Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
“O truque
jornalístico-propagandístico é entregue a profissionais (...). E a
imprensa-empresa – Reuters, CNN, BBC e outras – põe-se a “noticiar” que “jovens
éticos” opõem-se à corrupção.
A corrupção é apresentada como se
fosse criação exclusiva do governo a ser derrubado; como se não houvesse jamais
havido corrupção em outros governos.
Na verdade, é corrupção que só
muito seletivamente atrai a atenção das agências de notícias, da mídia-empresa
em todo o mundo e do Departamento de Estado dos EUA...”
O
título e a matéria aí vão, para que todos vejam, porque é preciso ver para
acreditar
Tony Cartalucci |
Embora tenha havido época
em que os
EUA fingiam solidariedade ao governo russo, que combatia grupos
afiliados à Al-Qaeda que promoviam ataques terroristas nas montanhas do Cáucaso,
no sul da Rússia – além de ataques por todo o país, inclusive em Moscou –,
informações recentes[2] mostram que os EUA estão hoje
apoiando clandestinamente aqueles mesmos terroristas, nas mesmas áreas.
Assim
como os EUA criaram, financiaram, armaram e dirigiram a Al-Qaeda pelas montanhas
do Afeganistão nos anos 1980s, os EUA hoje estão financiando, armando e
dirigindo a Al-Qaeda, da Líbia para a Síria, e na Rússia.
Os
EUA tentam hoje minar e desestabilizar a ordem política na Rússia
Recentemente houve provas de que o
Departamento de Estado dos EUA está interferindo pesadamente na política
russa
[3]. Desde financiar a empresa GOLOS
[4], de monitoramento de eleições e
dita empresa “independente”, e que tentou apresentar as eleições na Rússia como
“fraudadas”, até protestos de rua coordenados por membros da oposição que são
pagos pelos EUA (muitos desses “membros da oposição” foram apanhados
literalmente “com a mão na massa”, dentro da embaixada dos EUA em Moscou
[5]), os EUA estão muito visivelmente
empenhados em minar e desestabilizar a ordem política na Rússia.
Pussy Riot |
O recente golpe de propaganda
operado pelo grupo “Pussy Riot” [Agito das Bucetas] [6] também foi instrumentalizado pela
oposição financiada pelos EUA, além de “repercutido” pelos mesmos agentes,
patrocinadores ocidentais e toda a imprensa-empresa ocidental.
Enquanto essas ações apresentadas
como o “poder suave” [orig. soft-power] seguem seu curso e vão operando
os efeitos para os quais foram concebidas, por outra via, essa nada soft,
os EUA vão promovendo o ressurgimento do terrorismo no Cáucaso russo [7]
– e terrorismo que, com
certeza, será encaminhado para respingar por todo o país. O que os fatos começam
a mostrar é que muitos dos centros de reunião e organizações de militantes
chechenos foram fronts de propaganda subsidiadas, de fato, pelos EUA.
A imprensa-empresa global dá os
primeiros passos na direção de “reciclar” o terrorismo
Como
foi feito na Síria, onde terroristas vindos de vários pontos foram e ainda são
apresentados mentirosamente pela imprensa-empresa do ocidente como “o povo
sírio”, “combatentes da liberdade” e “lutadores democráticos”, a mesma
imprensa-empresa já começa a operar para “limpar” os vários grupos terroristas
que já estão em ação nas montanhas do Cáucaso russo.
A Agência Reuters, por exemplo,
dizia em matéria recente: “Brutalidade e fúria do governo Putin alimentam a
jihad no Cáucaso russo” [8]. Era a senha, para o início de fogo
cerrado de propaganda para implantar na opinião pública um específico conjunto
de “causas” da violência na região.
Em
tom que muito se assemelha ao dos press-releases distribuídos pelo
Departamento de Estado, a matéria diz que os chechenos estão “fartos da
corrupção governamental” e querem mudanças “semelhantes às que se viram ano
passado na revolução egípcia”.
O que a Reuters não informa é que
a “revolução egípcia do ano passado” já está convertida, esse ano, em nova
ditadura, dessa vez da Fraternidade Muçulmana, que já começou a atacar
liberdades civis e que apóia as aventuras de intervenção de Wall Street e Londres [9].
Como no caso da Síria, quando somos
repetidamente “informados” de que a revolução rejeita “principalmente” o
extremismo sectário, a agência Reuters tenta agora implantar na opinião pública
também a ideia de que a violência na Rússia exibiria traços
“religiosos”.
