sábado, 31 de julho de 2010

A BOMBA ATÔMICA BRASILEIRA: AVANÇA A ACUSAÇÃO MENTIROSA

explosao da bomba atomica 62920 300x225 Coreia do Norte bombardeia nuclearmente o Brasil por 2 1

[A estratégia já utilizada com sucesso pelos EUA e seus aliados contra outros países segue o seu curso também no Brasil. Quando o pré-sal estiver funcionando a pleno, certamente o Brasil será injustamente muito mais acusado de pretender algum dia fazer bomba atômica. Será pressionado e enfraquecido com duras sanções pelas grandes potências, assim como foi o Iraque e está sendo o Irã. Objetivo: enfraquecimento do país alvo para facilitar a invasão militar, a tomada e o controle do petróleo].

A BOMBA ATÔMICA BRASILEIRA: É ASSIM QUE COMEÇA

Tomás Rosa Bueno

“Como já foi dito, o uso de balões de ensaio para “testar hipóteses” para possíveis futuros cursos de ação segue uma sequência lógica: o que hoje é delírio da imprensa de extrema-direira torna-se amanhã uma “ponderação” da imprensa “séria” e, na semana que vem, conforme as reações, surge como “preocupação” dos governos do clube atômico.

Nos poucos anos que se seguiram à adesão do Brasil ao Tratado de Não Proliferação, a acusação de que o Brasil mantinha um programa nuclear militar secreto era coisa de malucos babantes, mas foi aos poucos adquirindo respeitabilidade até instalar-se confortavelmente, pouco depois da posse do Lula, nas páginas da imprensa especializada, onde ficou dormitando por uns tempos até ser chamada a tarefas mais elevadas. Recentemente, surgiu nas manchetes da imprensa “respeitável” e vem percorrendo os circuitos habituais que essas coisas frequentam, dos blogues alarmistas às revistas especializadas. E jornais venerandos de países idem contam que a Agência Internacional de Energia Atômica, preocupada com as “zonas de sombra" do programa nuclear brasileiro, montou em maio deste ano uma “estrutura especial” de inspeção para fuçar as nossas instalações nucleares.

Agora, enquanto a AIEA e o governo dos Estados Unidos expressam a sua “preocupação” por um livro de um físico brasileiro que desvenda os segredos da ogiva nuclear W87 dos EUA, “A física dos explosivos nucleares”, a imprensa de extrema-direita dos EUA parte para a próxima etapa e eleva o tom das acusações. Já não se trata de suspeitas e especulações, mas de “informações”: o jornal ‘The Washington Times’, propriedade do nefando reverendo Moon, publicou hoje uma reportagem, na qual o Brasil é citado explicitamente, sobre a reativação da fajutíssima rede paquistanesa de contrabando de tecnologia nuclear – que levou entre outras coisas ao reinício do programa nuclear iraniano e à bomba norte-coreana, e cujo responsável, o físico Abdul Qadeer Khan, “pai da bomba atômica paquistanesa”, foi “perdoado” e circula livremente pelo mundo, em vez de estar na cadeia.

Segundo o jornal, fontes anônimas de agências de inteligência americanas relatam que, “nestes últimos meses”, agentes de diversos países, entre eles o Brasil, têm contatado pessoas ligadas a essa rede de contrabando na tentativa de a reativar – o que só pode estar sendo feito por razões inconfessáveis. O fato de o Paquistão não ter nada a ensinar ao Brasil em tecnologia nuclear – ao contrário – não parece preocupar nem as autoridades americanas anônimas nem o jornal que lhes dá voz. O importante é vincular “agentes” brasileiros à mais escandalosa e perigosa trama clandestina de proliferação nuclear de que se tem notícia – depois, é claro, da que os americanos montaram em benefício de Israel e de sabe-se lá quais outros “países amigos”; mas esta não conta, por que é “do bem”. Não falta muito para que a AIEA emita um relatório confirmando que o material físsil brasileiro não é desviado para fins clandestinos, mas que, como no Irã, a agência não pode certificar que o Brasil não tem um programa secreto.

Numa estranha “coincidência”, a tal estrutura especial de inspeção da AIEA foi montada na mesma época em que o Brasil negociou com o Irã e a Turquia o acordo de troca de combustível nuclear, num triunfo diplomático que expôs a falta de honestidade das relações do clube atômico com o Irã (e também com o Brasil e a Turquia); e a acusação de contatos escusos de brasileiros com a rede paquistanesa saiu dois dias depois que, com cautela e meio a contragosto, o Brasil interveio de novo na questão iraniana para forçar a abertura de negociações entre as partes.

Talvez essa “estrutura especial” e as suas implicações funestas tenham sido um dos elementos de pressão que levaram o chanceler Celso Amorim a lamuriar-se publicamente pelos “dedos queimados” com a nossa participação nas negociações com o Irã. Outros possíveis pontos de pressão poderão vir sendo revelados aos poucos, se o governo brasileiro não cumprir a sua obrigação de revelar as chantagens de que vem sendo alvo, e quem as faz.

Há setores do Itamaraty que parecem acreditar que a nossa atuação em defesa do direito do Irã ao desenvolvimento de uma tecnologia nuclear para fins pacíficos é a causa dessa escalada das “suspeitas” sobre o nosso próprio programa nuclear, mas é obvio que elas vem se desenrolando há anos segundo um padrão comum a muitas outras situações semelhantes, entre elas a do próprio Irã. Como também é óbvio que seremos a bola da vez se, dentro das nossas ainda limitadas capacidades de intervir decisivamente no cenário internacional, não fizermos tudo o que estiver ao nosso alcance para denunciar a trama de mentiras e de razões ocultas que está por trás da tentativa de liquidar o Tratado de Não Proliferação e impor um bloqueio às transferências internacionais de tecnologia nuclear.”

FONTE: escrito por Tomás Rosa Bueno e publicado no Blog do Nassif (http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/a-bomba-atomica-brasileira-e-assim-que-comeca#more)

LULA: "DIREITA TENTA DAR GOLPE A CADA 24 HORAS"



“DILMA DIZ QUE OPOSIÇÃO TEM "DUAS CARAS"

Em comício com Lula, Dilma diz que oposição tem "duas caras"

Segundo o presidente, "direita tenta dar golpe a cada 24 horas"

Em três horas de comício em Porto Alegre, a candidata do PT Dilma Rousseff afirmou ontem que a oposição tem "duas caras", uma "nas eleições" e outra para "governar".

Já o presidente Lula, que falou depois da candidata à sua sucessão, disse que "a direita tenta dar golpe a cada 24 horas neste país", segundo ele para não permitir que "forças democráticas" governem.

Lula disse ainda que seu mandato foram "oito anos de provocações, ataques e infâmias".

Ao atacar a direita, Dilma falou da oposição que partidos fizeram ao ProUni e ao Bolsa Família.

Sem mencionar o Democratas, falou do "partido que apoia o meu adversário, de onde saiu seu vice", para falar de uma ação no STF (Supremo Tribunal Federal) contra o programa de bolsas para universitários”.(...)

Globope dá bye bye ao Datafalha. Dilma 39%, Serra 34%

Roberto Irineu Marinho é Dilma desde criancinha



Se o Globope dá Dilma 39% é porque os filhos do Roberto Marinho, que não tem nome próprio, vão chamar a Dilma Roussef para a cerimônia em que o Roberto Irineu Marinho receberá a Medalha de Comendador da Defesa (não se sabe de quê).

Vote aqui na trepidante enquente o que o Aécio vai fazer para ajudar o Serra.

Saiu no Estadão:

Dilma lidera pesquisa Ibope com 39% contra 34% de Serra

Pesquisa contratada pelo ‘Estado’ e pela TV Globo dá vantagem à petista; Marina aparece com 7%

Jair Stangler, do Estadão.com.br

A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, lidera a pesquisa Ibope/Estado/TV Globo com 39% das intenções de voto. José Serra (PSDB) aparece com 34%. Marina Silva (PV) mantém 7%. José Maria Eymael (PSDC), Ivan Pinheiro (PCB), Levy Fidelix (PRTB), Plínio de Arruda Sampaio (PSOL), Rui Costa Pimenta (PCO)e Zé Maria (PSTU). Brancos e nulos são 7% e indecisos somam 12%.

Em um eventual segundo turno, Dilma teria 46% dos votos e Serra, 40%. Nesse cenário, brancos e nulos somam 6% e indecisos, 8%. Serra tem a maior rejeição entre os presidenciáveis, com 24%. 19% dizem que não votariam na candidata Dilma e 13% dizem que não votariam em Marina.

