O crescimento da candidatura Dilma Rousseff, apontado pelas pesquisas Vox Populi e CNT/Sensus, é consistente em todos os estados, e mesmo em São Paulo, onde José Serra tem sua maior vantagem, Dilma subiu 12 pontos entre janeiro e maio, enquanto o tucano perdeu cinco pontos percentuais.
Deve ser por isso que a demotucanada está atropelando a legislação eleitoral e botando seu candidato na marra nos programas partidários com a conivência da grande imprensa, tão atenta em qualquer fala de Lula que se refira à Dilma. Mas essa moleza deve acabar daqui pra frente com a primeira decisão do TSE suspendendo propaganda do DEM.
Novos dados da pesquisa Vox Populi referentes a nove estados, divulgados ontem à noite, mostram Dilma na liderança em sete deles e em movimento ascendente. No Rio, Dilma deu um salto de 10 pontos em relação a janeiro e lidera a disputa com 38% das intenções de voto. Serra, por sua vez, caiu oito pontos e agora está com 24%, segundo o IG. O gráfico do jornal Valor, que reproduzimos, mostra Serra com 28%.
Em Minas Gerais, Dilma cresceu sete pontos de janeiro para maio, chegou a 35% e está empatada tecnicamente com Serra, que tem 38% segundo o Valor e 39% de acordo com o IG. A margem de erro das pesquisas estaduais varia de 3,1% a 3,7%.
Em Pernambuco, Dilma massacra Serra, com 53% das intenções voto contra 24% do tucano. Ela também subiu e lidera na Bahia e no Distrito Federal, onde deu um salto monstruoso de 22 pontos. Dilma ainda leva vantagem na Paraíba e no Rio Grande do Norte, mas nesses dois estados não há dados comparativos.
Além de São Paulo, Serra só está à frente no Paraná, onde Dilma é desconhecida por mais da metade do eleitorado (51%). Mesmo assim, ela subiu nove pontos em relação a janeiro e alcançou 32% das intenções de voto, contra 44% de Serra, que é conhecido por 65% do eleitorado e perdeu dois pontos.
Por esta pesquisa, a tendência de Dilma é de crescimento e Serra vem descendo a ladeira. Vai ser difícil para os demotucanos taparem o sol com a peneira. Brizola Neto
Não foi por falta de aviso. Quando os críticos da liberação desenfreada dos transgênicos alertaram que os produtores seriam escravizados pela Monsanto, foram estigmatizados – inclusive na mídia nativa – como “atrasados” e “inimigos da ciência”. Matéria de Mauro Zanatta, no Valor Econômico, relata que os produtores de soja ameaçam recorrer ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) contra o que consideram ser práticas de manipulação e imposição de regras pela Monsanto no mercado nacional de soja transgênica. Mais do que isso: os produtores estão articulando uma “frente de resistência global” contra a Monsanto em conjunto com produtores de soja da Argentina e dos Estados Unidos. Eles acusam a empresa de cobrança abusiva de royalties sobre as sementes de soja por meio da adoção de um adicional sobre a produtividade das lavouras.
“Se você produzir acima da média de 55 sacas por hectare, tem que pagar um adicional de 2%. Se misturar com convencional, também paga. Eles querem fazer papel de governo. Vamos ao Cade conversar sobre isso”, disse ao Valor Econômico o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), Glauber Silveira da Silva. A disputa entre produtores de soja e a Monsanto se agravou em 2009, quando a empresa elevou os preços cobrados pela tecnologia, passando de R$ 0,35 para R$ 0,44 por quilo de semente. Além disso, se for flagrado com transgênico em sua carga, o produtor tem que pagar uma multa por “uso não autorizado” de 2% sobre todo o valor da produção.
Os produtores também acusam a Monsanto de agir de forma ilegal ao impor restrições sobre a produção de soja convencional. “A Monsanto está fazendo o mercado. Ela obriga os sementeiros a produzir um mínimo de 85% de transgênicos e quem quer produzir convencional tem dificuldade para achar semente. Daqui a pouco, não teremos mais essa opção”, disse ainda Silveira, que cultiva 6 mil hectares de soja, girassol e eucalipto em Campos de Júlio (MT).
A Aprosoja Brasil também está questionando a validade da patente da tecnologia transgênica Roundup Ready no Brasil. “Quando acaba a patente deles?”, pergunta o presidente da entidade.
