Com a imparcialidade dos presidentes militares, FHC
nomeou os ministros do Supremo. Fidelidade ilimitada – ou nada ! Aí,
chegou o Presidente Lula, que resolveu ser Republicano.
Fernando Henrique não teve dúvida: escolheu ministros do Supremo de sua confiança política.Gilmar Dantas (*), na Advocacia da União, foi o cérebro da Privataria que, mais tarde, com dois HCs Canguru, haveria de absolver (provisoriamente, porque o Supremo não vai tirar Dantas da cadeia pela terceira vez, não é, Presidente Barbosa ?).
Nelson Johnbim foi ministro de FHC, compartilhou o apartamento com o Padim Pade Cerra - a quem chama de o melhor Ministro da Saúde desde Oswaldo Cruz – e enfiou artigo na Constituição sem que a Assembleia Constituinte soubesse.
E está em liberdade.
Ellen Gracie, que, mais tarde, foi vista num shopping center de Sao Paulo a namoriscar Fernando Henrique já viúvo, é a Presidenta do Supremo que criou a Suprema Jurisprudência para tirar branco e rico da cadeia, ao impedir a abertura de certos discos rígidos: Daniel Dantas não é Daniel Dantas, mas, sim, Daniel Dantas.
E o Supremo quer ser levado a sério ….
FHC não brincou em serviço.
Com a imparcialidade dos presidentes militares, FHC nomeou os ministros do Supremo.
Fidelidade ilimitada – ou nada !
Aí, chegou o Presidente Lula, que resolveu ser Republicano.
Consultou Marcio Thomaz Bastos e nomeou Cezar Peluso.
José Dirceu desaconselhou.
Mas, Lula quis ficar acima da batalha ideológica e nomeou juízes técnicos, de ilibada reputação.
Começou com Peluso e seguiu com a mesma política Republicana.
Tão Republicana que escolheu os Procuradores da República que o espírito Republicano recomendava.
FHC, que conhece as entranhas da República, escolheu o Brindeiro Procurador.
E saiu do Governo imaculado, Republicanamente limpo.
Lula escolheu o Ministério Público dos “40 ladrões”.
Dilma seguiu o espírito Republicano do antecessor.
Manteve o Brindeiro Tênue Gurgel e levou ao Supremo um ministro que considera a verdade uma quimera e uma ministra que definiu o conceito de “elasticidade” até o ponto de o elástico enforcar o Dirceu.
Viva a República !
Viva o Supremo que enche de orgulho o peito do professor Fábio Comparato.
Dilma vai nomear o sucessor de Ayres Britto – que mereceu uma das mais notáveis páginas do professor Wanderley Guilherme.
Dilma vai nomear o sucessor do decano Celso de Mello, que exigiu “ato de ofício” para absolver Collor e dispensou “ato de ofício” para condenar Dirceu.
E talvez seja levada a escolher o sucessor de Joaquim Barbosa, que talvez prefira se aposentar, depois de levar a julgamento o mensalão tucano, a Privataria, a Lista de Furnas e devolver legitimidade às Operações Satiagraha e Castelo de Areia.
Dilma deveria seguir a trilha Republicana de Lula ou a estratégia não-Republicana de “proteger a retaguarda” do FHC ?
Franklin Roosevelt interveio no Supremo para aprovar o New Deal.
Néstor Kirchner demitiu os ministros do Menem.
E botou os militares torturadores na cadeia e baixou a Ley de Medios.
Quem disse que o Supremo é “republicano”?
O Supremo do Cacciola, do assassino da Stang, do Roger Abdelmassih, da anistia à Lei da Anistia.
Esse Supremo é Republicano ?
O Conversa Afiada se vê inclinado a dar razão ao Farol de Alexandria.
Ele e o Cerra são inimputáveis por que ?
Porque são Republicanos ou porque tratam o Brasil como ele é ?
O ansioso blogueiro recebeu livro interessante: “STF – do Autoritarismo à Democracia (sic)”, de Fabiana Luci de Oliveira, da FGV – Direito, Rio, pela Campus Jurídico.
Na página 77 e seguintes se aprende que os ministros do Supremo são:
- um grupo social com valores e identidade próprias;
- é uma corporação profissional;
ao sentar no Supremo, não tem mais nada a ver com quem os nomeia ou com a classe social de onde emergiram;
- na fronteira entre a Política e o Direito, com o monopólio de “dizer o que é Direito”, tem a prerrogativa de fazer política com autonomia, já que sua nomeação tem o caráter vitalício ;
- por se sentirem – “puros” ? – diferentes dos políticos profissionais, se acham atores mais legítimos para decidir imparcialmente sobre o destino político do país;
(Especialmente quando criminalizam a Política, como fizeram no julgamento do mensalão.)
- na raiz da suposta legitimidade do Supremo está a presunção do mérito profissional, que dá consistência e uniformidade aos membros do Supremo e à corporação de que sao a mais alta expressão.
A leitura do disparate contido no voto supostamente maquiavélico do Presidente Britto levou o ansioso blogueiro a rever apontamentos de outro infatigável leitor de Maquiavel.
Segundo Gramsci, os juízes são os “intelectuais orgânicos” da Casa Grande.
Lula e Dilma devem ter escolhido “seus” ministros no topo de um longo e feroz processo de seleção entre membros da mesma “categoria”, da mesma “camada social”, na mesma Casa Grande.
No Governo Lula, a tarefa de escolher os finalistas dessa seleção e de pescar no laguinho da Casa Grande cabia ao Marcio Thomaz Bastos, advogado de Daniel Dantas contra o difamador e caluniador contumaz Mino Carta.
No Governo Dilma, o líder da pescaria é o Ministro da Justiça (sic) Jose Eduardo Cardozo, que os amigos do Dantas chamam carinhosamente de Zé.
Suspeita-se que a pescaria do Zé nas águas turvas da Casa Grande seja com um olho no gato e outro no peixe.
O Ministro seria candidato a Supremo Ministro !
Logo, se a Presidenta continuar a nomear dentro da corporação, com os mesmo critérios do Presidente Lula, entregará o que o professor Wanderley chama de “dogmática impunidade” a três algozes.
Quem sai da corporação da Casa Grande e chega ao Supremo nela continua.
Porque a corporação é que mantêm as rédeas do poder na Casa Grande.
Legitima o Poder e o poder de coerção da Casa Grande.
A corporação existe para manter a Casa Grande de pé.
São como a corda e a caçamba.
Os juízes egressos da corporação são fieis à Casa Grande porque ela tem a Suprema prebenda a oferecer a quem lhe é fiel.
A Glória !
A Celebridade !
A Rede Globo !
O reconhecimento nos coquetéis; as fotografias nas colonas (**), nos artigos dos especialistas, nos programas eleitorais da UDN, nos congressos de classe, nas viagens de Primeira Classe a conclaves na Alemanha, na vista para o Central Park, e nos spas e resorts subvencionados pela Casa Grande.
Todas essas considerações inúteis pressupõem que o Supremo e o PiG (***) são hoje o “locus” do Golpe.
Como no Paraguai.
Não é mais na caserna.
Como não é no Paraguai.
O Golpe se trama e executa nos intelectuais orgânicos do Supremo.
E no jornal nacional.
Paulo Henrique Amorim
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