(…)

Em tempo: o Montenegro do Globope dizia que o Lula não transfere. Como diz o Vasco, de provecta idade, o Jânio transferiu para o Carvalho Pinto e o Maluf pro Pitta. Esse Montenegro diz qualquer coisa.

post do conversa afiada

Serra e o logo da Copa-2014

Extraído do Tijolaço:

Serra e o logo da Copa-2014


A sugestão foi do leitor Cesar e a brincadeira foi adaptada por nós de uma charge que anda circulando na internet. Não sei quem é o autor, por isso não credito. O logo da Copa é muito feio, como tenho dito, mas nesta situação, fica lindo!

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Lula manda Veja às favas: "Eu não preciso deles para nada"

Numa de suas mais sinceras entrevistas desde que chegou ao Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que não apenas ignora as opiniões da Veja como também dispensa qualquer tipo de relação com a decadente revista da Editora Brasil. O depoimento foi dado na semana passada à repórter Adriana Araújo, do Jornal da Record.

Lula deixou claro que prefere a aprovação popular ao reconhecimento da grande mídia. “Se dependesse de alguns jornais, se dependesse de algumas televisões e se dependesse de algumas rádios — eu estou falando ‘algumas’, para não generalizar —, eu teria zero na pesquisa (sobre seu governo).”
Adriana perguntou, em seguida, qual é a resposta de Lula diante de uma caricatura grosseira que a Veja fez dele — “um rei com a coroa na cabeça e acima de todas as leis, que passa um mau exemplo para o cidadão brasileiro, desrespeitando as leis”. Foi o estopim para o desabafo do presidente — e uma quase promessa de expor, ao sair do governo, o que realmente pensa da Veja.

“Primeiro, eu não vejo essa revista — portanto, para mim não quer dizer nada isso. Como eu não preciso deles para nada — para nada, sabe? —, eles têm a liberdade de dizer o que eles quiserem a meu respeito. E eu quero ter a liberdade de dizer o que eu penso deles, do jeito que eu quiser”, declarou Lula. “Não posso dizer tudo porque eu sou presidente da República, sabe?”, explicou na entrevista.

Segundo ele, é possível que, ao fim de seu segundo mandato presidencial, todas as suas opiniões sobre a Veja venham à tona. “Um dia? Quem sabe?!”
post do vermelho

Lula: “Governar é o óbvio, fazer o que o povo precisa”


Falando hoje no Rio Grande do Sul, o Presidente Lula disse duas coisas que devem ficar na nossa cabeça.
A primeira, que a sofisticação é, muitas vezes, a cortina com que se cobre o descompromisso do Governo com o país e sua população. “Governar deve ser fazer aquilo que o povo precisa”, disse.
A segunda, é um alerta para que aq gente não se iluda com quem, no período eleitoral, assume um discurso popular e que, depois, na prática, vai defender os interesses da elite.
Um bom alerta na hora de escolhermos os que serão nossos representantes. Temos de ter clareza de que, os que estão com Dilma, merecem o voto se estiverem, de fato, com o projeto de desenvolvimento com justiça social que ela representa, como condutora do aprofundamento das mudanças iniciadas por Lula.








Estudo da Unesco condena a concentração da mídia(leia na integra aqui)

Na avaliação da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, o Estado deve impedir a concentração indevida no setor de mídia e assegurar a pluralidade. Para isso, diz estudo da entidade, governos podem adotar regras para limitar a influência que um único grupo pode ter em um ou mais setores. A organização afirma que os responsáveis pelas leis antimonopólio precisam atuar livres de pressões políticas. As autoridades devem ter, por exemplo, o poder de desfazer operações de mídia em que a pluralidade está ameaçada, defende a Unesco.

SERRA: UM URIBE PIORADO

A dramática diferença entre José Serra e Álvaro Uribe está no poder destrutivo que o tucano teria em mãos caso chegasse à Presidência da República da maior economia da América Latina. Emparedado por governos progressistas, como os da Venezuela e Equador, com um PIB importante mas cerca de 1/5 do brasileiro e sem rivalizar com a liderança de Lula na região, Álvaro Uribe teve que se contentar em representar o Departamento de Estado norte-americano na fronteira com a Venezuela, adotando um belicismo permanente na tentativa de provocar Chávez e isolar seu governo. Limitou-se a isso a bisonha expressão regional do uribismo colombiano. Se chegasse à presidência do Brasil, o uribismo tucano teria efeitos mais graves. Com o peso da economia brasileira nas mãos, Serra manejaria um poder de fogo que seu inspirador jamais sonhou. Os sinais emitidos nestas eleições dão uma pálida idéia da ameaça que um Alvaro Uribe nativo representaria para os governos e agendas progressistas da América Latina, a saber:
a) Serra quer reverter a entrada da Venezuela no MERCOSUL para destruir Chávez;

b) Serra ataca o desrespeito aos direitos humanos em Cuba para enfraquecera revolução cubana, mas silencia diante de Guantánamo e do embargo comercial dos EUA contra o povo cubano;

c) Serra acusa Morales de cúmplice do narcotráfico dispensando tratamento humilhante ao líder boliviano, o mesmo tratamento racista e reacionário adotado pela oligarquia brança do país ;

d) Serra ameaça anular acordos do governo Lula com Lugo, sob alegação de que o Brasil faz 'filantropia' ao pagar um preço mais justo pela eletricidade de Itaipu pertencente ao povo paraguaio;

e) Serra quer desconstruir o MERCOSUL –e por tabela o governo progressista de Cristina Kirchner na Argentina-- sob alegação de que o Brasil precisa de liberdade para firmar acordos comerciais mais favoráveis 'aos negócios'. Fatos: o comércio Brasil-Argentina dobrou em cinco anos e, apesar da crise mundial, atingiu US$ 24 bilhões em 2009 (US$ 31 bi em 2008).
(Carta Maior; 29-07)

DILMA NÃO CAI NO CONTO DA “AUTONOMIA” DO BC


O compromisso de Dilma é com o povo, não com agenda da direita

Brizola Neto

“Dilma Rousseff se recusou hoje a firmar qualquer compromisso de formalizar a autonomia do Banco Central, segundo o Valor. Fez muito bem, pois essa é uma agenda da direita interessada em controlar as taxas de juros para aumentar os ganhos dos rentistas.

O BC já desfruta de autonomia operacional e tem status de ministério, o que já vai muito além do que mereceria uma autoridade monetária que não pode funcionar desvinculada dos interesses maiores do país. A dissociação da economia da política é uma estratégia do mercado, que adora funcionar em liberdade e longe do controle do Estado, a quem vê ou como inimigo ou como servo.

E a razão é simples: o Estado é sempre um representante, que faz a balança pender para um dos lados: ou o dos interesses do povo ou o dos interesses das classes dominantes.

A economia é essencialmente política, pois todos os seus movimentos interferem diretamente na vida da população. Não se pode olhar os números de forma fria como se eles fossem um mundo à parte. Cada ponto percentual na taxa de juros altera o destino de milhões de brasileiros e isso não pode ficar exclusivamente a cargo de um grupo de iluminados que não olhem para o país como um todo.

Dilma aproveitou a armadilha lançada para lembrar que foi Fernando Henrique quem manipulou a taxa de câmbio durante o período eleitoral. Para quem não lembra ou não viveu, FHC segurou o real artificialmente valorizado até às eleições de 1998, quando foi reeleito, e desvalorizou-o fortemente depois, endividando e quebrando várias empresas com financiamentos em dólar.”

FONTE: escrito por Brizola Neto e publicado em seu blog “Tijolaço”.

Glasberg: a BrOi é a nova Ambev: 2 brasileiros = 1 estrangeiro

Dantas contempla a metamorfose do dinheiro dos trabalhadores


O Conversa Afiada tem o prazer de publicar editorial escrito por Rubens Glasberg, três ano atrás, na indispensável publicação Teletime.

De lá para cá, como previa Glasberg, a BrOi foi para o saco.

Daniel Dantas não pagou o que devia.

E botou no bolso um cala-aboca de U$ 1 bilhão.

As duas gigantes tipicamente nacionais deram uma super-gigante portuguesa no Brasil.

Desde Cabral, nunca os portugueses ocuparam um espaço tão largo (de Banda Larga, claro) na economia brasileira.

E viva o Brasil (dirão os portugueses) !

