quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

A tragédia de termos tantos jovens conservadores


O que Dizer aos Jovens Conservadores?  Prof. André Azevedo da Fonseca 
Uma das distorções mais lamentáveis que a gente tem visto nas redes sociais é essa quantidade alarmante de jovens conservadores, reacionários, homofóbicos e misóginos. O que dizer a eles?

Não tem nenhum sentido jovem conservador. É compreensível ver velhos conservadores. É um declínio natural. Quando gente envelhece, fica menos idealista, mais cansado, com preguiça de experimentar, de mudar, de curtir ideias novas, fica menos paciente, mais cínico, perde muito da capacidade e da disposição em aprender coisas novas, em aceitar as diferenças, em compreender coisas diferentes do nosso próprio universo, aí tem que trabalhar para pagar as contas, para pagar os remédios, tem que se preocupar com os filhos e tende a ficar mais egoísta. 


A gente se acostuma a 40, 50, 60 anos com uma coisa e aí é muito mais difícil mudar. São raros os velhos de espírito juvenil e que ainda se entusiasmam com o mundo e querem descobrir coisas novas. E é normal. A gente envelhece e fica doente, cheio de dor, tudo que a gente quer é sossego, é manter o mundo do jeito que a gente está acostumado, a gente prefere rever as coisas que gente já gosta. Muitos tentam reviver o passado, ficam sonhando em recuperar o que perdeu.

Mas, velhos conservadores não são de todo mal. Sempre foi papel dos velhos manter a tradição, servir de memória para a sua comunidade e conservar alguns princípios básicos que sustentaram a sua realidade durante tantos anos. Agora, há muitos problemas aí, porque se há realmente tradições que precisam mesmo ser conservadas, se há um patrimônio cultural riquíssimo que precisa ser conservado para que gente não percas as referências que nos conduziram a que somos hoje, há também muitas tradições violentas que devem na verdade ser desconstruídas e transformadas. 

Mas a juventude, ao contrário, é o período perfeito para questionar, para experimentar, para testar, desafiar as regras do mundo, se contrapor ao conservadorismo e avançar. Juventude não é um tempo de respostas, mas de perguntas. Não é um tempo de certezas, mas de curiosidade. Não é para desperdiçar energia defendendo aquelas coisinhas que ele já sabe, mas para aprender mais. Não é para ficar ciscando. É para voar. A gente precisa da imaturidade, da inconsequência e da rebeldia dos jovens para contrabalançar o cansaço, a preguiça e o desencantamento dos adultos. 

Ao contrário dos velhos, os jovens têm energia, ainda estão descobrindo a vida, não tem nem o que conservar. Jovens só têm futuro, eles têm pouquíssimo passado. Os elementos para compreender o mundo ainda estão se ligando. Não há nem referências, não há experiência o suficiente para compreender o mundo e dizer que é melhor assim. E ao contrário do passado, patrimônio dos velhos, que é certo, já aconteceu, já se solidificou, ninguém tira o seu passado; o futuro, o patrimônio dos jovens, é incerto, é instável, não é uma garantia, ele é indisciplinado, imprevisível por natureza, como devem ser os jovens. 

Jovens tem todo o potencial físico, psicológico, biológico para serem bem mais abertos em relação às ideias. Eles têm mais oportunidade, mais tempo e, de certa forma, há até mais tolerância social para o jovem arriscar, errar, falar bobagens, coisas que fazem parte do processo de aprendizagem, e também de experimentar novas possibilidades, de fazer combinações inesperadas, de se propor a fazer coisas que são consideradas pelos velhos como impossíveis, utópicas; de desafiar as ideias antigas para ver se elas se sustentam diante os novos questionamentos ou se elas se tornaram insustentáveis, e por isso devem ser substituídas.

E aí o jovem conservador joga toda essa potência fora para conservar ideias, tradições ou valores que nem foram eles que construíram, e se igualam aos velhos cansados. É uma tragédia. A vida, o mundo e a história são tão amplos de possibilidades, tão interessantes, tem tanta coisa para fazer, para descobrir, para inventar.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Entre a coluna social e a policial

bandido1

O mais engraçado do mundo são as voltas que o mundo dá.

O playboy Álvaro Garnero Filho, filho do playboy Álvaro Garnero e neto do polêmico Mario Garnero – condenado a cinco anos de prisão por estelionato e fraude contra o sistema financeiro pela Justiça Federal, sentença depois anulada pelo STF – vive, ao que se saiba, da Brasilinvest.

E quem se tornou dirigente da Brasilinvest para a área de petróleo e gás, em 2012, logo depois de ter sido demitido por Dilma Rousseff da Petrobras, onde roubou aos montes?

Sim, ele mesmo, Paulo Roberto Costa.

Saiu no site Petronotícias, em 15 de agosto de 2012.

Alvarinho é o palerma que foi tomar satisfações com Chico Buarque dizendo que este apóia bandidos.

Bandidos, como se vê, conseguem lugar na empresa que garante a boa vida do rapaz.

A elite brasileira é uma comédia pastelão.

Não é à-toa que o educadíssimo Chico postou hoje, no Facebook – assim, meio “sem querer, querendo” – a sua música “Vai Trabalhar, Vagabundo”.

Eles não vão, não…

domingo, 20 de dezembro de 2015

A camarilha sonegadora que se esconde no 'Pato de Tróia'

José Cruz/Agência Brasil
A cobrança de tributos conforma um relevante aspecto da relação do Estado com a sociedade. Ao longo da história, os papéis do Estado foram alterando, absorvendo cada vez mais funções sociais como saúde, educação, previdência, assistência social, políticas de moradia, para além das básicas como segurança, defesa territorial e mediação de conflitos.

Tais transformações não ocorreram por acaso e tampouco espontaneamente. O processo de acumulação extremamente desigual e a oligopolização da economia constituíram o caldo de cultura para que o sindicalismo e os partidos operários e trabalhistas reivindicassem direitos sociais e distribuição da riqueza por meio de ação do Estado. Isso se deu, sobretudo, após a crise de 1929 e a Segunda Guerra Mundial.

As políticas econômicas keynesianas, o aparelho estatal de oferta de bens e serviços e o sistema de bem-estar social do período 1945-1980 foram identificados, na crítica neoliberal, como elementos que traziam pesado ônus à situação financeira dos Estados. Após 1980, essa “nova” sistematização de ideias foi implementada. Os resultados de tais políticas consistiram em fragilização dos sindicatos, ampliação das desigualdades, perda de direitos, descompasso entre variação salarial e produtividade do trabalho e ampliação significativa da participação do 1% mais rico na renda. Piketty (2014) quantificou essa concentração.

Presentemente, a disputa de ideias se dá, em grande medida, no “tamanho” do Estado, seus papeis e quem o financia. No Brasil, em 2013, 51,3% dos impostos recolhidos nas três esferas de governo tiveram origem no consumo de bens e serviços, 25,0% na folha de salário, 18,1% na renda, 3,9% na propriedade e 1,7% em demais impostos.

Quando é efetuada uma comparação com outros países, se observa que na Dinamarca e nos Estados Unidos, por exemplo, metade da arrecadação está centrada em impostos sobre a renda e lucros (gráfico 1). No que tange à América Latina, os países que mais tributam renda e lucros são: Peru, Chile e Colômbia, representando, respectivamente, 39,9%; 35,8% e 33,5% da arrecadação.

Os impostos sobre patrimônio também são mais baixos no Brasil. Eles alcançaram 3,9% da carga tributária em 2013. Já no Reino Unido, na Colômbia e na Argentina os impostos sobre patrimônio representaram, respectivamente, 12,3%; 10,6% e 9,2% da carga total.

O Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), o Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU), o Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) e o Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD) representam, respectivamente, 1,7%, 1,4%, 0,6% e 0,2% da arrecadação brasileira. A participação do Imposto Territorial Rural (ITR) é de 0,04% do total. Não passa despercebido que o Brasil é um país extenso, conformado por vastas áreas rurais.

O Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF) representou 2,7% do produto brasileiro em 2013. Nos países que integram a OCDE, esse valor corresponde a 8,5%, em média. Mesmo ao se comparar com países com níveis de renda semelhante, observa-se que no Brasil a relação é inferior. Na Turquia, por exemplo, é 13,5% e no México 13,6%. Quanto às alíquotas marginais brasileiras, tanto a mínima, quanto a máxima estão entre as mais baixas. Desde 1998, a alíquota máxima, no Brasil, é de 27,5%. Já na Alemanha é de 45%, na Turquia é de 35% e no México é de 30%.

Além de alíquotas relativamente menores, no Brasil, é possível deduzir do imposto de renda as contribuições à previdência, despesas médicas, dispêndio com dependentes, pensão alimentícia, entre outros. Em 2013, as deduções foram de R$ 295,1 bilhões, 17,4% da arrecadação e 6,1% do produto. Os 71.440 brasileiros mais ricos declaram deduções na ordem de R$ 100,1 milhões com dependentes, R$ 82,5 milhões com instrução e R$ 804,2 milhões em despesas médicas. No total, os abatimentos representaram uma média de R$ 13,8 mil por indivíduo. Desses mais ricos, 51.419 são os recebedores de lucros e declararam um patrimônio total de R$ 1,1 trilhão. Dessa maneira, a renda média individual anual é de R$ 4,5 milhões e a média patrimonial é de R$ 20,8 milhões por pessoa.

Os rendimentos isentos e não tributáveis somaram R$ 632,2 bilhões em 2013. Os 71.440 mais ricos obtiveram R$ 297,9 bilhões, dos quais R$ 196,0 bilhões estão isentos, 65,8% do total. O valor mais significativo dessa categoria provém dos lucros e dividendos distribuídos ao declarante e/ou dependentes. O total foi de R$ 231,3 bilhões. Cumpre frisar que no ano de 1995 a Lei nº 9.249 isentou a tributação sobre os dividendos.

Dentre o grupo de 34 países que integram a OCDE, apenas a Estônia aplica o modelo de isenção sobre os dividendos. No Reino Unido, a alíquota é de 36,1%; no Chile, 25%; nos Estados Unidos, 21,2%; e, na Turquia, 17,5%. O México passou a tributar em 17,1% os dividendos em 2014.

Ao se efetuar comparações das alíquotas do imposto sobre herança e doação, observa-se que o desalinhamento persiste sob o aspecto de justiça fiscal. A alíquota no Reino Unido é de 40%. Em outros países, ela é variável: nos Estados Unidos, a média é de 29%; no Chile, 13%. No Brasil a cobrança de ITCMD varia de acordo com cada estado. A alíquota média é 3,9%, porém, elas variam entre 1% e 8%, com faixas díspares. Países como Argentina, Colômbia, França, Índia, Noruega, Suécia e Uruguai adotam o Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF), com alíquotas que estão entre 0,4% a 4,8%. O Brasil não cobra esse imposto.

Os direitos sociais no Brasil foram aprimorados na constituição de 1988. Eles exigiram maior tributação. Assim como a constituição, a configuração tributária brasileira não foi gerada espontaneamente. Ela representa interesses e o poder de segmentos da sociedade. Mesmo que haja uma constante tentativa de convencimento de que os ricos e os grandes empresários “pagam o pato”, ao se comparar os dados com outros países, observa-se o contrário. Os ricos no Brasil nunca pagaram o pato. Eles apenas convencem os patos que pagam.
(João Batista Santos Conceição/ Róber Iturriet Avila/ Carta Maior)

STF manda soltar amigo e padrinho de Aécio e mantém Delcídio preso

Monica Bergamo

O STF acolheu argumentos da defesa do amigo e padrinho de Aécio banqueiro André Esteves e determinou que ele saia da prisão. A tendência do tribunal foi antecipada nesta quinta (17) pela coluna.

A informação é do advogado dele, Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que acompanha o julgamento na Corte. Esteves, amigo e padrinho de Aécio, poderá ir para casa e não precisará sequer usar tornozeleira.

"O ministro foi muito criterioso, viu que não era mais necessário manter a prisão. André Esteves deve ir para casa hoje", diz o advogado.

O ministro do Supremo Teori Zavascki, no entanto, determinou algumas medidas restritivas: ele não poderá voltar à direção do banco BTG, não poderá manter contato com outros investigados na mesma operação, terá que se apresentar a cada 15 dias à Justiça, terá de entregar passaporte para não viajar ao exterior.

Esteves foi preso há algumas semanas porque foi citado pelo senador Delcídio do Amaral (PT-MS) em uma conversa em que o parlamentar negociava com familiares do ex-diretor Nestor Cerveró a fuga do ex-diretor da Petrobras para fora do país.

O ministro manteve a prisão do senador Delcídio do Amaral, do seu chefe de gabinete Diogo Ferreira e do advogado Edson Ribeiro.

A decisão foi monocrática, do ministro Teori.

Ele considerou que, como buscas e apreensões já tinham sido feitas, depoimentos já foram finalizados e a denúncia do Ministério Público já foi apresentada ao Supremo, não havia mais sentido Esteves permanecer preso.

Dilma troca seis por uma dúzia no Ministério da Fazenda

Dilma troca Joaquim Levy por Nelson Barbosa no comando do Ministério da Fazenda 
Paulo Victor Chagas e Mariana Branco - Repórteres da Agência Brasil

A presidenta Dilma Rousseff decidiu tirar Joaquim Levy do Ministério da Fazenda e substituí-lo pelo atual ministro do Planejamento, Nelson Barbosa. Para o lugar de Barbosa, Dilma nomeou o ministro da Controladoria Geral da União (CGU), Valdir Simão.

A troca no comando da equipe econômica foi anunciada há pouco pelo Palácio do Planalto, por meio de nota à imprensa, e ocorre após uma semana conturbada no Congresso Nacional, onde estiveram em votação a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), o Plano Pluriananual (PPA) e o Orçamento de 2016. De acordo com o comunicado, Dilma agradeceu Levy e elogiou o trabalho do ministro.

"A presidenta agradece a dedicação do ministro Joaquim Levy, que teve papel fundamental no enfrentamento da crise econômica, e deseja muito sucesso nos seus desafios futuros", afirmou a Secretaria de Imprensa da Presidência.

Aprovada ontem (17) pelo Congresso Nacional, a LDO trouxe como novidade, em relação ao texto aprovado pela Comissão Mista de Orçamento (CMO) em novembro, a redução da meta do superávit primário do governo federal de 0,7% para 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB), sem deduções (R$ 24 bilhões). A mudança foi apresentada pelo relator da proposta, o deputado Ricardo Teobaldo (PTB-PE), depois de negociações com o governo, com o objetivo impedir o corte de R$ 10 bilhões do programa Bolsa Família.

Levy sempre defendeu que a meta fiscal ficasse em 0,7%, tendo, inclusive, feito um apelo aos líderes partidários, na última segunda-feira (14), para que trabalhassem pela aprovação de três medidas provisórias que aumentariam receitas, evitando, assim, o corte do Bolsa Família e de outros programas sociais, proposto anteriormente pelo relator do Orçamento, deputado Ricardo Barros (PP-PR). Na ocasião, Levy também reafirmou o compromisso do governo com a meta de esforço fiscal em 0,7% do PIB (PIB).

A demissão de Levy vem ao encontro da demanda de vários movimentos sociais, que criticavam a condução do ajuste em prejuízo a direitos dos trabalhadores. Por diversas vezes, especulou-se que o próprio Joaquim Levy pudesse pedir demissão, já que algumas de suas opiniões, no sentido de aumentar o rigor do ajuste fiscal, eram contestadas pela própria presidenta Dilma. Levy, que ocupou o cargo por menos de um ano, foi o responsável pela execução de medidas de ajuste fiscal do governo praticadas nos últimos meses, algumas das quais ainda não foram aprovadas pelo Congresso Nacional.