O governo e o Parlamento gregos, tendo compreendido finalmente a mensagem recebida dos deuses do mercado, adotaram um plano de austeridade de choque que fará com que os debaixo paguem o custo da crise. Mas os deuses seguem descontentes com o comportamento de Espanha, Portugal, Irlanda e Itália. Seus governos também deveriam levar como oferendas importantes medidas anti-sociais para acalmá-los. O artigo é de Eric Toussaint.
Eric Toussaint
Carta Maior
Quase todos os dirigentes políticos, sejam da esquerda tradicional ou da direita, sejam do Norte ou do Sul, confessam uma verdadeira devoção pelo mercado e, em particular, pelos mercados financeiros. Na verdade, deveríamos dizer que eles criaram uma verdadeira religião do mercado. A cada dia, em todas as casas do mundo que tem televisão ou internet, celebra-se uma missa dedicada ao deus mercado durante a divulgação da evolução das cotações da Bolsa e dos mercados financeiros. O deus Mercado envia seus sinais através do comentarista financeiro da televisão ou da imprensa escrita. Isso não acontece não somente nos países mais industrializados, mas também na maior parte do planeta. Em Shangai ou em Dakar, no Rio de Janeiro ou em Tombuctu, qualquer um pode saber quais são os “sinais enviados pelos mercados”.
Em todas as partes, os governos promoveram privatizações e criaram a ilusão de que a população poderia participar diretamente dos ritos do mercado (mediante da compra de ações) e que, como contrapartida, se beneficiaria se soubesse interpretar corretamente os sinais enviados pelo deus Mercado. Na verdade, a pequena proporção da população trabalhadora que adquiriu ações não tem o mínimo peso nas tendências de mercado.
Daqui a alguns séculos, talvez alguém leia nos livros de História que, a partir dos anos 80 do século XX, um certo culto fetichista provocou furor. A expansão assim como o poder que esse culto atingiu poderão ser relacionados com os nomes de dois chefes de Estado: Margaret Thatcher e Ronald Reagan. Os livros poderão destacar ainda que esse culto se beneficiou, desde o início, da ajuda dos poderes públicos e das potências financeiras privadas. Na verdade, para que esse culto encontrasse certo eco junto às populações, foi necessário que os meios de comunicação públicos ou privados rendessem-lhe homenagens cotidianamente.
Os deuses desta religião são os Mercados Financeiros, aos quais se destinaram templos chamados Bolsa, para onde só são convidados os grandes sacerdotes e seus acólitos. O povo dos crentes, por sua vez, é convidado a entrar em comunhão com os deuses Mercados mediante a tela da TV ou do computador, o jornal, o rádio ou o guichê do banco.
Até nos rincões mais recônditos do planeta, graças ao rádio ou à televisão, centenas de milhões de seres humanos, a quem se nega o direito de ter suas necessidades básicas satisfeitas, são convidados a celebrar os deuses Mercados. Aqui no Norte, na maioria dos jornais lidos pelos assalariados, pelas donas de casa e pelos desempregados, existe uma seção do tipo “onde colocar seu dinheiro”, apesar da esmagadora maioria de seus leitores e leitoras não ter nenhuma ação na Bolsa. Paga-se aos jornalistas que ajudem aos crentes a compreender os sinais enviados pelos deuses. Para aumentar o poder destes deuses sobre o espírito dos crentes, os comentaristas anunciam periodicamente que eles enviaram sinais aos governos para indicar sua satisfação ou descontentamento.
O governo e o Parlamento gregos, tendo compreendido finalmente a mensagem recebida, adotaram um plano de austeridade de choque que fará com que os debaixo paguem o custo da crise. Mas os deuses seguem descontentes com o comportamento de Espanha, Portugal, Irlanda e Itália. Seus governos também deveriam levar como oferendas importantes medidas anti-sociais para acalmá-los.
Os lugares onde os deuses angustiam-se com a manifestação de seus humores estão em Nova York, em Wall Street, na City de Londres, nas Bolsas de Paris, Frankfurt e de Tóquo. Para medir sua satisfação, inventaram-se instrumentos que levam o nome de Dow Jones em Nova York, Nikei em Tóquio, CAC40 na França, Footsie em Londres, Dax em Frankfurt ou IBEX na Espanha. Para assegurar a benevolência dos deuses, os governos sacrificam os sistemas de seguridade social no altar da Bolsa e, além disso, privatizam.
