quinta-feira, 25 de setembro de 2014

O CORO DA INSIGNIFICÂNCIA NACIONAL



Mídia manipuladora

A Petrobras, a PNAD e o coro da insignificância nacional

Por Saul Leblon, na Carta Maior

"Imagine-se que o México, por exemplo, do novo herói de Wall Street Enrique Peña Nieto; ou a Espanha, do imperturbável ‘austericida’ Mariano Rajoy; ou mesmo os EUA, do flácido Barack Obama, reunisse, em uma única semana, essa que passou, as seguintes conquistas no portfólio do seu governo:
1. O país fosse declarado pela FAO/ONU um território livre da fome, praticamente erradicada nos últimos 11 anos;

2. Tivesse a notícia de que a miséria extrema fora igualmente reduzida em 75%, no mesmo período;

3. Constatasse que, após seis anos de uma interminável crise mundial, a renda média mensal das famílias continuasse a crescer, tendo se elevado em 3,4% acima da inflação em 2013 (dado da PNAD já corrigida);

4. E que o rendimento médio dos trabalhadores assalariados, no mesmo período, registrou aumento de 3,8% acima da inflação; e acima do PIB, de 2,5%;

5. Ainda: que enquanto a renda dos 10% mais ricos cresceu 2,1%, a dos lares mais pobres, incluindo-se os benefícios das políticas sociais, avançou 2,9%, o que contribuiu para um pequeno, mas persistente recuo da desigualdade, em declínio desde 2004;

6. Mais: que o trabalho infantil em 2013 caíra 12,3%; a matrícula na pré-escola atingira 81% das crianças e o trabalho com carteira assinada já englobaria 76% dos assalariados;

7. Não só; a consolidação dos indicadores sociais dos últimos 11 anos, embora não tenha quebrado os alicerces de uma das construções capitalistas mais desiguais do mundo, mexeu em placas tectônicas. A renda média da sociedade aumentou 35% acima da inflação entre 2004 a 2013. Mas a dos 10% mais pobres cresceu o dobro disso (cerca de 73%); e entre os 50% mais pobres, avançou mais de 60%, com repercussões óbvias no padrão da produção e da demanda, no conforto doméstico e nas expectativas em relação ao futuro;

8. A mesma semana generosa incluiria ainda a informação de que as novas reservas de petróleo desse país, responsável por 40% das descobertas mundiais nos últimos cinco anos, já representam 24% da produção nacional;

9. E, por fim, que o investimento em infraestrutura, depois de três décadas de declínio sistemático – repita-se, três décadas de recuos sucessivos – registrou uma inflexão e passou a crescer o equivalente a 2,4% do PIB, em média, de 2011 a 2013.

Qual seria a reação do glorioso jornalismo de economia diante desse leque de vento bom, se a mão que o abanasse fosse a dos titãs dos "mercados"?

Não seríamos poupados de manchetes faiscantes, a alardear a eficácia das boas práticas do ramo.

Mas as boas notícias têm como moldura o Brasil.

Presidido pela ‘intervencionista’ Dilma Rousseff, candidata petista à reeleição e detentora de teimosa liderança nas pesquisas do 1º turno.

Isso muda tudo.

Muda a ponto de um acervo desse calibre ser martelado como evidência de retrocesso social no imaginário brasileiro.

Muda a ponto de Marina valer-se dessa ocultação da realidade para decretar que Dilma entregará um país ‘pior do que o que recebeu’.

O padrão ‘Willian Bonner’, como se vê, faz escola.

A indigência do debate impede não apenas que o Brasil se enxergue como o país menos desigual de toda a sua história, mas, sobretudo, interdita a autoconfiança da sociedade nos seus trunfos para avançar um novo passo nessa direção.

Não se subestime aqui a persistência de gargalos significativos nessa trajetória. Juros descabidos, por exemplo. E uma paridade cambial fora de lugar há duas décadas. Com toda a guarnição de perdas e danos que esse desajuste de dois preços essenciais pode acarretar.

Embora sejam apresentados como prova do genuíno fracasso petista, a verdade é que desarranjos macroeconômicos não constituem exceção na história econômica do país.

Será necessário recordar, à nova cristã do tripé, que sob o comando de Armínio Fraga/PSDB, virtual ministro dela ou de Aécio, o BC elevou a taxa de juro a 45%, em março de 1999?

Que a dívida pública explodiu sob a gestão do festejado herói dos mercados?

E que a defasagem cambial sob FHC/PSDB exigiu uma maxidesvalorização de 30% em janeiro de 1999, escalpelando o poder de compra das famílias assalariadas?

Ou que as perspectivas da inflação então oscilavam entre 20% e 50% ao ano; maiores que as da enxovalhada Argentina hoje?

O banco de dados do glorioso jornalismo de economia dispõe desses dados.

Que ali hibernam a salvo da memória nacional.

O fato é que, se alguns desequilíbrios se repetem – em escala muito menor, caso do juro de 11% e da paridade cambial de R$ 2,25 –, os trunfos, ao contrário, caracterizam uma auspiciosa singularidade.

E não avançam apenas da esfera social para o mercado, mas vice-versa.

A economia brasileira dispõe agora de reservas em moeda estrangeira da ordem de US$ 400 bilhões, com um fiador estratégico de peso muito superior a esse.