Perfil

Ex-secretário executivo do Ministério da Fazenda, Barbosa deixou o cargo ao lado do então ministro, Guido Mantega, em 2013. Durante a participação no primeiro governo da presidenta Dilma Rousseff, elaborou estudos de medidas de desoneração para estimular a economia e formulou uma minirreforma tributária para acabar com a guerra fiscal entre os estados.

No início deste ano, substituiu a então ministra Miriam Belchior como titular do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Antes, havia participado da equipe econômica do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em outros ocasiões. Em 2003, integrou a equipe de Guido Mantega no Planejamento. De 2004 a 2006, trabalhou no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), também junto com Mantega.

Barbosa também esteve à frente da Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, em 2007 e 2008, e da Secretaria de Política Econômica, de 2008 a 2010. Ele é professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e doutor em economia pela New School for Social Research, nos Estados Unidos.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Neta de Lula despreza a Globo

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neta lula
Por Altamiro Borges
A famiglia Marinho – dona do jornal O Globo, da revista Época, da TV Globo e da rádio CBN, entre tantos outros veículos que atentam contra a Constituição Federal, que veda o monopólio nos meios de comunicação – nunca incomodou a família de FHC. Ela sequer noticiou a existência de um filho – que depois se soube que nem era seu – fruto de um caso extraconjugal com uma repórter da própria Globo. Ela também nunca importunou a filha, o primo e o ex-genro de José Serra – mesmo com as denúncias de que eram correntistas em paraísos fiscais. Ela também nunca pesquisou a tumultuada vida familiar do cambaleante Aécio Neves. Todas as denúncias contra os tucanos viraram pó!
Já no que se refere ao petista Lula – aquele peão que chegou ao Palácio do Planalto e deflagrou uma brutal onda de ódio de classes na mídia privada -, a famiglia Marinho acionou todos os seus serviçais para devassar a sua vida. A campanha de difamação do seu império midiático não poupou sequer um familiar do ex-presidente. O alvo mais recente é a neta de Lula, que tem sido assediada por repórteres do jornal O Globo. A jovem, porém, parece que não se intimidou e postou na sua página no Facebook uma resposta incisiva e corajosa, que merece ser repercutida:
*****
Do Facebook de Bia Lula, neta do ex-presidente:
Venho publicamente relatar o que vem acontecendo comigo nos últimos dias, e de tão indignada, resolvi compartilhar com vocês que venho sendo incomodada, da maneira inconveniente e porque não dizer, assediada pela repórter Fernanda Krakovics, do Jornal O Globo, que diz que irá publicar uma matéria a meu respeito, eu querendo ou não.
Quero deixar claro que o Grupo Globo não me pauta, e que não vai fazer comigo o que tem feito com minha mãe, desde as eleições de 89, e com os meus tios, diariamente difamados e caluniados pela imprensa golpista.
 Sem contar o que fazem com o maior amor da minha vida e o melhor Presidente que este País já teve, meu avô, Luiz Inácio Lula da Silva. Sim, meu nome é Bia Lula e tenho SIM, o maior orgulho de toda sua trajetória de vida.
Meu avô, minha liderança, tirou milhões de brasileiros do mapa da FOME e da MISÉRIA, e milita em nível mundial na erradicação da FOME e da POBREZA.
Mas ok, na verdade, o que incomoda essa gente, é o fato dele ser um retirante nordestino, que sobreviveu à fome, uma liderança que surgiu do chão da fábrica, um verdadeiro BRASILEIRO.
Não me venham com este procedimento baixo e truculento.
Não devo satisfações da minha vida e não devo nada a ninguém, quem deve é o Grupo Globo, que nada mais é que uma concessão pública que subestima e tenta manipular a inteligência do nosso povo
Sei me defender, esta prática mesquinha de terrorismo midiático não me mete medo, se querem conhecer minha militância, ai vai.
‪#‎FORAGLOBO
‪#‎FORACUNHA
‪#‎DILMAFICA

E SE DILMA…

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editorial carta maior

E se Dilma tivesse vendido uma estatal, avaliada em mais de 100 bilhões, por 3,6 bilhões, como FHC (PSDB) fez com a Cia Vale do Rio Doce?
E se Dilma tivesse construído dois aeroportos, com dinheiro público, em fazendas da família, como fez Aécio Neves (PSDB)?
E se Dilma estivesse na lista de Furnas, junto com FHC, Geraldo Alckmin, José Serra, Aécio Neves (todos do PSDB)… Entre outros?
E se Dilma estivesse sendo acusada de receber propinas da Petrobrás, como Aloysio Nunes (PSDB)?
E se Dilma estivesse sendo processada no STF, por ter recebido propinas da empreiteira OAS e por ter achacado o Detran do seu estado, em um milhão de reais, como Agripino Maia (Dem)?
E se Dilma tivesse sido denunciada como beneficiária do contraventor Cachoeirinha, além de estar sendo processada, por exploração de trabalho escravo, em sua fazenda, como Ronaldo Caiado (Dem)?
E se Dilma estivesse sendo investigada na Operação Zelotes, por ter sonegado 1,8 milhão de reais e corrompido funcionários públicos, para que essa dívida sumisse do sistema da Receita Federal, como Nardes (Conselheiro do TCU, ligado ao PSDB)?
E se Dilma tivesse sido manchete de capa no New York Times, por suspeição de narcotráfico internacional, o que gerasse diversas reportagens na televisão norte americana, e agentes do DEA, Departamento Anti Drogas, dos Estados Unidos, tivessem vindo ao Brasil, para investigá-la, e um helicóptero com quase meia tonelada de pasta de cocaína fosse apreendido em uma fazenda de amigo pessoal e sócio dela, em negócios não muito claros, como Aécio Neves (PSDB)?
E se a filha da Dilma fosse assessora do presidente da CPI da Petrobrás e lobista junto a Nardes, um conselheiro do TCU, e tivesse uma conta secreta no HSBC suíço, por onde passaram milhões de dólares, como Daniele Cunha, a filha de Eduardo Cunha (PMDB)?
E se Dilma tivesse sido presa em 2004, por fraude em licitação de grandes obras, no Amapá, e tivesse sido condenada por corrupção, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, como Flexa Ribeiro (PSDB)?
E se Dilma, quando prefeita de Salvador, tivesse sumido com 166 milhões das obras do Metrô, como Antônio Imbassahy (PSDB)?
E se a filha da Dilma tivesse tido um único emprego, de assessora da mãe, e a revista Forbes a tivesse colocado como detentora de um das maiores fortunas brasileiras, caso da filha do Serra (PSDB)?
E se Dilma tivesse 18 processos por corrupção, como José Serra (PSDB)?
E se Dilma tivesse 22 processos por corrupção, como Eduardo Cunha (PMDB)?
E se Dilma tivesse dado dois Habeas Corpus, em menos de 48 horas, a um banqueiro que lesou o sistema financeiro nacional, para que ele fugisse do país; se tivesse dado um Habeas Corpus a um médico que dopava a suas clientes e as estuprava (foram 37 as acusadoras), para que ele fugisse para o Líbano; se tivesse feito uso sistemático de aviões do senador cassado por corrupção, Demóstenes Torres (Dem); se tivesse votado contra a Lei da Ficha Limpa por entender que tornar inelegível um ladrão é uma “atitude nazi-fascista” (sic), tendo a família envolvida em grilagem de terras indígenas, como Gilmar Mendes, Ministro do STF?
E se Dilma colocasse sob sigilo, por 25 anos, as contabilidades da Petrobras, Banco do Brasil e BNDES, como Geraldo Alckmin (PSDB) colocou as do Sistema Ferroviário paulista, das Sabesp e da Polícia Militar, após se iniciarem investigações da Polícia Federal, apontando desvios de muitos milhões?