Valeria a pena perguntar-se porque foi outorgada essa dimensão religiosa a estes operadores. Eles não são nem desconhecidos nem meros espíritos. Possuem nome e domicílio: são os principais dirigentes das 200 maiores multinacionais que dominam a economia mundial com a ajuda do G7 e de instituições como o FMI – que voltou ao centro do cenário graças à crise após ter passado um tempo no purgatório.
Também atuam o Banco Mundial e a Organização Mundial do Comércio, ainda que esta não esteja em seu melhor momento. Ninguém sabe se ela poderá ser, de novo, a escolhida dos deuses. Os governos não são uma exceção: desde a era de Reagan e Thatcher abandonaram os meios de controle que contavam para monitorar os mercados financeiros. Dominados pelos investidores institucionais (grandes bancos, fundos de pensões, companhias de seguros, hedge funds...) os governos doaram ou emprestaram aos mercados trilhões de dólares para que pudessem cavalgar de novo, depois do desastre de 2007-2008. O Banco Central Europeu, o Federal Reserve dos EUA e o Banco da Inglaterra emprestaram diariamente, com uma taxa de juro inferior à inflação, enormes capitais que os investidores institucionais se apressaram em utilizar de forma especulativa contra o euro, contra os tesouros dos Estados, etc.
Atualmente, o dinheiro pode atravessar fronteiras sem nenhuma imposição fiscal. A cada dia cerca de 3 trilhões de dólares circulam pelo mundo saltando as fronteiras. Menos de 2% desta soma é utilizada diretamente no comércio mundial ou em investimentos produtivos. Mais de 98% estão envolvidos em operações especulativas, em especial relacionadas às moedas, aos títulos da dívida ou às matérias primas. Devemos acabar com a trivialização desta lógica de morte. É preciso criar uma nova disciplina financeira, expropriar esse setor e colocá-lo sob controle social, gravando com fortes impostos aos investidores institucionais que primeiro provocaram a crise e depois se aproveitaram dela, auditando e anulando as dívidas públicas ilegítimas, instaurando uma reforma tributária redistributiva, reduzindo radicalmente a jornada de trabalho a fim de poder se contratar massivamente, sem diminuição de salários. Em duas palavras, começar a colocar em marcha um programa anticapitalista.
(*) Presidente do CADTM Bélgica (Comitê pela Anulação da Dívida do Terceiro Mundo), doutor em Ciências Políticas na Universidade de Liége (Bélgica) e na Universidade de Paris VIII (França).
Em um curto discurso para prefeitos em Brasília, Lula criticou os que precisam criar uma inimigo para justificar suas atitudes. Ele se referia à insistência em sancionar o Irã depois que obteve um acordo, no qual o Irã aceita justamente o que o Conselho de Segurança da ONU queria há um mês.
Lula contrapôs os colunistas brasileiros que o criticam e dizem que aquilo (a questão nuclear no Irã) não é coisa do Brasil, com uma simples perguntinha: “E quem disse que é coisa dos Estados Unidos?”
Valor Econômico - O governo federal licitará, no dia 7 de junho, 1.670 quilômetros de ferrovias, um investimento de R$ 6,4 bilhões. Os projetos, desenvolvidos pela empresa pública Valec, preveem a extensão da Ferrovia Norte-Sul, de Ouro Verde (GO) a Estrela d"Oeste (SP), e o início da construção da Ferrovia Leste-Oeste, entre Ilhéus e Barreiras, na Bahia. "Esperamos iniciar as obras ainda em julho", disse José Francisco das Neves, presidente da Valec, durante seminário sobre o setor na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Para o trecho entre Goiás e São Paulo, com 670 km, o investimento será de R$ 2,5 bilhões. A licitação, antes prevista para maio, foi adiada por necessidade de correção do edital. A obra vai se somar aos 1,4 mil km já em construção da Ferrovia Norte-Sul - que vem desde Açailândia (MA) -, prometidos para serem entregues no dia 20 de dezembro deste ano.
O trecho da Leste-Oeste a ser construído em território baiano terá mil quilômetros e demandará investimento de R$ 4,2 bilhões. Segundo o projeto, futuramente a ferrovia terá 1,5 mil km e irá até Figueiropólis, em Tocantins. Para finalizar a ferrovia, será necessário aporte de R$ 2 bilhões. A malha ferroviária deve atravessar 32 municípios na Bahia. Será uma obra importante para escoar produtos agropecuários do Oeste baiano e minérios da região de Caetité (BA).
