LAERTE BRAGA
A
posse do "ministro" Joaquim Barbosa na presidência do STF - Supremo
Tribunal Federal - nesta quinta-feira está destinada a ser mais um dos
espetáculos criados pela mídia para acentuar seu controle sobre o País e
suas instituições. O destaque que vem sendo dado desde o início da
semana fala em "presença de famosos e de um tri-campeão mundial".
Marco
Aurélio Mello, "ministro" da mesma corte, dizia a pouco menos de um mês
que duvidava das condições de Joaquim Barbosa presidir o STF. Ano
passado, num entrevero que levou o então presidente César Peluso a pedir
calma, Barbosa reagiu a uma crítica de Gilmar Mendes afirmando que "não
tenho medo dos seus jagunços".
São amigos de infância, hoje.
Em
qualquer país com o mínimo de normalidade as revelações do site
WIKILEAKS provando - através de documentos - as ligações do jornalista
William Waack com o Departamento de Estado norte-americano e
particularmente com a própria secretária Hilary Clinton, seriam
suficientes para que Waack fosse afastado. Está visível ali que o seu
compromisso está longe de ser com a informação séria e isenta, com o
fato jornalístico, é com a distorção, a mentira, a tarefa de vender
idéias sem qualquer respeito ao telespectador ou ao Brasil.
Somos
um País dominado pela mídia de mercado. Seis famílias a controlar a
informação e a dizer aos brasileiros o que é importante, o que pode e
deve ser feito e neste momento, o julgamento do goleiro Bruno vira fato
de extrema importância,
sobrepujando os corpos descarnados e mutilados de palestinos mortos
pelo terrorismo nazi/sionista de Israel nos ataques à Faixa de Gaza.
A
GLOBO, ao contrário, prefere mostrar cidadãos de Israel nas praias do
país, afirmando confiar nas defesas antiaéreas contra os ataques
"terroristas" dos palestinos. São saqueadores de terras, assassinos,
terroristas lato senso, mas transformados em seres civilizados pelo
prodígio da mentira midiática.
O cônsul de
Israel em São Paulo distribuiu nota oficial protestando contra os atos
que denunciam os crimes de seu governo e alertando o Brasil para eventos
como o Fórum Palestino no Rio Grande do Sul. Chama de terroristas os
que participam dos atos e sugere terrorismo em Porto Alegre no Fórum.
Num
país em que existisse um governo ou minimamente um chanceler seria
interpelado e até expulso por intromissão indébita em assuntos internos.
Aqui deita e rola, grupos sionistas fazem parte do seleto grupo de
acionistas do Estado - instituição - Brasil. Detêm e controlam setores
estratégicos da economia enquanto Dilma Roussef brincou de ensinar a
Europa a sair da crise no clássico "façam o que eu falo e não o que eu
faço".
A perspectiva de uma lei de meios, que
abra o setor de comunicação e democratize a informação é quase nula. As
famílias que controlam o esquema não abrem mão do monopólio e reagem com
a falácia da "ameaça a liberdade de expressão".
A
agenda privatista, logo entreguista, do governo de FHC está sendo
retomada sob disfarces pela presidente (presidente?) Dilma Roussef.
O
desmanche dos serviços públicos é visível a olhos nus. São os serviços
públicos e os servidores que materializam direitos básicos e
fundamentais do cidadão - previstos na Constituição - como saúde,
educação, transportes, segurança, etc.
No
quesito segurança o PCC dá mostras de ser uma força insuperável e já há
acadêmicos que defendem uma negociação com o crime organizado.
Existe
uma tirinha em que o filho comunica ao pai que vai tentar "carreira" no
crime organizado. "Público ou privado?", pergunta o pai. Não vai ser
uma negociação difícil, pelo contrário.
