terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Ao lado de Fidel e Raúl, Lula tenta consolidar relação com Cuba


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chega a Havana nesta terça-feira (23) acompanhado por uma comitiva ministerial e empresarial. Além de se encontrar com o presidente Raúl Castro e o antecessor Fidel, o objetivo é ampliar a parceria comercial entre Brasil e Cuba e consolidar um novo foco nessa relação.
Nos últimos anos, o Brasil tem se consolidado como um dos principais parceiros comerciais de Cuba, atrás apenas de Venezuela, Rússia e China. Em 2009, o volume de negócios chegou a US$ 330 milhões, sendo US$ 277 milhões em exportações brasileiras (sobretudo derivados de soja, frango, móveis e calçados) e US$ 53 milhões em exportações cubanas (rum, charutos e materiais médicos).

Uma das preocupações do governo brasileiro é diminuir a assimetria na balança comercial. “O presidente Lula disse que era importante que nós fizéssemos não só a promoção da exportação, mas da importação”, diz Hipólito Rocha, diretor da Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) em Havana. “A ideia é ter atividades produtivas aqui, ações de empresários brasileiros impulsionando a indústria cubana”.

Segundo ele, por causa disso são importantes as áreas de biotecnologia e um acordo tecnológico que será assinado o laboratório farmacêutico EMS, o maior do país, e a estatal cubana Quimefa.

Também estão na agenda anúncios como a liberação de verbas do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para compra de alimentos e obras de infraestrutura. A comitiva inclui representantes da Fanavit (Fábrica Nacional de Vidros de Segurança) – pertencente à família Mansur –, da rede World Trade Center São Paulo, da Petrobras e do laboratório EMS.

Grandes obras

O BNDES tem se empenhado em financiar projetos de grandes empresas brasileiras. Um deles marca a entrada da Odebrecht em Cuba e será selado com uma visita ao porto de Mariel, onde Lula fará o início simbólico das obras de reconstrução e ampliação. A maior parte do financiamento de cerca de US$ 800 milhões será do BNDES, através de um contrato de colaboração firmado ente os dois governos em 2009.

Outros investimentos estão em estudo. A Fanavit, por exemplo, estuda implantar uma fábrica de vidros na ilha, aproveitando-se da areia de alta qualidade, para ser o centro de produção e distribuição para países no Caribe. “Esse projeto já está aprovado, com memorandos prontos, e deve ser assinado agora na visita de Lula”, explica Rocha. Segundo ele, a empresa busca também um financiamento do BNDES para a fábrica, que deve custar cerca de US$ 165 milhões.

Nos dois mandatos do presidente Lula, o Brasil repassou cerca de US$ 1 bilhão a Cuba para projetos de infraestrutura, compra de alimentos, construção de rodovias e produção agrícola. A previsão é que mais US$ 300 milhões sejam liberados até 2012.

“A ideia do governo é abastacer todos os países emergentes com produtos do Brasil”, diz Hipólito Rocha. “O Brasil é a capital da América Latina, então é preciso abastecer todos esses países de produtos de alta prioridade brasileiros”.

Do vermelho, com informações do Opera Mundi

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