Os novos trechos devem ser operados segundo o modelo de concessão espanhol, em estudo avançado no governo. Segundo Neves, amanhã haverá uma reunião na Casa Civil para tratar do assunto. No modelo atual, o governo faz a concessão dos trechos de ferrovias, que passam a ser operados por uma empresa privada. O novo sistema consistiria em vender o direito de uso da malha às companhias, mantendo o controle da Valec. O material rodante é de responsabilidade do parceiro privado. (Samantha Maia)
Com a ampliação da Ferrovia Norte-Sul até Estrela d'Oeste (SP), o Brasil contará com uma espinha dorsal ferroviária que ligará o porto de Itaqui, no Maranhão, ao porto de Santos, em São Paulo. Essa ferrovia quando inaugurada trará um enorme benefício ao setor produtivo da região Centro-Oeste, que terá transporte mais sustentável, além de aliviar as rodovias que ligam o interior às regiões portuárias. Com os dois portos interligados, exportadores poderão negociar com mais facilidade melhores condições para embarcar suas cargas.
O projeto de ampliação da malha ferroviária prevê também seguir com a Norte-Sul até o Rio Grande Sul, ter um ramal para Rondônia e outro para Ilhéus, além da interligação com a Transnordestina.
O Brasil voltará a ter o modal ferroviário como eixo do desenvolvimento regional.
Amanhã, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, se realizará um seminário promovido pela Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul sobre a integração do Codesul com o Zico Sur, para ligar o Atlântico ao Pacífico.
O Codesul reúne o Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul.
O Zico Sur reúne o norte da Argentina, o sul do Chile, a Bolívia, o Paraguai e Mato Grosso do Sul.
Faltam 80 km de rodovia e 200 km de ferrovia para realizar a ligação por terra entre Campo Grande, Corumbá, a Oruru (Bolívia) e o porto de Arica no Norte do Chile.
Ou seja, a ligação de Santos ao Pacífico, com escala obrigatória em Mato Grosso do Sul.
Boa parte dos custos da construção ficará por conta do BNDES.
Este seminário de amanhã se realiza com financiamento parcial da União Européia.
Quer dizer, os europeus já sabem onde está o pote de ouro, no fim do arco-íris.
Os empresários dessas regiões tentam sair na frente, para obrigar os governos, desde já, a realizar a integração aduaneira, sanitária e tributária, que o fluxo comercial do Atlântico ao Pacífico e do Pacífico ao Atlântico vai exigir.
Mais para cima, no Acre, como se sabe, e também com dinheiro, em parte, do BNDES, se realiza a integração do sul do Amazonas com o Acre, em Assis Brasil.
E de Assis Brasil formar a zona econômica Brasil-Peru, até chegar ao porto de Maldonado.
Quer dizer, o Centro-Oeste brasileiro vai ter dois acessos à China, através do Peru e do Chile.
Em Arica, no Chile, o porto é privado, e os dirigentes da Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul acreditam que isso deve facilitar a institucionalização do comércio entre o Codesul e o Zico Sur.
O Banco Central estima que a economia brasileira tenha crescido 9,85% no primeiro trimestre de 2010 em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com o IBC-BR (Índice de Atividade do BC). É um ritmo de expansão só comparável ao da China.
O mesmo indicador mostra que o crescimento sobre o quarto trimestre pode ter chegado a 2,38%. Nos últimos 12 meses, o país cresceu 3,06% em relação aos 12 meses anteriores.
Forte recuperação
Os números oficiais do PIB (soma dos bens e serviços produzidos no país em um determinado período) serão divulgados pelo IBGE somente no início de junho.
As estimativas do BC indicam que a economia brasileira está em forte ritmo de recuperação, depois da retração de 0,2% registrada em 2009. As estimativas do mercado financeiro, bancos e do governo para o PIB deste ano giram em torno de 6% e 7%.
