sexta-feira, 17 de outubro de 2014

familia feliz



quem vota no PT é desinformado?então se informe!!
























CONAN, O PETISTA



Lucidez e Realidade


O velho roteiro do golpe

O roteiro dos entreguistas e lesas-pátrias que se juntaram em torno do testa de ferro do grande capital para tomar o poder dos trabalhistas que habitam o Palácio do Planalto é de um filme velho e muitas vezes exibido ao redor do mundo.
Aqui perto de nós, na Venezuela, ele já esteve em cartaz várias vezes.
Também no Chile, na Argentina.
E no próprio Brasil.
O enredo é simples: procura-se criar uma "onda" de ressentimento, de ódio e preconceito contra os trabalhistas, acusando-os, por meio de uma imprensa venal e inteiramente aliada aos interesses oligárquicos, de tudo o que existe de errado no país.

Os jornalões batem, dia e noite, anos a fio, na mesma tecla: são corruptos, ladrões, demônios, assassinos, satanazes, belzebus...
Com isso, de quebra, se consegue esculhambar a própria atividade política.
Cria-se, então, uma alternativa a "tudo isso que está aí". 
Na falta de alguém mais preparado, o Brasil viu nascer recentemente uma Marina Silva, caricatura de si própria.
Financia-se uma boa quantidade de lumpens para fazer baderna nas ruas, sob palavras de ordem genéricas, tipo "não à corrupção".
Dá-se ampla cobertura a essas "manifestações espontâneas" e, dessa forma, consegue-se amealhar um tanto de jovens inocentes úteis, buchas de canhão que são duramente reprimidos por uma polícia de traços e DNA fascistas.
Se tudo isso ainda não der certo, ou seja, se o governo trabalhista resistir e durar até a eleição presidencial, aperta-se ainda mais o torniquete das mentiras, dos factoides, dos boatos e das calúnias.
É importante também arranjar aliados no Judiciário, para que o golpe assuma feições de legitimidade.
Arranja-se, por fim, testemunhas de "malfeitos" do governo.
Nesta eleição, dois criminosos confessos, apanhados com  a boca na botija, que, para se livrar de condenações pesadíssimas, aceitam dedurar seus cúmplices - claro que sem provas, apenas por "ouvir dizer".
Os cúmplices, frise-se, são do partido do governo e da sua base de sustentação.
O juiz do caso arma um circo, vaza imagens e áudio das "confissões" para a mídia inimiga dos trabalhistas.
O enredo se completa com a utilização de todo esse material, fartamente, na campanha do candidato laranja do grande capital internacional.
É tudo muito civilizado, muito moralizador.
Se não fosse o fato de que, neste e em outros casos idênticos de um passado tenebroso, os bandidos são os que não aparecem para o eleitor, são os que manipulam as instituições e a opinião pública, são os que despejam montanhas de dinheiro nas contas de políticos e parlamentares conhecidos. 
Os bandidos, neste e em outros casos que envergonham a história brasileira, são esses pulhas que posam como mocinhos, bons meninos e salvadores da pátria.

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

FALOU TUDO!!!

O maior erro de Lula e Dilma

@ O maior erro dos governos do PT foi se conformar com a situação dos meios de comunicação do país. Nenhuma democracia pode se desenvolver se a sua informação é controlada por meia dúzia de famílias, que, obviamente, ramificaram os seus negócios, e usam as emissoras de televisão, rádio, portais de internet, jornais e revistas que têm para seus próprios interesses.

@ Um desses interesses é justamente defenestrar os trabalhistas do Palácio do Planalto para que as coisas no Brasil voltem a ser como eram antes de 2003. Os donos das empresas de comunicação do Brasil estão, certamente, entre os mais reacionários do mundo. Vivem no pré-capitalismo. Não aceitam sequer as leis trabalhistas. 

@ O resultado desse oligopólio é isto que está aí: a informação, controlada, é do pior tipo possível, ignora o factual, não contempla o contraditório, mais se assemelha a propaganda e presta um terrível desserviço à nação.

@ Televisão e rádio são concessões públicas. Deveriam obedecer certas regras para funcionar. Mas não é isso que se vê. A programação é da pior qualidade e muitas vezes incita ao ódio e à violência. "Pastores" exigem dinheiro de incautos na maior cara dura em grande parte do dia, da noite e da madrugada, como se isso fosse a coisa mais natural do mundo, programas pseudo-humorísticos disseminam idiotices a granel. 