Uma poupança de petróleo e gás, que pode chegar a 100 bilhões de barris, avaliada em cerca de R$ 5 trilhões, revestida de domínio de tecnológico e escala para traduzir-se em soberania, autossuficiência e receitas, pavimenta o futuro do crescimento nacional.

Não só.

Em plena crise mundial, o país alicerçou um dos mercados de massa mais cobiçados do planeta e um mercado de trabalho que flerta com o pleno emprego.

A sociedade brasileira é uma das poucas em todo o planeta a desfrutar de uma combinação vital ao futuro humanidade: autossuficiência alimentar e fontes abundantes de energia limpa.

Sua dívida pública é estável, proporcionalmente baixa em relação ao PIB (37%) e aos padrões mundiais.

A planta industrial, embora esgarçada, carente de competitividade, preserva escala e encadeamentos que ainda distinguem o país em relação às demais nações em desenvolvimento. Ainda que setores respirem por aparelhos, não está morta.

As empresas estão líquidas, são lucrativas, têm caixa suficiente – hoje alocado no rentismo – para deflagrar um novo ciclo de expansão.

O país conta, ademais, com invejável rede de bancos públicos e possui um dos maiores bancos de desenvolvimento do mundo (o BNDES é maior que o Banco Mundial); o nível de endividamento das famílias é proporcionalmente baixo em relação à média internacional e o sistema de crédito é sólido.

Não é pouco, mesmo considerando-se as novas condições de mobilidade de capitais que restringem o poder dos governantes para ordenar o desenvolvimento.

Com muito menos que isso, Getúlio Vargas afrontou o cerco conservador nos anos 50.

Se dependesse das restrições da época, e do imediatismo das elites, ele não teria criado a Petrobras, por exemplo.

Tampouco insistido na industrialização.

Assim como Juscelino não teria feito Brasília.

Ou Celso Furtado – desdenhado pela assessoria ‘moderna’ de Marina – teimado em erradicar o apartheid nacional, que tinha no Nordeste um quê de bantustão 'avant la lettre'.

A determinação de viabilizar cada uma dessas agendas extraiu do engajamento popular e dos fundos públicos a viabilidade sonegada pelas elites, seus sócios estrangeiros e seu aparato emissor.

A seta do tempo não se quebrou: hoje a Petrobras é a empresa que tem a maior carteira de investimento do mundo; o Nordeste é a região que lidera o crescimento do poder de compra popular; o Centro-Oeste é um dos polos agrícolas mais dinâmicos do país.

Operadores de Marina e Aécio fazem gestos nervosos na lateral de campo da disputa eleitoral.

Apontam o relógio para dizer que o tempo do jogo da soberania com justiça social esgotou.

Exigem que o eleitor encerre a disputa e aceite a derrota definitiva desse capítulo na história nacional.

O jogral tem experiência no ramo dos vereditos incontrastáveis.

O desdém pelo Brasil mais justo que progressivamente emerge das PNADs é uma prova.

O diabo é a Petrobras. E as arrancadas do pré-sal.

A dupla adiciona uma dissonância não negligenciável ao discurso da insignificância brasileira na coordenação do futuro do seu desenvolvimento.

Tem peso e medida para representar um indutor de crescimento mais consistente e duradouro que o ciclo recente de valorização das commodities, ao qual o discurso conservador atribui toda a extensão dos avanços sociais registrados nos últimos anos.

Nesse sentido, a simbologia da Petrobras ficou até maior do que foi nos anos 50.

Hoje, ela deixou de significar apenas petróleo nacional. Para se tornar o espelho de uma dissidência poderosa aos interditos dos mercados no século 21.

Fortemente imbricada nas encomendas cativas de toda a cadeia da extração, refino e usos sofisticados da petroquímica, a regulação soberana do pré-sal facultou ao país um novo berçário industrializante.

Não é o canto do cisne da luta pelo desenvolvimento, como querem alguns.

Pode ser o 'aggiornamento' de um modelo.

A integração entre compras direcionadas à indústria brasileira e o investimento em cadeias produtivas relevantes, já funciona, de forma similar, e com sucesso, nas aquisições de medicamentos para o SUS, com fomento da rede de laboratórios nacionais pelo BNDES.

Se esse modelo entrar em voo de cruzeiro, o discurso da insignificância brasileira na definição do passo seguinte do seu crescimento entrará em coma.

O pré-sal é o ponteiro decisivo da corrida contra o ultimato conservador dos operadores de Marina e Aécio.

É coerente que tenha merecido apenas uma única e mísera linha no programa de 242 páginas de Marina Silva ; assim: “Destinar ao orçamento da educação os royalties do petróleo em áreas do pré-sal já concedidas”. Ponto.

É mais que isso o que está em jogo.

No ciclo do próximo governo – e por isso é crucial ele seja progressista – o pré-sal, mantida a regulação soberana do regime de partilha, avançará exponencialmente para responder por 50% da produção brasileira em 2018.

O país estará, então, no limiar de dispor de 4,2 milhões de barris/dia, o dobro da oferta atual, com excedentes exportáveis robustos e crescentes.

Não são apenas negócios.

Cerca de 75% dos royalties do pré-sal vão para a educação; 25% para a saúde.

Mais de 300 mil jovens brasileiros serão treinados diretamente nos próximos anos pelo PROMIMP, o Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural.

Um parque tecnológico de ponta em pesquisa de energia, com adesão de inúmeras multinacionais, está nascendo no Fundão, junto à Universidade Federal do Rio de Janeiro, colado à agenda do pré-sal.

