
O Ipen (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares) planeja construir um novo reator nuclear, que deve custar cerca de R$ 850 milhões. Os recursos para elaboração do projeto -R$ 30 milhões- já foram aprovados pela Finep (Financiadora de Estudos e Projetos).
Se o projeto for aprovado, o novo reator deve estar pronto em 2016.O megainvestimento será feito em Iperó, no interior de São Paulo, numa área de 200 hectares cedida pela Marinha e pelo governo do Estado de São Paulo.
O objetivo é criar lá um novo polo de tecnologia nuclear, que deve se desenvolver ao redor do reator.
A ideia é que o polo atue na formação de pessoas e auxilie pesquisas, inclusive de usuários não ligados aos institutos da CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear, ao qual o Ipen é vinculado).
Apesar de ter a sexta maior reserva de urânio (necessário para a produção dos radioisótopos), o país praticamente não produz radioisótopos.
Com exceção do iodo-131, que tem 50% da produção feita no Brasil, os demais são importados de países como Argentina e Israel. Além disso, parte do processamento dos radioisótopos para produção de radiofármacos (moléculas para uso médico ligadas aos elementos) também é feito no exterior.
"Detemos o conhecimento, mas não temos a tecnologia", lamenta o diretor de projetos especiais do instituto, José Augusto Perrota. O maior e mais utilizado dos reatores nacionais, que fica no próprio Ipen, em São Paulo, foi inaugurado em 1958.
O novo reator poderá produzir e processar os radioisótopos para atender toda a demanda nacional. "Se usado pela comunidade brasileira como previsto, o reator de Iperó se pagará em menos de 20 anos", diz Perrota.
Para ele, o país não deve se intimidar com os custos. "Não podemos deixar de fazer "big science" (projetos científicos de grande porte, com tecnologia cara)."
Fonte: Folha de S.Paulo
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