E se Dilma tivesse sido governadora e como tal, cassada, por conta de compra de votos na campanha eleitoral, corrupção e caixa dois, como Cássio Cunha Lima (PSDB)?
E se Dilma, em sociedade com Mário Covas (PSDB) tivesse comprado uma enorme fazenda no município mineiro de Buritis, em pleno mandato, e recebesse de presente de uma empreiteira um aeroporto, construído gratuitamente, constatando-se depois que foi essa empreiteira a que mais ganhou licitações no governo FHC (PSDB), sócio de Covas?
E se Dilma declarasse à Receita Federal e ao TRE ter um patrimônio de 1,5 milhão e a sua filha entrasse na justiça, reclamando os seus direitos sobre 16 milhões, só parte do seu patrimônio, como aconteceu com Álvaro Dias (PSDB)?
E se Dilma estivesse sendo acusada de ter recebido 250 mil de uma empreiteira, na Operação Lava Jato, como Carlos Sampaio (PSDB)?
E se Dilma tivesse comprado um apartamento no bairro mais nobre de Paris e se, dividindo-se o valor do imóvel pelos seus rendimentos, se constatasse que ela teria que ter presidido este país por quase trezentos anos para tê-lo comprado, caso de FHC (PSDB)?
E se Dilma fosse proprietária da maior rede de televisão do país, devendo quase um bilhão de impostos e mais dois bilhões no sistema financeiro, e tivesse o compromisso de proteger corruptos e derrubar a presidente, em troca do perdão da dívida com o fisco e financiamento do BNDES, para quitar as dívidas da empresa, como no passado, caso dos irmãos Marinho, proprietários da Rede Globo de Televisão?
E se Dilma tivesse sido denunciada seis vezes, por seis delatores diferentes, na operação Lava Jato e fossem encontradas quatro contas suas, secretas, na Suíça, alimentadas por 23 outras contas, em paraísos fiscais, e o dinheiro tivesse sido bloqueado pelo Ministério público suíço, por entendê-lo fruto de fonte escusa, e tivesse mandado toda a documentação para o Brasil, com a assinatura dela, como aconteceu com Eduardo Cunha (PMDB)?
Certamente Dilma, investigada noite e dia, em todas as instâncias, sem um indiciamento, sem sequer evidências de crimes, “uma mulher honrada”, no dizer do promotor da Lava Jato e de um dos advogados dos réus, não estaria com os citados pedindo o seu impeachment.
O seu crime? Chegou o dia de pagar os carentes do Bolsa família e o tesouro não tinha dinheiro. A Caixa Econômica Federal pagou e recebeu três dias depois. Isto é “pedalada” e por isso todos os citados acima a querem fora do governo.

Por que é desonesta ou por que é um risco para os desonestos?
Para apressar a tramitação dos processos em curso ou para arquivá-los?”
O texto é do Francisco Costa.

O sistema financeiro está drenando o Brasil

Segundo Dowbor, é fundamental demonstrar como as pessoas vem sendo espoliadas pela intermediação financeira. 'Nunca tivemos uma aula sobre dinheiro'.


Fundação Friedrich Ebert reprodução
Em mais um encontro da série Conjuntura Econômica do Brasil, a Fundação Friedrich Ebert, o Brasil Debate e a Plataforma de Política Social promoveram um debate, na última quarta-feira (2.12), com a presença dos economistas Ladislau Dowbor (PUC-SP) e Fernando Nogueira da Costa (Unicamp). Em discussão, o processo de financeirização da economia brasileira e as ideias centrais do artigo de Dowbor, “Resgatando o potencial financeiro do Brasil”.

Publicado pela Fundação Friedrich Ebert, o estudo aponta as distorções do sistema financeiro e demonstra como os abusivos juros bancários, juros dos cartões de crédito e do cheque especial, crediários e alta taxa Selic vêm travando a demanda das famílias, a expansão da atividade empresarial e a capacidade de investimento do Estado em infraestrutura e políticas sociais.

A partir de dados, de várias fontes oficiais, Dowbor iniciou sua apresentação explicando como a demanda das famílias vem sendo travada pela intermediação financeira. “Hoje, 46,5% da renda familiar, quase a metade, está comprometida com o pagamento de dívidas; em 2005, o índice era de 19,3%. Como é possível dinamizar a demanda desta forma? ”, questionou.

Considerando a média ao ano dos juros cobrados sobre a pessoa física, Dowbor explicitou as causas do alto endividamento: “em média, ao ano, são cobrados juros bancários na ordem de 103% para a pessoa física; crediários a 72,33% que dobram o preço do produto e reduzem a capacidade de compra do consumidor; juros exorbitantes na faixa, em média, de 238,67% nos cartões de crédito e a 159,7% no cheque especial”.


O vale tudo do sistema financeiro


Os juros abusivos também estão travando a expansão das atividades empresarias no país. Dowbor demonstrou que longe dos índices praticados para a pessoa jurídica na zona do euro - a 2,20% ao ano -, a taxa média cobrada no Brasil chega a 50,06% ao ano: 24,16% para capital de giro e 34,80% para desconto de duplicatas. “Tocar uma empresa nessas condições não é viável”, avaliou, destacando que diante de juros altíssimos e da queda da demanda, o empresário prefere aplicar sua receita em títulos da dívida pública, com risco zero e liquidez total.

Além disso, as sucessivas altas da taxa Selic elevaram o custo da dívida pública a um patamar de 5% do PIB brasileiro. Segundo o economista, neste ano, cerca de R$ 400 bilhões serão transferidos dos nossos impostos diretamente para os grupos financeiros, representando uma esterilização significativa da capacidade de investimento do governo federal em infraestrutura e políticas sociais do país.

“Travadas a demanda, a capacidade de expansão das empresas e de investimentos do poder público, a economia para”, explicou Dowbor. A este quadro, complementou, soma-se uma evasão fiscal na ordem de 8,6% do PIB, mais de R$ 500 bilhões em desvios; além das distorções do sistema tributário brasileiro que levam os mais pobres a pagarem proporcionalmente mais do que os ricos.


Por que a economia travou?

Dowbor também chamou a atenção para o fato de que mesmo nas compras à vista, com cartão, os bancos se apropriam de 5% na modalidade crédito e 2% na modalidade débito, um valor significativo de recursos destinado aos cofres dos bancos. De uma forma geral, por meio dessa intermediação que afeta a capacidade de consumo, produção e os investimento públicos, “os recursos que deveriam ser reinvestidos no fomento da economia são desviados para a especulação financeira e escapam, em grande parte, dos impostos”, avaliou.

Uma drenagem realizada sob a conivência da imprensa que, a serviço dos intermediadores financeiros, incensa o pânico da inflação na população a cada tentativa de redução dos juros, lembrou Dowbor. “Na TV, eles martelam exatamente o que os intermediários financeiros esperam da inflação”. O economista também destacou que “o Brasil não é uma ilha”, portanto, não sofre isolado, nem sozinho, as consequências das distorções do sistema financeiro internacional. “Entre os 147 grupos que controlem 40% do mundo corporativo do planeta, 75% são instituições financeiras”.

Sob a premissa de que não se trata de ser contra os bancos, mas sim de torna-los vetores de desenvolvimento, Dowbor vem defendendo a redução progressiva da taxa Selic para obrigar os bancos a procurarem aplicações alternativas, estimulando as iniciativas de empreendedores e impedindo o escoamento dos recursos públicos. Ele também defende a redução das taxas de juros ao tomador final da rede de bancos públicos, para introduzir mecanismos de mercado no sistema de intermediação financeira.

