terça-feira, 21 de setembro de 2010

Lula, pelas elites daqui e de lá

O Estadão e O Globo disparam, hoje, furibundos editoriais contra Lula. Para o Estadão, Lula detesta as pessoas “que lêem”:

“(…) a verdade é que o paladino dos desvalidos nutre hoje uma genuína ojeriza por uma, e apenas uma, categoria especial de elite: a intelectual, formada por pessoas que perdem tempo com leituras e que por isso se julgam no direito de avaliar criticamente o desempenho dos governantes.”

E usa as palavras daquele ex-presidente que falava francês, inglês e qualquer outra língua em que soubesse dizer “sim, senhor”, para dizer que Lula “desprezando o componente democrático para ficar na posição de caudilho”.

Já o jornal dos Marinho diz que Lula anda tomado pelo “espírito do Rei Sol, um Luís XIV tropicalizado. Porque? Porque quer dar lições de democracia a um jornal e a um império de comunicação que viveu e tornou-se um gigante sob as asas do governo militar, dos censores e da pressão?

As elites que eles tanto admiram, lá fora, não enxergam isso. O jornal francês Le Figaro publica hoje uma matéria extremamente elogiosa a Lula. “O presidente que modernizou o Brasil”

Numa tradução parcial da BBC, que pode ser lida aqui, a matéria diz:

“O chefe de Estado reagrupou algumas medidas sociais do seu antecessor e lhes deu uma dimensão inimaginável”, diz a reportagem do jornal.

“Pela primeira vez na história, o Brasil assiste a uma redução contínua e inédita das desigualdades. Em dois mandatos, 24 milhões de brasileiros saíram da miséria e 31 milhões entraram para a classe média.”

O jornal diz que o governo quer agora usar a riqueza dos novos campos de petróleo descobertos no litoral brasileiro para criar um fundo que beneficie os mais pobres.

Meu francês não chega nem perto de poder ler no original, aqui, para ler no original, mas dá perfeitamente para traduzir a frase do economista Marcelo Neri que encerra a matéria:

“De Gaulle teve razão durante muito tempo. Mas as coisas mudam. Nós estamos a caminho de sermos um país sério”.

Estamos mesmo, e não vamos sair deste caminho.

post do brizolaço.

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