações de Lula em seus dois mandatos sucessivos como chefe do Estado.

Jean-Claude Casanova, membro do Instituto da França e presidente da Fundação Nacional das Ciências Políticas, pronunciará o “elogio do impetrante” e outorgará o título a Lula.

Essa láurea, mais do que um reconhecimento pessoal, é uma homenagem ao povo brasileiro, que nos últimos oito anos realizou, de modo pacífico e democrático, uma verdadeira revolução econômica e social”, ressaltou o ex-presidente em comunicado emitido pelo “Instituto Lula”, o antigo “Instituto Cidadania”.

Desde que deixou o Palácio do Planalto, o líder recebeu outros seis [títulos de doutor] honoris causa, o mais recente na Universidade Federal da Bahia (UFBA) no dia 20 de setembro.

(...)

Em Gdansk, cidade polonesa, Lula também receberá o prêmio Lech Walesa, que presta homenagem a personalidades destacadas pelo respaldo à liberdade, à democracia e à cooperação internacional. Ele se encontrará com o ex-presidente, sindicalista e Prêmio Nobel da Paz Lech Walesa, cuja fundação concede o prêmio anualmente.”

FONTE: da redação do site “Rede Brasil Atual”

Lula: "O QUE EXISTE AGORA, SOBRE A INDÚSTRIA NAVAL, SÓ PODE MERECER O NOME DE RENASCIMENTO"



“O presidente Lula fez, semana passada [segunda-feira (19)], palestra no Sindicato da Indústria de Construção Naval. E falou de seu orgulho –justificado– de ter reerguido a indústria naval brasileira, que tinha, praticamente, desaparecido, depois de ser a segunda maior do mundo, perdendo apenas para a do Japão. 40 mil brasileiros chegaram a trabalhar, em 1974, nos estaleiros nacionais.

Herdamos a tradição armadora de Portugal e tivemos imensos feitos, tanto com o Arsenal de Marinha quanto com o Estaleiro da Ponta da Areia, do visionário barão de Mauá.

Com Vargas, essa indústria avançou, com a construção local de diversos navios para a Marinha de Guerra.

Nos anos 80, porém, essa produção começo a cair e nos anos 90 fecharam os grandes estaleiros, como o Ishikavajima e o Verolme, este em Angra dos Reis.

O que existe agora só pode merecer o nome de "renascimento".

Você pode ver na tabela acima o número de empregos gerados por essa atividade [hoje: 56.368], que, em 2002, tinham se reduzido a pouco menos de dois mil. Nos anos 70 e 80, chegávamos a fazer 50 navios por ano, e a exportar um quinto dessa produção.

E dá para imaginar o que isso poderia ser se não fosse a infeliz decisão, tão combatida por Lula, tomada pela Vale [privatizada (praticamente doada) por FHC/PSDB], ao decidir fazer no exterior seus doze supernavios, cada um deles de 400 mil toneladas de porte bruto, perfazendo um total de 4,8 milhões de TPB.

Equivaleria, simplesmente, a acréscimo de 80% em nossa produção naval.

E ainda seria muito pouco, porque o país tem déficit –valor do ano passado– de US$ 6,4 bilhões em sua balança de pagamentos com o pagamento de fretes internacionais, grande parte deles navais.

Mas não perdemos apenas empregos e dinheiro. Perdemos conhecimento no setor, que já foi avançadíssimo. Hoje, boa parte do que fazemos é baseado em projetos estrangeiros, porque perdemos a massa crítica de conhecimento que mais de 15 anos de retração da indústria nos levaram.

Países que dependem da navegação –pesqueira, petroleira e de transporte de cargas e pessoas– como a Noruega, uma das líderes do setor naval, federalizaram a formação de pessoal de engenharia e de operação.

O Brasil está se reerguendo na construção naval, mas tem de pensar grande para ser, de novo, grande nesta área

[OBS deste blog ‘democracia&política’ com base em informações do blog “Os amigos do Presidente Lula”: são mais de 56 mil pessoas trabalhando em 37 estaleiros, em cerca de 300 projetos, incluindo 19 plataformas de petróleo. O Brasil já é o 5º colocado em volume de encomendas, e há mais seis estaleiros em construção. O crescimento da indústria naval foi impulsionado pela Petrobras, que fez investimentos pesados em infraestrutura e priorizou a indústria nacional. “A frota atual da Transpetro [braço logístico da Petrobras] conta com 53 navios. Espera-se que esse número chegue a 110 em 2015. O índice de nacionalização das embarcações ultrapassa os 70%, não apenas garantindo as atividades dos estaleiros, mas também impulsionando toda uma cadeia produtiva e incentivando a instalação de fornecedores no país”, ressaltou Lula em seu discurso, no Rio de Janeiro].

Hoje os jornais anunciam a volta da Ishikawajima (agora com o nome de IHI) ao Brasil, de onde saiu nos anos 90, deixando um imenso estaleiro abandonado na Ponta do Caju, no Rio de Janeiro.

Por anos, quem passava pela ponte Rio-Niterói via quebrada e caída a lança gigantesca de um imenso guindaste do estaleiro, uma metáfora de aço da decadência da indústria naval.

Agora, quem passar por lá vai ver trabalho intenso de recuperação, que começou com a recomposição do atracadouro. Arrendado pela Petrobras e rebatizado de estaleiro Inhaúma, ali serão convertidos em plataformas flutuantes de petróleo quatro grandes navios, que se tornarão os chamados FPSO (Floating Production Storage and Offloading).

Quer ter uma ideia do que isso representa? Cada um desses cascos de navio (superpetroleiros que se tornaram deficitários para a navegação convencional) custa US$ 30 milhões.

Já sua restauração e transformação em plataformas de petróleo pode chegar a custar mais de US$ 1 bilhão.

É essa “bagatela” que passa a ser gasta aqui, com a recuperação de nossa capacidade industrial.”

FONTE: escrito por Fernando Brito no blog “Projeto Nacional”

PARA A DIREITA, O TRABALHADOR PREJUDICA A ECONOMIA...