@ Se o poder da televisão e do rádio fosse usados para ajudar a educar as pessoas, certamente o Brasil seria outro. É o que é, com seu povo praticamente ignorante das mais comezinhas noções de cidadania, porque recebe uma informação do mais baixo nível.

@ Lula e Dilma não tiveram coragem de mudar esse status quo, essa é a verdade. Não se dispuseram a enfrentar as famílias que mandam e desmandam na área da comunicação, talvez imaginando que elas, com o decorrer do tempo, e graças à polpuda verba publicitária que lhes destina, fossem poupá-los. O resultado dessa covardia e falta de visão estratégica atingiu seu ápice neste ano de eleição geral: os trabalhistas encolheram, seus adversários cresceram. A própria reeleição da presidenta Dilma corre sérios riscos.

@ Mas talvez esse seja o menor dos problemas. O maior é mesmo criar gerações de pessoas despolitizadas, acríticas, inteiramente dominadas por slogans publicitários, sem noção de civilidade, consumidoras vorazes do lixo cultural e das modas impingidas por uma sociedade que exalta o capital como o principal valor e despreza a ética e a moral.

@ Se Aécio Neves for o próximo presidente, todos sabem o que será feito nesse setor vital para o desenvolvimento do país: absolutamente nada. Tudo ficará como está, ou então pior, com o governo federal destinando mais verbas para seus fiéis aliados - Globo, Abril, Folha, Estadão... Se Dilma for reeleita, a esperança é que ela siga os conselhos de muitos ativistas, pesquisadores, jornalistas, organizações da sociedade civil, sindicatos - ou seja, de importante parcela do país - e imponha - isso mesmo, imponha - um marco regulatório para o setor. É isso ou a barbárie.

Armínio vai vender o Brasil ao JP Morgan

Quem entende de “transparência” é o Engavetador Geral.
Sugestão do amigo navegante Walber Leandro


Armínio nauFraga é o Ministro da Fazenda eleito no PiG.

O PiG cheiroso, o Valor, dessa quinta-feira (8/10) lhe concede uma página inteira de entrevista-púlpito.

Nada de novo: tripé com transparência.

“Tripé” a gente conhece: são os parvos do tripé, uma mercadoria que os colonizados pegam nas gôndolas dos super-mercados de Princeton e não percebem que a validade se expirou.

O que há de novo também não é novo.

É a política de “tirar os sapatos”.

Diz o Ministro-eleito:

- é preciso ir abrindo a economia aos poucos;

- atrelar o Brasil a acordos comerciais bi-laterais;

- e integrar o Brasil às “melhores cadeias produtivas do mundo”.

Tradução livre.

Abrir é abrir para os Estados Unidos.

Acordos bilaterais é como o do Chile-Pinochet com os EUA.

Ajoelhar-se nas melhores cadeias produtivas significa incinerar o Mercosul na Terra do Fogo e entrar de joelhos no “Pacto do Pacífico”, que reúne os EUA e todos os países asiáticos adversários da China.

Além operar moedas – arte que aprendeu com o patrão George Soros – e jogar golfe no Gávea Golfe, NauFraga era dono do banco Gávea.

Vendeu-o ao banco americano JP Morgan, e a sua “administradora de capitais”, a Highbridge.

É o que pretende fazer com o Brasil.

Em tempo: sobre a transparência: O NauFraga serve ao Governo do Engavetador Geral da República e ousa falar em “transparência”. Quá, quá, quá !


Paulo Henrique Amorim

Em declaração de bens, vice de Aécio tem 2 fazendas de R$ 1

“Dados ficam disponíveis no DivulgaCand 2014, do TSE, e podem ser consultados por qualquer um


Saiu no i9:

Em declaração de bens no TSE, vice de Aécio (PSDB) tem fazenda de 1 real cada



A relação de bens apresentada pelo candidato Aloysio Nunes, vice de Aécio Neves (PSDB) ao TSE, mostra que nem sempre o patrimônio declarado equivale realmente à riqueza do político. Duas fazendas avaliadas por R$ 1,00 cada, chamou à atenção da equipe de reportagem do i9.


Os candidatos são obrigados a declararem os bens à Justiça Eleitoral quando registram as candidaturas e um dos objetivos é manter um controle sobre o enriquecimento dos políticos durante o exercício dos mandatos. Os dados ficam disponíveis no DivulgaCand 2014, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e podem ser consultados por qualquer um.


