quinta-feira, 17 de novembro de 2011

CUMPLICIDADE ESCANDALOSA DA MÍDIA E TUCANOS COM A CHEVRON



[OBS deste blog ‘democracia&política’:

Este blog, na postagem intitulada “Imagine o escarcéu da mídia se fosse a Petrobras!”, de 13/11, observou o tratamento privilegiado e discreto que a empresa norte-americana Chevron tem recebido da nossa mídia e da oposição, por ela ter vazado óleo na Bacia de Campos.

A nossa ‘grande’ mídia nunca informou que a Chevron opera no Campo de Frade por ter sido beneficiada pela Lei do Petróleo nº 9478/97, do Governo FHC/PSDB/DEM, reconhecidamente antinacional e muito generoso com interesses estrangeiros.

Há poucos meses, vazou a informação de que o site 'Wikileaks', com fonte nos documentos confidenciais da Embaixada dos EUA, desvendou que José Serra/PSDB prometera, caso eleito, favorecer ainda mais a norte-americana Chevron na exploração do pré-sal, em detrimento da Petrobras (ver postagem deste ‘democracia&política’, de 1 de julho de 2011, intitulada: “Wikileaks revela mais um ato de traição de Serra”).

No último sábado (12), “O Globo” noticiou, com muito cuidado, no texto: “Operado pela petrolífera multinacional Chevron [o jornal, cuidadosamente, não explicitou que a empresa é dos EUA], o Campo do Frade continua apresentando vazamento de óleo, na Bacia de Campos [esse frade!...a empresa é vítima desse comportamento reprovável do campo]. A mancha já chega a 60km2 e os ventos estão jogando o óleo para alto-mar, reduzindo o risco de chegar à costa.” (págs. 1 e 25).

Além de assim sempre minimizarem o tamanho do problema e afastarem as nossas preocupações, todos os jornais, quando não omitem o nome da Chevron, ou do seu país sede, tentam enrolar a empresa norte-americana na bandeira brasileira, destacando o seu nome como Chevron "Brasil". Jamais a mídia tocará no assunto de que a Chevron recebeu de José Serra promessas de favorecimento, caso eleito.

Imagine o escarcéu da 'grande' mídia e dos demotucanos se fosse a Petrobras! Certamente, como em episódios anteriores desde a década de 90, estariam criticando, em todos os noticiários e entrevistas, a empresa como 'incompetente para explorar o pré-sal’,'poluidora do mundo', 'cabide de empregos' clamando pela sua imediata 'fragmentação' e 'privatização' (na linguagem tucana, 'privatização' significa 'venda a preço baixo para estrangeiros').

Sobre o assunto, vejamos a seguir a transcrição de duas postagens de Brizola Neto em seu blog “Tijolaço”]:

A CHEVRON-TEXACO É UMA EMPRESA SEM ROSTO?

“Passou-se uma semana do início do vazamento de petróleo no poço da Chevron-Texaco no Campo do Frade, ao largo da Bacia de Campos.

A ANP estima que estejam vazando entre 200 e 330 barris por dia. Não é mais um pequeno vazamento: isso representa entre 32 mil e 52 mil litros diários.

Até agora, e no primeiro dia, só a assessora de imprensa da Chevron-Texaco falou – e besteira – no primeiro dia, dizendo que era ‘um acidente natural’.

Pode procurar nos jornais e nos sites: nenhum diretor da empresa deu entrevista. A empresa só fala por comunicados, fiel e inquestionadamente reproduzido pelos jornais.

Quem é o presidente ou diretor responsável pela Chevron? O que ele tem a dizer? Só a muito custo se descobre que é o senhor Charles Buck, subordinado ao Sr. Ali Moshiri, presidente da empresa para a África e América Latina.

A Chevron é uma empresa fantasma, sem rosto, sem voz, sem seres humanos. Tinha capacidade técnica para perfurar o pré-sal, como provavelmente estava fazendo?

Suas informações são repetidas sem qualquer aprofundamento ou dúvida.