O PROBLEMA DA ECONOMIA É O TRABALHADOR?


Por Fernando Brito

“Na linguagem “técnica” da economia, uma matéria publicada [há dias] no "Estadão" mostra como está impregnada na mente das pessoas a idéia que norteou todo o crescimento econômico excludente (e, por isso, insustentável) desde que o regime de 64 aboliu pela força o jogo político de pressões entre capital e trabalho:

O País repetiu em agosto exatamente a mesma taxa de desemprego registrada no mês anterior, 6%, segundo a Pesquisa Mensal de Emprego, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No entanto, a renda média do trabalhador atingiu nível recorde, R$ 1.629,40, um aumento de 0,5% na comparação com o mês anterior. A massa de salários somou R$ 37,2 bilhões. O resultado contribuiu para aumentar a preocupação com a inflação, já pressionada pela rápida valorização do dólar nos últimos dias. Embora venha caindo a passos menores que o esperado, o emprego ainda forte e o aumento do poder de compra dos trabalhadores preocupam analistas. A taxa de desemprego no País alcançou uma média de 6,3% de janeiro a agosto, bem abaixo da taxa de 7,2% registrada no mesmo período de 2010” (…).

Não se está, evidentemente, acusando de ditatoriais nem quem escreveu e nem quem se manifesta na reportagem. Mas repare como o raciocínio se desenvolve pelos mesmos padrões: a alta no emprego e nos salários é um elemento negativo para a economia, em lugar de representar um fator positivo para sua expansão.

A baixa ociosidade de mão de obra, os ganhos salariais acima da inflação, as negociações de diversas categorias no segundo semestre de 2011 e o reajuste do salário mínimo em 2012 são elementos de forte pressão sobre a demanda doméstica e, consequentemente, sobre a trajetória dos preços.”

Então, ficamos assim: se o emprego sobe, o consumo popular cresce, teremos inflação. E como não queremos inflação, lamentamos a “baixa ociosidade” –nome bonito para pleno emprego, não é?– e os aumentos salariais, sobretudo do mínimo.

Vamos esquecer o quanto isso representa em circulação de riqueza, em realização humana, em expansão da indústria comércio e serviços. Vamos desconsiderar seu efeito sobre a arrecadação pública e seus reflexos na melhoria da infraestrutura do país e nos serviços básicos para a população.

Ainda assim, façamos uma pergunta: se o dinheiro que não circula é acumulado, que destino tem essa acumulação?

Ela é aplicada no desenvolvimento do parque industrial, se não há aumento de demanda e, portanto, não é preciso expandi-lo? Ela se volta para uma produção exportadora, que renda divisas ao país e drene para cá riqueza do exterior? Brincadeira, né? Ou ela corre para as aplicações financeiras, que por sua vez tem seus custos suportados pelo Estado e o obrigam a gastar, para remunerá-la, a maior parcela, disparado, de todos os itens do orçamento público? E o resultado disso o que é, senão o problema fiscal que, todos reconhecem, é o cerne da questão inflacionária?

A matéria segue adiante, com um tom de “preocupação” sobre a redução do número de pessoas que se dedicam ao trabalho doméstico, pela melhoria do emprego e da educação, o aumento do número de trabalhadores com carteira assinada, em razão da formalização crescente do mercado de trabalho, e por aí vai.

No fundo, a questão de como encarar o processo econômico. Se pretendermos considerar o crescimento no Brasil como fruto da acumulação de capital –aquela velha teoria do bolo que cresce, para que um dia seja dividido– jamais teremos desenvolvimento, porque a acumulação, no Brasil, em geral, não se transforma em fonte de riqueza, mas de espoliação econômica.

Mas, se em lugar de um lago, considerarmos a riqueza um rio, que produz energia com seu próprio movimento –sem, é claro, descuidar dos canais que o drenam- estaremos diante de um método de pensamento que é capaz de explicar como, pela primeira vez em muitas décadas, o Brasil saiu maior de uma crise que apequenou o mundo desenvolvido.”

FONTE: escrito por Fernando Brito no blog “Projeto Nacional”

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

DEPOIMENTO DE EX-COMBATENTE DOS EUA NO IRAQUE

O vídeo é legendado e autoelucidativo:

FONTE: portal de Luis Nassif

PAC não entra na recessão

A ministra do Planejamento, deu um banho de água fria na turma da “roda-presa”: com crise ou sem crise, os investimentos do Brasil em infraestrutura não vão ser reduzidos.

“Em relação ao PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), nós faremos da mesma maneira que em 2009, no auge da crise internacional: vamos manter os recursos previstos. Eles geram empregos e garantem o crescimento da economia”, disse ele em almoço com empresários em São Paulo. Nenhum ministério tem orçamento previsto para 2012 menor que o de 2011 e garantiu que as empresas de energia não serão afetadas. Tradução: não vão ser cortados os investimentos da Petrobras e na construção das novas hidrelétricas.

post do tijolaço

domingo, 18 de setembro de 2011

STJ confirma: rico (Sarney, Dantas) não pode ser investigado

Saiu na primeira página da Folha (*)

“STJ anula provas da PF contra a família Sarney”

As provas derivam de quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico da família Sarney.

O filho de Sarney, Fernando, é suspeito de lavagem de dinheiro.

E de mandar e desmandar no Ministério de Minas e Energia.

Navalha

O STJ confirma a jurisprudência

Rico não pode ser, sequer,

investigado.

Não é que ele não possa ser condenado, algemado …

Não, amigo navegante, nada disso: ele não pode ser investigado.

Viva o Brasil !

Na Operação Castelo de Areia, julgada pelo corajoso Fausto de Sanctis, os ricos da Camargo Correa não foram investigados porque é proibido recorrer à denúncia anônima.

Denúncia anônima serve para prender sequestrador, pedófilo e traficante de droga – mas, não serve para prender rico.

Viva o Brasil !