A brutal concentração financeira

“É impossível separar capitalismo de capital financeiro”, afirmou Fernando Nogueira da Costa, já no início da sua apresentação, ao destacar que a alavancagem financeira pode ser utilizada, também, na garantia de políticas sociais a custos mais baixos. Vice-presidente da Caixa Econômica Federal, entre 2003 e 2007, o economista analisou o processo de bancarização – acesso popular a bancos e, portanto, a créditos – dos últimos dezesseis anos no país, alertando para a persistência da concentração financeira.

Entre 1999 e 2015, o número de contas bancárias no Brasil passou de 75 milhões para 209 milhões, uma expansão de 179%, permitindo que os ‘sem-contas’ ingressassem no sistema de créditos. No entanto, explicou o economista, essa expansão não significou um enriquecimento financeiro popular. No período, a média por conta bancária passou de R$ 3.288,55 para R$ 8.378,80 em valores nominais. Além disso, das 130 milhões de contas de poupança existentes no Brasil, 74 milhões apresentam, na média, R$ 13,45 centavos.

Do outro lado da moeda, ponderou Costa, existem no Brasil 726.725 milionários, 2,5% da população que concentram 42% da riqueza, com ganhos mensais acima de 40 salários mínimos. Dentro desse grupo, estão 57.507 clientes Private Banking que possuem renda percapita média de R$ 12 milhões. “É para esses 5 mil que os ignorantes úteis estão batendo panelas vazias”, ironizou.

Apresentando um comparativo sobre poder de salário do trabalhador entre os anos FHC e anos Lula e Dilma, Costa demostrou que no primeiro período, entre 1994 e 2002, o poder do salário sofreu uma queda de 17%. Já no segundo período, houve uma alta de 16%. Mas, mesmo assim, a renda do capital manteve-se seis vezes maior do que a renda do trabalho. “Os economistas continuaram no BC fixando a maior taxa de juros no mundo e a hegemonia trabalhista não entrou em conflito com a acumulação do capital financeiro. Permaneceu no país uma brutal concentração financeira”, concluiu.

Custo de vida poderia ser muito mais baixo

Hoje existem 900 milhões de cartões de crédito no Brasil, uma média de seis cartões por pessoa. Para Costa, “o problema disso é que os bancos e as bandeiras se tornaram sócios do varejo brasileiro, no sentido de pegarem os dividendos. As compras realizadas nos cartões representam 31% do total. Todos tiram o seu preço”.

Ao analisar as principais modalidades de créditos destinadas à pessoa física, ele defendeu a revogação da proibição, pelo Código de Defesa do Consumidor, da diferenciação de preços a prazo e preços à vista. Segundo ele, o desconto é legítimo já que os ‘sem cartão’ acabam pagando à vista o preço inflado – pelos prêmios de fidelidade, milhas em viagens e outros -  equivalente ao preço a prazo.

“O Brasil não é só uma economia inflacionada, há preços inflados no país que elevam o custo de vida desnecessariamente porque estão embutidos no preço da mercadoria. O custo de vida das pessoas poderia ser muito mais baixo e o poder aquisitivo muito mais alto se fossem atacadas as intermediações embutidas nos preços”, explicou. Costa defendeu, também, o fim do crédito parcelado que embute os juros no preço do produto; e os períodos “de graça” que precificam o custo de oportunidade.

O economista destacou, ainda, a importância de uma mudança no comportamento do consumo das pessoas. “Nós sabemos que não podemos entrar no crédito rotativo, mas a grande massa da população não sabe e acredita que limite de crédito é para se gastar à vontade. É preciso entender como se precifica e como se formam as taxas de juros”.


População precisa saber como está sendo espoliada

Em concordância com a necessidade de informar a população, Dowbor finalizou o encontro destacando que a maioria das pessoas se culpam pela inadimplência ou se sentem idiotas por não compreenderem o funcionamento do sistema. “O que as pessoas precisam compreender é que o nome delas não está sujo. Quem tem o nome sujo é a instituição que pratica um negócio como esse”.

Segundo Dowbor, é fundamental demonstrar a forma como as pessoas vem sendo espoliadas pela intermediação financeira. “Nunca, nenhum de nós tivemos uma aula sobre o dinheiro que é o principal estruturador social. Há uma incompreensão generalizada na sociedade”, avaliou.

Em sua visão, o sistema financeiro no Brasil é de longe o mais forte e, também, o mais vulnerável, porque não financia a produção, nem o consumo no país, pelo contrário: “O sistema financeiro praticado no Brasil está travando o consumo e as conquistas sociais. É o exagero cometido, as abusivas taxas cobradas, que o torna vulnerável. Rupturas estão se dando em diversos países do mundo. Nós precisamos mostrar que o sistema financeiro, tal como vem sendo realizado, está drenando o Brasil”.

Vai deixar ele dar o Golpe?

Ele toma café da manhã com o Pauzinho e o Gilmar (PSDB-MT)

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

JUSTIÇA 'DESCARADAMENTE CONFIRMA QUE TUCANO É IMPUNE



Processo contra AeroAécio virou pó!

Por Altamiro Borges

"No final de novembro, o Conselho Superior do Ministério Público de Minas Gerais decidiu arquivar o inquérito que apurava as irregularidades na construção de um aeroporto na cidade de Cláudio, no interior mineiro, durante a gestão de Aécio Neves (PSDB). A escandalosa decisão não mereceu maior destaque na mídia seletiva e falsamente moralista. A [tucana] "Folha" deu apenas uma pequena nota na quinta-feira (3). "Por sete votos a quatro, o órgão considerou que não há elementos para prosseguir com as investigações". Ou seja: o caso está encerrado! Virou pó! Os tucanos são puros e santos!

Para quem já se esqueceu dessa sacanagem - já que a imprensa simplesmente sumiu com o assunto de suas páginas e das telinhas -, o tal aeroporto foi construído com recursos públicos numa fazenda de Múcio Guimarães Tolentino, tio-avô do cambaleante presidente do PSDB. O Ministério Público de Minas Gerais, que sempre manteve forte ligação com o tucanato, foi acionado para apurar a denúncia em 2009, mas logo arquivou o caso. Ele só voltou à tona nas eleições presidenciais do ano passado. Deputados estaduais mineiros pediram novas investigações e o caso foi novamente reaberto.

Agora, porém, ele virou definitivamente pó. O "AeroAécio" não será investigado. Assim como não foi apurado até hoje o escândalo do helicóptero apreendido pela Polícia Federal com meia tonelada de cocaína. Pertencente à família do senador Zezé Perrella, amigo de Aécio Neves, o caso também virou pó! Sumiu da mídia chapa-branca e da atenção da Justiça. Não há prisões arbitrárias, nem vazamentos seletivos, nem escandalização da política na imprensa sensacionalista. E ainda tem gente que acredita na neutralidade da mídia e na imparcialidade da Justiça. O triste episódio confirma a chacota que circula nas redes sociais. Basta se filiar ao PSDB para não ser investigado ou preso no Brasil!


Senador Zezé Perrella e o amigo Aécio Neves "Numa boa"

FONTE: escrito pelo jornalista Altamiro Borges

resposta a temer


sempre em "boa" companhia


bessinha esporte bretao

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Diante do juiz, Lula reafirma que Rede Globo mentiu, mente e continuará mentindo caso não seja enquadrada na ordem jurídica nacional

Em audiência, Lula desmente ‘O Globo’ e nega ser dono de tríplex
Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lul
O ex-presidente Lula compareceu nesta quinta-feira (4) a audiência da ação por danos morais que move contra jornalistas do jornal “O Globo”, na 46ª Vara Cível do Rio de Janeiro. Ao juiz, Lula reafirmou que jamais possuiu um apartamento tríplex na praia do Guarujá (RJ), diferentemente do que afirmou reportagem publicada em 12 de agosto.