E viva a clarividência do Glasberg:


EDITORIAL

O risco da “ambevização” e “opportunização”

segunda-feira, 9 de abril de 2007, 20h42

De repente, o assunto começou a ganhar espaço na grande imprensa: a mudança das regras vigentes há quase dez anos no setor de telecomunicações, permitindo fusões e incorporações das concessionárias fixas, particularmente de empresas como a Brasil Telecom e a Telemar. Nos feriados da Semana Santa, Folha, Estadão e um colunista da Veja destacaram o assunto. Todos, talvez inadvertidamente, trabalharam com a mesma pauta. Como conseqüência, hoje na Bovespa, Brasil Telecom e Telemar lideraram as altas com 6% em um único dia.

Deixando de lado, sob o beneplácito da CVM, mais uma forte especulação em bolsa com base em boatos sobre fusões e aquisições de empresas de telecomunicações no Brasil, vamos tentar entender as razões, pressões e possíveis conseqüências. Enfim, como se dizia já na antiga Roma, quem se beneficia ?

As razões para a fusão Brasil Telecom e Telemar até que são convincentes. As duas empresas têm presença predominante de capital público e semi-público nas ações com direito a voto. Na Telemar, por exemplo, BNDES, fundos de pensão e subsidiárias do Banco do Brasil chegam a deter mais de 50% das ordinárias da holding controladora, sem participar, no entanto, do grupo de controle que gerencia a operadora. Só o BNDES, com 25% das ordinárias, tem direito (nunca usado) a veto no conselho, onde as decisões são tomadas pelos representantes dos grupos GP, La Fonte e Andrade Gutierrez.

Na Brasil Telecom quem manda são os fundos juntamente com o Citi depois que ambos defenestraram o Opportunity, antigo gestor comum.

Essas duas operadoras enfrentam separadamente no País a concorrência das duas principais empresas multinacionais atuantes na América Latina – Telefônica e Grupo Carso, do empresário mexicano Carlos Slim. Ambas têm faturamento em torno de US$ 40 bilhões cada, com vantagens de escala e capacidade enorme de investimento com fácil acesso ao mercado internacional de capitais.

É razoável aceitar os argumentos dos gestores da Brasil Telecom e da Telemar, com faturamentos respectivamente em torno de US$ 7 bilhões e US$ 10 bilhões, de que isoladamente não conseguirão sobreviver e competir com os dois gigantes estrangeiros e de que seria importante ter pelo menos uma grande empresa de telecomunicações nacional. Juntas, ainda teriam alguma chance.

As decisões, porém, não são tão simples. Apesar do discurso patriótico/nacionalista, quem garante que a empresa resultante da fusão continuará nacional? Todos nós estamos lembrados do recente caso da Ambev. Permitiu-se a fusão entre a Brahma e a Antártica para formar uma grande multinacional brasileira. Durou pouco. As ações se valorizaram em bolsa por causa da fusão e os controladores aproveitaram a oportunidade para vender a Ambev para os belgas e foram viver na Europa. Triste fim do discurso nacionalista.

Mas esse não é o único risco envolvido. Por trás de tudo, mais uma vez, está ainda o Opportunity de Daniel Dantas, arregaçando as mangas e preparando-se (quem sabe?) para voltar ao controle das duas teles, já que ainda detém participações em ordinárias na Brasil Telecom e na própria Telemar. Quanto, exatamente, não se sabe, porque grande parte das ações foram compradas por meio de garimpagem ou são parte de litígio com o Citi e com os fundos de pensão. Com discurso patriótico, talvez usando consultorias de ex-ministros petistas ou dirigentes antigos da Anatel, Dantas não largará o osso. Continuará tentando convencer com seu time de advogados regiamente remunerados que é um injustiçado e que cabe a ele como predestinado ser uma espécie de Slim brasileiro. Já chegou a desenhar este projeto em entrevista ao jornal Valor, em 2001. Dantas quer gerir empresas, não vendê-las, e as conseqüências sabemos quais são. Depois de sete anos à frente da Brasil Telecom, Telemig e Amazônia Celular, o Citi cobra indenização na Justiça de Nova York de US$ 300 milhões, mais “punitive damages”, que podem chegar a US$ 1 bilhão. E a nova gestão da Brasil Telecom apresentou à CVM um conjunto de denúncias por fraudes em torno de R$ 600 milhões.

O Brasil e o setor de telecomunicações não merecem a repetição dessa história. Se a eventual fusão Brasil Telecom e Telemar for inexorável para garantir a competição e impedir uma eventual cartelização quando os dois gigantes internacionais não tiverem mais mercado a disputar, que ela ocorra de acordo com o interesse público e, portanto, de acordo com uma política pública estabelecida pelo governo. Preservar o interesse nacional é importante, mas nesse caso específico, vale sempre lembrar a frase de Samuel Johnson: “O patriotismo é o último refúgio dos canalhas”.

Rubens Glasberg

Navalha
A BrOi é uma das ultimas vítimas da ideologia da “burguesia nacional”.

Durante um certo tempo, vigorou no Brasil uma peripécia ideológica que consistia em supor que o fortalecimento da “burguesia nacional” seria um obstáculo à expansão do “imperialismo yankee”.

Muitos intelectuais comunistas cairam nessa esparrela.

Marx não tinha nada com isso: ele que nunca imaginou que empresário fosse nacionalista.

Era coisa tipicamente soviética: criar embaraços ao “imperialismo yankee”, onde quer que fosse.

Aqui no Brasil se pensava (e pensa) assim: se você juntar um Matarazzo com um Klabin dá uma Esso.

Não deu.

Deu banha embrulhada em papelão.

A Ambev, concebida no cérebro privilegiado do presidente do BNDES, Luciano Coutinho, foi produto dessa quimera.

Duas empresas genuinamente nacionais – a Brahma, e a Antarctica – deram uma empresa belga.

Agora, a mesma concepção juntou a Oi à Brasil Telecom.

Deu Portugal Telecom.

Nos Estados Unidos se chama essa política de “pick the winner” – o Estado escolher quem vai ganhar a corrida.

O Luciano Coutinho é um especialista em “pick the loser”.

(Com o dinheiro do FAT.)

Em tempo: as ações da Telemar, da Oi, caíram hoje na Bolsa na proporção da perda de poder dos acionistas controladores.

Paulo Henrique Amorim

LULA ASSINA MP QUE INCENTIVA INOVAÇÃO TECNOLÓGICA


“O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou há pouco uma medida provisória (MP) de incentivo à inovação tecnológica no país. A medida isenta de tributos os recursos públicos não reembolsáveis repassados a projetos de subvenção econômica.

O ministro de Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, disse que essa medida corrige uma falha da Lei da Inovação Tecnológica. Segundo ele, com a MP, não será mais cobrado imposto dos recursos repassados a empresas que tiveram projetos de inovação selecionados pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

Com isso, a subvenção fiscal não usada no ano fiscal que for transferida para o exercício seguinte não será mais considerada como lucro. Assim deixa de ser tributada.

O ministro destacou que a medida faz parte de um conjunto de ações para estimular a inovação tecnológica. Na semana passada, foi assinada uma MP que dá ao Estado a possibilidade de comprar produtos das empresas brasileiras mesmo que esses produtos sejam mais caros que os estrangeiros, desde que sirvam para estimular as novas tecnologias.”

FONTE: reportagem de Ivan Richard e Stênio Ribeiro publicada pela Agência Brasil (edição: Rivadavia Severo).

O BRASIL NO CHILE



“CHILE PASSA VENEZUELA E JÁ É 2º MAIOR MERCADO PARA O BRASIL NA REGIÃO

O Chile ultrapassou a Venezuela como segundo maior mercado para os produtos brasileiros na América Latina, só atrás da Argentina, e recuperou vigorosamente o interesse pelo Brasil no primeiro semestre, após forte retração do comércio bilateral, no ano passado.

No primeiro semestre, as vendas dos exportadores brasileiros aos chilenos aumentaram 64%. Diferentemente de outros mercados importantes na região, que reduziram as compras de bens manufaturados do Brasil, como celulares, o Chile compra cada vez mais mercadorias de alto valor agregado do Brasil, com aumentos, em valor, superiores a 800% entre alguns dos 50 principais produtos de exportação brasileira àquele país.

O aumento nas compras chilenas de bens manufaturados, como automóveis e aviões, chegou a 68%. Em bens semimanufaturados, como aço laminado, a alta passou de 80% entre janeiro a junho de 2010, em comparação com o mesmo período do ano passado. Os investimentos entre os dois países se intensificam e as boas relações entre os dois governos não foram abaladas nem com a radical mudança política no começo do ano, com a queda da centro-esquerdista Concertación, após 19 anos no poder, e a eleição do conservador Sebastian Piñera. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu a Piñera que fará ao Chile uma de suas últimas visitas de Estado, até o fim do ano, após as eleições no Brasil.