Na Operação Satiagraha, também conduzida pelo destemido Fausto de De Sanctis, as provas foram destruídas porque funcionários da ABIN ajudaram a Polícia Federal a procurar endereços no Google.

A súmula vinculante do STJ determina que um agente da Polícia Federal não pode usar o elevador do Ministério do Turismo, nem tomar do cafezinho da Secretaria de Direitos Humanos, porque isso configura “a maçã podre que contamina o saco”.

Nesta epopéia, foram decisivos o papel de um Juiz Macabu e do representante do brindeiro Gurgel no STJ.

O filho do Ministro Macabu trabalha e ilustra o escritório de advocacia de Sergio Bermudes.

Bermudes é advogado de Dantas – o número UM de 2002.

Bermudes emprega também a mulher do ex-Supremo Presidente Supremo do Supremo, Gilmar Dantas (**).

Ele é a Catho da Magistratura Brasileira.

Só que Bermudes quase provoca o impeachment do ex-Supremo.

Clique aqui para ler a petição corajosa do Dr Alberto Piovesan e ver que ela significa, na verdade, um BO que denuncia a promíscua relação entre o Ministro Supremo e um advogado de rico.

Água mole em pedra dura …

O ex-Supremo não perde por esperar.

Pois, foi o Dr Macabu o relator dessa peça inolvidável: a Polícia Federal não pode jogar pelada, no fim de semana, com a turma do Ministério dos Esportes.

É a maçã podre.

Outra contribuição decisiva à História da Magistratura Ocidental desempenhou o Procurador da República subordinado ao brindeiro Gurgel que, no STJ, ao sepultar a Satiagraha, concordou com o Dr Macabu.

O trabalho dos Procuradores da República em São Paulo foi devidamente lançado ao lixo pelo sub-brindeiro do STJ – e Dantas se salvou.

Por enquanto.

Porque tanto na Castelo, quanto na família Sarney e na Satiagraha cabe recurso do Procurador Geral ao Supremo.

Como se sabe, o brindeiro Procurador agora cuida também da OAB

Cique aqui para ler Brindeiro Gurgel assume a prediência da OAB

No momento, ele está concentrado em acompanhar o número de sacas de cimento do Fielzão e na tarefa de descobrir quantas mulheres num motel configuram o crime de peculato do ex-Ministro do Turismo.

Quando se livrar dessas hercúleas tarefas, o brindeiro Gurgel terá que recorrer das três decisões do STJ

Vamos ver de quantas maçãs podres se compõe a brindeira bagagem.

Em tempo: só quem pode grampear numa boa, sem que nada lhe aconteça é o Padim Pade Cerra – clique aqui para ler “Carta desce ao submundo e lá encontra Cerra e seus arapongas”

Paulo Henrique Amorim

DEIXAR DE PENSAR LEVA AO RIDÍCULO



Por Fernando Brito

“Mesmo com o evidente agravamento da crise e a comprovação de que a economia mundial está mergulhando na estagnação –isso na mais otimista das visões– o pensamento roda-presa não desanima.

[Na última 4ª feira] (14), o “Estadão” publicou matéria insistindo que o Banco Central brasileiro teria sido “heterodoxo” ao reduzir os juros. BCs mundiais divergem do Brasil e não cortam juros, diz o jornal, afirmando que “o Banco Central (BC) brasileiro encontrou respaldo apenas das autoridades monetárias da Armênia, Tunísia e Sérvia, enquanto que outros 15 bancos centrais mantiveram os juros inalterados, não endossando o cenário de forte deterioração da economia mundial (…)”

E quais são os bancos centrais que não cortaram os juros?

O mais importante deles é o BC da União Europeia. E qual é a taxa do BCE? 1,5%, contra uma inflação na zona do Euro de 2,7%. Taxa de juros negativa, portanto.

Adiante, a matéria cita o Banco Central australiano, que manteve a taxa em 4,5%. Lá, a inflação anda a 3% ao ano, o que dá um juro real na faixa de um por cento anual.

Em seguida, cita o nosso vizinho Peru, que não cortou os juros de 4,25% ao ano. Mas a inflação lá está em 3,4%. o que deixa a taxa real perto de 0,5% ao ano.

A seguir, vem na Nova Zelândia, que não deve alterar sua taxa de 2,5%, mais ou menos o valor da inflação local. Juro real zero, portanto.

A pergunta é inevitável: como comparar esses juros com a taxa que temos aqui –e baixou apenas de 12,5% para 12%, o que significa juros reais perto de 6%, com aqueles números!?!

Será que o “gênio” do jornalismo econômico que escreveu essa barbaridade não entende que não estamos cortando um juro baixo por outro mais baixo ainda, mas um juro extremamente alto por outro que, mesmo algo menor, continua extremamente alto?

É só olhar o gráfico que a Folha publicou outro dia, já depois do corte feito pelo Banco Central daqui, que reproduzimos [acima] neste 'post'.

Curioso é que, na mesma edição do jornal, há uma matéria informando que o BC da China, onde os juros estão a 6,5% e a inflação mais ou menos por aí, estuda baixar a taxa de remuneração do capital.

O amestramento da mídia brasileira aos interesses do capital financeiro é, realmente, algo que excede todos os limites da racionalidade.”

FONTE: escrito por Fernando Brito e publicado no blog “Projeto Nacional”

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

A mão que lava a outra; a mídia e o governo de SP



Por Mino Carta, da Carta Capital

Estava o acima assinado no luminescente palácio do Ministério das Relações Exteriores em Brasília na noite de gala de 1º de janeiro de 2011, festa da posse da presidenta Dilma Rousseff, e eis que sai da salinha vip, reservada aos cumprimentos dos graúdos, o governador Geraldo Alckmin. E me cai nos braços, como sonha Cavaradossi ao recordar Tosca, fundo musical de Puccini.