(…)



Leia mais:

Grampos da PF tem Caixa 2 de Campos e pegam PSDB!

Juiz da Petrobras entra na campanha

“Inacreditável o papel a que a Justiça Brasileira está se prestando”



O Conversa Afiada reproduz de texto de Fernando Brito, extraído do Tijolaço:



A Justiça em campanha


Inacreditável o papel a que a Justiça Brasileira está se prestando.



Um vídeo (sem imagens, apenas o teto de uma sala) onde o o ex-diretor ladrão da Petrobras – que aliás, admite ter sido enfiado na companhia a contragosto de Lula, por pressão de outros partidos –  diz, sem apresentar um mísero dado concreto, o que dirá uma prova, que “o comentário que pautava dentro da companhia” é que a diretoria das áreas de Gás e Energia, Serviços e Exploração e Produção, “os três por cento ficavam diretamente para o PT”


Vejam bem, os jornais afirmam que havia este desvio com base na declaração de Paulo Roberto Costa de que “o comentário que pautava dentro da companhia”.


Será que existe um lugar no mundo, repartição ou empresa, onde não haja “comentários”?


Conheço dois dos diretores mencionados e quem os conhece não pode deixar de achar um absurdo. Na diretoria de Gás e Energia, então, o diretor era Ildo Sauer, um professor universitário (da USP) e hoje um colaborador de Marina Silva. Na de Exploração e Produção, Guilherme Estrella, um geólogo de carreira da empresa, aposentado, que voltou à Petrobras e liderou a equipe que descobriu o pré-sal. Voltou à aposentadoria e cuida do jardim de sua casa, em Nova Friburgo, com a mesma simplicidade que cuidava antes.


Pois estes dois homens de quem nunca ouvi falar um ai contra a honradez de suas condutas, sem um fato, um papel, um depósito, um e-mail que seja estão expostos hoje no que só se pode definir como um comportamento indigno da Justiça e do jornalismo.


Na Folha, com base em uma suposta gravação do depoimento de Alberto Yousseff, doleiro já condenado, figura manjada que voltou às falcatruas depois de outra “delação premiada”,  no caso Banestado, diz o seguinte:


“Tinha uma outra pessoa que operava a área de serviços (da Petrobras), que se eu não me engano era o senhor João Vaccari”.


Como assim “se não me engano”? É “acho que era”? Qual é o valor disso para acusar uma pessoa, em letras garrafais e um partido político?


Eu também poderia achar que o finado Sergio Motta, tesoureiro do PSDB “operava” para os tucanos, mas eu achar e nada é a mesma coisa, salvo se eu tiver provas. E se não as tenho, como é que vou dar uma manchete destas?


É inexplicável o papel do Juiz Sérgio Moro, sobretudo depois de ver que surgiram versões clandestinas de outros depoimentos de Paulo Roberto Costa à Polícia, de permitir gravações editadas, com trechos do teor que citei, num processo que, pelos valores e gravidade que envolve, está sob sigilo, ou deveria estar.


O seu tribunal é uma “peneira” de furos seletivos.


Seria melhor que o juiz chamasse logo toda a imprensa para assistir e perguntar, pois talvez – só talvez – saísse alguma indagação sobre “que provas os senhores têm disso”?


A delação premiada, para ser válida, tem de ser acompanhada da produção de provas, não pode ser apenas concedida pela disposição de alguém, que ia gramar anos de xilindró e agora vai ser solto, sair atirando acusações para todo lado na base do “o que se comentava na companhia” ou do “se eu não me engano”.


Que Paulo Roberto Costa metia a mão na bufunfa para se beneficiar e aos seus padrinhos políticos – que não eram do PT, como ele próprio admite – está claro. Mas que um imoral destes possa sair acusando sem qualquer prova todo mundo e isso, também sem critério algum, seja publicado e transformado em matéria prima eleitoral, sob o patrocínio do Judiciário, é um escândalo.


Reflitam: não foi a “cavação” de um repórter furão que obteve o teor das declarações: elas foram feitas e divulgadas, quase que numa “coletiva”, nas barbas do juiz que sustenta que aquilo corre sob sigilo.


E, com mais de 30 anos de profissão, garanto a vocês, estes “furos coletivos” só acontecem quando acontece, também, uma armação inconfessável, embora evidente a qualquer pessoa decente.

