sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Celso de Mello se vai (tarde). Vem outro “técnico” pro lugar ?

A Presidenta deveria imaginar o que teria acontecido na Venezuela se os Chinco Campos estivessem no STF.
Saiu no Globo, na seção de Ilimar Franco:

Dizem por aí


O ministro do STF Celso de Mello está avisando aos colegas do Supremo e amigos que deixará o órgão no primeiro trimestre deste ano. Ainda longe da aposentadoria compulsória (ele tem 67 anos), tem dito que está cansado, com problemas de saúde, e precisando de um tempo para si. Mello é o mais antigo ministro do STF. Está no cargo desde 1989.
Navalha
Confirma-se, portanto, a hipótese de o voto de desempate – 5 a 4 – de Celso de Mello sobre a quem caberia cassar o Genoíno – se o Supremo ou a Câmara – ter sido, de fato, um canto de cisne.
Foi um “como eu quero ser lembrado”.
Foi ali que ele invocou a paternidade de Chico Campos – clique aqui para conhecer os Chinco Campos – e se valeu de um bote salva-vidas que o Gilmar Dantas (*) lhe lançou.
Não fosse o Gilmar, o decano não teria como desvencilhar-se das cordas: ele mesmo, Celso de Mello, tinha decidido, antes, sem o PiG (**), que, segundo o mesmo artigo 55 da Constituição, uma Câmara de Vereadores é que poderia cassar um vereador.
Lamentavelmente, o decano vai pra casa sem decidir sobre aquela ação que considera a posse da TV Globo em São Paulo um ato de apropriação indébita, realizada com a falsificação de assinaturas.
Em julho, quem vai para casa é o brindeiro Gurgel, que acaba de ser desmascarado pelo Dirceu, e anuncia existir um esquema “mais amplo” que o mensalão (o do PT) – o que, na verdade, significa que ele vai para cima do Lula.
Portanto, é grave a responsabilidade da Presidenta Dilma.
Escolher o sucessor do trânsfuga Ayres Britto, aquele que tinha o controle do Tempo e fez coincidir o julgamento do mensalão com a eleição do Haddad.
Ela tem que escolher o sucessor do Celso de Mello e do Gurgel, o brindeiro.
Portanto, Dilma pode ter um Procurador menos ligado à Casa Grande e seus capatazes e construir a maioria do Supremo.
Porque, como se sabe, e demonstrou em excelente artigo o Márcio Félix, o Supremo não é lugar de “técnicos”.
(Nem o lugar de “técnico” da seleção é de apolíticos …)
A Presidenta não precisa escolher um Procurador Geral da lista tríplice do Gurgel.
Com lista ou sem lista, o Farol de Alexandria sempre escolhia o brindeiro.
E olha que o FHC era um especialista em escolher “técnicos” – Gilmar Dantas (*), brindeiro, Ellen Gracie (a da súmula vinculante “Dantas não é Dantas, mas Dantas”) e o Nelson Johnbim, aquele da babá eletrônica que, com a ajuda do Gilmar, fulminou o ínclito delegado Paulo Lacerda.
Se tem uma coisa de que o FHC entende é de técnica.
(Inclusive da técnica de ser massacrado pela BBC.)
A Presidenta deveria imaginar o que teria acontecido na Venezuela, se os Chinco Campos (***) estivessem na Suprema Corte .
O Capriles sentava-se na cadeira e, em uma semana, desfazia, no Supremo, tudo o que Chávez fez pelos pobres da Venezuela.
E o novo Ministro da Fazenda, Jack Lew, acumularia os afazeres em Washington com os de Caracas.
É tão simples quanto isso.
O legado de Lula e Dilma não dura uma semana num Governo Capriles – e numa Suprema Corte técnica.



Em tempo: a Presidenta também poderia se perguntar: e se não houvesse uma tevê estatal, forte, competitiva, na Venezuela … Onde estaria o Maduro, hoje ? Na Ilha do Diabo, na mesma cela do Dreyfus.

Em tempo2: é bom levar o Ilimar a sério. Foi ele quem disse que a Dilma tinha mandado a Ley de Meios do Franklin para a mesma gaveta em que o Fernando Henrique depositou as quatro do Serjão: ou seja, no Quinto dos Infernos.

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