É o 'oráculo de Houston' falando aos pobres tupiniquins, incapazes de formular uma única pergunta.

Embora, é claro, [os nossos jornais e TVs] tenham ido perguntar sobre o vazamento à Petrobras!, sócia minoritária e sem poder operacional sobre o campo.

Não há uma ONG, um ambientalista, ninguém protestando, ninguém –além da Presidenta Dilma – exigindo apuração completa do acidente.

O vazamento vai ser tampado com press-releases?

CUMPLICIDADE ESCANDALOSA

“As duas fotos aí de cima foram publicadas pelo blog ‘SkyTruth’, especializado em interpretação de fotos de satélites com fins ambientais, mantido pelo geógrafo John Amos, e registram em dois momentos o que é identificado como sendo a mancha de óleo provocada pelo vazamento no poço da Chevron-Texaco e que está sendo mantido na sombra pela imprensa.

Cheguei até elas pela dica do leitor Henrique, que parece ser mais eficiente que toda a imprensa brasileira reunida.

Aliás, os próprios ‘releases’ dizem que há '18 navios trabalhando no combate ao vazamento'. Devem ser navios-fantasmas, como é a direção da Chevron. Não têm nome, não têm comandante, não tem tripulação, não têm coordenadores. Não há uma pessoazinha que seja, com nome e sobrenome, que diga: “olha, as coisas aqui estão assim ou assado”.

Ninguém tem uma máquina fotográfica, uma filmadora, um reles celular que tire fotos. Internet, então, nem pensar.

Será que vamos ter que esperar que coloquem uma mensagem na garrafa, para que a nossa imprensa publique algo além de notas oficiais?

A Chevron diz à ANP que a mancha tem 163 quilômetros quadradosde extensão e estima em até 880 barris o vazamento.

Bem, se na mancha tiver 10 ml (uma tampinha de xarope) por metro quadrado, isso daria 1,6 milhões de litros, ou dez mil barris de petróleo (163 km2 = 163 milhões de metros quadrados). Que história mal contada! Nem as informações de ’release’ são coerentes, e ninguém questiona. Quem vai dar explicações ao país?”

FONTE: escrito por Brizola Neto em seu blog “Tijolaço”

terça-feira, 15 de novembro de 2011

imperdível!!!

Disque denúncia só serve para preto, pobre e p…


Bessinha, nessa República aí não tem pobre, preto ou p...



O Bom (?) Dia Brasil deste feriado exibiu reportagem de Edney Silvestre sobre o papel decisivo do Disque Denuncia na reconquista da Rocinha.

O Disque Denúncia nasceu no Rio e, hoje, recebe 600 ligações por dia.

O telefone é 21-2253 1177.

O Disque Denúncia, no momento, ajuda a localizar esconderijos de armas e drogas na favela.

O Disque Denúncia ajuda a prender criminosos.

O Disque Denúncia informou que o Nem ia sair da favela naquela noite.

O sistema integra o cidadao à luta pela Lei e a Ordem.

E foi copiado pelo Brasil afora.

Que beleza, não, amigo navegante ?

Qual nada !

O Disque Denúncia só serve para prender pobre, preto e p…

Porque, quando o suspeito é branco, rico e especialmente se tem olhos azuis, aí, amigo navegante, esqueça.

O Disque Denúncia não presta.

Veja, por exemplo, o que foi feito do diligente trabalho do destemido Desembargador Fausto De Sanctis.

Depois de mandar para a cadeia o banqueiro condenado Daniel Dantas – e Gilmar Dantas (*) solta-lo duas vezes em 48 horas com HCs Canguru – De Sanctis dedicou-se à Operacao Castelo de Areia.

Que desvendou as relações espúrias entre a empreiteira Camargo Correia e políticos (do PSDB de São Paulo).

A Polícia Federal e De Sanctis chegaram ao âmago da lavagem de dinheiro através de uma denúncia anônima, depois corroborada por investigações que independiam da informação original.

Pois não é, amigo navegante, que o Superior Tribunal de Justica jogou a Castelo de Areia no lixo ?