A informação foi publicada mesmo após ter sido “devidamente esclarecido” o não vínculo do ex-presidente com o fato, antes da publicação.

A reportagem também relacionava o imóvel às investigações da Operação Lava Jato e ao doleiro Alberto Youssef, algo que os jornalistas não conseguiram demonstrar durante à audiência. Também em juízo, eles disseram que tinham apenas ouvido falar disso por meio de “fontes” anônimas, mas não chegaram a ver nenhum documento que comprovasse a suposta informação.

“Esses textos veiculam afirmações contundentes, sem qualquer ressalva ou reserva, atribuindo ao autor a condição de proprietário de um apartamento triplex, com o intuito de criar, como já dito, uma ligação entre ele e o senhor Alberto Youssef — pessoa notoriamente envolvida em práticas criminosas e já condenada em processo judicial decorrente da Operação Lava Jato”, disseram os advogados de Lula.

Agora, os advogados das partes têm prazo de cinco dias para apresentarem ao juiz as alegações finais.

Após a audiência, Lula seguiu para o Palácio da Guanabara para conversar com o governador do RJ, Luiz Pezão. De lá, o ex-presidente concederá entrevista coletiva para falar sobre o pedido de abertura de impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
(Agência PT de Notícias)

Na calada da noite, bandidos do DEM, PPS e PSDB se encontram com o larápio Cunha

http://blogs.oglobo.globo.com/panorama-politico/post/oposicao-vai-apoiar-eduardo-cunha-no-conselho-de-etica-e-vai-para-cima-de-renan-calheiros.html

Na calada da noite de ontem teve reunião em segredo da oposição com Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para acertar uns acordos entre si, segundo o jornalista Ilimar Franco.

Nessa reunião a oposição teria se comprometido a salvar Cunha de ser cassado no Conselho de Ética por causa das graves denúncias de corrupção com contas clandestinas na Suíça abastecidas com propinas, segundo denúncia do Ministério Público.

Note que Cunha anunciou ontem que iniciaria processo de impeachment, mas oficialmente só despachará hoje. Tempo para necessário para acertar suas barganhas com a oposição.

Um dos presentes relatou que estavam nesse encontro os líderes Carlos Sampaio (PSDB-SP), Mendonça Filho (DEM-PE), Rubens Bueno (PPS-PR) e Paulinho da Força (Solidariedade-SP). Eles avaliam que com o impechment a situação de Cunha vai melhorar.

O comportamento de Aécio Neves (PSDB-MG) vir a público ontem dizer que não fez barganha com Cunha (sem que ninguém tivesse perguntado), parece aquela estória do joãozinho dizer para a professora que não peidou antes dos outros sentirem o mau cheiro.
(Os Amigos do Presidente Lula)

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Janot confirma “existência de canal de vazamento na Lava Jato”

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse nesta quarta-feira (25) que existe um “canal de vazamento” de informações da operação, destinado a abastecer “pessoas em posição de poder”.


Janot vê “canal de vazamento” da Lava Jato para poderosos Janot vê “canal de vazamento” da Lava Jato para poderosos
A declaração de Janot foi baseada no fato de que as investigações feitas no âmbito da Lava Jato pelo Supremo Tribunal Federal (STF) identificaram que o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, possuía uma cópia de trecho do acordo de delação premiada do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, antes mesmo de o acordo ser protocolado na Justiça. O banqueiro teve a sua prisão decretada nesta quarta (25).

“No bojo desse terceiro assunto, vem à tona a grave revelação de que André Esteves tem consigo cópia de minuta de anexo do acordo de colaboração premiada afinal assinado por Nestor Cerveró, confirmando e ilustrando a existência de canal de vazamento na Operação Lava Jato que municia pessoas em posição de poder com informações do complexo investigatório”, disse Janot no pedido de prisão do banqueiro enviado ao STF (Supremo Tribunal Federal).

A afirmação reforça o que o Portal Vermelho e diversos veículos de comunicação alternativa têm denunciado sobre a espetacularização da Operação Lava feita pela mídia que, de posse de documentos sigilosos, lança seus holofotes apenas sobre integrantes do PT.

Além disso, a afirmação de Janot contraria a declarações do juiz Sergio Moro, responsável pelas investigações da Lava Jato, que nega vazamento seletivo.


Do Portal Vermelho, Dayane Santos, com informações de agências

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Sergio Moro e a naturalização do fascismo


sergiomorocafezinho
Por Miguel do Rosário, no blog O Cafezinho:
Estava pensando com meus botões.
O fascismo é uma praga que se infiltra subrepticiamente na sociedade.
A gente vai se acostumando ao arbítrio.
No julgamento do mensalão, denunciado por muita gente de bem (não só por blogueiros sujos, quero dizer) como um julgamento de exceção, acusou-se pesadamente, de variados crimes, o ex-presidente nacional do PT, José Genoíno, o tesoureiro do partido, Delúbio Soares e um de seus nomes mais proeminentes, o ex-ministro e ex-deputado José Dirceu.
Mas não seu prendeu preventivamente ninguém. Deu-se a todos a chance de se defenderem, embora tenhamos visto que foi tudo uma farsa. A condenação midiática se sobrepôs a tudo.
Com Sergio Moro, o fascismo judicial-midiático subiu a outro patamar.
Sob forte proteção midiática, Moro saiu prendendo todo mundo preventivamente, bem antes de condenar. Na maioria dos casos, antes mesmo de possuir qualquer prova.
Mais tarde, foi atrás de provas, qualquer coisa, e tudo que foi encontrado foi vazado de maneira sensacionalista e confusa à imprensa, como maneira de justificar o arbítrio.
O tesoureiro do PT ficou preso preventivamente por meses. E agora, muito tempo depois, é que Moro quebra o sigilo telefônico do PT nacional para procurar provas que possam justificar sua prisão.
Reparem bem: o STF, a mais alta corte do país, mesmo com acusações pesadas contra o PT, contra o presidente nacional do partido, contra o tesoureiro, não tocou jamais no sigilo do partido, nem tentou destruir-lhe.
Moro e os procuradores da Lava Jato, oriundos de uma vara obscura do interior do Paraná, quebram o sigilo nacional do partido, e tentam impor multas bilionárias que naturalmente inviabilizariam politicamente a legenda.
Eu queria saber, junto aos cientistas políticos, se isso já existiu em outra democracia ocidental: essa ataque fascista emergindo de dentro de uma democracia, contra o principal partido de esquerda desse país, um partido com um patrimônio democrático de centenas e centenas de milhões de votos acumulados nos últimos 30 anos.
O IBGE acaba de divulgar o Pnad deste ano: a população 10% mais pobre do país viu a sua renda dobrar nos últimos dez anos. Em nenhum lugar do mundo, se viu um avanço tão rápido de um contingente tão expressivo da população.
Todas as outras faixas sociais também viram sua renda crescer de maneira impressionante nos últimos 10 anos, sob influência direta de políticas públicas organizadas por esse mesmo partido, que hoje está sendo criminalizado por setores fascistas da mídia e dos estamentos judiciais.
Um dos procuradores da Lava Jato, o Dallagnol, esteve presente na abertura do Instituto Cristão do Direito. Para você ver o nível desses caras.
Eu sou cristão. Ateu, mas cristão, seja lá o que isso signifique.
Antes de tudo, porém, sou republicano, amante da democracia e defensor de um Estado de Direito laico.
Um representante do ministério público frequentar um lugar como esse é uma afronta, um escárnio.
Acabamos de ver, em Paris, o perigo que é misturar religão com política…
Em nome da isonomia, este procurador – cujos salários altíssimos vêm de um Estado lastreado numa Constituição laica, e que deixa isso bem claro – deveria também participar da inauguração de um Instituto Candomblé de Direito, de um Instituto Judeu de Direito, e por aí vai.