"O Chile talvez seja o melhor exemplo no continente de transformação de nosso capital político em relação econômica", diz, com satisfação, o embaixador brasileiro no Chile, Mário Vilalva. Neste ano, termina a o período de transição do acordo de livre comércio entre Brasil e Chile, o que elimina as últimas barreiras de comércio entre os dois países, extinguindo, por exemplo, as cotas-limite para venda de vinho chileno ao Brasil sem imposto de importação e as últimas restrições tarifárias, para vendas do Brasil ao Chile, a produtos como o açúcar.

Os investimentos do Brasil no Chile, especialmente da Petrobras, têm contribuído para a demanda por produtos brasileiros. A estatal comprou, por US$ 400 milhões, os ativos da Exxon no país vizinho e, desde agosto do ano passado, passou a operar 230 postos da Esso em território chileno e terminais de distribuição de combustível em 11 aeroportos, além de deter 22% das ações da Sociedade Nacional de Oleodutos e em 33% na Sociedade de Investimentos de aviação. A venda de óleos brutos de petróleo é o principal item da pauta de exportações brasileiras, e aumentou quase 40% no primeiro semestre, comparado ao mesmo período do ano anterior.

O vigor das exportações ao Chile fez com que esse item perdesse participação nas vendas brasileiras ao país, porém, de 17,5% do total em 2009 para menos de 15% neste ano. Perdeu espaço para as vendas de automóveis, que quase quadruplicaram e passaram de 2,4% para 5,6% do total, com aumento, em valor, de US$ 26 milhões para mais de US$ 100 milhões. Tanto a Ford quanto a GM vendem ao Chile carros de menor cilindrada fabricados no Brasil.

A filial brasileira da GM tem sido a principal beneficiária de um acordo assinado recentemente com a estatal petrolífera ENAP, para fornecimento de etanol nas bombas de combustível local. A GM, em acordo com a Petrobras, começou neste ano a vender carros flex para o mercado chileno. É o primeiro país com um acordo desse gênero com o Brasil.

O setor automotivo alegrou-se com o aumento das vendas mas não está exultante. Na prática, como lembra o presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Cledorvino Belini, o aumento das exportações se dá sobre uma base deprimida pela crise financeira de 2007 e 2008 . As vendas ao Chile, hoje em torno de 1,2 mil veículos por mês, estão acima dos quase 400 mensais do ano passado, mas ainda bem abaixo dos quase 2 mil por mês de 2008, ou dos mais de 3 mil de 2005.

"É um cliente importante, o Brasil recupera mercado, mas ainda temos muito para crescer", diz Belini, preocupado com a forte competição dos automóveis asiáticos no diversificado mercado chileno. "É um mercado estruturado, com mais de 40 marcas, e os asiáticos têm sido muito agressivos", comenta. Um segmento do setor automotivo não tem queixas do vizinho: como se pode notar pelas ruas de Santiago, são brasileiros os ônibus que circulam pelo sistema de vias rápidas urbano, o Transantiago, para o qual a Mercedes em suas instalações brasileiras tem fabricado os veículos, o que a leva a explorar alternativas no mercado.

No primeiro semestre, a venda de chassis com motor a diesel e cabina, para cargas superiores a 20 toneladas, aumentou 997%; a venda do mesmo tipo de chassis, mas para cargas entre 5 e 20 toneladas, teve aumento de quase 450%. As exportações de chassis com motor para transporte de pessoas cresceram quase 30%, o mesmo aumento de vendas das carrocerias para veículos de transporte coletivo.

O Chile tem acordos de livre comércio com quase 60 países e é o mercado mais aberto na América do Sul. Os dois governos têm registrado um movimento crescente de instalação de empresas brasileiras em território chileno, em grande parte de porte médio, para aproveitar as condições de venda originadas lá a outros mercados. Diferentemente do que aconteceu em países como Equador e Venezuela, as vendas de telefones celulares do Brasil aumentaram para o Chile - 69% no primeiro semestre.

Celulares são o quarto item da pauta de exportações, 2,3% do total. Foram ultrapassados pelos aviões, venda iniciada neste ano com o contrato assinado entre o governo chileno e a Embraer para fornecimento de 12 Supertucanos às Forças Armadas do Chile, com opção de compra de mais 12. O contrato da Embraer envolve associação com uma prestigiada empresa local do setor, a ENAER, que fabrica a cauda para os aviões 145 e 190 da empresa brasileira. A Enaer negocia o fornecimento de peças também para o cargueiro militar brasileiro, o EMB 390, alvo de um contrato recente entre a Embraer e o governo brasileiro.”

FONTE: reportagem de Sergio Leo, publicada no jornal “Valor Econômico”.

SERRA CONFESSA QUE MENTIU


"Desmascarado pela blogosfera, Serra admite que mentiu: "Não fui eu que inventei genérico e não implementei o programa de combate à AIDS", diz Serra.

Agora só falta Serra assumir que não tem diploma.

Serra nega ‘paternidade’ dos genéricos e diz apenas ter implantado a ideia.

“Não fui eu que inventei genérico. Os genéricos, já existiam. Eu nem sabia quando eu assumi o Ministério [da Saúde], afirmou.

Além de negar a paternidade dos genéricos, Serra disse que também NÃO implementou no Ministério da Saúde o programa de combate à AIDS.

Em meio à polêmica sobre a paternidade dos medicamentos genéricos no país, o candidato José Serra (PSDB) admitiu terça-feira que não "inventou" esse tipo de remédio. O tucano disse que a ideia já existia e apenas trabalhou para colocá-la em prática enquanto esteve no comando do Ministério da Saúde.

"Não fui eu que inventei genérico. Os genéricos, já existia a ideia. Eu nem sabia quando eu assumi o Ministério [da Saúde]", afirmou.

Serra disse que o ex-deputado Ronaldo Cezar Coelho (PSDB) lhe falou sobre os remédios genéricos, por isso decidiu trabalhar pela sua implementação. O tucano afirmou que, como o projeto em discussão sobre a quebra de patentes dos medicamentos tinha falhas, fez alterações para garantir o atual modelo de produção dos remédios genéricos.

O PSDB chegou a colocar em seu site na internet texto no qual sustentou que o candidato apresentou a "Lei dos Genéricos", e destacou a promessa do partido de "turbinar" esse tipo de medicamento.

A reação tucana veio depois que a candidata Dilma Rousseff (PT) reivindicou a paternidade dos genéricos para o ex-ministro do governo Itamar Franco, Jamil Haddad - já que o tema era uma das principais bandeiras da campanha de Serra.

Além de negar a paternidade dos genéricos, o candidato disse que também não implantou no Ministério da Saúde o programa de combate à AIDS, em vigor no país. "Eu [também] toquei o programa da Aids para acontecer na prática, mas não foi ideia minha.(...)”

FONTE: blog “Os amigos do Presidente Lula”

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Afeganistão: Relatórios secretos vazam e revelam conflito brutal

http://www.guerras.brasilescola.com/upload/conteudo_legenda/ef7e3988974c36462f53310d9d340462.jpg

25/7/2010, Guardian, UK (editorial)

Tradução Caia Fittipaldi

A névoa da guerra é excepcionalmente densa no Afeganistão. No momento em que se dissipa, como hoje, com a publicação, pelo Guardian, de excertos de relatos secretos de militares dos EUA, revela-se paisagem muito diferente daquela a que nos habituamos. São relatos de guerra escritos no calor da hora e mostram um conflito no qual reinam a mais brutal confusão e todos os desacertos, sem qualquer plano ou projeto. Há muitas diferenças entre o que mostram esses documentos e a guerra organizada, bem embalada, da versão ‘pública’ dos comunicados oficiais e dos flashes necessariamente resumidos de jornalistas incorporados à tropa.

No material agora publicado há mais de 92 mil relatórios de ações dos militares norte-americanos no Afeganistão entre janeiro de 2004 e dezembro de 2009. Os arquivos foram distribuídos por Wikileaks, website que publica material não rastreável de várias fontes. Em colaboração com o New York Times e Der Spiegel, o Guardian trabalhou durante semanas nesse oceano de dados, até extrair deles a textura oculta e as histórias de horror humano que são o dia a dia da guerra.