É como se – mal comparando – o Beltrame ignorasse a denúncia anônima e deixasse o Nem escafeder-se.

Mas, não, com pobre, preto e p…, aí a Lei é dura e implacável.

O STJ achou que a denúncia anônima da Castelo não prestava.

Estabeleceu-se ai a Súmula Vinculante em vigor neste país: rico não pode ser sequer investigado, quanto mais, preso.

Foi uma decisão estarrecedora

Onde já se viu prender criminoso de colarinho branco !

Com quem você pensa que está falando?

Com a mesma Súmula Vinculante, o STJ , depois, rasgou a Satiagraha.

Outro espanto !

A Castelo de Areia e a Satiagraha estão, agora, nas mãos do brindeiro Procurador Geral, Roberto Gurgel.

Cabe a ele mandar um Procurador recorrer ao Supremo para voltar a dar vida à Castelo de Areia e à Satiagraha.

Aparentemente, o brindeiro Procurador tenta preservar o Supremo de uma página conzenta de sua cinzenta história recente: rasgar duas investigações policiais que entraram no câncer do sistema político brasileiro.

Viva o Brasil !

(O brindeiro Gurgel deve concordar com o prefeito Bloomberg, de Nova York: achar que desocupar o Zuccotti Park, em Wall Street, a cacetadas, sufoca a ansia por Justica !)

Paulo Henrique Amorim

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Um pregador de golpes de Estado



roger-noriega3
Noriega, mais um canalha ao alcance da Veja

Publicado em 13/11/2011
por Mário Augusto Jacobskind

O nome dele é Roger Noriega (foto), um linha-dura que ocupou o cargo de subsecretário do Departamento de Estado no governo de George W. Bush e de embaixador dos Estados Unidos na Organização dos Estados Americanos (OEA).

Notoriamente vinculado ao complexo industrial militar norte-americano, Noriega volta e meia é convocado pela mídia de mercado para dar recados de grupos que se utilizam de expedientes de todos os tipos na defesa de poderosos interesses econômicos.

Pois bem, a revista Veja, sempre ela, divulgou entrevista em que Noriega faz previsões suspeitas envolvendo o Brasil. Segundo este estimulador de golpes nas Américas, o Brasil dá cobertura e serve de base para o terrorismo internacional.

Noriega, que segue como funcionário do Departamento de Estado, ainda por cima acusa o Brasil de ser complacente e apoiar o terrorismo na Tríplice Fronteira. Esta região, por sinal, volta e meia aparece no noticiário com matérias requentadas acusando a existência de células terroristas árabes.

A própria revista Veja já publicou matérias do gênero em várias ocasiões. Aí vem Noriega para voltar ao tema que o governo brasileiro já investigou e concluiu a improcedência das acusações.

Dá ou não dá para desconfiar que a nova investida de Noriega é suspeita?

Além de fazer duras críticas aos presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, da Bolívia, Evo Morales e Rafael Correa do Equador, Noriega previu nas páginas da Veja que o Brasil será alvo de atentados durante a Copa do Mundo, sugere ainda que o governo mude sua política externa e rompa os elos com os três dirigentes sul americanos mencionados.

Noriega, que em abril de 2002 foi um dos estimuladores da tentativa de golpe de estado contra o presidente Hugo Chávez, está mais uma vez se intrometendo indevidamente em assuntos internos de um país soberano e, no fundo, tenta provocar pânico ao fazer previsões com base em coisa alguma, o que também levanta a suspeita segundo a qual serviços de inteligência dos EUA, a CIA e outros, podem estar preparando algum atentado terrorista para incriminar os governos dos países que não rezam pela cartilha de Washington. Ele na prática procura preparar a opinião pública a aceitar o argumento de que Venezuela, Bolívia e Equador representam um perigo para o Brasil.

E, de quebra, Noriega ainda afirma que as embaixadas do Irã incrementam células terroristas na América Latina.