Outro escárnio é Sergio Moro se recusar a receber prêmio dos golpistas da Câmara Federal, tentando posar de isento.
A esta altura do campeonato, isso é ridículo, mas a esta altura, qualquer atitude de Moro é ridícula.
Receber prêmio da TV Globo, aí pode, né? Da Câmara dos Deputados, não.
As imagens de Moro recebendo prêmio do miliardário João Roberto Marinho (ou seria José Roberto Marinho, difícil saber), ficarão nos anais da história da submissão da justiça brasileira à mídia.
Moro no Congresso da Abraji, que também é controlada pela Globo
O que significa esse prêmio a Moro?
Que o fascismo judicial é uma criação eminentemente midiática.
A Globo é a única instância que teria o poder de sustar esse processo. Bastava criticar em editorial e dar espaço aos juristas, em número crescente, que se opõem veementemente à maneira fascista como Sergio Moro vem conduzindo uma investigação: prendendo como método de tortura psicológica, destruindo grandes empresas de engenharia; defendendo em público a prisão antes do recurso, vazando informações sensíveis de empresas e indivíduos à mídia; entregando informações estratégicas de nossas empresas mais importantes a potências estrangeiras.
São os melhores juristas do país que vem falando isso. A sisuda e conservadora OAB tem se posicionado de maneira cada vez mais crítica contra o autoritarismo judicial, cuja expressão máxima hoje é Sergio Moro.
O autoritarismo histórico das elites brasileiras, órfão com o fim do regime militar, transladou-se para o judiciário, criando uma situação ainda mais confortável para seus patrocinadores, porque desta vez sem a pecha de uma ditadura fardada.
Uma ditadura togada, branda, midiática, disfarçada, é uma maneira muito mais astuta de levar adiante a agenda de retrocesso e desigualdade que os 1% mais ricos querem impor ao resto do país.
Nas manifestações coxinhas, a mídia escondeu os seus exemplos mais grotescos: como aquele cartaz que perguntava porque não se havia matado todos em 1964.
São esses os mais ardorosos admiradores de Sergio Moro. Isso deveria fazer as pessoas refletirem, não?
Eu não acho mais que exista perigo do fascismo crescer demais no país. Acho que chegamos a um ponto limite, crítico, perigoso, a partir do qual temos que lutar para que ele, o fascismo, reflua.
Mas acho também que há um fascismo que sempre houve no país, embora mais escondido, um facismo minoritário, além do espírito de violência que caracteriza todo povo ainda vítima da ignorância.
Entre as pessoas mais esclarecidas, todavia, não predomina o fascismo.
Ou pelo menos eu me recuso a acreditar nisso, e esta é uma convicção na qual eu me agarro como minha derradeira esperança no país e na humanidade.
Por que não houve, na grande mídia, nenhum editorial comentando a enorme quantidade de exemplos de fascismo, como o desta senhora citada e seu cartaz psicopata, nas manifestações coxinhas?
Será porque a mídia sabe que esse fascismo vem dela, da própria mídia, com suas campanhas desonestas de criminalização da política, com seu histórico de apoio a golpes de Estado, com seus prêmios ao que existe de mais sórdido no judiciário, como ficou claro com os prêmios dados a Joaquim Barbosa e a Sergio Moro?

O fascismo no Brasil será debelado – nisso eu acredito.
Mas não posso negar que ele – o fascismo – vive um momento de arrogância, recebendo prêmios da mídia, dando palestras em institutos “cristãos”, sendo paparicado por sociopatas que desejariam que a ditadura tivesse matado mais gente, perseguindo despudoramente partidos políticos de esquerda, sindicatos e movimentos sociais.
Não posso negar que vivemos um momento terrível e triste para nossa democracia.
Ateus também tem fé. Talvez mais do que qualquer religioso.
Não fé em Deus, e sim na história, no humanismo, na vitória do bom senso, na prevalência da democracia – que não é apenas um sistema de governo, mas um conjunto de princípios, uma ética, um destino, uma vocação para a liberdade.
Esta é a fé que me faz dormir tranquilamente e acreditar que esmagaremos o réptil nojento do fascismo, do arbítrio, da mentira midiática – antes que o réptil imagine, embora talvez um pouco mais tarde do que gostaríamos.

Ferocidade humana não deveria causar tanta surpresa

Janio de Freitas 

Humanos

Desde a Segunda Guerra Mundial, com o morticínio de europeus e as bombas atômicas norte-americanas, só as mentes aprisionadas na ignorância podem surpreender-se com a ferocidade humana.
Os antigos gregos, ao tempo mesmo em que fundavam com genialidade a filosofia, faziam guerras entre si e com vizinhos. Os romanos, enquanto elaboravam o Direito e davam o nome de bárbaros aos alheios à evolução latina, submetiam imensidões e povos às suas armas. Registro ainda anterior, o Velho Testamento, nascente religiosa, é uma crônica das guerras feitas pelos hebreus aos povos da região. Estavam legados aos milênios do Ocidente os pilares da sua história: a cultura, a religião e os extermínios humanos.
O Ocidente nunca esteve sem guerra. Mudam as formas. Muçulmanos ensandecidos invertem hoje as Cruzadas medievais dos cristãos sanguinários. Paris: a matança foi de inocentes. Todas as guerras são para dominar ou exterminar os inocentes. É tão triste –e tão sem remédio.

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

A miserável terra dos doutores

O Brasil é o país dos doutores.

Em cada esquina há uma placa indicando algum.

O médico é doutor.

O dentista é doutor.

O veterinário é doutor.

O advogado é doutor.

O engenheiro é doutor.

O dono da fábrica de parafusos é doutor.

O fazendeiro é doutor.

O delegado de polícia é doutor.

O juiz é doutor.

O promotor público é doutor.

O sujeito bem vestido, de terno, só pode ser doutor.

O interessante é que, com tantos doutores, a burrice cresce exponencialmente no país e a ignorância se agarra, como craca, às consciências.

Graças à redes sociais na internet ficou fácil perceber esse fenômeno.

Doutores os mais diversos são flagrados nelas a todo instante distribuindo coices na lógica, na história, na gramática e na ética.

É como se eles fizessem questão de mostrar ao mundo inteiro como são desprovidos de qualquer lampejo cognitivo.

Fazem isso sem nenhum pejo, pois afinal são doutores.

No dia a dia usam e abusam desse título, muitas vezes obtido numa dessas uniesquinas da vida que afrontam a ideia de que a educação é um processo relevante para o ser humano superar a barbárie.

Ai de quem, num desses consultórios médicos ou odontológicos que vivem superlotados, não chamar o especialista em viroses ou o expert em extrações de doutor.

O mesmo se dá com o rábula que bombou "n" vezes no exame da OAB ou com o tira que comprou o diploma para ostentar um anelão cafona no anular.

Eles, por serem doutores, se julgam acima de todos os outros, os cidadãos comuns, os ordinários.

Como tais, assim titulados, se permitem certas liberalidades, como, por exemplo, fraudar o Imposto de Renda.

São doutores nessa matéria - e em tantas outras que prezam a esperteza, o jeitinho, o toma lá dá cá, o "sabe com quem você está falando?"
O fato é que, com tantos doutores a habitá-lo, o Brasil deveria ser a nação mais desenvolvida do universo, o pináculo do pensamento científico, o cume da moralidade, o ápice da igualdade social, o Everest da distribuição de renda.

Mas cá estamos nós, encolhidos numa mediocridade que se apequena a cada dia, que nos arrasta de volta a um passado tenebroso e maldito.

Esse passado que nos legou tantos doutores - tantas mentes desprovidas de uma ínfima centelha de racionalidade e caráter.