A atabalhoada reação norte-americana ao acordo com o Irã, negando uma proposta que há seis meses vocalizava como imperativo da paz, demonstra que a prioridade da Casa Branca não é, nunca foi, conter a proliferação nuclear no Oriente Médio. Seu objetivo agora explícito, ao preconizar uma escalada de sanções que incluem a interceptação de navios iranianos em alto mar e a devassa no Banco Central do país, é a rendição incondicional de Teerã à hegemonia dos EUA e a de seus aliados na região. A paz é secundária nesse jogo de xadrez em que Washington só aceita o xeque-mate a seu favor. O termo 'rendição incondicional' foi apropriadamente utilizado pela arguta analista da Folha, Claudia Antunes, para descrever a estratégia de guerra embutida no vocabulário da paz expresso nos movimentos públicos e reservados de Obama e da secretaria Hillary Clinton nos últimos dias. Obama ligou para Medvedev e tentou catequizá-lo por uma hora e 30 minutos para sabotar a iniciativa brasileira de paz pouco antes do desembarque de Lula em Moscou. Fez o mesmo com o principado do Qatar, horas antes da chegada da comitiva brasileira. Desnuda-se à opinião pública mundial que o Departamento de Estado norte-americano opera para derrubar governo iraniano, sendo o Tratado de Não Proliferação Nuclear mero adereço de mão desse desfile bélico. As 'armas de destruição em massa' cumpriram papel semelhante na pavimentação do ataque desastrado ao Iraque que jogou os EUA em um novo atoleiro no Oriente Médio. O desenlace desta vez --se 'bem sucedido', o que é a cada dia mais controverso-- seria possivelmente instalar em Teerã um regime da estrita confiança de Washington, a exemplo das notáveis 'democracias' reinantes na 'liberal' Arábia Saudita ou no Qatar. É a sintonia sabuja com essa lógica de isolamento e golpe que o candidato da coalizão demotucana, José Serra, expressou recentemente em entrevista à RBS, ao dizer: " 'Eu não receberia, nem visitaria Ahmadinejad'. A subserviência soa como música aos ouvidos dos falcões de Washington nesses dias. Fica claro, porém, em mais esse aspecto, que o Brasil de hoje não é o de ontem; e que Serra não é, nunca foi, nem poderia ser um continuador da política de Lula, tanto no plano doméstico, quanto no cenário internacional.
(Carta Maior e o confronto entre dois projetos de país e de soberania;19-05)
Prof Paixão: quando o Brasil terá os índices do Brasil só dos brancos ?
O programa Entrevista Record Atualidade que a Record News exibiu ontem mostrou uma entrevista com o professor Marcelo Paixão, do Instituto de Economia da UFRJ.
Ele mostrou alguns dados que deveriam dar muito orgulho aos brasileiros (da elite):
Os negros brasileiros vivem seis anos menos que os brancos.
O número de analfabetos negros é o dobro do número de brancos.
A renda dos negros é a metade da renda dos brancos.
Os negros ficam dois anos a menos na escola que os brancos.
Se desmontarmos os números do IDH, índice do desenvolvimento humano, da ONU, veremos que se o Brasil fosse só dos brancos (O SONHO DA ELITE BRASILEIRA …) ficaria na 40a. posição do IDH.
O Brasil está na 70a.
Mas, se fosse só de negros, seria um país pobre africano e ficaria na 104a. posição.
Não, nada disso, nós não somos racistas.
Tanto assim, demonstra o professor Paixão, que entre 2003 e 2009 foram libertados 40 mil brasileiros.
Isso mesmo, amigo navegante, “libertados”, ou seja, abandonaram a posição de escravos, porque viviam em fazendas sob o regime servil: não recebiam remuneração para poder pagar dívidas impagáveis.
Desses 40 mil escravos, 73,5% eram negros.
Ora direis, mas o Brasil é um país negro.
Sim, 50,5% da população é negra.
Mas, dos escravos, 73,5% são negros.
Não, amigo navegante, o professor Paixão exagera.
Não, não somos um país racista.
A última coisa de que o Brasil precisa é de ações afirmativas, como, por exemplo, cotas para negros nas universidades.
Isso é recurso de país pobre, subdesenvolvido, como os Estados Unidos.
Excelente análise da cobertura eleitoral, feita por um blogueiro do JB:
"Tira a roupa do varal que vai cair temporal", dizia o samba cantado pelo mestre Marçal.
As pesquisas que já dão Dilma Rousseff na frente de José Serra devem servir de alerta nas trincheiras do governo.
Vem chumbo grosso por aí.
Os jornais e a TV que tem nome de biscoito, que sempre foram subservientes à ditadura militar, vão queimar todos os seus cartuchos até o dia da eleição presidencial, posando de imprensa crítica e independente (na democracia é fácil...). Vão tentar mais uma meia dúzia de escândalos pré-fabricados para ver se recolocam seus velhos amigos no poder. Lembra do sequestrador do Abílio Diniz sendo apresentado à imprensa com a camisa do PT?