Pelos antecedentes deste funcionário do Departamento de Estado todo o cuidado é pouco. Nesse sentido, representantes de vários movimentos sociais reunidos em Brasília chamaram atenção para as declarações de Noriega. Pediram providências imediatas do governo brasileiro e chegaram até a pedir que o embaixador dos EUA no Brasil, Thomas Shannon, seja considerado persona non grata.

Para estes movimentos, a adoção de tal medida seria uma forma de demonstrar que o Brasil não aceita passivamente intromissões indevidas em questões internas.

Não contente com a entrevista publicada na Veja, Noriega andou fazendo declarações de caráter golpista em outras plagas. Empolgado com o desfecho das ações militares da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) na Líbia, Noriega mais uma vez deitou falação contra o governo constitucional da Venezuela.

Fez mais uma previsão, a de que Chávez não teria mais de seis meses de vida e que a sua morte provocaria o caos no país petrolífero devido a confrontos entre apoiadores e opositores do presidente venezuelano, o que justificaria uma intervenção militar dos EUA. No portal Inter American Security Watch, ao pregar abertamente a intervenção ele declara textualmente que “as autoridades dos Estados Unidos devem estar preparados para lidar com o impacto de uma situação de turbulência a curto prazo em um país onde se compra 10 por cento do nosso petróleo”.

Não é a primeira vez que Noriega se manifesta sobre a doença de Chávez. No mês de setembro chegou a afirmar que “deveríamos nos preparar para um mundo sem Chávez”. As declarações de Noriega então entraram em contradição com a dos médicos de Chávez assegurando que ele reagia bem ao tratamento a que vinha sendo submetido contra o câncer.

Por coincidência ou não, poucas horas antes da declaração de Noriega sobre o estado de saúde de Chávez, o governo venezuelano denunciava a presença de um submarino no litoral do país.

Na verdade, Noriega exerce a função de estimulador de setores golpistas latino-americanos e se os governos silenciarem a respeito, o referido funcionário do Departamento de Estado continuará ocupando espaços na mídia de mercado para sugerir retrocessos e tentar fazer com que o continente retorne ao período tenebroso dos anos 70.

Roger Noriega é mesmo uma figura nefasta ao processo democrático latino-americano.

Zuenir Ventura, outro
Em tempo: o recorde da semana em termos de deturpação da história ficou por conta de um colunista de O Globo que comparou o ato público organizado pelo governo do Estado do Rio contra o projeto ilegal sobre osroyalties do petróleo com a passeata dos 100 mil. O que disse Zuenir Ventura é realmente uma ofensa à geração 68 que lutou com o que estava ao seu alcance contra a ditadura.


Mário Augusto Jakobskind é correspondente no Brasil do semanário uruguaio Brecha. Foi colaborador do Pasquim, repórter da Folha de São Paulo e editor internacional da Tribuna da Imprensa. Integra o Conselho Editorial do seminário Brasil de Fato. É autor, entre outros livros, de América que não está na mídia, Dossiê Tim Lopes - Fantástico/IBOPE


Legendas das fotos: redecastorphoto

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Enquanto PM brinca de ditadura na USP, bandidagem se esbalda