A indústria naval brasileira, que havia desaparecido nos anos 90 [FHC/PSDB], agora é a quarta maior do mundo e emprega 100 mil pessoas.

As receitas do refino – filé da indústria do petróleo – ficarão em boa parte no país, graças a um esforço hercúleo da Petrobras de investir em uma rede de refinarias, heresia sepultada pelo PSDB e a turma da Petrobrax nos anos 90.

Desqualificar a estatal criada por Getúlio – ‘o PT colocou um diretor lá por 12 anos para assaltar os cofres da empresa’, diz a doce Marina – significa para o conservadorismo uma vacina de vida ou morte contra um perigo maior.

Aquele que pode levar o discernimento nacional a enxergar, no épico contrapelo do pré-sal, sob o guarda-chuva de uma estatal poderosa, a inspiração para um modelo capaz de destravar o arranque de um novo ciclo de expansão em outras áreas.

Não se trata de uma gincana acadêmica.

Trata-se de ter ou não a soberania sobre o crescimento e a produtividade indispensáveis aos bons indicadores de futuras PNADs.

Que reúnam avanços iguais, ou maiores, que esses que o glorioso jornalismo de economia se esmerou em desqualificar na semana passada. Mas para os quais não oferece nenhuma alternativa, exceto o coro mórbido da insignificância nacional na construção do futuro".

FONTE: editorial escrito p
or Saul Leblon na "Carta Maior". Transcrito no portal "Vermelho"  (http://www.vermelho.org.br/noticia/250042-6).