Esse material teve de ser tratado como o que é: um relato contemporâneo ao conflito. Alguns dos relatórios de inteligência não têm fonte confirmada: alguns dos aspectos da contagem do número de mortes entre civis não parecem confiáveis. São relatos – classificados como secretos – enciclopédicos, mas incompletos. Foram removidas do que adiante se lê todas as informações que ponham em risco a segurança dos soldados, de informantes locais e de agentes colaboradores.

O quadro geral que emerge é extremamente perturbador. Há relatos de cerca de 150 incidentes nos quais as forças da coalizão, inclusive soldados britânicos, mataram e feriram civis, a maioria dos quais jamais divulgados; de centenas de confrontos de fronteira entre soldados afegãos e paquistaneses, de dois exércitos supostamente aliados; da existência de uma unidade de forças especiais cuja única missão é assassinar líderes Talibã e da al-Qaeda; do massacre de civis apanhados em locais onde aconteçam explosões das bombas de fabricação caseira dos Talibã; e uma longa lista de incidentes nos quais os soldados da coalizão atiraram uns contra os outros, também envolvendo soldados afegãos, com mortos e feridos.

Ao ler esses relatos, é fácil suspeitar de que reine por lá o mais absoluto descaso pela vida de inocentes. Um ônibus que não para para uma patrulha a pé é metralhado (4 passageiros mortos e 11 feridos). Os documentos contam como, na caça a um guerrilheiro local, uma unidade das Forças Especiais executou sete crianças. As crianças não eram prioridade. Relato assinalado “Noforn” (ing. not for foreign elements of the coalition, “proibido para elementos estrangeiros [não da coalizão, locais, portanto]”) sugere que a prioridade daquela unidade foi esconder, o mais rapidamente possível, o sistema de mísseis móveis que haviam usado na ação.

Nesses documentos, as agências de inteligência do Irã e do Paquistão organizam manifestações e tumultos. O Serviço Secreto do Paquistão (Inter-Services Intelligence, ISI) tem ligações com os mais conhecidos senhores-da-guerra. Diz-se que o ISI teria entregue 1.000 motocicletas a Jalaluddin Haqqani, um desses senhor-da-guerra, para serem usadas em ataques suicidas nas províncias de Khost e Logar, e que estariam implicados em sequência impressionante de ações, desde atentados contra a vida do presidente Hamid Karzai até o envenenamento dos carregamentos de cerveja para os soldados ocidentais. São relatos que não há como comprovar e é possível que sejam parte de uma barreira de falsa informação distribuída pelo serviço secreto afegão.

Mas a resposta da Casa Branca ontem – que negou que o exército paquistanês seja tão direta e especificamente ligado aos guerrilheiros locais – basta, para que se tenha de definir como inaceitável o status quo na guerra do Afeganistão.

Para a Casa Branca, os “paraísos seguros” para “terroristas” em território paquistanês continuam a ser “ameaça intolerável” às forças dos EUA. Sejam ou não, esse não é um Afeganistão que EUA ou Grã-Bretanha estejam a alguns meses de entregar, embrulhado em papel de presente e fitas cor-de-rosa, a um governo nacional soberano em Cabul. Antes, exatamente o contrário. Depois de nove anos de guerra, o caos, sim, ameaça tornar-se incontrolável. Guerra ostensivamente feita para conquistar corações e mentes afegãs não será vencida do modo como as coisas parecem estar, por lá.

A TRADIÇÃO DE RENÚNCIAS DE SERRA E O SEU ATERRADOR VICE

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Serra tem em seu histórico a renúncia de seus mandatos na busca de situações mais vantajosas para ele. Mesmo assumindo por escrito e em cartório o compromisso de não renunciar, caiu em tentação e renunciou quando era prefeito e governador de São Paulo. A egoísta ambição sempre lhe falou mais alto. A grave irresponsabilidade e tragédia seria, no caso de eleito, novamente renunciar na busca de outro benefício e deixar o Brasil nas mãos do medíocre e perigoso Índio da Costa.

O VICE DE SERRA

Mário Augusto Jakobskind

“O emergente da Barra, Índio da Costa, imposto pelo Demo como vice de José Serra, em pouco mais de uma semana já mostrou em que time joga. É jovem para a política, mas velho no ideário, pois está sintonizado na linguagem da Guerra Fria, que tanto mal causou ao Brasil. Resta agora saber exatamente que setores o instruíram para lançar as baboseiras que anda dizendo. Este Índio inclusive envergonha a etnia indígena, porque o seu nome associa negativamente a esse grupo que faz parte da nacionalidade brasileira. E depõe também contra o Rio de Janeiro.

Na verdade, a cria de Cesar Maia é um exemplo concreto da mediocridade da direita brasileira, que quando se vê em momento de aperto, no caso em função da campanha eleitoral, apela para tudo, inclusive a mentira e a manipulação da informação, imaginando que com isso obterá dividendos eleitorais.

Os argumentos levantados pelo (tiremos o índio em homenagem aos indígenas) da Costa são oriundos do manancial programático da CIA na América Latina e que Serra também encampou. Na verdade o candidato do PSDB começou com a história de narcotráfico tentando envolver o governo boliviano. Não colou, apenas demonstrou o perigo para a integração latino-americana que representa o ideário tucano.

Associar a esquerda na América Latina com o narcotráfico, como fez da Costa em relação ao PT e as Farcs, faz parte do jogo de queimar a imagem de grupos que não aceitam o ideário da potência hegemônica. É o que fez o deputado da Costa, o que não chega a ser propriamente uma novidade. No mesmo diapasão da direita se insere o recente pronunciamento do presidente da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), Alejandro Aguirre. Este dirigente máximo da entidade que representa o patronato midiático das Américas gratuitamente destilou ódio contra o Presidente Lula, considerando-o um dos “falsos democratas” da região. Aguirre também se valeu do linguajar da Guerra Fria para atacar o Presidente brasileiro.

Na verdade, os integrantes da SIP, responsáveis pelo jornalismo de mercado que se lê, vê e ouve na região, andam muito preocupados com ampliação dos debates sobre a mídia na região e que o Brasil começa a dar os primeiros passos, sobretudo depois da realização da I Confecom (Conferência Nacional de Comunicação).

O setor impresso vive uma crise de graves proporções, que se manifesta com o fim de publicações seculares. No Rio de Janeiro, o exemplo mais recente foi o Jornal do Brasil, que acabou de anunciar o fim do impresso a partir de 1 de setembro próximo.

Nos últimos dez ou 20 anos, antes mesmo da internet, o panorama não tem sido diferente. No ano passado, por exemplo, um jornal do município fluminense de Campos, o Monitor Campista, dos Diários Associados, fechou depois de 175 anos de existência. Com a Gazeta Mercantil em São Paulo aconteceu o mesmo e assim sucessivamente.

Mas o senhor Aguirre não está nem aí para essas coisas e só faz criticar quando em vários países o tema mídia entra em debate e são questionadas as facilidades concedidas ao setor.

Agora, mais do que lamúrias de sempre, o importante é aprofundar o debate sobre o tema e enfrentar a crise no setor impresso, pensar na criação de impressos que contribuam para romper com o esquema do pensamento único, cada vez mais acentuado no jornalismo de mercado. Uma das teses já surgidas e que tem por objetivo enfrentar a situação adversa é a criação de uma Fundação do Jornalismo Público, impresso. Na área audiovisual, em dezembro de 2007, foi criada a Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), que se consolida. É claro que a idéia enfrenta resistência exatamente nos setores conservadores alinhados com a SIP, que temem a possibilidade do contraponto. Não percam por esperar, vão usar a velha e surrada cantilena de sempre, ou seja, de que a proposta vai acarretar restrições à liberdade de imprensa, quando é exatamente o contrário que acontecerá se for incrementada.

A discussão deve ser aprofundada. Não se pode esquecer que neste momento o Rio necessita de um jornal impresso diário, até para enfrentar a monopolização representada pelas Organizações Globo, por sinal proprietária numa mesma região de rádio, televisão e jornal, uma prática impedida de acontecer pela legislação de muitos países. Que grupo privado está disposto a criar um novo jornal concorrente de O Globo? Nenhum, em princípio.

E porque não o Estado brasileiro impulsionar a criação de uma mídia pública impressa, sob o controle da sociedade? Nada a ver com jornalismo chapa branca, que muitas vezes quem faz é exatamente a mídia de mercado que se ajoelha para receber publicidade do Estado. Com isso se estará matando vários coelhos em uma só cajadada, ou seja, se enfrentará o pensamento único e se ampliará o mercado de trabalho. Afinal, é dever do Estado zelar para que os brasileiros tenham direito à informação, um direito humano reconhecido em fóruns internacionais, sem imposições financeiras de nenhuma espécie. E isso resultará, sem dúvida, no avanço do processo democrático.

