segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Veja inventa "quebra de sigilo" de perguntas que são públicas. Tudo para socorrer Aécio.


Vamos supor que, por um milagre, a oposição da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, conseguisse vencer o rolo compressor da bancada do Aécio em Minas, e implantar a CPI do Aécioporto.
Qualquer deputado que participasse da CPI, seja da situação ou da oposição, poderia ir à público e dizer quais perguntas iria fazer a Aécio e gostaria de obter respostas.
Mesmo sem CPI, os deputados da oposição estadual aos tucanos de Minas e o povo nas redes sociais já fazem essas perguntas publicamente, que Aécio Neves (PSDB) se recusa a responder. Por exemplo:
Se Aécio defende a privatização, porque estatizou um aeroporto privado na fazenda do tio?

Onde está o estudo de viabilidade, de custo benefício, para justificar a construção dos aeroportos de Cláudio e Montezuma com dinheiro público?

Tirando o fato de Aécio ter uma fazenda a 6 km de distância, por que investir no aeroporto de Claúdio se o de Divinópolis, cidade pólo regional, fica ao lado e já atende a região?

Se havia demanda na cidade como inventa Aécio, essa demanda era de quem, além da própria família? E por que a demanda sumiu, a ponto do aeroporto ficar fechado sem ninguém na cidade reclamar?

Por que a licitação do aeroporto não foi anulada, se a diferença de preços entre as propostas das empreiteiras ficou apenas 0,6% de diferença, e muito próximo ao preço máximo?

O helicóptero dos Perrella já pousou no aeroporto? Quantas vezes? Qual a carga declarada?

Por que a chave do aeroporto ficava com o tio?

Se o aeroporto ficava fechado, como Aécio usava? Quem abria o portão para ele? Quem acendia os holofotes do aeroporto para ele pousar a noite?

Quem paga a conta de luz do aeroporto fechado, para Aécio pousar à noite?

Por que o Aeroporto só tem cerca para o povo não entrar pela frente e não tem cerca separando a fazenda do tio?

Qual o valor de mercado da área desapropriada de terras do tio?

Qual investigação o governo mineiro está fazendo em relação aos 60 kg de cocaína apreendidos a 24 km do aeroporto de Cláudio, e cuja fuga do traficante preso contou com a ajuda de um primo de Aécio, segundo processo movido pelo Ministério Público?

Qual a política de segurança do governo de Minas para evitar que o aeroporto fechado seja usado para voos clandestinos do tráfico de drogas?

O Aeroporto de Cláudio já recebeu vôos provenientes da Colômbia? E do Paraguai?
Estas seriam algumas perguntas.
Se os tucanos não bloqueassem a CPI do Aécioporto, não há sigilo nenhum nas perguntas, e Aécio poderia se preparar o quanto quisesse para respondê-las.
Não existe o conceito de perguntas sigilosas em CPI's, ainda mais em sessão aberta transmitida pela TV. E é normal que quem deponha se prepare para responder as questões que sabe que serão perguntadas, até porque estão colocadas na imprensa. É normal até para que o depoente procure nos arquivos as informações necessárias às respostas.
Até deputados de oposição, se quiserem, podem antecipar o que vão perguntar, caso queiram obter respostas de fato, com seriedade.
Se todo mundo que fala em CPI's for responder de improviso coisas como valores contábeis, datas, atas, contratos, não há memória que consiga se lembrar de tudo, e a própria CPI ficará sem respostas para o que deseja saber. Na melhor das hipóteses, o depoente dirá que precisará levantar as informações e depois enviará as respostas à CPI.
Por isso a "reporcagem" da revista Veja desta semana é que é uma fraude, ao querer dizer que perguntas que seriam feitas na CPI da Petrobras foram "vazadas". Isso é ridículo. Não existe "perguntas sigilosas" em CPI para serem vazadas.
Qualquer parlamentar que queira obter de fato respostas detalhadas e esclarecedoras pode antecipar as perguntas, seja ao depoente, seja fazendo as perguntas em público, para buscar as respostas na sessão da CPI. E os depoentes podem perguntar aos deputados o que eles querem saber mais especificamente sobre assuntos complexos, que necessite levantar previamente em documentação. Inclusive algumas questões a serem perguntadas costumam ser óbvias. São as explicações necessárias para esclarecer o que a própria imprensa aponta como denúncias e levanta dúvidas.
Como era previsível, o mais demotucano dos telejornais, o Jornal Nacional da TV Globo, gastou mais de quatro minutos repercutindo essa "reporcagem" no sábado. Desta vez levaram ao ar as declarações de oposicionistas demotucanos. Na quinta-feira, quando Aécio finalmente admitiu ter usado o aeroporto de Cláudio para uso particular, o JN gastou só dois minutos para falar do assunto sob a ótica da nota oficial distribuída pela campanha tucana, e não levou ao ar nenhuma liderança do PT para comentar.


Tudo isso demonstra de forma cristalina o que a TV Globo e a Veja fazem para dar uma ajuda à campanha eleitoral do amigo deles, Aécio Neves.

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