Marina Silva – Parte de plano para desestabilizar o Brasil

23/9/2014, [*] Nil NIKANDROVStrategic Culture
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
No velório de Eduardo Campos Marina não chorou...
Washington lançou campanha de propaganda em grande escala em apoio a Marina Silva, candidata às eleições presidenciais no Brasil, pelo Partido Socialista Brasileiro. Continuam a repetir que a vitória dela é garantida no segundo turno. As pesquisas não oferecem resultados confiáveis e, até agora, só fala do “primeiro turno” das eleições, dia 5 de outubro de 2014.
Especialistas nos EUA creem que Marina Silva receberá os votos dos que apoiam Aécio Neves da Cunha, do PSDB, até agora com 14-16% do eleitorado. Se acontecer, a candidata apoiada pelos EUA receberia cerca de 60% dos votos, acabando com as chances de reeleição da atual presidenta Dilma Rousseff, do Partido dos Trabalhadores, no “segundo turno” das eleições, marcadas para 16/10/2014. Analistas independentes absolutamente não levam a sério essas previsões e dizem que esse cenário não passa de ilusão. E há os que começam a alertar contra fraude eleitoral.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do mesmo Partido dos Trabalhadores de Dilma Rousseff, não é candidato e trabalha pela re-eleição da atual presidenta. Para ele, Marina Silva absolutamente não tem chances de eleger-se. Para o presidente Lula, a grande ameaça não é Marina Silva, mas alguns veículos de imprensa impressa e de televisão.
Esses veículos usam como bem entendem, para finalidades de propaganda, as muitas dificuldades que brotam do processo em curso de implementar reformas sociais e econômicas, feitas para mais bem servir os interesses dos mais pobres. Seja como for, o país está avançando, com grandes projetos industriais em implementação. Lula tem-se mostrado confiante de que a verdade derrotará a mentira.
Marina Silva, Tio Sam e o PIG 
O apoio do ex-presidente à atual presidenta e candidata à re-eleição, Dilma Rousseff, é importante. Resultado desse apoio, Marina Silva já está perdendo votos.
Em recente entrevista a um dos grandes jornais do sul do Brasil, Marina Silva explodiu em lágrimas, aos gemidos de que não podia controlar o que o ex-presidente dizia dela, mas que faria o possível para não “se vingar’ dele... O ex-presidente respondeu imediatamente, que aquelas lágrimas nada tinham a ver com o que ele dissera sobre mentiras de Marina. Que, lágrimas daquele tipo, só se a causa fosse completamente diversa.
De fato, Marina Silva começa a temer os números que as pesquisas eleitorais lhe trazem. A hoje candidata foi membro do Partido dos Trabalhadores de Lula por mais de 25 anos; fez toda a sua vida política ao lado de Lula. Foi senadora, antes de ter sido Ministra do Meio Ambiente do governo Lula, em 2003.
Mas durante todos esses anos, Marina Silva sempre se manteve muito próxima dos EUA. Sempre esteve sob as lentes de inúmeros fundos especiais, dos mais variados tipos, e organizações internacionais que vasculham o mundo à procura de gente com o “perfil” adequado para ser usado como instrumento dos interesses de Washington.
Basta examinar as medalhas e prêmios que choveram sobre Marina Silva – prêmios que ninguém recebe se não for “amigo dos EUA” – para confirmar que, sim, pelo menos desde 1980, Marina Silva já estava no campo de considerações dos EUA. Essa “seleção’ é prática muito frequente: os EUA mantêm pessoal especializado em analisar traços de personalidade de possíveis “candidatos”, dos quais o que mais chamou a atenção, em Marina Silva, foi a inclinação para complementar os próprios atributos físicos, com “realizações’ políticas que chamassem a atenção (em entrevista, Marina Silva disse que teria trocado a Igreja Católica na qual fora criada, por um culto neopentecostal, porque aí “teria melhores chances de me destacar”).
O Brasil vai-se convertendo em estado soberano, forte e autoafirmativo, com grande influência no Hemisfério Ocidental, em posição de desafiar a influência dos EUA. Os debates em Washington fazem-se por trás dos panos, mas uma coisa é evidente: os EUA querem muito trocar a presidenta Dilma Rousseff por alguém mais servil. Marina Silva parece servir esse propósito.
Os serviços especiais dos EUA parecem ter pavimentado o caminho para ela, eliminando outro candidato, Eduardo Campos, do Partido Socialista. O avião Cessna 560ХL em que ele viajava sofreu uma pane e caiu, ou explodiu, ninguém sabe. French Slate.fr listou esse caso de queda de avião como um dos cinco eventos mais importantes do verão de 2014, que não estiveram nas manchetes, sobre os quais pouco se fala, mas que pode(ria) mudar o rumo da política mundial.
Dilma Rousseff
Antes da tragédia, Dilma Rousseff era considerada já vitoriosa. Com Marina Silva, as eleições sofreram, no mínimo, um “tumulto” não previsto.
Não há dúvida alguma de que, com Marina Silva na presidência, o Brasil passa a alinhar-se mais decisivamente com os EUA. O escândalo da espionagem e das escutas clandestinas, e declarações da presidenta Rousseff, para quem as escutas ilegais implantadas pelos EUA no Brasil seriam “inaceitáveis” virariam coisa do passado, bem como a UNASUL (União das Nações Sul-americanas) – união intergovernamental que integra as duas uniões aduaneiras que há: MERCOSUL e Comunidade Andina de Nações, como parte da continuada integração sul-americana, e o MERCOSUL (Mercado Comum do Sul, bloco sub-regional que inclui Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela com Chile, Bolívia, Colômbia, Equador e Peru como países associados).
O objetivo de todas essas estruturas é promover o livre comércio e o fluxo continuado de bens, pessoas e moeda. Tudo isso deixará de estar no ponto focal da política externa do Brasil.
A reorganização da Organização dos Estados Americanos, OEA, é a questão mais importante para os EUA; e voltará ao topo da lista das prioridades de política externa.
O MERCOSUL talvez até continue a existir, mas não como concorrente contra a ALCA (Área de Livre Comércio das Américas), que Washington tenta impulsionar desde 2005, quando a ideia foi recusada por Argentina, Brasil, Venezuela e alguns outros países.
Marina Silva não é grande entusiasta do futuro dos BRICS. Para ela, a participação nesse grupo não traz dividendos. Já disse que não tem qualquer intenção de estreitar relações com Rússia e China, e a aliança com Venezuela e Cuba deixará de ser efetiva. Tudo que os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff já conseguiram até agora, ir-se-á pelo ralo, só para satisfazer o poder da Casa Branca e do Pentágono.
BRICS
A batalha pré-eleitoral está-se convertendo em batalha feroz. Marina Silva não tem tempo a perder, e a carga está-se tornando pesada. Conforme mudem os números das pesquisas, a candidata Marina muda suas declarações e “plano” de governo. Já teve de explicar o que dissera antes, sobre reduzir a produção de petróleo em áreas chamadas “pré-sal”, abaixo do leito do oceano. Manifestou-se contra casamentos homoafetivos no passado; de repente, virou apoiadora.
Marina Silva é, hoje, evangélica, membro da conservadora Assembleia de Deus. Um dia depois de apresentar seu plano de governo, desdisse o que dissera sobre ser favorável ao chamado “casamento gay”. No capítulo “Cidadania e Identidades” de seu programa, incluiu “apoio a propostas que defendam (...) o casamento civil”. Na sequência, a campanha de Marina Silva distribuiu uma “correção”. A nova versão defende “os direitos de uma união civil entre pessoas do mesmo sexo”, apagando a palavra “casamento” que incluiria direitos mais amplos para os casados.
No segundo debate televisionado entre os principais candidatos, antes do 1º turno das eleições, dia 5/9/2014, Rousseff perguntou a Marina Silva como ela financiaria os cerca de R$ 60 bilhões necessários para cumprir suas promessas. “Onde você propõe buscar esse dinheiro?” – perguntou Rousseff. A candidata respondeu que o dinheiro será obtido porque “nosso país voltará à eficiência no gasto público – poremos fim ao desperdício de recursos públicos”. A presidenta Rousseff acertou quando disse que tinha sérias dúvidas de que uma pessoa com esse tipo de ideia na cabeça e convicções tão instáveis pudesse governar algum país.
Mais brasileiros já começam a ver que Marina Silva mudará todas as políticas dos governos que a antecederam e levará o país ao desastre. E “desastre” é, exatamente, o que mais desejam os “artíficies de mudança” que trabalham em Washington.
Marina Silva é pessoa com problemas psicológicos, desequilibrada – e tudo isso pode ser bastante útil para influenciar o processo de decisão para bloquear o desenvolvimento progressista do país e quebrar o equilíbrio social, depois que as forças políticas no país começam a aprender a interagir dentro do que a lei autoriza e determina.
Coronel Prugh traduzindo para o Chefe do Estado Maior das Forças Armadas dos EUA, Martin Dempsey
O que a missão Washington mais deseja é ver criados os pré-requisitos para que se encene no Brasil uma “revolução colorida”. Quer usar a “quinta coluna” e os veículos de imprensa pró-EUA para provocar “manifestações espontâneas” de cidadãos.
Os EUA já enviaram pessoal de alta capacitação e experiência para sua embaixada em Brasília, capital do Brasil. A estação da CIA que ali opera é comandada e operada por gente muito, muito experiente.
O ataché de Defesa e principal oficial da Defesa, no Brasil, é o coronel Samuel Prugh. É homem de experiência excepcional na coleta de inteligência humana, com amplas relações pessoais entre os militares brasileiros.
O presidente Lula e a presidenta Rousseff têm feito o possível para evitar manifestações públicas de incômodo com as atividades subversivas que os EUA conduzem no Brasil. Quando lhes pareceu necessário, os brasileiros usam os bem protegidos canais diplomáticos, para fazer saber a Washington que identificaram um agente que operava clandestinamente na indústria do petróleo, num gabinete diplomático ou nas forças armadas do país. Esses incidentes jamais chegaram ao conhecimento público.
Depois do conhecido escândalo associado aos relatórios de que a Agência de Segurança Nacional dos EUA gravara comunicações pessoais da presidenta e espionara a Petrobras, empresa estatal brasileira de petróleo, o governo brasileiro endureceu e exigiu que os EUA pedissem desculpas públicas. Os EUA recusaram-se a desculpar-se e, mesmo, ampliaram as operações de espionagem no Brasil (enviaram mais gente para os consulados).
O consulado dos EUA no Rio de Janeiro destaca-se: ali trabalham mais de 500 norte-americanos. John Creamer, cônsul-geral, diz que 300 daqueles funcionários trabalham no processamento de vistos de viagem, da manhã à noite. Segundo Creamer, o processamento, antes, demorava seis meses; hoje, bastam duas semanas.
John Creamer, Consul Geral dos EUA no Rio de Janeiro no "American Day" no Festival do Rio 2012 
Se os funcionários dos consulados estão realmente ocupados só com emitir vistos de viagem, ou se só vivem a arquitetar alguma versão de “primavera árabe” ou de “Maidan ucraniana”, no Brasil, sob o alto patrocínio dos serviços especiais dos EUA, só o tempo dirá.
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[*] Nil Nikandrov é um jornalista sediado em Moscou cobrindo a política da América Latina e suas relações com os EUA; crítico ferrenho das administrações neoliberais sobre as economias nacionais latino-americanas. Especializou-se em desmascarar os esforços feitos pela CIA e outros serviços de inteligência ocidentais para minar governos progressistas na América Latina. Autor de vários livros - tanto de ficção e estudos documentais - dedicados a temas latino-americanos, incluindo a primeira biografia em língua russa de Hugo Chávez.