Em tempo: a denúncia (o certo é entre aspas) de Uribe segundo a qual a Venezuela abriga integrantes das Farcs em seu território remete às armas de destruição em massa que precederam a invasão e ocupação do Iraque. São as tais mentiras históricas que depois de “cumprida a missão” caem no esquecimento ou são simplesmente desmentidas.

Aspas para Hugo Chávez: as Farcs deveriam procurar outro caminho, pois o da luta armada, que foi uma opção nos anos 60, não serve mais para alcançar as transformações sociais. Aí está o Presidente do Uruguai, Jose Mujica, que pegou em armas e nos tempos atuais percorreu o caminho político institucional até se eleger em novembro do ano passado, depois de passar pelo Senado e ser Ministro. “

FONTE: escrito por Mário Augusto Jakobskind, jornalista

domingo, 25 de julho de 2010

COMO SERRA VAI PAGAR O PIG?

COMO SERRA VAI PAGAR O PIG?


















Como Globo, Folha, Veja e Estadão fazem campanha para Serra


Sugiro ao leitor que leia atentamente este post porque dele resultará um possível e inédito esforço da sociedade civil para combater o uso ilegal de poder econômico e de recursos públicos por empresários do setor de comunicação, em claro favor de uma facção política.

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania

Para entender a questão que estou propondo, voltemos à última terça-feira (13/7), quando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) multou o jornal O Estado de Minas em R$ 7 mil por fazer “campanha antecipada” para o candidato do PSDB à Presidência, José Serra.

Segundo notícia vagamente reproduzida em alguns grandes portais de internet — e que as imprensas escrita, televisada e radiofônica esconderam total ou parcialmente —, “o veículo foi acusado pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) de publicar, em seu caderno de política, no dia 10 de abril deste ano, reportagem alusiva ao lançamento da pré-candidatura de José Serra à Presidência da República”.

A denúncia do MPE foi acolhida pela ministra substituta do TSE, Nancy Andrighi, que multou o jornal mineiro.

Por certo, não é a primeira vez que um meio de comunicação é multado por fazer campanha ilegal para um candidato, mas não me lembro de outro caso igual envolvendo um veículo do porte de O Estado de Minas.

O fato supra mencionado me voltou à mente na manhã deste sábado (17/7). Como a minha filha caçula, de 11 anos, está novamente internada, a fim de passar o tempo entre a noite de sexta-feira até agora, devorei vários jornais e revistas comprados na banca em frente ao hospital.

Foi aí que me veio o pensamento de que os mais eminentes órgãos de imprensa escrita estão fazendo campanha eleitoral em favor de Serra tanto quanto O Estado de Minas, só que na forma de campanha negativa contra Lula, Dilma e o PT.

Impressionou-me a avaliação desses órgãos de imprensa todos juntos. É impossível ler qualquer um deles sem que a enorme dose de más notícias contra o presidente da República, contra a sua candidata e contra o partido dos dois chame a atenção do leitor.

Todos juntos
Comprei O Estado de S. Paulo, a Folha de S.Paulo, O Globo e as revistas Veja e Época

Todos juntos continuam acusando a campanha de Dilma de ter feito dossiê contra Serra e Eduardo Jorge valendo-se do poder do governo Lula sobre a Receita Federal.

Todos juntos contam que a Sociedade Interamericana de Imprensa considerou o governo Lula antidemocrático e o acusou de atentar contra a liberdade de imprensa.

Todos juntos criticam Dilma por “guardar dinheiro debaixo do colchão”, valendo-se de declaração de bens dela à Justiça Eleitoral ao se registrar como candidata.

Todos juntos manipularam o comparecimento de público ao comício com Dilma e Lula no Rio. A Folha chegou a dizer que só mil pessoas foram ao evento, o que, lendo a matéria, descobre-se que foi o que restou de público depois de cair um temporal.

Todos juntos acusam o presidente Lula de “violar as leis” por apoiar publicamente a sua candidata, ignorando total ou parcialmente que Serra também está sendo multado por infringir a lei eleitoral.

As poucas notícias desfavoráveis a Serra, além do volume infinitamente menor delas, tampouco aparecem na primeira página ou na capa desses veículos. E aparecem bem pouco. Para cada dez notícias ou comentários contra os petistas aparecem, no máximo, um ou dois contra os tucanos, se tanto.

Prática sistemática
Afirmo publicamente que os jornais O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo e O Globo, bem como a revista Veja, fizeram e continuam fazendo campanha escancarada para Serra e campanha negativa contra Lula, Dilma e o PT fora da época permitida pela lei eleitoral.

A mera análise de um período maior de tempo revelará uma prática sistemática desses órgãos de imprensa de fazerem campanha negativa contra os petistas. É preciso trazer esses números à ordem do dia. Há que apurá-los, divulgá-los e entregá-los à Justiça.

Vale lembrar que o conceito de “campanha eleitoral negativa” surgiu recentemente, quando o sindicato dos professores paulistas, a Apeoesp, promoveu atos públicos contra o governo do estado, o que foi considerado campanha negativa contra Serra pelo TSE, que multou o sindicato.

A sociedade civil não pode mais aceitar que a imprensa faça campanha tão descarada contra Lula, Dilma e o PT e a favor de Serra e do PSDB. A mesma Justiça Eleitoral que está punindo políticos e meios de comunicação, por campanha antecipada, tem obrigação de reconhecer e punir o volume impressionante da campanha escancarada dos veículos supra mencionados.

Que fazer diante de uma situação de afronta às leis e de verdadeira chacota por parte de uma mídia que se transformou em linha auxiliar da campanha presidencial tucana? Novamente, acho que será preciso jogar a sociedade civil em cima deles.

Só que essa ação precisa ser muito bem estudada. Até porque, dará um trabalho enorme quantificar o volume impressionante de matérias atacando Lula, Dilma e o PT. E é justamente na quantificação dessas matérias, na desproporção absurda em relação aos candidatos que está o fio da meada.

Cabe medida judicial
Desta forma, pretendo formar um núcleo de pessoas dispostas a colaborar com a preparação de uma reação da sociedade civil à afronta que esses grandes órgãos da imprensa escrita estão praticando contra as leis.

Estudaremos se caberá de fato ao Movimento dos Sem Mídia tomar uma atitude nessa questão. Sendo assim, quero formar um grupo de filiados ao MSM ou não para que reunamos todo o material necessário a uma medida judicial. Aceitaremos voluntários para a tarefa.

Estou entrando em contato com o setor jurídico do MSM, pedindo estudo do assunto e propondo que nossa organização se reúna talvez até com juristas independentes para melhor analisarmos as opções de reação ao abuso da imprensa escrita.

Será nesse momento que precisaremos do esforço de todos vocês para que consigamos, novamente, outros milhares de assinaturas de apoio à medida que nós, do MSM, poderemos vir a tomar conforme a natureza da análise do nosso setor jurídico.

Peço a cada uma das centenas de pessoas que acabam de se filiar à ONG que consiga apoios à possível representação ao MPE, pois esses apoios, chegando novamente aos milhares, colocarão a Justiça na obrigação de dar uma reposta séria e muito bem ponderada à propositura que lhe poderá ser feita.

Em minha visão, seria facílimo provar que Globo, Folha, Veja e Estadão estão fazendo campanha para Serra desde muito antes do permitido pela lei tanto quanto fez o jornal O Estado de Minas.

Bastará apurar o que fizeram esses veículos no decorrer deste ano. Está tudo muito bem registradinho. Claro que virão com aquela conversa de que são isentos e de que tratam todos os candidatos da mesma forma, mas será brincadeira de criança provar que é mentira.

Logo, logo voltarei ao assunto para tratá-lo em bases mais concretas. Aguardem-me.


Brasil triplicou número de pesquisadores

Aviões não-tripulados do E.U.A. matam 16 pessoas no Paquistão

Escrito por Camila Carduz
sábado, 24 de julio de 2010

Imagen activa24 de julio de 2010, 08:46Islamabad, 24 jul (Prensa Latina) Ao menos 16 pessoas morreram hoje em um ataque aéreo lançado por aviões sem piloto dos Estados Unidos contra um suposto bastião de rebeldes islâmicos em uma zona tribal do noroeste do Paquistão.

Segundo informou a emissora privada Geo TV, os aparelhos não tripulados, conhecidos como drones no jargão militar, dispararam cinco mísseis contra um complexo habitacional localizado na região de Angora Adda, Waziristão do Sul.