No caso, em lugar da ficção operística, invoco a verdade factual. O governador reeleito e reempossado naquele mesmo dia, surpreende-me por estar já na capital da República e ainda mais por me abraçar com tamanha simpatia. O que, sublinho, não me desagrada. Vem atrás dele o senador Aloysio Nunes Ferreira, o qual, de rosto lívido, incumbe-se de restabelecer as distâncias ao produzir um aceno soturno a transparente contragosto. O que também não me desagrada.

O senador Aloysio esqueceu momentos passados à beira da mesa de debates do programa Jogo de Carta da TV Record, que conduzi de setembro de 1984 a abril de 1987. Estávamos ainda a caminho da eleição indireta que levaria Tancredo Neves à Presidência e eu reunia frente a frente tancredistas e malufistas. Aloysio estava do lado oposto a Gastone Righi e este, aos berros, partiu para os impropérios, entre outros, audíveis em Pindamonhangaba, “cachorro” e “macaco”. Presa de palidez freudiana (de Lucien Freud), encolhido na cadeira, Aloisio não conseguia articular um revide. Ergui-me do assento central e berrei mais alto na direção de Righi: “Cale-se! No meu programa ninguém grita e ofende os adversários!” Tive pleno sucesso.

Na noite de Brasília, o governador talvez tenha me confundido com outrem, só posso dizer que sempre o tratei com o devido respeito. O senador, no entanto, não se confundiu. De todo modo, se a simpatia de Alckmin foi autêntica, sei que não é compartilhada por outros inúmeros tucanos. Por exemplo, CartaCapital foi praticamente ignorada pela publicidade governista durante os dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso e em São Paulo só teve vez enquanto Mário Covas viveu. A isonomia que passou a ser praticada pelo governo Lula na distribuição de anúncios, e agora pelo governo Dilma, nunca deixou de contar com as críticas, às vezes ásperas, de alguns guardiões da moral, perdão, da Moral, tidos como jornalistas.

Neste exato instante, recebemos a informação de que, na esteira do ex-governador José Serra e do seu ex-secretário da Educação Paulo Renato, o atual presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE), José Bernardo Ortiz Monteiro, acaba de renovar contratos para o fornecimento de assinaturas com as revistas Época, IstoÉ e Veja, e os jornais Folha de S.Paulo e O Estado de S. Paulo pelo valor total de 9 milhões de reais e alguns quebrados. Não houve licitação, está claro, assim como está que CartaCapital foi excluída mais uma vez.

Há toda uma longa tradição de mamatas, como outrora se dizia, a caracterizar a relação entre poder e mídia, esta que incessantemente clama por sua liberdade de fazer o que bem entende, inclusive assaltar a verdade factual de todas as formas possíveis. Só para citar as mais recentes, repito, mamatas, evoco o aval da ditadura ao acordo entre a Globo e Time-Life, para que logo em seguida fosse proibido qualquer acerto do mesmo gênero. Tivemos, sempre à sombra do regime de exceção, as generosas operações da Caixa Econômica Federal em benefício do Estadão e da Editora Abril, esta retribuída por minha saída da direção de Veja, voluntária aliás, por recusar um único escasso tostão dos patrões, ao contrário do que se lê até em livros.

E lá vem a história da Gazeta Mercantil, que lançou debêntures prontamente adquiridas pela Previ para que em suas mãos virassem letras mortas, enquanto o jornal ocupava por aluguel irrisório espaço confortável no prédio da Funcef. Ah, sim, debaixo do governo FHC registramos várias situações impagáveis, a começar pela privatização das teles em 1998, a favorecer Globo, Estadão e Abril. Não deixa por menos, em matéria de mamata, a linha de financiamento criada pelo BNDES- para salvar a Globo. Enfim, no ocaso da Presidência do príncipe dos sociólogos, a aprovação de lei que permite o investimento- de até 30% de capital estrangeiro nas nossas- empresas midiáticas, àquela altura- com a água pela garganta.

CartaCapital tem boa memória, mas não se queixa. Fizemos nossas escolhas cientes dos riscos a correr no país dos herdeiros da casa-grande e da senzala. E não perco a oportunidade para confirmar o que já sustentei neste mesmo espaço: o mundo, até este dos dias de hoje, não é todo igual. Não há notícia, para ficar no assunto, de que ministros da Educação de países democráticos e altamente civilizados comprem lotes substanciosos de assinaturas de jornais e revistas em proveito do progresso cultural de professores e alunos. Mas é óbvio que os objetivos das autoridades paulistas são outros e que a opinião de CartaCapital nunca esteve e nunca estará à venda.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Internet assusta os poderosos


Por Laurindo Lalo Leal Filho

Numa noite de sábado o Jornal Nacional surpreendeu os telespectadores. Depois de um intervalo comercial, os apresentadores titulares do programa (que geralmente não trabalham aos sábados) passaram a ler o princípios editoriais das Organizações Globo. Muita gente ficou intrigada. Porque aquilo naquela hora? Não havia mais nenhuma notícia importante no mundo a ser dada? E porque só agora, depois de 86 anos de existência, a empresa resolveu divulgar na TV suas normas de trabalho?