Na mesma operação de propaganda,
somos também apresentados a Doku Umarov, o qual, diz a Reuters, seria “líder de
movimento clandestino para criar um Emirado na região do Cáucaso”. Outra vez, o
que a Reuters não informa é que, segundo relatórios da própria ONU, Umarov é
associado à Al-Qaeda (o que se lê na página da ONU, “QI.U.290.11. DOKU
KHAMATOVICH UMAROV”):
Doku Umarov esteve diretamente
envolvido na organização de vários grandes atos terroristas: a captura de áreas
residenciais dos distritos de Vedenski e Urus-Martanovski da República Chechena
da Federação Russa (agosto 2002); sequestro de funcionários do Gabinete do
Procurador Geral da República Chechena (dezembro de 2002); e explosão do prédio
onde operava o Departamento do Serviço de Segurança Federal Russa para a
República da Ingushetia, na cidade de Magas, e de dois trens em Kislovodsk
(setembro de 2003). Foi dos principais organizadores do ataque contra a
Ingushetia, por militantes, dia 22/6/2004, um ataque em Grozny, dia 21/8/2004,
sequestro com reféns em Beslan, dias 1-3/9/2004 e ataques terroristas contra
estações de metrô em Moscou dia 29/3/2010.
Umarov
e os terroristas do grupo sob seu comando, que estariam – como a Reuters insiste
em repetir – em luta santa, numa Jihad, não passam, na verdade, de
terroristas associados à Al-Qaeda. Não são, de modo algum, “combatentes da
liberdade”. São terroristas, cuja causa e cujos métodos são absolutamente
injustificáveis.
O principal centro de organização e propaganda de Umarov, esse “Bin Laden russo”, o conhecido Kavkaz Center, foi criado e mantido pelo Departamento de Estado dos EUA; e outros programas norte-americanos, como a Sociedade de Amizade Russo-chechena, são financiados pelo programa National Endowment for Democracy (NED), do governo dos EUA. Hoje, esse programa NED trabalha para derrubar o governo sírio. E ajudou a divulgar também, em todo o mundo, a “Operação Pussy Riot” [Operação Agito das Bucetas], na qual a manifestação de um grupo de performers russas foi cooptada e usada como ação de propaganda anti-Putin, em todo o planeta. (...) |
A
Agência Reuters trabalha também para implantar a ideia de que haveria militantes
armados em levante contra o governo russo; tudo é feito para implantar na
opinião pública mundial a ideia de que os russos estariam começando a recorrer
ao terrorismo, por falta de melhor via de luta. Mas, paradoxalmente, a Reuters
escreve, na mesma matéria, que os terroristas têm atacado também grupos de
muçulmanos locais na Rússia, os quais, diz a Reuters, seriam “apoiados pelo
governo russo”.
A verdade é que essa militância
liderada pela Al-Qaeda está tentando implantar-se em toda a região do Cáucaso,
por doutrinação religiosa ou por ataques contra e assassinato de moradores da
região. E esse é, precisamente, o modo como opera o imperialismo nessa região do
mundo, apoiado, aqui, por EUA e Arábia Saudita. Em todos os tipos de noticiário
que a Reuters distribui, o “culpado” de todos os crimes sempre é o governo
Putin... Não os EUA ou os sauditas.
Rússia: Como a oposição financiada
pelo Departamento de Estado dos EUA uniu-se aos terroristas armados pelos
sauditas
Tudo começa na obcecada oposição que
o ocidente faz à volta do presidente Putin ao poder na Rússia.
Sobre
isso ver também:
8/3/2012,
redecastorphoto em: “Entra
Vlad, para ENLOUQUECER Washington”, Pepe Escobar, Asia Times
Online, em português;
9/5/2012,
redecastorphoto “O
poder do PUTINATOR”, idem, ibidem, em português
Vladimir Putin |
O ocidente não admite a ideia de que
Putin encontre espaços para promover mudanças que levem a ampliar ou a gerar
estabilidade, social, econômica e geopolítica na Rússia – e que não sejam
mudanças absolutamente alinhadas e subordinadas ao que estabelece o “consenso”
Wall Street-Londres. Então, o ocidente decidiu que, em vez de expor-se ao mundo
na ação de oposição a um governo russo não completamente alinhado, inventaria e
construiria (na mídia e no mundo real) uma militância mercenária armada... As
ações dessa militância armada, “noticiada” pela imprensa-empresa alinhada e
subordinada ao “eixo” Wall Street-Londres, implantariam na opinião pública a
ideia de que Putin governa nação em crise, em surto grave de instabilidade
social.
A
ferramenta que volta a ser usada agora é a mesma que os EUA usaram nos anos
1980s no Afeganistão: terroristas pagos por EUA-sauditas, doutrinados no
sectarismo mais extremista, armados até os dentes e “liberados” para espalhar
atraso e destruição contra todos os que se oponham às políticas ocidentais para
o Oriente Médio. (...)
De fato, os movimentos no
Afeganistão nos anos 1980s e na Rússia em 2012, nada têm em comum... além dos
apoiadores (EUA-Sauditas) e dos terroristas que aqueles apoiadores apoiam: a
al-Qaeda.
