segunda-feira, 22 de novembro de 2010

RESSACA NEOLIBERAL TIGRE CELTA À MILANESA


Em troca do pacote de ajuda de até 90 bi de euros, o governo da Irlanda --país que levou ao extremo os preceitos do Consenso de Wahsington-- será obrigado a cortar gastos de forma paralisante. O país que selou sua adesão aos dogmas ortodoxos nos anos 80 fatiando 14 mil funcionários públicos, viverá agora um revival ainda mais cruel. No ajuste imposto pela falencia do modelo outros 20 mil funcionários públicos serão demitidos; o salário mínimo será reduzido; o déficit público, de 11,6% do PIB este ano, terá que ser cortado a ferro e fogo para atingir 3% até 2014. A população teme que a previdencia social seja destruída uma vez que o governo --conservador-- insiste em descarregar sobre ela a fatura do ajuste, sem elevar o imposto das empresas. Com uma alíquota máxima de 12,5%, a mais baixa da Europa, e uma das menores do mundo, o capital teve na Irlanda um tratamento nababesco nos últimos 30 anos. Quando veio a crise, a retribuição veio na forma de uma fuga maciça de capitais; os bancos quebraram, empresas faliram; por fim, o próprio hospedeiro obsequioso abriu o bico e pediu água. Foi passado na farinha do FMI e deitado em óleo quente. (Leia também 'Amnésia neoliberal: Como o Tigre Celta virou um Haiti Financeiro'. Carta Maior 21-11)

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