Milhões de telespectadores em todo o Brasil ficaram sem respostas. Só quem tem acesso à internet soube do que se tratava. A explicação para o inusitado texto lido no Jornal Nacional estava no blogue “O Escrevinhador”, de Rodrigo Vianna. Nele eram reproduzidas informações de um jornalista da Globo sobre como a emissora pretendia cobrir a indicação do embaixador Celso Amorim para o Ministério da Defesa.
Durante os oito anos do governo Lula em que esteve à frente do Ministério das Relações Exteriores, Amorim sempre foi visto com desagrado pelas Organizações Globo. A empresa não engolia as posições do ministro em defesa da soberania nacional, principalmente quando elas não coincidiam com os interesses dos Estados Unidos.
A volta de Amorim ao primeiro escalão do governo foi uma afronta para a Globo. Segundo o jornalista mencionado no blogue a orientação da empresa era clara: “os pauteiros devem buscar entrevistados para o Jornal Nacional, Jornal da Globo e Bom dia Brasil que comprovem a tese de que a escolha de Celso Amorim vai gerar ‘turbulência’ no meio militar. Os repórteres já recebem a pauta assim, direcionada: o texto final das reportagens deve seguir essa linha. Não há escolha”.
Pena que só internautas atentos ficaram sabendo disso. Jornais e revistas não repercutiram o assunto e muita gente acabou achando que, finalmente, a Globo havia tomado a iniciativa magnânima de expor à sociedade seus princípios editoriais partindo de vontade própria.
Mas mesmo atingindo um público relativamente muito menor do que o da televisão, a internet prestou um bom serviço à sociedade. Inibiu um pouco a ação nefasta armada contra o novo ministro e mostrou que a poderosa organização não consegue mais fingir que denúncias e criticas não a atingem. A Globo sentiu o golpe e tentou responder recorrendo a princípios por ela violados várias vezes ao longo de sua história.
Esperava-se uma mudança de conduta a partir daquele momento. Não foi o que ocorreu. Na mesma edição a apresentadora do Jornal Nacional disse o seguinte: “está foragida a merendeira que pôs veneno de rato na comida de crianças e professores numa escola pública de Porto Alegre”, mostrando uma foto da moça de 23 anos.
Poderia até ser verdade, mas o Jornal Nacional baseava-se apenas numa versão da policia, negada pela acusada. Seu advogado havia divulgado a palavra dela, através da Rádio Guaíba, oito horas antes do JN ir ao ar. Mas para não perder uma notícia espetacular – envenenamento de crianças – nada disso foi levado em conta. Nem os tais princípios editoriais.
Se não fosse outra vez a internet, fatos como esse não estariam sendo contados aqui em detalhes. Foi o blogue do Mello que registrou a violação dos princípios editorais da Globo, na mesma edição em que eles foram divulgados, acompanhados da gravação do desmentido da merendeira feito através do rádio.
Dessa forma vão sendo levantados os véus de interesses que recobrem o noticiário divulgado por grandes meios de comunicação, não só no Brasil mas em várias outras partes do mundo. Parece ser um caminho sem volta.
A medida em que um número maior de pessoas vai tendo acesso à internet, fica cada vez mais difícil para os meios tradicionais de comunicação realizar desvios desse tipo.

ENEM : escola pública sobe mais que escola paga


O ministro Fernando Haddad disse a este ansioso blogueiro que, desde Pitágoras, não se faz no campo da Matemática descoberta mais sensacional: metade fica abaixo da média.

Foi a descoberta que o PiG (*) fez ao analisar os últimos dados do ENEM

(Clique aqui para ler: Enem: Pig tortura e os números falam)

Quem também está fascinada com a descoberta é a Presidenta, segundo o relato de Haddad.

Ela não acreditava no feito extraordinário e pediu ao Ministro para chamar os jornalistas do PiG.

Ele tentou.

Inutilmente.

O PiG não cede: pobre não pode estudar !

E dane-se Pitágoras !.

Haddad explicou que ainda existe uma diferença considerável entre o desempenho de alunos de escolas pagas e o de escolas públicas.

Porém , os números mostram que :

1) a distância diminui;

2) a nota dos alunos de escolas públicas subiu mais do que a nota dos alunos de escolas pagas;

3) a meta do Governo é aumentar em 100 pontos a nota do ENEM, em 10 anos. E chegar, na média, a 600. Neste primeiro ano, subiu de 500 para 510, o que indica que o Governo está no caminho certo.

Quanto ao fato de metade ficar abaixo da média, não há o que fazer.

Na Finlândia também é assim, ele observou, visivelmente derrotado.

O ansioso blogueiro sugeriu que o Ministro concedesse a Medalha Fields de Matemática ao Ali Kamel.

Mas, aparentemente, a ligação caiu e ele não chegou a ouvir desinteressada sugestão.

Paulo Henrique Amorim



PIG (*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

O MUNDO AO REVÉS: BRICS DISCUTEM AJUDA PARA EUROPA


“O ministro da Fazenda do Brasil, Guido Mantega, anunciou que os países que integram o grupo BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) se reunirão na semana que vem em Washington para discutir formas de ajudar a Europa. Desafiar o dólar e a Europa sem apostar na sua quebra, e estabelecer outra correlação de forças no Fundo Monetário Internacional, é o que está por trás da oferta de ajuda lançada por Mantega.

O artigo é de Martín Granovsky, no jornal argentino Página/12

Paco Ibánez cantava. Vocês se lembram? Um príncipe mau, uma bruxa formosa e um pirata honrado. O mundo ao revés com o qual sonhava o poeta José Augustín Goytisolo talvez exista. O ministro da Fazenda do Brasil, Guido Mantega, anunciou que o grupo BRICS se reunirá na semana que vem em Washington para discutir as formas de ajudar a Europa. A rotina da crise mundial é cheia de surpresas. Cuidado com a rotina.

BRICS é a sigla do grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Há dez anos, Jim O’Neill, do “Goldman Sachs”, descobriu que havia uma segunda linha por trás dos países mais ricos a chamou de BRIC. A África do Sul, país chave que faltava, é uma incorporação recente.

Washington não é a capital de nenhuma das cinco nações, mas sim dos Estados Unidos. Os representantes dos cinco BRICS estariam, então, de visita. Ou nem tanto. Washington é também a sede do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial.

Como fato em si mesmo, falar de uma ajuda à Europa supõe uma preocupação. Os BRICS temem que a queda europeia e a estagnação norte-americana (terça-feira foi divulgada a cifra de 15% de pobres nos EUA, ou seja, 46 milhões de pessoas, em 2010) provoquem uma etapa de contração mundial que prejudique também a África do Sul, Ásia e África.

Como a Argentina sabe bem, não há ajuda sem condições. Entre 1982 (crise da dívida externa argentina) e 2001 (seu default) o Fundo ajudava, se é que se pode usar essa palavra, em troca de estratégias de transferência de renda em favor dos mais ricos, de desregulação de Estados e mercados. Essa “ajuda” do FMI era parte do que, no último domingo, o pesquisador Alain Rouquié definiu como “financeirização da economia”.