Lula se diz “de saco cheio”: insinuam contra o PT e nunca provam

“É todo ano a mesma coisa”, disse o Presidente


"A campanha deles é travestida de novo. É trazer de volta tudo o que é velho"




Nesta quinta-feira (9), o Presidente Lula comentou as acusações feitas contra o Partido dos Trabalhadores a partir do vazamento de depoimentos do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Yousseff à Justiça e divulgadas pela imprensa. Para ele, “toda época de eleição é o mesmo cenário”.

“Não podemos admitir que um tucano, bicudo, venha chamar a gente de corrupto. Toda época de campanha é sempre o mesmo cenário. Eles começam a levantar denúncias e não precisam ser provadas. É só insinuar. Ninguém tem que provar nada e já divulgam como verdade “, discursou em plenária do PT em São Paulo.

“Estou de saco cheio de insinuações contra o PT. É todo ano a mesma coisa. É eleição para prefeitura, eleição para presidente, eleição para governardor. Daqui a pouco eles investigarão como nos comportávamos dentro do ventre de nossas mães. Digo isso porque terá o segundo turno e temos que provar que nenhuma denuncia de corrupção pode abaixar a cabeça de um petista. Se tem um que comete um erro tem minhões que não comentem”, disse Lula à militância

O evento foi uma ofensiva do partido que busca conquistar mais votos no Estado para a Presidenta Dilma Rousseff no segundo turno. “Por mais que aja antipetistas em São Paulo, tem muitos petistas. Eu custo a crer que o Presidente da Fiesp (Paulo Skaf, candidato a governador pelo PMDB) tenha tido mais votos que nós (em referência a Alexandre Padilha, candidato derrotado do PT ao governo de São Paulo). Eu acho que faltou política e debate na nossa campanha”, criticou.


O Presidente voltou a comentar as declarações de Fernando Henrique Cardoso, para quem o voto em candidatos do PT é dado por eleitores “menos informados”. “Aquilo não é o pensamento dele. É uma cultura deles. Uma cultura de dizer que quem não vota neles é mais burro do que aqueles que votam. Na cabeça dele, o Nordeste é como era no tempo dele. Hoje, nordestinos não ganham cesta básica. Ganham cidadania. O que eles gostavam mesmo era do tempo que eles estavam de carrão na rua e a gente de brasília velha”, ironizou o petista.


Sobre a disputa pela Presidência, Lula optou pela comparação. “Essa campanha não é entre Dilma e Aécio ou entre tucano e estrela. Na verdade, é uma campanha entre duas propostas de país e de sociedade. A deles, travestida de novo. É trazer de volta tudo o que é velho, como o sistema financeiro que quer ganhar sem investir. Temos que mostrar o que aconteceu nos governos deles, em que povo era tratado como estatísticas, números”, afirmou ao lado de Rui Falcão, presidente da sigla, e de Padilha.

Abaixo, outras frases do Presidente:



A gente sabe quando a Marta Suplicy perdeu a prefeitura aqui, a gente sabe que o preconceito venceu

Agora recuperamos a cidade. E agora vocês estão vendo o que eles estão cobrando do Haddad, o que não cobraram do Kassab e do Serra

Vocês viram que tão cobrando do Haddad em um ano o que eles não cobraram do Kassab e Serra em 12 anos

Precisamos eleger a Dilma para esse país não ter retrocesso. Sabemos o que fizemos em 12 anos.

O que deixam eles nervosos é o que a gente fez em 12 anos pela educação e eles não conseguiram fazer

Hoje o trabalhador não vai mais de jegue estudar, ele vai de moto

O trabalhador não vai mais pra escola de jegue, ele vai de moto e bota a família dele na garupa

É um Brasil mais forte, mais justo como disse a companheira Dilma agora na televisão

O que os incomoda é saber q eles ficaram tanto tempo dependendo de um modelo neoliberal

Eles não sabem é que nós estudamos mais do que eles. Nós estudamos a alma e os desejos do nosso povo

Quem pode mais fazer mais por esse país e por São Paulo. Se somos nós ou somos eles



