Nesta 5ª feira, a poucas horas do início do seu
julgamento no STF, o ex-ministro José Dirceu mostrava-se sereno. A um
amigo solidário ele declarou: 'Gracias, estou firme e de pé; vou lutar
como sempre'. Ato contínuo, publicaria em seu blog um artigo que
empresta consequência política à frase e explica, em parte ao menos, o
ódio que setores da extrema-direita e do conservadorismo demotucano
nutrem em relação a ele, sentimento esse que aflora na cobertura
midiática e na sofreguidão de certos togados do STF.
Dirceu denuncia nesse texto a aliança eleitoral do PSDB, de Serra, e do PSD, de Kassab, com expoentes da truculência policial de extrema direita em São Paulo.No momento em que o país, finalmente, assume o imperativo de resgatar as histórias de mortos e desaparecidos engolidos pelo moedor de carne da ditadura, Kassab e Serra patrocinam candidaturas de coronéis; figuras egressas da mesma cepa dos que personificaram o horror e o sadismo nos anos de chumbo.
Segundo José Dirceu, coronéis ocupam hoje 30 das 31 subprefeituras de São Paulo. 'Agora essa movimentação revela a que veio', dispara. ' Encerradas as convenções, dois coronéis, um ex-comandante da Polícia Militar, Álvaro Camilo, outro, Paulo Telhada, ex-chefe da ROTA (...)saíram candidatos a vereador pelo PSD e pelo PSDB(... ) 'O coronel Camilo', esclarece, 'esteve à frente de duas das principais - e de mais triste memória - operações policiais realizadas mais recentemente em São Paulo: a ocupação militar da reitoria da USP e a desastrada reintegração de posse de 'Pinheirinho', em São José dos Campos, deixando feridos e milhares de desabrigados.'
Leia a íntegra do artigo:
Abre-se agora o jogo dos que deram espaço à extrema direita militar
Publicado em 02-Ago-2012
Conforme coloquei e adverti várias vezes aqui no blog, não era de graça que o prefeito paulistano Gilberto Kassab (ex-DEM-PSDB, agora PSD) - principal aliado de José Serra na disputa eleitoral deste ano - e os tucanos alavancavam carreiras políticas de praças e oficiais da PM paulista. O prefeito, inclusive, nomeando coronéis da reserva da PM para praticamente todas as subprefeituras da capital.
Agora essa movimentação revela a que veio. Encerradas as convenções, fechadas as chapas de candidatos à Câmara Municipal, dois coronéis, um ex-comandante da Polícia Militar, Álvaro Camilo, outro Paulo Telhada, ex-chefe da ROTA - Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar, saíram candidatos a vereador pelo PSD (de Kassab) e pelo PSDB (de José Serra) respectivamente.
A ROTA, nem preciso lembrar, é considerada uma das polícias mais truculentas do país e agora está no centro da crise da insegurança, da chamada "escalada da violência" reconhecida pelo próprio governo estadual em São Paulo.
Truculência marca ações dos policiais candidatos
A Camilo e a Telhada, se juntam mais dois policiais como candidatos a vereador, o ex-sargento PM Abou Anni (PV) e o delegado licenciado da Polícia Civil, Celso Jatene (PTB). Camilo, um dos militares que mais acumularam poder junto a Kassab, indicou ou é o principal avalista da indicação de todos os coronéis que ocupam 30 das 31 subprefeituras de São Paulo nomeados pelo prefeito.
O coronel Camilo esteve à frente de duas das principais - e de mais triste memória - operações policiais realizadas mais recentemente em São Paulo: a ocupação militar da reitoria da USP e a desastrada reintegração de posse de um terreno no bairro do Pinheirinho em São José dos Campos (SP), deixando feridos e milhares de pessoas desabrigadas.
Lembram o modelo espalhafatoso e de violência de Erasmo Dias
Telhada, também, graças à passagem pelo comando da ROTA tem um histórico pra lá de polêmico. Os quatro policiais agora candidatos a vereador na capital paulista têm em comum o fato de seguirem um pouco do estilo espalhafatoso e ameaçador a la Erasmo Dias - o coronel que foi um dos símbolos da repressão da ditadura em São Paulo e que pelas mãos e partidos da direita, depois foi deputado estadual, federal e vereador.
Todos os policiais candidatos orgulham-se de suas ações de truculência e foram intensamente cortejados pelos partidos da extrema direita antes de escolherem as legendas pelas quais agora saem para a Câmara Municipal Se eleitos têm tudo para serem considerados autênticos representantes da direita repressiva, linha dura, com práticas inspiradas na ditadura militar.
Engrossarão as chamadas "bancadas da bala" que costumam atuar na Câmara Municipal paulistana, na Assembléia Legislativa do Estado e na Câmara dos Deputados, na defesa de teses como a pena de morte, a maioridade antes dos 18 anos e contra plebiscitos e consultas à população sobre desarmamento.
Ingressam na política pelas mãos de Kassab e do tucanato
Mas, agora vocês já sabem quem os colocou na política, com quem eles se identificam, quem alavanca suas carreiras: o prefeito Kassab, os tucanos e seus aliados, a extrrema direita mais uma vez em preparação para agir e/ou já em ação, como vemos na crise da polícia paulista.
Muitos dos representantes dessa corrente já exercem influência ou domínio - até o controle absoluto em algumas áreas - sobre a cúpula da PM de São Paulo, o Ministério Público estadual, o Tribunal de Contas do Estado e até na Assembléia Legislativa.