se não assistiu , ASSISTA!!! (as obras que a midia escondeu)


quarta-feira, 24 de setembro de 2014

CALIFATO ANGLO-SIONISTA-EUA versus BRICS





Califato Anglo−Sionista−EUA versus os BRICS 

Por Peter Koenig, no "The Vineyard of the Saker", com o título The Zionist−Anglo−Saxon caliphate vs the BRICS”. Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu e postado no "Pátria Latina"

"Dividir para governar é precisamente o que o califato ocidental pretende fazer com os BRICS. A começar pelo Brasil, Washington está empenhada em campanha para caluniar a Presidenta do Brasil, Dilma Rousseff e difamar a economia do Brasil.

Resumo da história, o Brasil é impressionante história de sucesso. Mas os patrões da imprensa−empresa de propaganda deram jeito de apresentar índices declinantes de popularidade para a Presidenta Rousseff – a tal ponto que, hoje, até a sua reeleição nas eleições marcadas para outubro, parece ameaçada. Ver-se livre da Presidenta Rousseff é exatamente o que o califato de Washington mais deseja!


A partir do momento em que os países BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) manifestaram sua união-coligação e falaram de formar um Banco de Desenvolvimento conjunto (em Durban, África do Sul, dia 27/3/2013), o califato anglo-saxão-sionista só faz trabalhar para dividir o grupo. Os BRICS são quase 45% da população mundial e perto de 30% do PIB global. A “ideia−BRICS” é lançar moeda conjunta alternativa, completamente separada do dólar e da economia norte-americana da ganância.

Enquanto isso, vários outros países se integrarão aos BRICS, inclusive Argentina, Venezuela, Irã, Mongólia, Malásia e outros, que reunidos constituirão cerca de 1/3 da produção econômica e metade da população do planeta.

Isso dá aos países BRICS um perfil de força que ultrapassa as de EUA e Europa somadas. Só a China já é, não só a maior economia do mundo, como também domina o mercado asiático de cerca de 4,2 bilhões de pessoas, 60% de toda a população somada do mundo e PIB de cerca de US$ 25 trilhões, se se compara com o poder de compra da economia baseada do dólar, de cerca de US$ 17 trilhões. A Ásia registrou taxa média de crescimento de quase 8% ao longo dos últimos anos; o mundo “ocidental’”engatinhou em torno de 1%.

BRICS - alguns números 

Os países BRICS não têm por que temer a interferência dos EUA – dividir para governar – se conseguirem solidificar sua união, com solidariedade – solidariedade política e monetária, além de políticas de comércio comum – e se tiverem vontade política para realmente separar suas economias do dólar, ação é que chave para o sucesso dos BRICS.