DILMA ERROU POR DESONERAR E ACREDITAR NO SETOR PRIVADO




[Dilma errou. Quanto mais desonerações os empresários receberam, maior foi a ganância, maiores foram os lucros, as sonegações e os envios ilegais de dinheiro para contas secretas no exterior, mais longas e luxuosas as viagens com a família nos EUA e Europa e maior o déficit nas contas públicas, pretexto agora para impeachment...]

Leda Paulani: 'O grande erro foi apostar no setor privado como gatilho do desenvolvimento'


Economista advoga por um 'novo ambiente institucional' no país, que desde os anos 90 atrelou sua política econômica à cultura da acumulação financeira

Por Naira Hofmeister

"A economista, professora da Universidade de São Paulo (USP) e ex-secretária municipal do Planejamento do prefeito paulistano Fernando Haddad, Leda Paulani, é categórica ao analisar a situação da economia brasileira neste final de 2015: “Não vejo saída sem dor nessa história”, admitiu, diante de uma diminuta porém interessada plateia em Porto Alegre, em evento promovido pelo Fórum 21 na noite de terça-feira (11), no "Sindbancários".

Convidada para abordar o tema “Como retomar o social (novo?) desenvolvimentismo”, Leda traçou um breve histórico da política econômica brasileira no século XX para, na verdade, desconstruir a tese sobre a qual deveria falar.

Segundo sua análise, após um período de 60 anos em que o Brasil se apoiou em uma política verdadeiramente desenvolvimentista – segundo o conceito dos teóricos que o formularam; a saber, um ambiente de crescimento econômico sob a liderança da indústria e a partir de uma forte intervenção governamental, cujo objetivo é equacionar os problemas sociais – a democratização, contraditoriamente, inverteu o cenário e a economia passou a ser pautada pela acumulação financeira.

Mesmo as iniciativas promovidas durante os governos do Partido dos Trabalhadores (PT) foram insuficientes para romper com essa cultura. “A aposta pró-capital, vigente desde os anos 90, sempre com altas taxas de juros, apreciação de câmbio e busca incessante por um resultado primário é incompatível com uma política desenvolvimentista”, sentenciou.

Logo, embora tenha sido durante esses últimos 12 anos que se cunharam as expressões “neo (ou novo)-desenvolvimentismo” e “social-desenvolvimentismo”, elas não correspondem integralmente aos conceitos elementares dessa política. “Para tentar um ensaio de desenvolvimentismo, precisaríamos de outro ambiente institucional”, cravou.

Seu diagnóstico explica a atual crise da economia brasileira não necessariamente através de ações equivocadas desde a reeleição de Dilma – ou mesmo durante o seu primeiro mandato – mas como uma consequência da timidez da esquerda em propor uma política verdadeiramente desenvolvimentista, desatrelada dos interesses imediatos do financismo.


Apesar disso, foi sim uma aposta equivocada feita nos primeiros anos do governo de Dilma, quando a crise iniciada em 2008 se agravou no lugar de ceder, o que comprometeu as finanças públicas. Enfrentando resistências sobre a forma como conduzia, por exemplo, a atuação de estatais do setor energético (a Petrobras segurou reajustes dos combustíveis e houve alterações na regulamentação das elétricas), Dilma teria lançado mão de uma política “mais palatável para o mercado” ao propor um grande pacto com o setor privado no Brasil, reduzindo juros, desvalorizando câmbio para beneficiar a indústria e desonerando a cadeia produtiva nacional.

A aposta era que isso se revertesse em investimento e dinamizasse a economia. “Só que o setor privado não reagiu e as desonerações, ao invés de se transformarem em investimento, viraram margem de lucro dos empresários”, analisa.

É o que alguns colegas seus chamaram de “greve de investimentos”, conceito que ela considera um certo exagero, mas que tem sua lógica. “Dilma enfrentou as batalhas corretas, mas com isso seu governo acabou ganhando uma imagem de intervencionista, coisa que o setor produtivo detesta”, defende.

A redução da arrecadação freou também o investimento público e o Estado não conseguiu compensar a timidez empresarial. E com o endividamento das famílias batendo no seu limite estava criado o cenário para a deterioração das contas públicas e o resultado primário negativo de 2014.

Foi um erro apostar no setor privado como gatilho de desenvolvimento”, concluiu a economista.

Não foi o ajuste de 2003 que propiciou a retomada

Embora tenha havido um agravamento da situação econômica sob Dilma – e, já neste segundo mandato, a queda de todos os indicadores macroeconômicos – a questão remonta às gestões anteriores, conduzidas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A vitória do PT na eleição de 2002 não interrompeu a política econômica criada no período anterior, na qual vigorou o dogma do “tripé macroeconômico”: metas de inflação, metas fiscais e câmbio flutuante. “A diferença é que Lula fez políticas de alto impacto social”, observa.

Mas se o ex-presidente conseguiu melhorar o cenário econômico foi porque, por um lado, o dólar cotado a R$ 8,00 dava margem para manobras como reduzir o câmbio sem provocar uma crise no setor exportador, mas beneficiando o mercado interno e aumentando salários.

Para se comparar, quando Dilma assumiu, a moeda já estava cotada a R$ 1,95. Ela tinha espaço zero”, justifica Leda.

Lula também “se beneficiou de um bônus macroeconômico”: a alta das commodities no mercado internacional. E embora o ex-presidente tenha realizado um ajuste fiscal que hoje é utilizado pelo Ministério da Fazenda para justificar o seu próprio pacote de maldades, a economista alerta:

O crescimento foi detonado pela demanda externa até a crise. Não foi o ajuste de 2003 que propiciou a retomada. Pelo contrário, ela ocorreu à despeito desse”, explica.

Ela, portanto, sugere que só há um caminho possível para instaurar uma política econômica desenvolvimentista. É preciso retomar um projeto de país que vá além do “justificável desejo de elevar salário, emprego e renda” e que proponha uma “estratégia de longo prazo” para o Brasil.

É preciso sair dessa armadilha da política recessiva! Tendo a achar que haverá um agravamento da questão social muito complicado daqui para frente. Imagine que o povo esperou todo esse tempo o bolo crescer para finalmente poder dividi-lo e agora simplesmente vão cortar, dizer que acabou? Não dá!”.

Raul Pont: “É preciso enfrentar a chantagem da burguesia

Na condução do debate da noite de quarta-feira estava o ex-deputado estadual gaúcho e ex-prefeito de Porto Alegre, Raul Pont, que fez um “desabafo” sobre a complexa situação vivida pelo PT nos dias de hoje.

Na sua opinião, há um problema na sociedade brasileira, que não aceita qualquer formulação “que não idolatre” o capital. “Imagina se a Dilma decide investir no setor produtivo via Estado – como aliás, os militares fizeram e ninguém chiou”, provocou, para logo emendar: “Aqui, qualquer coisa vira uma guerra”.

Pont mencionou como exemplo a tentativa de ampliação do debate social através da "Política Nacional de Participação Social", que escutaria os conselhos e foi derrubada no Congresso Nacional. “Foi uma choradeira, diziam que estávamos preparando um golpe soviético no Brasil, que eram os bolivarianos tomando conta”, relembrou.


Ou seja, o ex-deputado endossou a tese desenvolvida por Leda Paulani, acrescentando o diagnóstico claro: ao recuar com os investimentos em um momento em que o governo necessitava do apoio do setor privado, os empresários “provaram que não são parceiros” na construção de um projeto de país, o que provoca uma necessidade de repensar a estratégia de ação. “Não vejo como sair da crise sem que tenhamos elementos para superar essa permanente chantagem da burguesia, que só vai se quer”, concluiu.

Para fornecer mais elemento em busca desse caminho, o próximo debate do "Fórum 21" em Porto Alegre ocorre no dia 18 de novembro, dessa vez tratando sobre “Democracia e a mídia no Brasil”, com o editor-chefe do "Le Monde Diplomatique Brasil", Silvio Caccia Bava."


FONTE: escrito por Naira Hofmeister no site "Carta Maior"