Os BRICS poderiam dizer que, se a Europa aceitar sua ajuda, eles não imporão condições. Seria divertido que o dissessem. Mas também falso. As condições de um empréstimo não são só uma ideologia, mas uma consequência da natureza de quem empresta. Elas existem sempre. Com suas diferenças de regime político, China e Brasil baseiam sua política no estímulo à demanda interna e externa e não na flexibilização do trabalho e na eternização do trabalho temporário, como acaba de fazer, por exemplo, a Espanha. O ex-presidente do governo espanhol Felipe González (1982-1996) impulsionou essas medidas, mas ontem disse amargamente que os países da Europa “são como galgos que correm atrás de uma lebre mecânica que ninguém sabe quem move e que nunca conseguem alcançar”.

A amargura é porque a Europa estaria carecendo de política comum, mas segue sendo, em conjunto, a principal economia do mundo.

Segundo o jornal “Valor”, uma das ideias dos ministros de Economia ou Fazenda e dos presidentes dos bancos centrais seria o aumento da porcentagem das reservas dos cinco BRICS em títulos lastreados em euros. Um modo de desafiar o dólar. A presidenta brasileira, Dilma Rousseff, tem reclamado que a guerra cambial mundial, impulsionada pelos Estados Unidos, obriga o resto dos países a armazenar reservas em um dólar cujo valor é fixado em Washington.

Dilma aproveitou terça-feira para fazer alguns ajustes na proposta de Mantega. Em Araçatuba, São Paulo, onde assinou convênios de ajuda financeira para fortalecer hidrovias de transporte de grãos, disse que “a melhor forma de resistir à crise no Brasil é continuar consumindo, produzindo, investindo em infraestrutura, plantando e colhendo, protegendo nossas indústrias e seu componente nacional”.

Ao falar sobre os países europeus, Dilma foi menos poética que Felipe e seus galgos. “Enquanto eles discutem o que ocorre com a crise da dívida de seus bancos, aqui nós gastamos nosso dinheiro em parcerias público-privadas, em sociedades entre o governo federal e o estadual, com o objetivo de criar desenvolvimento, emprego e renda para o país”, afirmou.

De acordo com os números da revista “The Economist”, as economias da União Europeia representam um pouco menos de 24% da economia global. Os BRICS representam 21%. Mas os europeus têm 32% dos votos no FMI e os BRICS só 11%.

Desafiar o dólar e a Europa sem apostar na sua quebra, e estabelecer outra correlação de forças no Fundo, é o que está por trás da oferta de ajuda lançada por Mantega em seu papel de Paco Ibáñez.”

FONTE: escrito por Martín Granovsky, no jornal argentino “Página/12”.

Bessinha mostra como Jefferson absolve Dirceu

O Conversa Afiada costuma seguir recomendações da ANVISA e da Sabesp.

Por isso, evita uma publicação que costuma lançar seus almanaques no Salão Nobre (sic) do Supremo Tribunal (?) Federal.

A dita publicação faz parte, com destaque, do Sistema Dantas de Comunicação.

Mas, dessa vez, instigado pelo Bessinha, o ansioso blogueiro recorreu a ela para demonstrar o que o PiG (*) ignorou.

(Especialmente, ignorou a notável especialista em Roberto Jefferson, Renata Lo Prete, da Folha (**).)

Ao se defender, Jefferson defendeu José Dirceu.

E, como Jefferson era o único a acusar Dirceu – sem provas -, vai ser difícil o Supremo condenar Dirceu.

O Brasil terá assistido a um dos mais escandalosos episódios de condenação pela mídia.

Um “assassinato de caráter” pelo PiG, como diz o Luis Nassif.

Depois das fotos no corredor do hotel em que Dirceu se hospeda (e que um colonista (***) da Folha considerou “de óbvio interesse público”), a defesa do entrevistado da Renata Lo Prete é, por si só, um poderoso argumento para acelerar a Ley de Medios.

Ou o Ministro Bernardo se acha livre de um ataque como o que o PiG (**) desfechou contra Dirceu, por causa do mensalão ?

Como se sabe, o alvo de Jefferson não era o Dirceu.

Como, no caso do Bernardo, o alvo será a Dilma.

Dirceu era a rampa que levaria Jeferson e as tropas do Golpe ao Palácio do Planalto.

(Com a Lo Prete no pelotão avançado.)

Ao depor na CPI do Mensalão, Jefferson deu a senha para o Golpe: a corrupção está ali – e apontou para o Palácio do Planalto –, está ali, do outro lado da praça.

E Golpe só não houve, porque o Farol de Alexandria convenceu o José Agripino da “teoria do sangramento”.

Deixar o Lula sangrar até esvair-se em sangue, para, na eleição, o Farol de Alexandria voltar nos braços do povo, resgatado de sua quinta em Colombey-les-deux Eglises.

Acompanhe em seguida, de nariz tapado, por favor, o que o Bessinha expressa melhor do que ninguém:

Roberto Jefferson admite que recebeu dinheiro do PT


Por Pedro Canário


O presidente do PTB, Roberto Jefferson, negou ilegalidades no recebimento de dinheiro do PT durante campanha municipal de 2004. Ele é um dos réus na Ação Penal 470, que apura o suposto esquema do mensalão, acusado de lavagem de dinheiro e corrupção passiva. Declara-se inocente.


Jefferson tornou-se um dos expoentes do caso por ter sido quem o denunciou na imprensa. Nas alegações finais, enviadas no início deste mês ao Supremo Tribunal Federal, Jefferson confirmou a existência de um acordo entre o seu partido e o PT para o recebimento de R$ 20 milhões, em parcelas iguais de R$ 4 milhões, em troca de apoio nas eleições municipais daquele ano. A ConJur teve acesso à íntegra das alegações finais da defesa de Roberto Jefferson, feita por Luiz Francisco Corrêa Barbosa.