Sir Obama – aqui também designado como “o califato ocidental” – tem muitas capacidades autodeclaradas. Vive a criar neocalifatos a serviço dele, como o Estado Islâmico do Iraque e Levante (ISIL); na sequência, põe-se a bombardear a própria criatura, fazendo o mundo crer que seriam inimigos; assiste à degola de jornalistas ocidentais e clandestinamente mantém, com dinheiro e armas sua cruzada no Oriente Médio à caça de energia e de dominar o mundo – uma cruzada que o ISIS/ISIL leva avante, em nome do supremo califato na Casa Branca.

O califato de Washington também tem seu pequeno exército de ‘nações mártires” que lutam e sofrem por ele, como os 28 membros da União Europeia, liderada (só rindo) por um grupo de sionistas neoliberais submissos a Washington e de pensamento assemelhado, fantoches cristãos−sionistas. Fazem o que Washington diz. A maioria deles são também membros pro-forma da máquina de guerra comandada pelo Califato da Casa Branca conhecido como "Organização do Tratado do Atlântico Norte" − OTAN, e macaqueiam os gritos de guerra do Fog(h)−da−Guerra−Rasmussen, o fantoche−em−chefe de Obama para a Europa.

Anders Fogh Rassmussen e Barack Obama 

Claro, o califato está sempre pronto, com sanções à mão contra os que não se comportem bem, especialmente sanções que ricocheteiam sobre terceiros. As mais recentes sanções contra a Rússia vieram depois de campanha de propaganda de mentiras e invencionices “jornalísticas” que custou um bilhão de dólares, de demonização de Vladimir Putin e da Rússia. Interessante: as “sanções” impostas contra a Rússia pelo guerreiro supremo de Washington – acompanhado na ação sancionatória, subservientemente, pelos servos−asseclas europeus, receberam imediata retaliação dos russos, que bloquearam grande parte dos negócios do agrobusiness com a Europa. E assim aconteceu que fazendeiros europeus lá estão com colheitas inteiras de frutas e legumes apodrecendo – e perdas estimadas em um bilhão de dólares, muitas vezes superiores a perdas que tenha causado à Rússia.

Neoliberais são gente de visão curta. São enceguecidos pela ganância, pela ânsia de lucro imediato, pelo sonho de uma “doutrina” de Dominação de Pleno Espectro – o que implica controlar os recursos, o dinheiro e os povos do mundo. Esse, contudo, é o império do califato que está condenado, porque depende de invencionices e mentiras, artes que funcionam por algum tempo com parte das pessoas, mas jamais funcionam todo o tempo para enganar todos. A verdade é que a maré já está virando – e já se começa a ver um fio de luz por trás da escuridão que a monstruosa e assassina máquina de guerra ocidental lançou sobre o planeta.

Os principais países europeus vassalos do neocalifato de Washington, Alemanha e França, e alguns dos mais vassalos mais recentes, Polônia, Hungria e República Tcheca, para citar só alguns, já começam a duvidar e a não confiar cegamente na “solução” das sanções. Estão começando a sentir o ardor da volta do chicote sobre o lombo do chicoteador.

A imprensa-empresa anglo-saxônica-sionista 

O califato anglo−saxão−sionista precisa de conflitos e guerras para sobreviver. Há toda uma cadeia econômica baseada na produção de armas e na destruição. Um mundo em paz seria “o colapso” daquela ordem mundial pró-guerra.

Para alcançar seu objetivo, o califato ocidental está usando aquela sabedoria de milhares de anos: dividir para governar. Servindo-se da imprensa−empresa global e de campanha multibilionária de propaganda e disseminação de mentira, Obama e seus lambe−botas europeus primeiro confundem os povos, em todos os países e continentes, distorcem o bom−senso, na sequência implantam cunhas entre eles, entre aliados, entre vizinhos, entre culturas comuns, entre famílias – e convertem amigos em inimigos.

Não esqueçam: o dólar é dinheiro inventado, que já não vale o papel em que é impresso. É produzido à vontade e já é chamado de “alívio quantitativo” (?!) [orig. 'Quantitative Easing' (QE)], expressão selecionada cuidadosamente justamente porque nada significa, um eufemismo usado para designar uma dívida que os tesouros nacionais acumulam como se fossem reservas monetárias, em todo o planeta.

O mesmo acontece com o financiamento da máquina de guerra eterna. Imprimir dinheiro à vontade passou a ser o passatempo que justifica todas as guerras e morticínios para conquistar os recursos físicos e humanos do planeta. O processo prosseguirá enquanto o resto do mundo permitir que prossiga. Mas já é fenômeno que começa a fenecer. Há 10, 15 anos, cerca de 90% das reservas mundiais eram denominadas em dólares norte-americanos. Hoje, essa porcentagem já encolheu para cerca de 60%.

Um BANCO para os BRICS 

Dividir para governar é precisamente o que o califato ocidental pretende fazer com os BRICS. A começar pelo Brasil, Washington está empenhada em campanha para caluniar a Presidenta do Brasil, Dilma Rousseff e difamar a economia do Brasil.

Acusa-se o Brasil de corrupção e nepotismo, e a economia brasileira é “alertada” contra o risco “mortal” de uma suposta dívida privada que já chegaria a 80% do PIB. Mas as campanhas de difamação “jornalística” não explicam que, graças ao aumento da dívida privada, o PIB do Brasil cresceu cerca de 30% na última década. Ninguém explica que a dívida externa do Brasil mantém na proporção de menos de 47% do PIB; nos EUA essa proporção é de quase 101,5%; na Alemanha, de 82%.