Alisson Matos, editor do Conversa Afiada

Rogério Correia: “Se tudo for investigado, ele acaba preso”; ele é Aécio


Rogério-Correiaaecio-neves
Correia  cita como casos de corrupção, os dois aeroportos feitos por Aécio com dinheiro público nas fazenda da família do pai e da mãe, a rádio Arco-Íris, o Mineirão, o mensalão tucano e a Lista de Furnas
por Conceição Lemes
Antes do último domingo 5, Aécio Neves (PSDB) alardeava que, em Minas Gerais, teria 4 milhões de votos a mais que Dilma Rousseff (PT) na disputa presidência da República.
Os mineiros lhe deram uma baita cortada nas asas, assim como de outros tucanos.
Em Minas, segundo colégio eleitoral brasileiro, Dilma teve mais votos: 4.829.513 — 43,48%. Aécio, 4.4414.452 – 39,75%.
Na disputa ao governo do Estado a surra foi maior. Fernando Pimentel (PT) ganhou no primeiro turno 5.362.870 (52,98%). Pimenta da Veiga, candidato de Aécio, teve 4.240.706 votos (41,89%).
“Minas tem uma tarefa importante agora”, avalia o deputado estadual Rogério Correia (PT), em entrevista ao Viomundo. “Demonstrar ao Brasil o quanto é falso o discurso aecista e os malefícios produzidos aqui pelo choque de gestão.”
“A corrupção em Minas é enorme”, diz Correia. “Só que as pessoas não sabem.”
“Enquanto a Dilma manda investigar toda denúncia, pois não tem nada a temer, Aécio não deixa investigar nada aqui”, frisa.
“O senador Aécio não deixa investigar nada, porque tem denúncias que o envolvem pessoalmente, além das denúncias contra o seu governo”, afirma Rogério Correia.  “Se tudo for investigado, ele acaba preso.”
Rogério Correia foi reeleito para um quarto mandato na Assembleia Legislativa de Minas com 72.413 votos. É o vice-líder do Minas Sem Censura, bloco parlamentar de oposição que ajudou a criar. 
Segue a íntegra da nossa entrevista
Viomundo — Como avalia a derrota de Aécio em Minas Gerais?
Rogério Correia – Aqui, tudo era escondido.  Mas, com a campanha nacional, Minas passou a conhecer melhor o Aécio e isso levou à derrota dele. O que ele dizia na televisão, no horário eleitoral, chocava o povo mineiro.
Viomundo – De que forma?
Rogério Correia — Ele insistiu muito que nós tínhamos uma educação maravilhosa. Só que aquela educação maravilhosa não existe aqui. Quando os alunos, os professores e os mineiros em geral viram aquela propaganda mentirosa, eles compararam e ficaram chocados. Era um discurso falso. Ou seja, o marketing que o Aécio fez para o restante do Brasil entrava em contradição com a realidade. Essa falsidade levou à derrota dele aqui.
Houve ainda mais dois fatores que levaram Aécio à derrota em Minas. Um foi a arrogância. Achava que mandava em Minas. Ele dizia que ia ter aqui 4 milhões a mais de votos que a Dilma.
O outro fator é que quem cuidou do povo de Minas foi a presidenta Dilma, não foram os tucanos. Tanto que a votação dela nas regiões mais carentes foi estupenda.  No Norte de Minas, Dilma chegou a ter mais de 70% dos votos.
A cerca neoliberal tomou um curto circuito, ela foi desligada e o choque de gestão desmascarado.
Com a cerca neoliberal desligada, nós pudemos saber melhor o que estava se passando em Minas. E a opção foi pela Dilma.
Minas Gerais tem, agora, uma tarefa importante: demonstrar o quanto é falso, mentiroso, o discurso aecista e revelar ao Brasil os malefícios produzidos  aqui pelo chamado choque de gestão.
Viomundo – O senhor falou da cerca neoliberal. Ela seria o quê? 