A petição afirma que a doação de campanha entre partidos não é crime, e está previamente descrita em resoluções da Justiça Eleitoral. Segundo a defesa, a Resolução 21.609/2004, em seu artigo 3º, parágrafo único, inciso I, considerou dinheiro em espécie como recurso. Além disso, cita a Resolução 20.987/2002, artigo 10, inciso IV, que indica doação de partido político como fonte de arrecadação. “Assim, os R$ 4 milhões pagos pelo PT, como parte do dito acordo, nada têm de irregular, dirá criminoso.”


Sendo assim, o ex-parlamentar confirmou o recebimento de R$ 4 milhões em junho de 2004. O dinheiro, diz a defesa, foi pago diretamente por Marcos Valério em duas vezes: uma parcela de R$ 2,2 milhões e outra de R$ 1,8 milhão. A verba teria sido recebida diretamente por Roberto Jefferson e Emerson Palmieri, o primeiro-secretário do PTB. As cédulas estavam envoltas em fitas do Banco Rural e do Banco do Brasil.


Quanto à ilegalidade do dinheiro na origem, no PT, a defesa afirma que Jefferson nada tem a ver. A participação do ex-deputado, nessa parte do caso, é apenas como testemunha, e não como réu. A defesa diz que Jefferson “andou sempre nos limites que a lei garante”.


Mesmo assim, o advogado sustenta que não pode presumir que o dinheiro seja de fonte ilícita, já que a própria acusação já disse que a origem da verba “ainda não foi identificada”. “Não se trata, portanto, como dito na denúncia, de propina. É recurso lícito, fonte de arrecadação prevista em lei e destinada à eleição municipal de 2004″, diz a petição.


A defesa ainda alega que não há nada de suspeito na doação feita pelo PT ao PTB, já que os dois são “aliados notórios”. “Com o governo federal iniciado com a eleição vitoriosa de 2002, de que fazia e faz parte o PTB, suas bancadas, na Câmara e no Senado, desde então sempre votaram e conformaram sua base parlamentar de apoio.”


Lula

Roberto Jefferson também questiona a ausência do ex-presidente Lula no rol dos réus. Para o presidente do PTB, Lula seria o principal nome no suposto esquema, pois é “o único que no âmbito do Poder Executivo tem iniciativa legislativa”. O argumento se refere diretamente ao motivo da acusação: o PT, segundo o Ministério Público, teria comprado votos de parlamentares para que suas propostas de reforma tributária e da previdência fossem aprovadas.


Mas, segundo o advogado de Jefferson, a acusação é “incompleta e descabelada”, pois não revela o motivo de ter arrolado Lula. O ex-deputado pede, então, mais uma vez, que o STF considere a inclusão do ex-presidente da República na lista de réus.


Sobre a acusação do MP, a defesa de Jefferson seguiu o mesmo tom dos demais acusados: é incompleta e faltam provas. Trata-se, segundo a petição, de uma acusação “puramente retórica” e “sem argumentos fáticos”. Não há na acusação, segundo a defesa de Jefferson, nada que prove a existência do mensalão, ou de algum esquema de lavagem de dinheiro para a compra de votos parlamentares.


Clique aqui para ler as alegações finais apresentadas por Roberto Jefferson ao Supremo Tribunal Federal.


Clique aqui para ler “Jefferson agora nega o mensalão. O PiG vai chorar ?”

E aqui para votar na enquete do ‘Não e Sim com Paulo Henrique Amorim’: “Jefferson diz que mensalão não existiu. Ele mente ? Sim! Não”!

Clique aqui para ler “Dirceu põe em dúvida credibilidade de brindeiro Gurgel”.

De novo, o padrão Ricúpero de jornalismo

Reproduzo aí ao lado a manchete de O Globo do dia 6 de abril, com a “condenação” da Organização dos Estados Americanos à construção da Usina de Belo Monte e a materinha, na página 25 de hoje, dizendo que a OEA nada tem contra a obra e que faltou-lhe informação quando se manifestou contrária a ela.

A diferença de tratamento é tão grande que eu mesmo só a li depois de alertado pelo Conversa Afiada, de Paulo Henrique Amorim.

Não é preciso sequer dar usar argumentos diante deste flagrante desequilíbrio. É o padrão Ricúpero de jornalismo: “o que é bom a gente mostra, o que é ruim, a gente esconde”.

Neste caso, a condenação a Belo Monte pela OEA é o “bom”, o arrependimento da Organização é o “ruim”, não é mesmo.

Esqueçam qualquer discussão séria – e necessária – sobre questões ambientais e econômicas. Tudo é política e propaganda.

Havia ou não havia razão para, há um mês, a gente dizer que o Código de Ética da Globo merece apenas uma risada?

post do tijolaço

sábado, 10 de setembro de 2011

O ESTADO NÃO “INCHOU” NO GOVERNO LULA. CESSOU A SUA DEMOLIÇÃO


Por Fernando Brito

“Imagine o caro leitor que o senhor ou a senhora seja dono de uma empresa com 53 funcionários e gasta com eles, digamos, 10% do seu faturamento bruto. Oito anos depois, a sua empresa tem 63 funcionários, que absorvem 9% de seu faturamento. Isso seria boa ou má administração? Lógico que a resposta seria: claro que a empresa cresceu, mas cresceu de forma saudável, aumentando sua eficiência.

“O Globo”, hoje, em sua manchete, recusa esse raciocínio simples e estampa: “Governo Lula contratou três vezes mais servidores do que Fernando Henrique”, com base em estudo divulgado quinta à tarde pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, o IPEA.

É óbvio que, para um governo como o de FHC/PSDB, com o confessado objetivo de demolir o Estado brasileiro [Em prol de quem? Quem ficaria mais forte que o Estado e assumiria o comando, o governo? Foi determinação de "Forças" externas?], reduzir o funcionalismo era não apenas natural como parte do objetivo estratégico de enfraquecimento do poder público. O número de servidores civis na administração pública, nos dois mandatos tucanos, caiu 13,5%, como resultado –você vê no gráfico-, de muitas aposentadorias e poucas contratações que as substituíssem.