Resumo da história, é que o Brasil é impressionante história de sucesso. Mas os patrões da imprensa−empresa de propaganda deram jeito de apresentar índices declinantes de popularidade para a Presidenta Rousseff – a tal ponto que, hoje, até a sua reeleição nas eleições marcadas para outubro, parece ameaçada. Ver-se livre da Presidenta Rousseff é exatamente o que o califato de Washington mais deseja!

Imagine um concurso real, baseado em resultados econômicos, entre o califato ocidental governado por Washington, e os BRICS. Com um PIB de cerca de 30% de tudo que o mundo produz, com mais da metade da população do planeta, os BRICS mantêm a proporção entre o PIB e a dívida, em média, abaixo de 45% (estimativas de 2014): Brasil, 56,8%; Rússia, 13,4%; Índia, 67,7%; China, 22,4%, África do Sul, 46,1%. EUA, com 101,5% nessa relação, e a Eurozona com 92,6%, perdem, longe.

Presidenta Dilma Rousseff 

É claro que os BRICS nada têm a temer do califato ocidental – e de qualquer sempre provável chuva de sanções. Mas – e essa é a questão chave – o império sionista−anglo−saxão controla o atual sistema monetário ocidental. O FED, Wall Street, o Banco Central Europeu e o FMI, extensão do Tesouro dos EUA e do FED, assim como o Banco de Compensações Internacionais [orig. Bank for International Settlements (BIS)], o banco central dos bancos centrais, principal manipulador privado do ouro e das moedas nacionais – mantêm as economias ocidentais como reféns. Esse império sionista−anglo−saxão financia a máquina de guerra de EUA/OTAN.

O sistema financeiro ocidental controlado pelo império sionista−anglo−saxão tem o mesmo objetivo que a “doutrina” da "Dominação de Pleno Espectro", como define Obama, supremo califa e assassino−em−chefe, que atualmente presta serviços à oligarquia da indústria de armas e da indústria bancária.

É, portanto, mais que boa hora para os BRICS fazerem realmente acontecer sua prometida moeda alternativa, completamente separada do dólar e do sistema de lavagem de dinheiro montado em Wall Street. A viabilidade econômica desse sistema alternativo é entre 2 e 3 vezes superior à do dólar norte-americano.

Mas pode ser necessária uma medida intermediária, para deter o bulldozer ocidental. Rússia e China e vários outros países já concordaram em negociar em suas respectivas moedas e, em particular, em negociar gás e petróleo em dinheiro não−dólar, medida que reduzirá consideravelmente a demanda pela moeda dos EUA, reduzindo, é claro, a viabilidade do dólar como moeda de reserva. Rússia e China preparam-se para lançar moeda comum, uma cesta de moedas às quais se podem acrescentar outras, de outros países que desejem livrar-se dos caninos mortais do califato monetário ocidental.

A reunião da OTAN em Newport, Gales, gerou protestos por toda a Europa 

Dias 3 e 4 de setembro de 2014, a OTAN, braço militar do califato ocidental, reuniu-se em Gales, Reino Unido, para discutir sua 'raison d’être'. A própria OTAN admite que foi a mais importante reunião desde o colapso da URSS. Participaram 60 chefes de estado, incluídos os 28 países membros da OTAN. Como se esperava, a “aliança ocidental” dedicou-se a demonizar a Rússia – país chave dos BRICS – com mentiras e sandices de tal ordem que não encontram rival na história da farsa “jornalística” mundial. O relatório final da reunião, é uma fiada de acusações sem qualquer fundamento, só provocações – semelhantes às que Fog(h) da Guerra Rasmussen vive a macaquear – e que a Rússia sequer se deu o trabalho de desmentir. As declarações da OTAN sucumbem sob o peso das próprias mentiras.

É claro, depois de 65 anos de existência e desastres por todo o mundo, a OTAN precisa de nova identidade, de uma nova Guerra Fria, ou, melhor de tudo, nova guerra diretamente contra a Rússia – pela “segurança” da Europa. Assim sendo, o califa Obama, no que, esperemos, será um de seus últimos e mais desavergonhados movimentos, está pedindo que os europeus “mexam-se” e aceitem doar pelo menos 2% dos respectivos PIB para manter a OTAN; e que aprovem legislação que permita que o complexo industrial militar meta mais armas nas bases da OTAN na Europa. É o mesmo que dizer que Obama está expondo a Europa a ataques militares da defesa russa; mais uma vez, o califato anglo−sionista norte−americano está expondo os povos europeus na linha de fogo. Líderes [só rindo] europeus, fingem que aí não haveria perigo algum para seus cidadãos.

Mas... há esperança. Como Pepe Escobar escreveu em “OTAN ataca”:

"(...) o negócio realmente sério nesse mês de setembro (2014), o que realmente interessa, não é a OTAN. É a reunião de cúpula da Organização de Cooperação de Xangai. Aguardem as proverbiais agitações de placas tectônicas na próxima reunião da OCX – mudanças de tão longo alcance quanto as que se viram quando o império Otomano fracassou às portas de Viena em 1683".
FONTE: escrito por Peter Koenig, no "The Vineyard of the Saker", com o título “The Zionist−Anglo−Saxon caliphate vs the BRICS”. Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu e postado no "Pátria Latina"

MARINA É MARIONETE DE GEORGE SOROS



FATO OU TEORIA DA CONSPIRAÇÃO?

fundação estrangeira que financiou Marina

Por Miguel do Rosário, jornalista
Não queria botar mais lenha nessa fogueira, mas não posso esconder uma coisa dessas dos leitores.