duguim no Blog da Cidadania


O elevador para em um dos andares inferiores enquanto descia para a garagem. A vizinha embarca de cabeça baixa, emite um bom dia quase inaudível e permanece de perfil para nós. Geralmente simpática, está equidistante. A patroa puxa papo. A mulher não tem como deixar de se voltar para responder. Aí entendemos a razão da esquiva.
Um Band-aid se estende espalhafatosamente pela face esquerda. Tina, espontânea como de costume, espanta-se e solta um gemido, ao que a cutuco pedindo discrição. A vizinha baixa os olhos e, inevitavelmente, fica constrangida. A curiosíssima e indiscreta companheira não deixa por menos:
– Meu Deus! Está tudo bem?
Cutuco de novo, em vão. A curiosidade da companheira é tão grande quanto o coração. Seu tom carinhoso e solidário, porém, solta a língua da vizinha.
– Aconteceu alguma coisa, querida? A gente pode ajudar?
– Eu… Fui assaltada ontem, no trânsito.
– Nossa! Mas onde? Te agrediram?
– Ali no fim da Frei Caneca, no semáforo. Comecei a chorar e ele me espetou com o canivete. Quase pega no olho…
A esta altura, a voz da mulher já está embargada e os olhos, rasos d’água. A Tina a abraça e lhe acaricia os cabelos, pedindo “calma, calma, calma…”.
O elevador para no térreo e desembarcamos com a vizinha, apesar de que estávamos indo para a garagem. Sentam-se no sofá do hall do prédio e continuam a conversa.
– Você deu queixa?
– Pra que? Pra nada… Fui cuidar do machucado. Eu acho, acho que… E se ficar marca?
A mulher volta a chorar, agora copiosamente.
*
Chegamos tarde ao escritório. A vizinha nos tomou, pelo menos, uma meia hora. Já são nove e meia. Mas, enfim, manifestar solidariedade é uma obrigação, sobretudo entre vizinhos.
Não há vaga para estacionar. A universidade em frente à casa em que fica meu escritório consome cada vaga em um raio de pelo menos uns 500 metros ao redor. Começo a percorrer a redondeza e, surpreendentemente, encontro vaga menos distante do que de costume quando chego tarde.
Quando começo a manobrar para estacionar, minha passageira de todas as manhãs me adverte que pare porque a vaga está cheia de “cacos de vidro”. Paro o carro e desço para olhar. Não são cacos de um vidro qualquer, são cacos de um para-brisa ou de qualquer outra janela de um veículo.
A cena é comum em São Paulo. É difícil que alguém que possua um veículo nunca tenha sido vítima desse tipo de depredação de seu patrimônio. Não há semana em que não se encontre cacos de vidro de automóveis espalhados pela rua. O roubo de toca-fitas ou do próprio veículo é uma praga que só faz aumentar, por aqui.
*
Roubos, furtos, assassinatos, estupros, latrocínios, agressões racistas e/ou homofóbicas, tudo isso se tornou incontrolável, em São Paulo. Regiões movimentadas e centrais como a avenida Paulista, por exemplo, não têm policiamento. Aqui e ali, uma dupla de policiais entediados em guaritas adornadas com os motivos da Polícia Militar.
Não há policiamento, em São Paulo. Por conta disso, até na principal avenida da cidade os paulistanos podem ser vitimados por ataques de gangues, assaltos etc. É comum encontrar alguém consumindo drogas tranquilamente, por ali. Dia desses, passei por um casal que fumava um verdadeiro charuto de maconha despreocupadamente.
Quando se olha para os contingentes imensos que a Polícia Militar paulista costuma deslocar para reprimir manifestações de professores ou de alunos, por exemplo, a questão vem à mente: onde fica toda aquela polícia, no resto do tempo? Para desocupar a USP, cerca de QUATROCENTOS policiais. Helicópteros, viaturas, um verdadeiro aparato de guerra.
A imprensa, em vez de denunciar a falta de polícia para proteger os cidadãos, une-se ao pequeno exército de policiais militares que o governo tucano de São Paulo mobilizou para produzir cenas como a da imagem que encima este texto. Apontar um trabuco desses para um estudante… O governo paulista enlouqueceu. Seria ridículo, se não fosse trágico.
E os repórteres da grande imprensa hostilizando os estudantes? É papel da imprensa insultar manifestantes? A repórter do SBT que chamou os estudantes da USP de “maconheiros” estava lá para colher informações ou para ajudar a polícia que desguarneceu ainda mais as ruas para combater os “perigosos” garotos e garotas que ocuparam a reitoria da universidade?
Não dá para criticar os estudantes da USP. Pouco importa se o método que escolheram para protestar contra o aumento do efetivo da PM no campus foi equivocado. Quando o governo monta uma operação de guerra com um contingente policial desse tamanho enquanto a cidade pena nas mãos dos bandidos, tudo mais perde o sentido.
Esse episódio simboliza à perfeição o massacre que a educação sofre no Estado de São Paulo por obra dos governos fascistas do PSDB. E a polícia tucana, em vez de policiar a cidade, só dá as caras contra “perigosos” mestres ou alunos que ocupam o lugar dos criminosos nas mentes reacionárias que governam este Estado decadente.
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Charge

