Aqueles paulistas – minoria – que torcem o nariz para os nordestinos deveriam ler o estudo de uma consultoria publicado hoje no Estadão, mostrando que o crescimento da economia do Nordeste está evitando a migração para São Paulo, em busca de emprego na construção civil.
Das cerca de 333 mil vagas formais criadas entre julho de 2009 e 2010, mais de 114 mil foram geradas no Nordeste, representando mais de um terço do total.
Diz a matéria:
“Os ganhos reais do salário mínimo e o crescimento do Nordeste têm aumentado o dinamismo da economia local, reduzindo o fluxo de trabalhadores para outras regiões, aumentando os investimentos e ampliando a gama de oportunidades”, diz o economista da LCA, Fábio Romão. No Brasil, enquanto o setor ampliou no período em 16,6% as vagas formais, no Nordeste o crescimento atinge 30,5%”
Ontem mesmo, dados revelados pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil registram que o Norte e Nordeste brasileiros continuar aumentando os empregos na construção civil a taxas muito superiores às do Sudeste, como você pode olhar no gráfico aí ao lado, com dados fresquinhos, de julho.
E os reflexos disso é que já não há, em São Paulo, mão de obra abundante e baratíssima – porque mão de obra, há. ” “Estamos tendo dificuldades para preencher o aumento de 20% a 30% previsto para as vagas do fim do ano”, diz o presidente da Associação Paulista de Supermercados (Apas), João Galassi. Ele relata casos em que supermercadistas estão abrindo mão de contratar trabalhadores com ensino médio e ocupando as vagas com pessoas apenas com o ensino fundamental.”.
Paguem um pouco mais, senhores, que aparece, podem crer.
Esta é a realidade que uma parte da elite, por conta do seus preconceitos, não consegue ver. Não entende que o Brasil excludente, miserável, que arrancava das pessoas de sua terra em busca de trabalho, que destruía suas raízes culturais, suas famílias, sua dignidade é um Brasil cruel com os pobres mas, também, ruim para os que não o são.
Qua a cidade gigante, que os prédios gigantes, avenidas gigantes não podem ser erguidos e abertos por homens obrigados a virar anões e que não são anões, mas seres humanos iguais a você, a mim, a qualquer um.
Não entendem que a prisão, onde colocaram centenas de milhares de brasileiros é uma prisão para ela, também, gradeada, enjaulada, barricada atrás de seus vidros fumê. Que a morte em vida de seus irmãos é a morte de todos.
Que pena, que pena, que o ódio os impeça de ver o óbvio.
PS. Usei como ilustração para o destaque o cartaz do filme “O Homem que Virou Suco”, de João Batista de Andrade. Não achei na web e se alguém puder, indique como assistir. É um grande filme, que relata justamente esta luta do nordestino emigrado pela sua própria identidade.
post do tijolaço
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