Quero deixar claro que não acredito e não quero acreditar em nenhuma teoria da conspiração. Blogueiros são paranoicos por natureza, mas sou também jornalista e como tal tenho obrigação de não acreditar em teorias de conspiração.

Oxalá seja apenas uma teoria idiota, que aliás nem é exatamente uma teoria, mas um apanhado de coincidências perturbadoras.

Meu lado blogueiro, porém, me força a, pelo menos, publicar o que andei fuçando por aí.

No mínimo, isso dá um belo roteiro de thriller político. Verossimilhança e histórico de fatos similares ocorridos no passado, não faltam.

Uma reportagem da [agência norte-americana de notícias] Reuters publicada no início de agosto revelou que um prestigiado hacker espanhol descobriu uma brecha gravíssima no sistema de segurança de aviões de passageiros. Ele afirmou que é possível invadir sistemas de navegação de aviões e jatinhos e manipular os dados de satélite enviados ao piloto.

E com isso, interferir no voo e, portanto, provocar acidentes.

É impossível não relacionar isso ao acidente que vitimou Eduardo Campos, mudando completamente o quadro eleitoral no Brasil.

A morte de Campos, num acidente ainda inexplicado, tem suscitado febris teorias de conspiração. No site "Strategic Culture", há dois autores que acreditam em participação da CIA e de especuladores internacionais: o Wayne Madsen e o Nil Nikandrov.

Os motivos que levaram esses autores a desconfiar de um atentado são mais ou menos óbvios:

1 – Prejudicou imensamente o favoritismo de Dilma Rousseff, presidente com grande popularidade entre os pobres no Brasil, mas odiada pelo mercado financeiro, sobretudo após a paulada que deu nos juros no segundo ano de seu governo. O aumento do controle governamental sobre a energia, tanto a hidroelétrica quanto o pré-sal também devem incomodar a banca especulativa internacional.

2 – Marina Silva, por sua vez, acena com a independência formal do Banco Central, e sua assessoria econômica é formada por neoliberais de quatro costados. Andre “Haras” Rezende, por exemplo, largou seus iates e cavalos de raça no exterior e veio ao Brasil prestar serviços à Marina. Segundo eles, Marina Silva seria uma “marionete” de George Soros.

Um leitor me advertiu sobre outra coisa.

A imprensa deu destaque à doação de Neca Setúbal [Banco Itaú] de R$ 1 milhão ao Instituto Marina, que correspondeu a 83% do total recebido pela ONG da candidata.

Mas não falou nada sobre a “Fundação Porticus”, que deu os outros 17%.

A Porticus é uma fundação financiada e até hoje controlada de perto pela família Brenninkmeyer, bilionários de origem holandesa e alemã, donos da C&A.

Os Brenninkmeyers são conhecidos na Europa por sua reserva. Não dão entrevistas, não são vistos em público, seus diretores são obrigados a assinar rígidos contratos de confidencialidade.

O jornal britânico "Telegraph" publicou matéria, há alguns anos, sobre a família. O título: “Secretive dynasty with ruthless streak”, uma dinastia cheia de segredos e de temperamento implacável. A tradução é livre. "Ruthless" pode ser também “cruel”, “impiedoso”.

Em 2006, uma matéria no "Brasil de Fato" denunciava que as lojas da C&A vendiam roupas produzidas em condições degradantes para os trabalhadores.

Há toda uma polêmica ainda, na Europa, sobre as notórias alianças entre os Brenninkmeyers e o nazismo. A empresa experimentou um período de expansão e consolidação na Alemanha, seu principal mercado, justamente durante os anos de ascensão do nazismo no país.

A família participa do "Clube 1001", que financia organizações ambientais pelo mundo, como a WWF, e seus membros são relacionados na parte “controversa”, justamente por causa de suas atividades políticas.

Segundo a revista "Private Eye", o "Clube 1001" tem como real objetivo ser uma plataforma para “encontrar casualmente lideranças do terceiro mundo que controlam uma parte substancial dos recursos naturais do planeta”.

A revista então lista uma série de operações políticas, várias delas secretas, que envolvem o Clube ou a WWF.

Os Brenninkmeyers, ultracatólicos, também são importantes financiadores do "Opus Dei" e membros da família participam da cúpula da poderosa organização católica norte-americana "National Leadership Roundtable on Church Management".

Adivinha quem também participa da diretoria dessa organização?

Segurem a respiração! Leon Panetta, diretor-geral da CIA entre 2009 e 2011, e secretário de Defesa dos EUA, de 2011 a 2013.

Essa organização católica foi criada por Geoffrey Boisi, importante financista norte-americano, que se tornou o sócio mais jovem da "Goldman Sachs" a partir de 1978, e fundador da "The Beacon Group, LLC", uma investidora e consultoria financeira de contas bilionárias; foi também diretor e sócio do "Morgan Chase" e do "J.P. Morgan".

Boisi foi membro em 2001, junto com George Soros, do setor norte-americano de uma organização intitulada "Trilateral Comission", que reúne a elite política e financeira dos três maiores blocos de países desenvolvidos do mundo capitalista: EUA, Europa e Japão. O objetivo declarado da Trilateral é manter a ordem internacional sob seu controle e orientação.

É ou não uma boa teoria de conspiração?"

FONTE: escrito por Miguel do  Rosário em seu blog "O Cafezinho"