segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Uma resposta ao leitor sobre os motivos da mídia


zitocaxias
Amigo é para essas coisas…
por Luiz Carlos Azenha
O caríssimo leitor Jorge Portugal me pergunta, nos comentários de outro post: o que a mídia ganha ao fazer campanha contra governos de esquerda e/ou trabalhistas?
Minha resposta: dinheiro, muito dinheiro.
Na verdade, não importa se é PSDB, PT ou DEM.
Em espécie ou em vantagens, como denunciado aqui.
Conto um causo que vivi pessoalmente.
Lá por 1998 ou 1999, trabalhando de repórter na TV Globo do Rio de Janeiro, fui convocado pelo produtor Tim Lopes para fazer uma reportagem. Era para sair no Fantástico. Uma investigação sobre o então prefeito de Duque de Caxias, José Camilo Zito dos Santos. Zito era suspeito de mandar matar adversários políticos.
Fomos atrás dos documentos e testemunhas. Entre elas, um casal de professores que havia escapado de uma tentativa de homicídio num Fusca. Para finalizar a reportagem, fiz o impensável: fui ouvir Zito durante uma cerimônia pública, numa praça de Duque de Caxias. Ele respondeu às minhas perguntas com os dentes cerrados. Embarquei na viatura da emissora e saí “voado”.
E olha que o Zito era do PSDB!
A reportagem foi editada. Ficou com cerca de 8 minutos. Um petardo, com vários documentos, entrevistas e as respostas do prefeito.
Passaram-se algumas semanas.
Fui perguntar ao Tim, que trabalhou comigo em várias reportagens, sobre o destino de nosso material.
Ele foi cobrar do diretor do Fantástico. Ouviu que era uma questão de falta de tempo.
Assim foi. Semanas e semanas se passaram, até que esqueci completamente do assunto.
Num domingo, em meu apartamento da Timóteo da Costa, no alto Leblon, abro o jornal O Globo.
Susto!
Uma foto de Roberto Marinho cumprimentando o Zito.
O parque gráfico de O Globo em Duque de Caxias havia sido inaugurado em janeiro de 1999.
Aparentemente, tinha havido uma disputa sobre isenção de impostos.
Aquela foto era sinal de que o “problema” tinha sido resolvido? Não sei.
O que importa é que nossa reportagem nunca foi ao ar!
É assim que funciona a mídia corporativa…

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