As
gravações - legais - feitas pela Polícia Federal no inquérito que
resultou na prisão do banqueiro Carlos Cachoeira sobre a revista VEJA,
em nenhum momento levou um deputado ou senador a pedir a convocação dos
responsáveis pela malfadada revista. O temor de virar capa da publicação
marrom e ser transformado em bandido para o gáudio de classe média,
onde boa parte ainda acredita que Arnaldo Jabor seja um indignado e não
um bem remunerado é maior que a lucidez. Registre-se que banqueiros de
jogo do bicho são seres humanos ao contrário de banqueiros de bancos
tidos como tais, ou seja, os dos juros e taxas.
O
Brasil só se pronunciou sobre o ataque terrorista a Gaza depois de
Obama ter pedido a paz. Patriota, supostamente ministro das Relações
Exteriores, deve ter recebido o comunicado sobre o que podia e devia
falar e falou o que podia e devia em perfeita sintonia com o presidente
dos EUA.
Somos um País manco e os brasileiros
todos vítimas da mídia. O ponto final de um processo de dominação
imposto ao Brasil pelos interesses dos principais acionistas do Estado.
Banqueiros, grandes empresários, latifundiários, bancada evangélica e
agora grupos sionistas (já estão dentro da EMBRAER e controlam a
indústria bélica brasileira).
O gigante continua
adormecido supondo que é governado por uma presidente que teria
compromissos populares. Lula em meio aos malabarismos de seu governo, o
que foi e não foi, ficou e não ficou, mas soube construir um coronelismo
eleitoreiro de eficiência indiscutível, escolheu o poste errado. Se
correta a afirmação de Delfim Neto, o poste até agora não se mostrou
capaz de acender luz. Pelo contrário, tem servido a trombadas homéricas e
se não caiu ainda é porque não oferece risco algum. Ou cairá à hora que
se fizer necessário - o que é pouco provável, tem espírito de camaleão.
Chamou
ano passado e tornou a chamar nessa última turnê européia a desafeta
Ângela Merkel para um duelo. Como estava na Espanha e não no programa de
Ana Maria Braga ensinando como fazer omeletes, com toda a certeza o rei
Juan Carlos será o padrinho, ou pelo menos o juiz.
O
tal do "porque não te calas". Vive hoje a realidade de 18 milhões de
desempregados, um país em franco processo de desintegração e breve
Shakespeare em versão espanhola, "meu reino por um cavalo". Ou um bisão,
desses que gosta de caçar em safáris nos campos africanos e suíços
especialmente preparados para sua majestade. A cinco mil dólares a
cabeça.
Um sem número de especialistas vai
explicar a sempre ofegante Leila Neubarth o porquê de tantas
questiúnculas no julgamento do goleiro Bruno e ao final tudo se reduzirá
a pó, até que cheguem o Natal, as festas de Réveillon e o grande
momento da mídia, uma nova edição do BBB - Big Brother Brasil -. O
bordel televisivo com direito a cachê/michê de alguns milhares de reais.
O Brasil é da mídia. Que o digam Faustão, Luciano Hulk e aquele vetusto senhor do "quem quer dinheiro?".
A ditadura é do IBOPE.
Os brasileiros, como sentenciou o sábio William Bonner, "são como Homer Simpson, não pensam nessas coisas".
A
grande dúvida dos produtores do espetáculo, a posse de Joaquim Barbosa,
é sobre a abertura da cerimônia. Se Joaquim desce dos céus escoltado
por anjos como Daniel Dantas, Salvatore Cacciola, ou entra pela porta da
frente com transmissão direta de William Bonner, Wiliam Waack, Fausto
Silva e Luciano Hulk, com José Dirceu e José Genoíno acorrentados e com
focinheira para não molestar a justiça e a democracia. O médico
estuprador que está no Líbano graças a um habeas corpus de Gilmar
Mendes, esse não tem jeito, a despeito dos esforços para vir homenagear
seus benfeitores. É para não pegar mal.
Cá fora,
longe da gaiola por medida de segurança, os brasileiros, todos vestidos
ou de Homer Simpson, ou de palhaços, com todo o respeito que palhaços
merecem.
Farta distribuição de pirulitos.
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