Aposentaram-se 134.654 servidores e foram admitidos 51.613. O quadro de servidores federais ativos encolheu 12,7% desde o fim do Governo Itamar até 2002, mesmo FHC já tendo assumido depois de quatro anos de contração (Collor e Itamar) onde não houve contratações, mas só demissões e aposentadorias.

Já no governo Lula, admitiram-se, por concurso, 155.534 servidores, contra 79.302 aposentadorias. O número de servidores federais ativos cresceu 11,9%, do final do Governo FHC ao final do governo Lula.

Em resumo, as admissões no governo Lula sequer chegaram a repor o estoque de servidores que Fernando Henrique encontrou e destruiu. Para ser exato, faltaram ainda 11.200 vagas.

Olhemos, porém, a questão de outra forma, para avaliar o que isso quer dizer. Imagine o caro leitor que a notícia fosse dada da seguinte forma: “Polícia Federal tem menos agentes que em 2003” ou “Universidades federais dobram matrículas e não contratam professor” ou “Número de ações duplica, mas União tem os mesmos advogados que em 2003”.

Pois é, a coisa ficaria muito diferente.

Mas a economia cresceu o suficiente para sustentar essa recuperação, ainda que limitada, nos quadros do funcionalismo federal? Espante-se, senhor leitor, mas os gastos da União com seus servidores caíram de 5% do Produto Interno Bruto, em 2002, para cerca de 4,5% do PIB. O ritmo de aumento de contratações no setor privado foi mais que o dobro do setor público.

O Brasil tem, segundo outro estudo do mesmo IPEA, um nível de emprego público que, ao contrário do que pensa muita gente, fica abaixo dos países desenvolvidos em matéria de proporção de servidores públicos sobre o número total de trabalhadores. O serviço público absorvia, em 2006, 12,5% dos empregos totais e, como a expansão do setor privado foi muito mais forte do que a do público, mesmo considerados Estados e Municípios, esse número já deve estar abaixo de 12%. Nos EUA, reconhecidamente um dos países menos “estatizados”, esta proporção era de 14,8% no mesmo ano.

A manchete de “O Globo”, portanto, agarra uma comparação que permite chocar aos incautos, mas não revela em nada o processo de saneamento do Estado brasileiro em matéria de pessoal, que não é o mesmo, ao contrário, do que destruir a capacidade de funcionamento do serviço público”.

FONTE: escrito por Fernando Brito e publicado no blog “Projeto Nacional”

Haddad não larga a mania de dar educação a pobre


Haddad e Lula, ao inaugurar o campi de Suzano do instituto federal de São Paulo, destacaram a expansão da rede de educação profissional e do ensino superior no país (Ricardo Stuckert/PR)

Saiu no Blog do Planalto:

Para Haddad, desafio na educação profissional e superior é garantir expansão qualificada dos cursos e oportunidades

Sexta-feira, 9 de setembro de 2011

O ministro da Educação, Fernando Haddad, participou nesta sexta-feira (9/9) do programa Bom Dia, Ministro e falou sobre a criação de quatro novas universidades federais, a abertura de 47 novos campi universitários e 208 novas unidades dos Institutos Federais de Educação Profissional e Tecnológica no país. O ministro informou que entre os critérios para a escolha das localidades que receberão os campi universitários pesaram a demanda de alunos e a necessidade de interiorização e, no caso dos Ifets, o critério adotado pelo governo foi a pobreza.

“Nós estamos avançando no chamado G-100, que são as 100 cidades do país com maior número de habitantes – mais de 80 mil habitantes – e arrecadação per capita ao ano inferior a R$ 1 mil. Então, o critério foi o G-100 e os Territórios de Cidadania, que são aquelas regiões muito deprimidas do país, onde há pouco investimento público-privado (…). Ao instalar uma unidade de um Instituto Federal nessas localidades, você forma pessoas qualificadas para qualquer atividade econômica e isso atrai investimentos (…). O desafio na educação profissional e na educação superior é garantir, nesta década que se inicia, uma expansão qualificada dos cursos e das oportunidades.”

As novas universidades federais serão instaladas no Pará, na Bahia e no Ceará. Outras 12 universidades federais, de 11 estados, ganharão 15 novos campi, completando 27 unidades. Até o fim de 2012, o governo federal deve concluir a implantação de 20 unidades, distribuídas entre 12 universidades federais localizadas nas regiões Norte, Nordeste, Sul e Sudeste.

Durante a entrevista, Fernando Haddad mencionou também o Plano Nacional de Educação, cujo projeto de lei está no Congresso Nacional para votação. O governo espera, com isso, aumentar os investimentos em educação de 5% para 7% do Produto Interno Bruto, compromisso de campanha da presidenta Dilma Rousseff. Segundo ele, a fonte pode ser o pré-sal. Entretanto, é a votação do Plano que vai definir tanto o percentual do PIB que vai ser investido em educação como a fonte do financiamento. “Eu penso que o momento é decisivo para orientar a próxima década”, ressaltou.

Questionado sobre a estratégia do governo para o combate ao analfabetismo, o ministro afirmou que o país está empenhado em diminuir as taxas e que vem realizando um trabalho importante. No entanto – disse Haddad – a grande dificuldade é de cunho logístico, uma vez que a concentração dos índices de analfabetismo está na zona rural, onde a taxa é superior a 18%.

“Não é por falta de recursos que nós não vamos avançar (…), não há restrição orçamentária para o combate ao analfabetismo, a dificuldade é logística (…). Nós estamos investindo meio bilhão de reais ao ano só para essa questão, e se precisarmos incrementar o orçamento para isso, nós temos liberdade, dada pela própria presidenta Dilma Rousseff.”

Navalha

O PiG (*) e a elite branca que representa jamais perdoarão o Haddad.

Como não perdoam o Nunca Dantes – pelo mesmo motivo.

Paulo Henrique Amorim