Formam uma oligarquia de novo tipo no Estado, uma oligarquia que passou do controle específico de suas áreas de repressão para outras, até para a política, e que precisa ser removida em 2014, quando teremos eleições estaduais e nacional.
Dirceu denuncia nesse texto a aliança eleitoral do PSDB, de Serra, e do PSD, de Kassab, com expoentes da truculência policial de extrema direita em São Paulo.No momento em que o país, finalmente, assume o imperativo de resgatar as histórias de mortos e desaparecidos engolidos pelo moedor de carne da ditadura, Kassab e Serra patrocinam candidaturas de coronéis; figuras egressas da mesma cepa dos que personificaram o horror e o sadismo nos anos de chumbo.
Segundo José Dirceu, coronéis ocupam hoje 30 das 31 subprefeituras de São Paulo. 'Agora essa movimentação revela a que veio', dispara. ' Encerradas as convenções, dois coronéis, um ex-comandante da Polícia Militar, Álvaro Camilo, outro, Paulo Telhada, ex-chefe da ROTA (...)saíram candidatos a vereador pelo PSD e pelo PSDB(... ) 'O coronel Camilo', esclarece, 'esteve à frente de duas das principais - e de mais triste memória - operações policiais realizadas mais recentemente em São Paulo: a ocupação militar da reitoria da USP e a desastrada reintegração de posse de 'Pinheirinho', em São José dos Campos, deixando feridos e milhares de desabrigados.'
Leia a íntegra do artigo:
Abre-se agora o jogo dos que deram espaço à extrema direita militar
Publicado em 02-Ago-2012
Conforme coloquei e adverti várias vezes aqui no blog, não era de graça que o prefeito paulistano Gilberto Kassab (ex-DEM-PSDB, agora PSD) - principal aliado de José Serra na disputa eleitoral deste ano - e os tucanos alavancavam carreiras políticas de praças e oficiais da PM paulista. O prefeito, inclusive, nomeando coronéis da reserva da PM para praticamente todas as subprefeituras da capital.
Agora essa movimentação revela a que veio. Encerradas as convenções, fechadas as chapas de candidatos à Câmara Municipal, dois coronéis, um ex-comandante da Polícia Militar, Álvaro Camilo, outro Paulo Telhada, ex-chefe da ROTA - Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar, saíram candidatos a vereador pelo PSD (de Kassab) e pelo PSDB (de José Serra) respectivamente.
A ROTA, nem preciso lembrar, é considerada uma das polícias mais truculentas do país e agora está no centro da crise da insegurança, da chamada "escalada da violência" reconhecida pelo próprio governo estadual em São Paulo.
Truculência marca ações dos policiais candidatos
A Camilo e a Telhada, se juntam mais dois policiais como candidatos a vereador, o ex-sargento PM Abou Anni (PV) e o delegado licenciado da Polícia Civil, Celso Jatene (PTB). Camilo, um dos militares que mais acumularam poder junto a Kassab, indicou ou é o principal avalista da indicação de todos os coronéis que ocupam 30 das 31 subprefeituras de São Paulo nomeados pelo prefeito.
O coronel Camilo esteve à frente de duas das principais - e de mais triste memória - operações policiais realizadas mais recentemente em São Paulo: a ocupação militar da reitoria da USP e a desastrada reintegração de posse de um terreno no bairro do Pinheirinho em São José dos Campos (SP), deixando feridos e milhares de pessoas desabrigadas.
Lembram o modelo espalhafatoso e de violência de Erasmo Dias
Telhada, também, graças à passagem pelo comando da ROTA tem um histórico pra lá de polêmico. Os quatro policiais agora candidatos a vereador na capital paulista têm em comum o fato de seguirem um pouco do estilo espalhafatoso e ameaçador a la Erasmo Dias - o coronel que foi um dos símbolos da repressão da ditadura em São Paulo e que pelas mãos e partidos da direita, depois foi deputado estadual, federal e vereador.
Todos os policiais candidatos orgulham-se de suas ações de truculência e foram intensamente cortejados pelos partidos da extrema direita antes de escolherem as legendas pelas quais agora saem para a Câmara Municipal Se eleitos têm tudo para serem considerados autênticos representantes da direita repressiva, linha dura, com práticas inspiradas na ditadura militar.
Engrossarão as chamadas "bancadas da bala" que costumam atuar na Câmara Municipal paulistana, na Assembléia Legislativa do Estado e na Câmara dos Deputados, na defesa de teses como a pena de morte, a maioridade antes dos 18 anos e contra plebiscitos e consultas à população sobre desarmamento.
Ingressam na política pelas mãos de Kassab e do tucanato
Mas, agora vocês já sabem quem os colocou na política, com quem eles se identificam, quem alavanca suas carreiras: o prefeito Kassab, os tucanos e seus aliados, a extrrema direita mais uma vez em preparação para agir e/ou já em ação, como vemos na crise da polícia paulista.
Muitos dos representantes dessa corrente já exercem influência ou domínio - até o controle absoluto em algumas áreas - sobre a cúpula da PM de São Paulo, o Ministério Público estadual, o Tribunal de Contas do Estado e até na Assembléia Legislativa.
Formam uma oligarquia de novo tipo no Estado, uma oligarquia que passou do controle específico de suas áreas de repressão para outras, até para a política, e que precisa ser removida em 2014, quando teremos eleições estaduais e nacional.
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