Rogério Correia – Seria uma espécie de cerca eletrificada, circundando o Estado de Minas por todo lado, e que dá choque. No caso, choque de gestão. Aqui, em Minas, a cerca neoliberal aqui tem quatro pontos. O primeiro deles, um Estado quebrado.
Viomundo – Como um Estado quebrado?
Rogério Correia – Aécio fica falando do crescimento do Brasil, só que Minas não se desenvolveu. Minas ficou exportando minério. O minério caiu de preço, a economia mineira foi para o buraco.
Eles [Eduardo Azeredo, Aécio Neves e Antonio Anastasia] nunca propuseram um desenvolvimento de forma sustentável para o Estado de Minas.
Viomundo – Por quê?
Rogério Correia — Eles nunca acreditaram que o Brasil fosse se desenvolver. Para eles tudo é dependente do capital financeiro internacional. É o vínculo ao capital estrangeiro e, no caso aqui, à exportação de minério.
Então eles ficaram esperando o fracasso do Brasil em vez de fazer de Minas um Estado que planejasse o seu desenvolvimento.
Tanto que aqui não tem projeto para metrô, estradas, anel rodoviário. Aqui, não tem projeto regional de desenvolvimento.
Nós vamos ter que fazer esse projeto. Desenvolver Minas do jeito que o Brasil se desenvolveu. Colocar Minas na mesma rota que o Brasil se desenvolveu.
Viomundo – E o segundo ponto da cerca neoliberal?
Rogério Correia — O neoliberalismo em si. Essa cerca conta com privado. Aqui, tudo feito com parceria público-privada (PPP). Tanto que eles nunca quiseram trazer para cá as obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), do governo federal.
Viomundo – Por quê?
Rogério Correia — Porque aqui só serve se for PPP e privatização. Metrô, anel rodoviário, estradas. Aqui, ou é PPP ou não se faz. E, em Minas, as PPP fracassaram.
O pedágio cobrado na MG 50 [rodovia estadual] é o mais caro que existe em Minas e essa estrada sequer foi duplicada.  Ela mostra que o modelo de privatização de estradas foi um fiasco.
Aqui, privatizaram até presídio.  Os presídios privados custam mais caro ao Estado do que os presídios públicos.
Eles privatizaram o Mineirão. Melhor dizendo, doaram o Mineirão.
E, agora, no final do atual governo eles queriam vender a Cemig [Companhia Energética de Minas Gerais] e a Gasmig [Companhia de Gás de Minas Gerais].  É a PEC 68 que pretendia a privatização dessas empresas e que nós, do Minas Sem Censura,  não deixamos que fosse adiante.
Tem ainda a desorganização do Estado. É o que eles fizeram com as professoras. Eles baixaram a lei 100, que mentia, dizendo que iria efetivar todo mundo sem concurso público. Depois, caiu por terra.
O pessoal do Aécio desorganiza para poder privatizar depois. Esse é segundo ponto da cerca neoliberal em Minas.
Viomundo – E o terceiro?
Rogério Correia– As questões sociais. Em Minas, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) cresceu menos que no Brasil. Somos o último estado do Sudeste e agora Goiás ultrapassou Minas.
Esse é resultado de 12 anos ininterruptos de Aécio e Anastasia e mais os quatro anos de Azeredo. Todos tucanos.
Viomundo – E o quarto ponto da cerca neoliberal?
Rogério Correia — O estado de exceção. O Aécio e seu grupo político têm controle absoluto na Assembleia Legislativa, no Tribunal de Contas, no Tribunal de Justiça, no Ministério Público. Falta democracia nesses órgãos. Isso sem falar no controle absoluto que eles têm sobre a mídia mineira. Censura, mesmo, com mãos de ferro.
Isso foi rompido com o Bloco Minas Sem Censura, os movimentos sociais e a própria campanha eleitoral deste ano.
