No jogo do poder não existem ingênuos. Todos os que entram na engrenagem do sistema partidário brasileiro, para disputar eleições e, eventualmente, ganhar um mandato parlamentar ou no Executivo, são obrigados a aceitar as regras vigentes.
Esclarecido esse ponto, o que diferencia um partido do outro?
Certamente não é o modo de obter financiamento para uma campanha eleitoral.
Não existe outra maneira de arranjar a verba suficiente para concorrer de verdade a não ser ir atrás de quem tem dinheiro.
E a gente sabe muito bem quem tem dinheiro.
Bem, se todos os partidos políticos agem da mesma forma para concorrer numa eleição, o que os torna diferente depois da eleição, quando eles assumem o poder, seja lá qual for, numa pequena cidade perdida no interior do país ou no Palácio do Planalto?
É aí que as coisas ficam claras, e que, como diz o ditado, o joio é separado do trigo.
Há partidos políticos que atuam no interesse público, da sociedade em geral, que têm sólida tradição de luta em prol de mudanças da injusta estrutura social do país, e outros que são, simplesmente, balcões de negócios onde se transaciona de tudo.
O Brasil mudou muito desde 2003. Pode-se até dizer que esse ano marca uma ruptura na maneira de os governantes do âmbito federal escolherem as prioridades.
No futuro, queiram ou não os fanáticos da extrema-direita, haverá o a.P. e o d.P., o antes do PT e o depois do PT.
Ou o antes de Lula e o depois de Lula, como queiram.
Isso porque a marca social que o Partido dos Trabalhadores carrega é muito forte.
Não é à toa que pesquisas indicam que ele é a agremiação preferida de cerca de 25% da população, isso num país no qual a política está no fim da lista das preocupações das pessoas.
Não é à toa, tampouco, que a elite conservadora brasileira, uma das mais cruéis e reacionárias que podem existir no mundo, mantenha uma guerra interminável contra o PT desde a sua fundação.
E desde então tente desqualificá-lo, jogá-lo na vala imunda em que se encontram várias outras agremiações.
O que se vê hoje, com essa história do mensalão, que abafou tantas outras que a antecederam, é apenas mais uma batalha dessa longa guerra onde tudo é permitido, onde não existem regras nem convenções, onde qualquer indício de civilização é desprezado em nome de uma vitória que nunca vem.
Um alemão barbudo, lá no longinquo século 19, já havia explicado que o mundo é assim mesmo, que as sociedades se movem para o futuro justamente por causa desses embates.
Nenhuma novidade nisso: é a luta de classes mostrando por que o homem é o homem.
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