E, como também já foi feito no
Afeganistão, o truque “propagandístico” é entregue ao trabalho de profissionais.
Os representantes e agentes clandestinos abrigados na embaixada dos EUA
aproximam-se e misturam-se com os militantes chechenos. E a imprensa-empresa –
Reuters, CNN, BBC e outras – põe-se a “noticiar” que “jovens” opõem-se à
corrupção, à opressão, apresentadas como se fossem criação exclusiva do governo
de Putin e não houvessem jamais acontecido em outros pontos do mundo, sem que,
por existirem, tivessem algum dia atraído qualquer simpatia do Departamento de
Estado dos EUA ou dos sauditas ou da agências ocidentais de
“notícias”.
Abrindo caminho para as hordas de
terroristas: da Líbia às montanhas do Cáucaso
A
criação de uma frente unida contra o Irã foi o objetivo imediato da Primavera
Árabe. Agitou e desestabilizou o Mundo Árabe, depôs governos nacionalistas,
substituindo-os por clientes obedientes do Ocidente. A Tunísia, a Líbia e o
Egito são hoje governados por representantes procuradores diretos da política
exterior dos EUA; enquanto Síria, Líbano e Irã são deixados sós para enfrentar
terroristas estrangeiros alimentados por governos sectários extremistas que
emergem em toda a região.
Al-Qaeda-no-Magheb (AQUIM) do norte do Mali; LIFG da Líbia; Fraternidade Muçulmana do Egito; e com apoio de Arábia Saudita, Israel, Qatar, Turquia e outros – convergem todos contra a Síria e, depois, contra o Irã. Caso Síria ou Irã caia, no confronto contra brigadas terroristas financiadas pelo ocidente, e se o ocidente conseguir usar os curdos na Turquia e norte do Iraque para criar uma ‘linha de condução’, estará aberto caminho diretamente até as Montanhas do Cáucaso russo e, de fato, estará aberto caminho para atacar diretamente Moscou. Nações que apareçam no caminho dessa horda, inclusive a Turquia e a Georgia, arriscam-se a acabar empurradas para um conflito difícil e caríssimo para elas. Outras nações que, hoje, estão expostas ao grave risco de serem atacadas pelo terrorismo apoiado pelo ocidente são Argélia, Paquistão e China. |
….
A Líbia já está
convertida em paraíso seguro para a Al-Qaeda, hoje um campo de treinamento
gigante para grupos terroristas, abastecido incansavelmente pelas armas da OTAN,
além de dinheiro e combatentes treinados, que se vão concentrando nas fronteiras
dos estados inimigos do Ocidente. A Síria já enfrenta o que já é, na essência,
invasão militar comandada por terroristas líbios, facilitada pela OTAN,
especificamente pela Turquia e por países do Conselho de Cooperação do Golfo
(CCG), especificamente Arábia Saudita e Qatar.
No caso de a Síria,
o Irã ou ambos caírem, e de o ocidente conseguir implantar uma região controlada
por militantes armados e servidores do ocidente, militantes de todo o Mundo
Árabe poderão ser treinados do Mali à Líbia, Síria e Curdistão, com armas e
suprimentos que lhes chegarão de todos os pontos aí compreendidos e canalizados
todos para a mesma direção, através das Montanhas do Cáucaso e contra a
Rússia.
A Turquia, é claro,
será a principal perdedora, escolhida, como parte do Curdistão, para integrar a
linha de transmissão do “projeto” – um gambito que o atual primeiro-ministro da
Turquia Recep Tayyip Erdoğan ao mesmo tempo conhece e ao qual se mostra
ardilosamente indiferente – na direção que mais interessa à elite de Wall Street-Londres, e em detrimento da
Turquia e de seu futuro de curto prazo.
Embora esse gambito
pareça difícil de conceber e mais ainda de executar, não se pode esquecer que a
Primavera Árabe e a subsequente violenta subversão da Síria estavam já
planejadas desde 2007-2008, para, como consequência indireta, minar o Irã –
sempre o Irã, o eterno inimigo. Não é difícil compreender que esse gambito é
parte de uma estratégia maior que está sendo maquinada desde 1991, orquestrada
por estrategistas norte-americanos que comparam a geopolítica e o mapa do mundo
a um “Grande Tabuleiro de Xadrez”.
Não há melhor modo
para controlar os vastos recursos, a geografia e as populações da Eurásia e
além, do que entregar tudo – norte da África, Oriente Médio e Eurásia a governos
medievais, comandados por conspiradores que agirão como um só corpo com os
financistas ocidentais, ao mesmo tempo em que manterão as populações paralisadas
pelo medo e pela ignorância. Perpetuar a Al Qaeda em todo o mundo em
desenvolvimento habilita o ocidente a impor medidas cada vez mais repressivas
draconianas também em casa, minando assim qualquer tentativa também das
populações ocidentais para construir autonomia e independência
econômica.
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