Ao romper o cerco midiático e o aparato do Estado, que é completo, nós desmontamos para a sociedade o que é o governo neoliberal em Minas.
Essa cerca neoliberal em Minas esconde tudo.  Ela não deixa investigar nada.  Por exemplo, os dois aeroportos que o Aécio construiu em Minas com dinheiro público para a família dele.  A rádio Arco-Íris, do Aécio e da irmã dele, a Andrea.
Viomundo – Aécio e os tucanos em geral vivem acusando o governo Dilma de corrupção, como se fossem vestais, não tivessem telhado de vidro.
Rogério Correia – Isso é piada. Aécio e a tucanada mineira sabem disso.
A corrupção em Minas é enorme.  Os governos de Aécio e Anastasia foram tremendamente corruptos, só que não deixaram investigar. Aqui, nós temos ex-secretários que estão em processo judicial, inclusive com pedido de prisão.
Viomundo – Os mineiros sabem desses casos de corrupção?
Rogério Correia – Quase ninguém sabe, porque a Andrea Neves, irmã do Aécio, controla a mídia mineira com mãos de ferro. Quem tenta furar esse bloqueio, acaba preso, como o jornalista Marco Aurélio Carone, do Novo Jornal. Eles acabaram com o jornal do Carone e, ainda, o mantêm preso desde janeiro deste ano.
Viomundo – Que casos de corrupção o senhor apontaria?
Rogério Correia – Para começar, os dois aeroportos feitos por Aécio à custa de dinheiro público para beneficiar a família. Ele é tão generoso com os parentes que fez um aeroporto para a família do pai e outro para a família da mãe.
O de Cláudio, da família da mãe, é o mais conhecido. É aquele que fica fechado o tempo inteiro e o tio do Aécio guarda a chave para que outros não o utilizem.
Mas tem também o de Montezuma na área da fazenda do pai.
Tem a rádio Arco-Íris, localizada na Grande Belo Horizonte, que é do senador e da irmã Andrea. Ela injetou milhões lá.  Nós não sabemos quantos exatamente, porque nunca deixaram investigar. Nós pretendemos criar uma CPI na Assembleia Legislativa para descobrir essa corrupção.
Viomundo – Qual corrupção será alvo de investigação?
Rogério Correia  — Além dessas que acabei de citar, tem a reforma do Mineirão, a dívida de mais de  R$ 8 bilhões com a Educação e outros R$ 8 bilhões com a Saúde, descumprindo o mínimo constitucional… E por aí vai.
A corrupção tem de ser sempre enfrentada.  É o governo Dilma faz. A Dilma enfrenta, não põe pra baixo do tapete.  Já o Aécio não enfrenta a corrupção.
Viomundo – O Aécio teria medo de enfrentar essas denúncias?
Rogério Correia – Teria, não. O Aécio tem medo de enfrentar essas denúncias.
Viomundo — Por quê?
Rogério Correia – Porque as denúncias de corrupção o envolvem pessoalmente. A perda do controle sobre a Assembleia Legislativa de Minas Gerais e a perda do governo levaram os tucanos ao desespero.
O senador Aécio não deixa investigar nada, porque tem denúncias que o envolvem pessoalmente, além das denúncias contra seu governo. Se tudo for investigado, ele acaba preso.
Além dos dois aeroportos, da rádio Arco-Íris e do Mineirão, o senador não consegue responder à população sobre o mensalão tucano e o caso Lista de Furnas, do qual ele e o partido fizeram parte. Aécio recebeu R$ 110 mil de Marcos Valério e R$ 5,5 milhões da Lista de Furnas.
Enfim, o governo tucano em Minas endividou o Estado, não planejou o nosso desenvolvimento, não aplicou o mínimo para Educação e Saúde, impedindo um melhor IDH. Escondeu tudo através da censura e substituiu os três poderes de Montesquieu pelo lema dos 3 mosqueteiros: “Um por todos e todos por um”.