Onde já se viu, gastar tanto dinheiro com pobre? Onde já se viu dar dinheiro para pobre comer? Onde já se viu dar bolsa de estudo em faculdade para filho de pobre? Filho de pobre é para lavar banheiro, para varrer a rua, até para assaltar, mas nunca para ser engenheiro, médico, advogado. Isso, rumina a elite mais egoísta do mundo, é para os nossos filhos, não para os filhos dos pobres.
Mais telefones serão grampeados, mais marolas vão ser transformadas em tsunamis nas páginas, porque o papel aceita tudo. Nas ilhas de edição, vão se forjar os maiores absurdos da manipulação de informação.
Ooooooh! A Dilma falsificou o currículo!
Ooooooh! A Dilma passou por uma charrete e não deu bom dia ao cavalo! Mal-educada, antipática!
Os articulistas mais bem pagos do país vão se esmerar ainda mais para justificar seus salários com textos cretinos contra o bolsa-família, contra o presidente sem diploma e contra sua candidata, a encarnação de satanás na Terra.
Os políticos da oposição também vão usar todos os seus recursos. Lembra do Caso Lubeca, "denunciado" pelo líder latifundiário Ronaldo Caiado antes da eleição de 1989?
Não lembra? Claro, era cascata.
Todo governo tem corruptos. O da China, o dos Estados Unidos, o da Austrália, o da Coréia do Norte, de Angola e da África do Sul. O que difere um governo do outro não é a honestidade ou a falta dela, porque seres humanos são altamente corruptíveis.
O que difere um governo do outro é como ele gasta seu dinheiro.
Onde já se viu mais quatro anos gastando bilhões com essa gente miserável das favelas e periferias? Onde já se viu levar água do Rio São Francisco para o sertão nordestino? Nordestino sempre bebeu água barrenta ou morreu de sede, para quê mudar isso agora, depois de 500 anos? Os recursos do tesouro, afinal, sempre foram para que as grandes corporações abrissem novos negócios sem mexer em seus próprios cofres.
E, para deixar o tempo ainda mais fechado para o lado do governo, agora o Lula conseguiu um acordo com o Irã e a Turquia considerado importante pela diplomacia mundial. Será que para ser secretário-geral da ONU é preciso ter o segundo grau completo?
Onde estão nossos catedráticos? Nossos poliglotas? Onde estão os catedráticos da Sorbone com seus bolsos cheios de MBAs? O torneiro mecânico nem inglês fala...
E a criação de empregos formais, que bateu novo recorde para o mês de abril e se aproxima do recorde histórico, atingido em julho de 2008? Claro, tudo feito pelo PSDB, herança tucana, não é mesmo?
Aham...
Não se iluda. O governo que tire a roupa do varal, porque vai cair temporal.
Antes que me acusem de fazer jornalismo partidário, lembro que isto aqui é um blog pessoal.
Ou você é daqueles que acreditam que jornalista não teve infância e não torce pra time nenhum?"
Embora a grande mídia empresarial não queira admitir, Lula e a diplomacia brasileira foram protagonistas de um grande feito histórico, que ficará registrado nos livros acadêmicos: como muita conversa, coragem e espírito de entendimento, impediram uma insana guerra.
Tristeza e redução de lucros para a indústria bélica! Nem todos ganham com a paz...
A aposta dos EUA e da mídia tupiniquim de que o Irã não aceitaria um acordo de troca de combustível nuclear foi perdida. Típico tiro no pé. Mais um desastre para os golpistas midiáticos de plantão, que só faz salientar a bem-sucedida empreitada de Lula! O torneiro mecânico, afinal, impôs sua pax, contribuindo de forma extraordinária para que o impasse de Teerã com o Ocidente acerca do programa atômico iraniano fosse superado.
Sobre a "torcida" da mídia em desfavor do acordo, basta relembrar o que afirmou Merval Pereira no O Globo, ontem (domingo):
“Assim como previsivelmente não conseguiu nada no Oriente Médio, a busca de um protagonismo internacional leva o governo brasileiro a assumir uma negociação com o Irã que dificilmente se concretizará, ainda mais na tosca concepção de Lula de que a solução ainda não foi encontrada por que nenhum dirigente internacional sentou-se para negociar com Ahmadinejhad “olho no olho”.