sábado, 5 de novembro de 2011

PHA: na Comunicação, o Brasil é a ditadura perfeita


E ainda pensam que o copo determina a qualidade do vinho



Este ansioso blogueiro participou de seminário promovido pela Ajuris, a Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul e o blog Carta Maior, nesta quinta-feira.


Entre os expositores, o desembargador Claudio Baldino Maciel – clique aqui para ler Liberdade de imprensa não é bem assim , Pascual Serrano (do site Rebelión, da Espanha), Juremir Machado, Breno Altman (Altercom), prof. Venicio Lima, Bia Barbosa (Intervozes), deputada Luiza Erundina (líder da Frente Parlamentar pela Democratização da Comunicação, e membro da Comissão de Ciência e Tecnologia, que não consegue discutir a renovação das concessões das redes de televisão), e o ex-Ministro Franklin Martins.

Clique aqui para ler “Ley de Medios: não se pode esperar nada do Governo ou do Congresso”

Clique aqui para ler “Franklin e a Ley de Medios: tudo dentro da Constituição”

A seguir, trechos – não literais – da exposição deste ansioso blogueiro:

A Globo tem um pouco menos que 50% da audiência da televisão brasileira.

E mais do 70% de toda a verba da publicidade da televisão brasileira.

A televisão detém 50% de toda a publicidade brasileira.

Do tijolinho para vender uma moto usada em Joboatão ao break do jornal nacional.

Tudo somado, a tevê fica com 50%.

Logo, a Globo, a família Marinho, com 50% da audiência e 70% da verba, põe no bolso R$ 0,35 de cada R$ 1 investido na publicidade da sexta (ou quinta) economia do mundo.

A Globo é uma empresa fechada, que explora uma concessão de serviço público, o espaço eletro-magnético, que pertence ao povo brasileiro.

Póóóde ?

Agora, a Globo quer impedir uma segunda opinião sobre a audiência em tevê.

Ela só quer o IBOPE

O que isso significa para a democracia brasileira ?

Em 1998, na eleição para governador de São Paulo, o IBOPE, aqui também chamado de Globope, fechou para o cliente Paulo Maluf, uma pesquisa que o colocava à frente da Marta Suplicy.

Essa mesma pesquisa o jornal nacional divulgou na sexta-feira, na ante-véspera da eleição no primeiro turno.

Com Maluf na frente da Marta.

Só que, na sexta-feira, a Marta já tinha ultrapassado o Maluf e ela é que ia para o segundo turno com Mario Covas.

Com o Globope do jornal nacional, muitos eleitores da Marta preferiram o “voto útil” e votaram no Covas, para derrotar o Maluf.

Maluf foi para o segundo turno com Covas e assim Covas se elegeu governador de São Paulo.

Na segunda feira, este ansioso blogueiro, apresentador do Jornal da Band, entrevistou o deputado federal mais votado, José Genoino, do PT.

E nos bastidores avisou que ia perguntar sobre a patranha do Globope contra a Marta.

Genoino reagiu enfaticamente: não, sobre isso eu não falo !

Na Argentina – ah!, que inveja da Argentina ! – a Cristina Kirchner comprou o “Brasileirão” da Globo (Clarin) e exibiu no horário nobre da TV Educativa.

E distribuiu o sinal para que outras emissoras exibissem quando lhes desse na telha.

Aí, a Cristina descobriu que o IBOPE argentino dava para o “Brasileirão” da TV Educativa uma audiência muito menor do que quando era da Globo (Clarin).

O que fez a Cristina ?

(Ah!, que inveja da Cristina !) ?

Rompeu o contrato com o IBOPE e pôs uma empresa independente, supervisionada por acadêmicos de diversas universidades, para medir a audiência.

