quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Dois mundos


Os servidores públicos federais que estão em greve, pelas manifestações que nos chegam, julgam-se uma categoria de trabalhadores diferenciados dos das empresas privadas. Acham algo perfeitamente normal receber salários sem prestar serviços em troca. Mostram, pensando assim, que vivem num mundo à parte de nós, pobres mortais, que suamos no dia a dia para ganhar os caraminguás que nos permitem sobreviver nesta sociedade capitalista - sobreviver pagando impostos que, por sua vez, são a base dos salários desse pessoal que agora está em greve.
Já disse e repito - greve é um direito pétreo do trabalhador. Mas como já afirmou um especialista em movimentos grevistas, o ex-presidente Lula, greve sem desconto dos dias parados não é greve, é férias.
Não tenho a menor ideia de qual será o futuro desse movimento dos funcionários públicos. Estou certo de uma coisa, porém: se a categoria já não era vista com bons olhos por grande parte da população, que a considera - injustamente, é bom frisar - pouco afeita a pegar no pesado, a imagem vai se deteriorar ainda mais se os protestos persistirem.
É um risco que correm, esse de se indisporem ainda mais com a população. Mas pelo andar da carruagem, os servidores não estão preocupados com isso - a única preocupação, no momento, é fazer o governo dobrar os joelhos e atender as suas reivindicações. O público que se dane.
Por todas as manifestações que vi, os servidores federais julgam que o governo é um péssimo patrão, ainda mais agora que está na iminência de cortar o ponto dos grevistas.
Tenho certeza, porém, que eles teriam outra opinião se estivessem vivendo no mundo de verdade, este outro  em que os patrões não se contentam em descontar as horas não trabalhadas.
Aqui, para simples informação dos prezados funcionários públicos, greve, para a ampla maioria dos empresários, não passa de assunto de polícia e deve ser tratada como tal.
Não está satisfeito com o seu salário, quer fazer greve?
Muito bem, o caminho da rua é logo ali...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

se não tem nada a contribuir não escreva!