Aliás, o jornalista Paulo Henrique Amorim está absolutamente certo quando afirma que os “colonistas” do PIG (Partido da Imprensa Golpista) assim se comportarão (buscar dar um golpe, derrubando o presidente eleito) sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital (ver clicando aqui).
Inquestionavelmente Lula gravou seu nome na história universal e se consolidou como grande liderança mundial. Barack Obama estava certo: Lula é o cara! Um homem de boa vontade, que sempte acredita numa conversa "olho no olho".
FHC certamente está se consumindo. Além de entreguista, o ex-presidente brasileiro, integrante do PSDB, rezava a cartilha diplomática norte-americana, como um bom colonizado que se curva diante de seu senhor.
Quando nossos filhos e netos estudarem a disciplina de História, aprederão duas lições: 1) FHC foi o presidente entreguita, que privatizou quase tudo no Brasil; 2) Lula foi o presidente que fez o Brasil crescer e diminuiu as desigualdades sociais e regionais, além de contribuir para a paz mundial. FHC será motivo de vergonha; Lula, de orgulho! A História não constuma ser clemente com os impostores!
O capitalismo tem legiões de defensores. Muitos o fazem de boa vontade, produto de sua ignorância e pelo fato de que, como dizia Marx, o sistema é opaco e sua natureza exploradora e predatória não é evidente ante os olhos de homens e mulheres. Outros o defendem porque são seus grandes beneficiários e amassam enormes fortunas, graças às suas injustiças e iniquidades.
Além do mais há outros ("gurus" financeiros, "opinólogos", jornalistas "especializados", acadêmicos "pensadores" e os diversos expoentes do "pensamento único") que conhecem perfeitamente bem os custos sociais que, em termos de degradação humana e do meio-ambiente, o sistema impõe.
No entanto, são muito bem pagos para enganar as pessoas e prosseguem com seu trabalho de forma incansável. Eles sabem muito bem, aprenderam muito bem, que a "batalha de ideias", à qual Fidel Castro nos convocou, é absolutamente estratégica para a preservação do sistema, e não retrocedem em seu empenho.
Para resistir à proliferação de versões idílicas acerca do capitalismo e de sua capacidade para promover o bem-estar geral, examinemos alguns dados obtidos de documentos oficiais do sistema pelas Nações Unidas.
Isso é sumamente didático quando se escuta, principalmente no contexto da crise atual, que a solução aos problemas do capitalismo se obtém com mais capitalismo; o que o G-20, o FMI, a OMC e o Banco Mundial, arrependidos de seus erros passados, vão poder resolver os problemas que provocam agonia à humanidade. Todas essas instituições são incorrigíveis e irreformáveis, e qualquer esperança de mudança não é nada mais que uma ilusão. Seguem propondo o mesmo, só que com um discurso diferente e uma estratégia de "Relações Públicas", desenhada para ocultar suas verdadeiras intenções. Quem tiver dúvidas que olhe o que está propondo para "solucionar" a crise na Grécia: as mesmas receitas que aplicaram e que seguem aplicando na América Latina e na África desde os anos 1980!
A seguir, alguns dados (com suas respectivas fontes) recentemente sistematizados pelo Programa Internacional de Estudos Comparativos sobre a Pobreza (CROP, na sigla em inglês), da Universidade de Bergen, na Noruega. O CROP está fazendo um grande esforço para, a partir de uma perspectiva crítica, combater o discurso oficial sobre a pobreza elaborado há mais de trinta anos pelo Banco Mundial e reproduzido incansavelmente pelos grandes meios de comunicação, autoridades governamentais, acadêmicos e vários "especialistas".
População mundial: 6,8 bilhões, dos quais:
1,02 bilhão têm desnutrição crônica (FAO, 2009)
2 bilhões não têm acesso a medicamentos (www.fic.nih.gov)
884 milhões não têm acesso a água potável (OMS/UNICEF 2008)
924 milhões de "sem teto" ou que vivem em moradias precárias (UN Habitat 2003)
1, 6 bilhão não tem eletricidade (UN Habitat, “Urban Energy”)
2,5 bilhões não tem acesso a saneamento básico e esgotos (OMS/UNICEF 2008)
774 milhões de adultos são analfabetos (www.uis.unesco.org)
18 milhões de mortes por ano devido à pobreza, a maioria delas de crianças com menos de 5 anos (OMS)
218 milhões de crianças, entre 5 e 17 anos, trabalham em condições de escravidão ou em tarefas perigosas ou humilhantes, como soldados, prostitutas, serventes na agricultura, na construção civil ou na indústria têxtil (OIT: A Eliminação do Trabalho Infantil: Um Objetivo a Nosso Alcance, 2006)
Entre 1988 e 2002, os 25% mais pobres da população mundial reduziram sua participação na riqueza global de 1,16% para 0,92%, enquanto que os 10% mais ricos acrescentaram mais riquezas, passando de 64,7 para 71,1% da riqueza produzida mundialmente. O enriquecimento de poucos tem como reverso o empobrecimento de muitos.