Até o momento recuperaram-se 16 cadáveres dentre os escombros, mas o número de vítimas poderia aumentar devido ao estado de gravidade em que se encontram vários dos feridos, agregou a emissora.

Estados Unidos justifica suas incursões aéreas dentro do território paquistanês com o argumento de que nas zonas tribais do noroeste do país se ocultam elementos do Taleban afegão e da rede Al Qaeda que fazem guerra com suas tropas radicadas no país vizinho.

Os ataques também são dirigidos contra o Tehreek-e-Taliban Pakistan (TTP), a principal organização rebelde local, acusada de apoiar seus colegas afegãos.

O governo paquistanês, aliado de Washington, considera, no entanto, que os bombardeios exacerban o sentimento anti-estadunidense devido ao alto número de baixas que provocam entre a população civil.

Dados extra-oficiais cifram em várias dezenas os mortos causados pelos ataques aéreos estadunidenses nas zonas tribais do noroeste do país neste ano.

A localização da base aérea desde onde operam os drones constitui um mistério, pois enquanto algumas fontes afirmam que decolam do Afeganistão, outras asseguram que se encontra dentro do próprio território paquistanês.

O império contra-ataca com fúria e quer a guerra, acusa Chávez


As recentes provocações do governo colombiano contra a Venezuela obedecem a um plano ardiloso e sinistro de Washington, na opinião do presidente Hugo Chávez. Os Estados Unidos têm interesse na guerra e buscam criar as condições para uma conflagração na região, segundo o líder da revolução bolivariana, que rechaçou de forma enérgica as insinuações feitas por Uribe de que o país socialista estaria mancomunado com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

“Não devemos subestimar o que está ocorrendo”, alertou Chávez durante um longo discurso para centenas de sindicalistas que participaram do 3º Encontro Sindical Nossa América, na noite de sexta-feira (23), em Caracas. Ele rechaçou de forma enérgica as acusações do governo Uribe, comparando-as às mentiras inventadas contra o Iraque pelo governo Bush para justificar a guerra (“disseram que o país tinha um grande arsenal de armas de destruição em massa, depois ficou comprovado que isto não era verdade”) e assegurou que, diferentemente dos EUA, a Venezuela quer a paz e não a guerra.

Ironia

O presidente venezuelano acentuou que o mundo, e em especial a América Latina, vivem um momento de transição e mudança. Por aqui, ao longo dos últimos anos, foram eleitos vários governos progressistas que, embora em graus diferenciados, contestam a hegemonia norte-americana e buscam abrir caminho para um desenvolvimento soberano e a integração política e econômica da região.

Com a economia em frangalhos e num processo histórico de decadência, os EUA recorrem ao poder militar, terreno em que sua superioridade é incontestável, como último recurso para manter o domínio sobre o mundo. A guerra é, hoje, o principal instrumento do imperialismo. Isto explica um orçamento militar que corresponde à metade dos gastos bélicos do resto do mundo e foi ampliado apesar da crise (agravando os desequilíbrios financeiros e o déficit do governo imperial), bem como a crescente agressividade contra os povos.

No Oriente Médio, onde tem Israel como ponta de lança, Washington mantém a guerra imperialista contra o Iraque e o Afeganistão e respalda o terrorismo sionista contra os palestinos. Na Ásia, está por trás das provocações contra a Coréia do Norte e na América Latina são notórios os preparativos para conflitos bélicos com o objetivo de reverter o processo de mudanças progressistas no subcontinente. Por ironia da história, neste momento o senhor da guerra é o Prêmio Nobel da Paz, Barack Obama.

O espaço mais tenso

Entre as mais recentes iniciativas do império contra os povos e nações latino-americanos Chávez apontou a reativação da 4ª Frota de Intervenção, a ocupação militar do Haiti (disfarçada de “ajuda humanitária”), da Costa Rica (a pretexto de combater o narcotráfico), o golpe militar contra Zelaya (e a Alba) em Honduras, a instalação de sete novas bases na Colômbia e, agora, as falsas acusações vomitadas pelo governo Uribe.

“Os EUA vêm agredindo nossos povos faz muitos anos”, lembrou o comandante da revolução bolivariana, ele próprio vítima de um golpe militar desferido pela oligarquia venezuelana com apoio explícito do império em abril de 2002, felizmente abortado e revertido pelo povo em aliança com os militares progressistas em pouco mais de 24 horas. Quando aplicou o golpe frustrado contra a revolução bolivariana, o governo Bush já tinha planejado a guerra contra o Iraque, mas queria primeiro recuperar o controle sobre as ricas reservas de petróleo venezuelano.

“Aqui na América Latina não há dúvida de que o espaço mais quente e mais tenso que o império escolheu para a guerra é a parte norte da Sul América, onde Bolivar sonhava que nasceria a maior nação do universo, não pela sua extensão mas pelo caráter progressista e popular que imaginou com a integração”, destacou.

Território de guerra

Interessa ao imperialismo “preparar as condições para que aqui se desate um conflito armado e tristemente o território da irmã e querida Colômbia foi transformado em território de guerra, estabelecido um regime militarista, que vai contra seu próprio povo, em 1º lugar, e contra os povos irmãos ao se converter em instrumento do imperialismo”.

“Vivemos momentos de tensões, como Fidel vem alertando ao longo dos últimos meses”, disse Chávez, aludindo ao “perigo de que se desate uma grande conflagração que pode gerar uma guerra atômica no Oriente Médio, com uma guerra imperialista contra o Irã, ou na península da Coréia”.

O atual governo colombiano, lacaio do imperialismo, cumpre na América Latina papel análogo ao de Israel no Oriente Médio. Hoje, entre Colômbia e Venezuela, “o contraste é muito grande”, sublinhou Chávez. “Aqui sabemos que está em marcha uma revolução, estamos construindo nosso modelo socialista, enquanto a Colômbia se foi convertida por Uribe num enclave do imperialismo”.

O medo da burguesia

“Fui obrigado a romper relações com o governo da Colômbia e não com a Colômbia ou o povo colombiano, porque Colômbia e Venezuela constituem uma mesma pátria. Há razão para preocupação (deles), pois a oligarquia sabe que os destinos da Venezuela e Colômbia no fundo são os mesmos. Uma vez desatada a revolução bolivariana aqui a burguesia colombiana ficou apavorada”, disse o presidente venezuelano, lembrando que tal temor vem de longe e já se manifestava desde 4 e fevereiro de 1992, quando liderou uma insurreição militar (derrotada) contra o governo neoliberal de Carlos André Peres.

“Quando a oligarquia colombiana e o imperialismo se deram conta do ímpeto revolucionário de militares venezuelanos começaram as hostilidades. Já naquela época se dizia que o movimento militar bolivariano era uma extensão da guerrilha colombiana. Como hoje, divulgaram imagens, fotografias e montaram o cenário para nos associar às Farc. Recordo isto à imprensa lembrando que está tudo registrado. A Venezuela participou da guerra contra a guerrilha.”

"Eu declarei que não iria mais participar daquela guerra, que o conflito era um problema interno da Colômbia. Nós queremos buscar o mecanismo para a paz, mas me acusaram com informes, documentos e mapas falsos de apoiar as Farc e querer a guerra. Disseram que o golpista, o coronel Chávez comandou assalto contra unidade militar venezuelana, tudo isto está registrado. A oligarquia colombiana, temerosa do efeito contágio da revolução bolivariana, arremete contra o nosso governo, o nosso povo, a nossa revolução".

Novo cenário

Acrescentou que os EUA “lhes metem ainda mais medo. Eu estou seguro que este show montado por este senhor que parece inabilitado para exercer cargo público na Colômbia, que essas imagens que ele apresentou lhes foram dadas pelo império ianque, pois agora a Colômbia tornou-se uma grande base militar do imperialismo”.

O presidente venezuelano lembrou que é uma vergonha o que vem ocorrendo no interior da Colômbia. Os militares estadunidenses praticam toda sorte de crimes, inclusive tráfico de droga inclusive, dos militares ianques, mas gozam de imunidade. “Não dá vergonha ao governo colombiano entregar de forma tão abjeta o território colombiano a este tipo de gente?”, indagou.

Hugo Chávez salientou que o mundo vive um momento bem diferente de 10 ou 15 anos atrás. “Em 1994, o governo Clinton reuniu os chefes de estados de todos os países americanos, com exceção de Cuba, para anunciar a instalação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca). Chegou a dizer que estava realizando o sonho de Bolívar, o que era uma mentira, pois se tratava do sonho de domínio do império”.

