Porque a bananeira só da cacho uma vez, mas pode-se plantar outra no lugar da que já deu cacho.
Minério se vai para sempre e só deixa o buraco.
Por isso os países desenvolvidos tratam os produtores de minério como “banana republics”. E os países que não querem se tratados assim criam mecanismos de proteção que impeçam suas riquezas a preço de banana.
Em fevereiro, India deu uma “paulada” na taxas de frete para exportação de seu minério de ferro. Passou-a de 100 rupias (US$ 2,24) por tonelada de minério para 1600 rúpias (US$ 35,88). No final de 2009 já tinha criado uma taxa de 5% sobre as exportações do minério de ferro fino e o aumento de 5% para 10% na alíquota do imposto sobre a exportação do minério granulado. E agora quer passar para 20%.
Os indianos, que não são bobos e conservam boa parte da mineração sob controle estatal – e não “bradescal”, como a nossa Vale – querem forçar a agregação de valor com a transformação em aço do ferro que exportam para a China.
Já os nossos “jênios” acham que é bom vender ferro e comprar aço. Os chineses, coitados, preferem fazer o contrário.
Hoje, o Estadão joga um pouco mais de luz sobre o chororô por Roger Agnelli.
Dizem lá os reporteres Cristina Samarco e Renato Andrade que “o Palácio do Planalto determinou ao Ministério da Fazenda estudar uma forma de taxar fortemente a exportação de minério de ferro e desonerar o aço. A ideia é reduzir a venda da commodity e aumentar a comercialização de produtos siderúrgicos brasileiros no exterior. O objetivo por trás da medida é forçar a Vale a investir mais na produção de produtos de maior valor.”
Traduzindo: deixar de tratar o minério de ferro como banana e fazer esta riqueza impelir a economia e e a renda no Brasil.
Mas assim não pode, assim não dá. Como é que ficam os lucros “pra já” de uma exploração predatória do minério? Como é que fica o lucro imediato e descomprometido com o futuro do país.
A “jestão” competente, para eles, é matar a galinha dos ovos de ouro, não é?
post do tijolaço
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