Só esse 6,4 % de aumento da riqueza dos mais ricos seria suficiente para duplicar a renda de 70% da população da Terra, salvando inumeráveis vidas e reduzindo as penúrias e sofrimentos dos mais pobres. Entenda-se bem: tal coisa seria obtida se tão só fosse redistribuído o enriquecimento adicional produzido entre 1988 e 2002, dos 10% dos mais ricos do planeta, deixando intactas suas exorbitantes fortunas. Mas nem sequer algo tão elementar como isso é aceitável para as classes dominantes do capitalismo mundial.
Conclusão: Se não se combate a pobreza (nem fale de erradicá-la sob o capitalismo!) é porque o sistema obedece a uma lógica implacável, centrada na obtenção do lucro, o que concentra a riqueza e aumenta incessantemente a pobreza e a desigualdade econômico-social.
Depois de cinco séculos de existência, isto é o que o capitalismo tem para oferecer. Que esperamos para mudar o sistema? Se a humanidade tem futuro, será claramente socialista. Com o capitalismo, em troca, não haverá futuro para ninguém. Nem para os ricos, nem para os pobres. A sentença de Friedrich Engels, e também de Rosa Luxemburgo: "Socialismo ou barbárie", é hoje mais atual e vigente que nunca. Nenhuma sociedade sobrevive quando seu impulso vital reside na busca incessante do lucro, e seu motor é a ganância. Mais cedo que tarde provoca a desintegração da vida social, a destruição do meio ambiente, a decadência política e uma crise moral. Todavia ainda temos tempo, mas não muito.
As notícias dão conta de que a Europa patina em uma grave crise, e pacotes fiscais neo-ortodoxos são aplicados para estancar a sangria econômica na zona do Euro, vítima do assalto pelo capital especulativo, a única coisa realmente globalizada no planeta.
No Brasil a Federação Brasileira dos Bancos, FEBRABAN, reconhece que o produto interno bruto nacional, o PIB, crescerá por volta de 6,3% este ano, significando que o País terá um extraordinário desenvolvimento econômico em meio a uma profunda crise de caráter mundial.
Um terremoto nas finanças internacional que, como ponta do iceberg, apresentou-se na quebradeira dos grandes bancos de investimentos norte-americanos, abalou as estruturas da economia global, provocando a recessão e agora atinge em cheio a Comunidade Europeia.
E na Europa esses primeiros e fortes sismos acontecem exatamente nas chamadas economias mais frágeis como a Grécia, Portugal, Espanha e dizem os especialistas, também a Itália.
Não faltam também informações abalizadas, e notícias da imprensa, dando conta sobre um violento ataque especulativo contra o Euro em geral e os Países citados em particular.
Quer dizer, o capital financeiro parasitário atua como os predadores que percebem uma presa com algum tipo de dificuldade ou fragilidade e prontamente se lançam sobre a vítima com uma voracidade e sede de sangue ilimitadas, e em pouco tempo o que resta mesmo é a carcaça e a mais pura fedentina.
Mas a grande mídia hegemônica nacional repercute os fatos considerando tal atitude como algo perfeitamente natural e própria da “dinâmica saudável das regras naturais do mercado” e do sistema.
Tanto mais que recentemente divulgou, alegremente, a notícia de que conservadores alemães teriam proposto aos gregos que vendessem uma das suas ilhas, patrimônio da História da civilização grega e ocidental, para saldar a sua dívida.
Já os acordos do FMI e do Banco Central Europeu com a Grécia impõem o chamado choque fiscal neoliberal, massacre dos assalariados, tão conhecidos pelos brasileiros na era FHC.
Quanto ao crescimento nacional essa mídia hegemônica é contra e defende a sua frenagem porque representaria uma economia super aquecida, exigindo, excitada, juros altos, apostando em escalada inflacionária. Trata-se de um condenável ato de terrorismo contra o povo brasileiro.