“Os sistemas políticos atuais favorecem aqueles que já têm poder e dinheiro”

Publicado na bbc.
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Muito se falou do poder da tecnologia para mobilizar milhares de pessoas em torno de causas sociais.
Da Primavera Árabe, passando pelo Occupy Wall Street, nos Estados Unidos, e pelos protestos de junho de 2013 no Brasil, foi principalmente por meio das redes sociais e de outras ferramentas online que muita gente se uniu a um movimento e foi às ruas protestar por mudanças.
No entanto, essas ‘armas’ digitais podem ser uma faca de dois gumes na tentativa de mudar a política, segundo a socióloga turca Zeynep Tufeckci.
Ela estuda como essa mobilização digital afeta as estruturas tradicionais de poder e defende que, quando a passeata acaba, o verdadeiro trabalho está apenas começando – e que esta parte crucial do movimento por mudanças muitas vezes é deixada de lado.
Em sua palestra no TED Global, conferência de projetos inovadores atualmente em curso no Rio de Janeiro, ela argumentou que não basta aos movimentos digitais ir às ruas.

BBC Brasil – Em sua palestra, a senhora disse que a tecnologia pode empoderar e ao mesmo tempo enfraquecer as manifestações sociais. Por que isso ocorre?
Zeynep Tufeckci - As democracias estão sendo estranguladas por algumas forças poderosas. Em vez de termos democracias que representam vários interesses, os sistemas políticos atuais favorecem aqueles que já têm poder e dinheiro e que, por isso, têm muita influência sobre os políticos.
Como resultado, as pessoas estão abandonando a política, porque não acreditam mais nela. Acham que nada mudará. Então ocorre uma fagulha, e as pessoas que estão orfãs de instituições políticas decidem usar tecnologias digitais para se organizar rapidamente. Atingem grandes números, porque há muito descontentamento.
Mas, como fazem isso sem ter instituições políticas por trás, não sabem o que fazer a seguir. São como pequenas empresas que crescem muito rápido. Nestes casos, porém, há investidores que prestam socorro às empresas. Agora, se um movimento político cresce muito rápido, o governo se volta contra ele. Sem conseguir dar o próximo passo, os movimentos desaparecem, e as pessoas ficam ainda mais descontentes.
Além disso, os diferentes movimentos não sabem trabalhar em conjunto e começam a discordar entre si. E como não criaram uma forma saudavel de lidar com as discordâncias, eles se autodestroem ou ficam empacados em torno de uma demanda. No fim, a política se torna ainda mais corrupta. Quando ocorre um novo movimento, as pessoas têm ainda menos fé que as coisas podem mudar. É um ciclo vicioso.
BBC – O que é preciso fazer, então, para mudar a política de fato?
Tufeckci - Se vamos mudar sistemas políticos, não podemos fazer só as coisas legais. É preciso fazer o trabalho tedioso também. Há muitas ações empolgantes, como protetsos e ocupações, mas a chave está no trabalho chato, como se organizar para votar em eleições e criar a mesma pressão sobre os políticos, como fazem aqueles que têm poder e dinheiro.
O movimento americano de direitos civis é um exemplo. Conseguiu se organizar para fazer pressão e manter seus membros unidos. O resultado não veio em uma semana, mas em um ano. Não dá pra pensar que uma semana de passeatas mudará o sistema. Para isso, é preciso entender como pressionar o sistema no longo prazo.
Isso não é tão excitante quanto estar na rua respirando gás lacrimogêneo, mas, se isso não ocorre, os partidos e poderes politivos existentes tem paciência, recursos, dinheiro e pessoal para esperar a turbulência passar. As ruas não são mágicas. Elas têm poder se sinalizam que há algo a ser levado a sério pelos políticos. Se eles sabem que os manifestantes sairão da rua breve e não têm capacidade de se mobilizar politicamente, basta eles esperarem os manifestantes se cansarem.
BBC – No Brasil e na Turquia, os protestos foram intensos e depois acabaram sendo realizados com menos gente e de forma esparsa. Os protestos em grande escala podem voltar?
Tufeckci - Claro, mas aqueles que estão no poder não se importam se você vai às ruas. Eles se importam se isso signifca que há algo importante que eles devem levar em consideração. A passeata é um sinal, mas o que se está sinalizando? Que os manifestantes irão pra casa em uma semana? Ou que irão se organizar para tirar os políticos do poder? Para colocar pressão sobre eles?
Na maioria dos países, não vivemos mais em ditaduras ou monarquias. Há formas de mudar o sistema. Mas, como há muita corrupção, as pessoas desistiram de pressionar o sistema e, por isso, ele se torna ainda mais corrupto.
BBC – Como o governo turco lidou com os protestos?
Tufeckci - O governo polarizou o país dizendo que a metade da população que estava nas ruas eram traidores e que eles não importavam. O governo formou uma base com metade do país e decidiu governar para esta metade. Isso é horrivel e algo insustentável no longo prazo.
Em outros países, é ainda pior. Governa-se apenas para 20% do povo. Criar estas divisões é algo comum. E, assim, o governo e seus apoiadores passam a viver numa bolha, lendo só a midia que os apóia, ouvindo só aqueles que estão a seu lado. Isso pode neutralizar os protestos, mas não neutraliza o descontentamento.
BBC – Uma reforma política pode resolver essa desconexão entre os políticos e a sociedade?
Tufeckci - Sim, mas as pessoas não querem entrar na politica tradicional. Isso é ainda mais complicado na Turquia, porque os partidos de oposição são fracos e incompetentes, e o Brasil sabe muito bem como é isso.
Uma ditadura militar enfraquece uma democracia por décadas, mesmo depois de acabar. Trinta anos depois, ainda sentimentos na Turquia o efeito da ditadura. Porque a ditadura destruiu a oposição e o que a subsitutiu são partidos fracos com líderes corruptos.
A Turquia precisa de uma reforma política, assim como o Brasil. Mas isso exige trabalho duro. Eleger um Congresso. Mudar a Constituição. E a oposição não se organiza para isso. É deste trabalho chato que falo.