Por Altamiro Borges
No acumulado do primeiro semestre
deste ano, o lucro líquido do banco Itaú totalizou R$ 6,730 bilhões. Na
maior caradura, porém, a poderosa instituição financeira alardeia na
mídia rentista que está em dificuldades - que teve queda de 5,6% nos
seus lucros na comparação com o mesmo período de 2011. Esta é a desculpa
esfarrapada para dispensar milhares de trabalhadores. Entre junho de
2011 e junho último, o
Itaú demitiu 9.014 bancários - 8,8% do seu quadro funcional. Só no
segundo trimestre deste ano foram 3.777 vítimas.
Com o amparo de alguns
"especialistas" da imprensa - na verdade, porta-vozes do oligarquia
financeira -, o banco alega que a queda "abrupta" da taxa de juros -
seja da Selic, patrocinada pelo Banco Central, ou das instituição
públicas, bancada pelo governo - prejudicou os seus negócios. O Itaú
também joga a culpa nos clientes, difundindo que houve aumento da
inadimplência decorrente do "crédito fácil". As duas desculpas também
são esfarrapadas. Bravatas de banqueiros e dos seus "calunistas" da
mídia.
Diante da queda da taxa de juros, que não teve nada de "abrupta" e
continua das mais altas do mundo, os bancos elevaram suas taxas de
serviços e passaram a ser mais seletivos. Já no que se refere à
inadimplência, ela permaneceu praticamente estável - atingindo 5,2%, alta
de 0,1 ponto percentual na comparação com o trimestre anterior e de 0,7
ponto em relação a igual período de 2011. Nada justifica o Itaú
aniquilar tantos empregos e penalizar tantas famílias de trabalhadores -
a não ser a gula por lucros estratosféricos.
“É inadmissível que um banco com
esse resultado gigantesco, que não enfrenta nenhum problema, demita
tantos trabalhadores, como também estão fazendo o Bradesco e o HSBC. É
uma política socialmente irresponsável, que joga contra o
desenvolvimento e os interesses do país”, afirma Carlos Cordeiro,
presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Sistema
Financeiro (Contraf-CUT).
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