segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Sarney e Lew reconstroem os poderes da República

Enquanto o Legislativo, soberamente, não votar, o leite tem que chegar às crianças
Saiu no Estadão, na pág. A5, “Não há prazo para novo fundo (FPE), diz Sarney”.

Para ele, se houver “boa vontade”, projeto do Fundo de Participação de Estados e Municípios na receita do Imposto de Renda “pode ser votado em fevereiro, mas Congresso não é obrigado a cumprir prazo de 150 dias fixado pelo STF”.

Sarney explica o voto do Ministro Ricardo Lewandowski – que, em breve atuação como Presidente do STF mostrou como uma Suprema Corte pode ser Alta Corte:

Lewandowski não deu o prazo  de 150 dias ao Congresso, como querem os capatazes da Casa Grande (entre eles o Estadão).

Mas, sim, decidiu que, durante cinco meses, serão mantidas as regras atuais – o leitinho das crianças continuará a ser fornecido, mesmo que vencido o prazo de de 31 de dezembro de 2012, antes fixado pelo Supremo.

Portanto, segundo Sarney, o recado de Lewandowski é para o Executivo não esquecer de mandar o leitinho das crianças da forma atual, até que o Congresso, soberanamente, vote quando e como quiser.

Não foi essa é, claro, a interpretação – sempre presente no PiG (*) ! – do ministro (Collor de) Mello.

Segundo a Folha (**), (Collor de ) Mello considera “impróprio” que o Congresso estabeleça prazos.

Como se viu acima, aparentemente, o ministro (Collor de) Mello não leu a decisão de Lewandowski.

Ele não fica prazos.

(Collor de) Mello, porém, parece muito generoso: diz que a decisão de Lewandowski é im “mal menor”, já que os Estados estão de “pires na mão”.

“Mal menor “… hum, isso é um perigo !

“Mal necessário” foi como este mesmo ministro qualificou, numa entrevista a Kennedy Alencar, a intervenção militar de 1964, que permitiu o assassinato de Rubens Paiva e a chacina do Araguaia.

Um mal menor.

Também contra mandar o leite às crianças foi o ministro Gilmar Dantas (***), que o considerou fora do “ordenamento jurídico” – http://www.conversaafiada.com.br/brasil/2013/01/19/gilmar-sugere-tirar-o-leite-das-criancas/.

“Dentro do ordenamento jurídico” foram, seguramente, as decisões que beneficiaram um imaculado banqueiro e um renomado especialista da bioética.

Um mal menor.

Paulo Henrique Amorim

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