Era uma época que sucedeu a queda do Muro de Berlin e o colapso da União Soviética. Parecia que a história tinha chegado ao fim e o capitalismo neoliberal era o fim da história, como sustentou um ideólogo estadunidense Francis Fukuyama. “As ideias de Marx, Engels e Lênin foram negadas. As luzes do socialismo se apagaram no mundo. Uma das poucas luzes acesas era Cuba revolucionária, Cuba de Marti, de Fidel, de Che Guevara.”

Bumerangue

Mas, as coisas mudaram. “Em 1998, quando fui eleito pela primeira vez, era só eu e Fidel. Depois vieram Lula no Brasil, Evo Morales na Bolívia, Kirchner na Argentina, Tabaré Vasquez (depois Pepe Mujica), Rafael Correia no Equador. A Alca foi enterrada em Mar del Plata na Argentina, em dezembro de 2005”.

O socialismo voltou à ordem do dia. “Estamos fazendo um grande esforço para construir o socialismo, sabemos que socialismo não se decreta e nem se impõe de um dia para o outro, é um caminho largo de construção de um novo modo de vida, um novo modo de produção e de relacionamento entre os homens, num processo em que a classe trabalhadora joga um papel protagônico”, afirmou o líder da revolução bolivariana.

Diante deste cenário de transição e mudança “o império contra-ataca e contra-ataca com fúria”, observou, citando os exemplos de ofensiva capitalista e destacando o golpe contra Zelaya em Honduras, “que foi um golpe contra a Alba e contra todos nós”. Eles querem a guerra, alertou, “nós queremos a paz”, reiterou, “mas reagiremos à altura se formos agredidos. A Venezuela não voltará a ser colônia dos EUA nem de ninguém. Se vierem estarão desencadeando uma guerra de 100 anos, que pode se transformar num bumerangue contra o governo colombiano e o império”.

De Caracas,
Umberto Martins



Imprensa “independente”, financiada pelos EUA

As duas ONGs destacadas no documento distribuiam o dinheiro a jornalistas e meios de comunicação da Venezuela

Toda ação de sabotagem exige a preparação do terreno. Por isso não se pode analisar os fatos desvinculados de outros. Comentei aqui dias atrás a investida desrespeitosa do presidente da Sociedade Interamericana de Imprensa contra o presidente Lula, procurando disseminar a falsa idéia de que a liberdade de imprensa no Brasil está ameaçada. É a partir de falsos pressupostos como esse que cenários de intervenção no processo político dos países são armados. Tudo isso me ocorre ao tomar conhecimento que o governo dos Estados Unidos destinou US$ 4 milhões para financiar jornalistas e meios de comunicação privados na Venezuela, nos últimos três anos. Muito bom lembrar isso para lembrar que desestabilização não se faz apnas com guerrilha na selva, mas com a guerrilha de papel.

Documentos do Departamento de Estado recém revelados por força do Ato de Liberdade de Informação mostram como, entre 2007 e 2009, milhões de dólares foram canalizados de um pouco conhecido Escritório de Democracia, Direitos Humanos e Trabalho para jornalistas e órgãos de imprensa na Venezuela, Bolívia e Nicarágua, através da Fundação Panamericana de Desenvolvimento, que opera na América Latina desde 1962. No entanto, só a parte referente à Venezuela foi liberada, removendo-se o nome dos que receberam o dinheiro.

Os EUA vinham escondendo sua participação direta em fomentar a mídia anti-chavista, que atua abertamente para desestabilizar a democracia venezuelana e teve papel determinante no frustrado golpe de 2002, que chegou a afastar Chávez temporariamente do poder. Embora tenha omitido os receptores dos fundos norte-americanos, um dos documentos, de julho de 2008, deixou passar os nomes dos principais grupos venezuelanos encarregados pela distribuição do dinheiro entre a mídia e jornalistas encarregados de promover a agenda dos EUA: Espacio Publico e Instituto de Prensa y Sociedad (IPS).

A operação apresentava o seguinte objetivo: fortalecer jornalistas “independentes”, proporcionando-lhes treinamento, assistência técnica, materiais e acesso às novas tecnologias “para aumentar sua capacidade de informar o público sobre as mais críticas políticas que impactam a Venezuela”. Dois prêmios de “jornalismo investigativo” também foram criados neste sentido. Em outras palavras, interferência direta num país soberano, fomentando atividades anti-governamentais.

Mais de 150 jornalistas venezuelanos foram treinados pelas agências americanas e pelo menos 25 sites foram criados pelo dinheiro do Departamento de Estado. Nos últimos dois anos, escreve a advogada Eva Golinger, que já havia desvendado um financiamento do governo americano à mídia venezuelana por outros canais, houve uma proliferação de usuários de sites, blogs, Twitter, MySpace e Facebook, a maioria para promover mensagens anti-Chávez e disseminar informações falsas sobre a realidade do país.

Estudantes e jovens também foram treinados para formar uma rede de cyberdissidentes contra o governo venezuelano. Segundo Eva Golinger, em abril passado, em encontro para “ativistas pela liberdade e direitos humanos”, promovido pelo Instituto George W. Bush, em conjunto com a Freedom House e o Departamento de Estado, para analisar o “movimento global de cyberdissidentes”, um dos presentes era Rodrigo Diamanti, um jovem ativista anti-Chávez, que esteve ao lado de “dissidentes” do Irã, Síria, Cuba. Rússia e China.

Os documentos do Departamento de Estado também mostraram financiamentos para “fortalecer a mídia independente na Venezuela”, “promover a liberdade de expressão na Venezuela” e outros programas com universidades venezuelanas, de onde sairam os principais movimentos estudantis anti-Chávez nos últimos três anos.

É por isso que não se pode ser ingênuo diante de certos comportamentos midiáticos. Parte da imprensa chilena foi financiada na preparação do golpe contra Salvador Allende, em 1973; jornalistas cubanos são aliciados para combater Fidel Castro, e a Venezuela está inundada de ações midiática anti-Chávez. A denúncia do presidente da SIP não pode ser vista fora deste contexto.

No Brasil, claro, isso não acontece.

Liberdade de informação é um valor sagrado. Que não se o confunda com uma suposta imunidade das empresas de comunicação à lei.

post do tijolaço.

O DEBATE BLOQUEADO

http://www.estadao.com.br/fotos/LuizGonzagaBelluzzo_Palmeiras_05082009_292x280.jpg
'...é hora de perguntar: que sociedade queremos? [...] afinal de contas, quais são os valores que queremos preservar. [...]A mídia, a grande mídia, sob a consigna da liberdade de expressão trata de impedir que se desenvolva o verdadeiro debate sobre o Brasil ou sobre os temas que afligem a humanidade [...]Tudo está sendo feito para que a sociedade se transforme em uma massa amorfa que não tem papel nenhum a desempenhar na projeção de seu próprio destino...'
(Luiz Gonzaga Belluzzo; revista Cult)

“VOX POPULI”: DILMA 41% x SERRA 33%




PESQUISA VOX POPULI MOSTRA DILMA COM 8% DE VANTAGEM SOBRE SERRA

“Pesquisa do instituto Vox Populi, encomendada pela Rede Bandeirantes e o portal IG, mostrou ontem (23), que na pesquisa estimulada a candidata Dilma Rousseff (PT), da coligação Para o Brasil Seguir Andando, abriu uma vantagem de 8% das intenções de votos sobre seu principal adversário, José Serra (PSDB), da coligação “O Brasil Pode Mais” [sic]. Dilma tem 41% da preferência dos entrevistados e Serra, 33%. A candidata Marina Silva, do Partido Verde, aparece em terceiro lugar, com 8%.

Neste cenário, os votos em branco e nulos somaram 4% e 13% dos entrevistados ainda não sabem em quem votar. Na pesquisa espontânea, de acordo com o Jornal da Band, Dilma está com 28%; Serra com 21% e Marina Silva com 5%. Em um eventual segundo turno entre a petista e o tucano, a Dilma Roussef teria 46% e Serra 34%.

O maior índice de rejeição, de acordo com a pesquisa Vox Populi, recai sobre José Serra, com 24%, 20% disseram que não votariam em Marina Silva e 17% rejeitam Dilma Rousseff.

A margem de erro é de 1,8 ponto. Esta é a primeira pesquisa divulgada após a oficialização das candidaturas à Presidência. Ela foi feita entre os dias 17 e 20 de julho, e está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número 19.920/10. Foram feitas 3.000 entrevistas em 219 cidades de todas as regiões do país.”

FONTE: reportagem de Marcos Chagas