Em
depoimento nesta semana na CPI do Cachoeira, Luiz Antônio Pagot,
ex-diretor do Dnit, afirmou com todas as letras que o mafioso bancou
reportagem na revista Veja para tirá-lo do cargo. “O contraventor
[Carlos Cachoeira] mais um representante da Delta [Claudio Abreu] se
uniram a um jornalista [Policarpo Júnior] para me derrubar”, desabafou.
Por Altamiro Borges, em seu blog
Por Altamiro Borges, em seu blog
No Reino Unido, denúncias similares levaram Rupert Murdoch, imperador da mídia, ao banco de réus. No Brasil, o depoimento sequer virou notícia nos jornalões e nas emissoras de tevê.
Pagot deixou o governo em julho de 2011 em decorrência de denúncias contra o Ministério dos Transportes. Uma matéria da Veja foi o estopim da crise e da exoneração. O ex-diretor do Dnit foi acusado de superfaturar obras e receber propinas. “Foi um episódio amargo na minha vida. Sentia-me um morto vivo, um fantasma. Quando começo a me reestabelecer, tive a brutal notícia que um contraventor e um agente de uma empresa seriam os responsáveis pela reportagem que gerou o afastamento e posteriormente a exoneração”.
"Enfiei tudo no r... do Pagot", diz Cachoeira
Questionado pelo relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG), sobre as razões desta trama, Pagot afirmou que ela ocorreu devido a sua postura diante da construtora Delta, braço da quadrilha de Cachoeira. “Era pela atuação que vinha tendo ao Dnit, não dava vida boa a nenhuma empreiteira e prestador de serviço. Era muito exigente. Penso que por isso eles patrocinaram essa matéria jornalística para me tirar do Dnit”. Ele garantiu que a sua queda foi fruto de um complô envolvendo a quadrilha de Cachoeira, a Delta e a Veja!
Gravações da Polícia Federal reforçam esta tese. Numa delas, Carlinhos Cachoeira confirma para o diretor da Delta, Claudio Abreu, que “plantou” informações na Veja para favorecer a construtora. “Enfiei tudo no r... do Pagot”, gaba-se o mafioso ao telefone. Apesar dos fortes indícios da ligação da revista com o crime organizado, nada é feito para apurar os fatos. O depoimento de Pagot sequer aparece no noticiário. Nenhuma linha, nenhuma palavra, nada nos jornalões, revistonas e emissoras de rádio e televisão.
O pacto mafioso da imprensa
De forma seletiva, a mídia pinça apenas o que interessa aos seus propósitos políticos – como a afirmação de Pagot de que participou do esquema de arrecadação de fundos para a campanha de Dilma Rousseff. Ele também disse que a Dersa, então dirigida por Paulo Preto, um dos “arrecadadores” de Serra, tentou desviar dinheiro do Dnit para a campanha tucana. Mas isto não virou manchete. Assim como as denúncias contra a revista Veja também sumiram. Desta forma, os barões da mídia mantêm o seu pacto mafioso!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
se não tem nada a contribuir não escreva!