O IBOPE da TV Educativa ficou parecido com o que o “Brasileirão” dava na Globo (Clarin).

Sabe quem era o IBOPE da Argentina ?

O IBOPE do Brasil !

O mesmo !

Só que lá era conhecido como IBOPÍN …

O nobre deputado gaúcho Henrique Fontana, relator do projeto da Reforma Política, informa que, com menos de R$ 500 mil não se elege um deputado estadual no Rio Grande do Sul.

E com menos de R$ 1 milhão ninguém se elege deputado federal.

(Por isso ele defende o financiamento publico exclusivo, mas o PSDB e o PMDB são contra Por que preferem o Caixa Dois, que é a alternativa ao financiamento público ?)

E o que tem o Globope com isso ?

Porque se um partido sai mal nas pesquisas do inicio da campanha, babau.

Não tem grana.

Globope e Datafalha, que dão invariavelmente o Cerra na frente nas pesquisas iniciais, são uma chave para abrir o cofre dos financiadores: empreiteiros, industria farmacêutica, educação privada, tabaco …

O que isso tem a ver com a democracia ?

Tudo !

Daqui a pouco, os parlamentares vão se vestir como piloto de Fórmula Um: cobertos de patrocinadores.

O que isso tem a ver com uma Ley de Medios ?

Tudo !

A Globo é o elefante na sala da Democracia.

Nos últimos três anos, caiu a audiência da Globo.

Mas, ela não perde espectador nem um centavo de publicidade para os concorrentes.

Perde para si própria.

Perde audiência para os que vão para a internet e seus diferentes portais; para o cabo e o satélite e assistem à programação nacional controlada pela Globo; ou compram o “Brasileirinho” no pay-per-view.

Três famílias controlam a mídia de um país de 200 milhões de almas.

Os Marinho (e seus donatários, como a RBS), os Frias, e os Mesquita, que sub-locaram o Estadão aos bancos estrangeiros credores.

Essas três famílias e seus donatários controlam tevê, rádio, jornal, revistas, agencias de noticias e portais na internet.

E num mesmo mercado – e tome propriedade cruzada !

(Clique aqui para ler Venicio Lima sobre a propriedade cruzada nos EUA (lá não pode !) e aqui )

Nenhuma nova democracia no mundo toleraria essa concentração de poder.

“Novas democracias” são Portugal, Espanha, Argentina, México, Chile, Uruguai.

Essa é uma jabuticaba brasileira.

Antonio Carlos Magalhães dizia: se não saiu no jornal nacional não aconteceu.

Caetano, antes de trabalhar na Globo, dizia que assistia ao jornal nacional para saber o que o jornal nacional queria que ele pensasse que aconteceu.

O Ricardo Teixeira diz que enquanto a Globo não falar mal dele, nada lhe acontecerá.

Hoje, fica assim: se saiu no jornal nacional, NÃO aconteceu.

E isso tende a se perpetuar, até que a televisão morra para dentro de sua própria obsolescência tecnológica.

O Presidente Lula não fez e a Presidenta Dilma não fará uma Ley de Medios.

O Ministro Bernardo adiou a discussão sobre o assunto para 2012.

Para que o PiG (*) não diga que a discussão ficou prejudicada pelas Festas do Natal.

Em 2012, pondera-se, tem o Carnaval, a Semana Santa e as eleições para prefeito.

2013 fica muito perto da eleição de 2014 e o PiG vai dizer que é manobra para censurar o PiG.

2014, nem pensar.

Quem ousará tocar na Globo num ano de eleição !

Aparentemente, o Governo Dilma tem uma visão temo-tecnicista da liberdade de expressão.

“Temo”, porque teme a Globo.

“Tecnicista”, porque acredita que a banda larga vai promover a democracia.

É como acreditar que o copo determina a qualidade do vinho.

Outro ingrediente dessa “democracia” brasileira no campo da liberdade de expressão, é a reprodução, aqui, de manobra que não deu certo nos estados Unidos.

Calar os independentes com processos judiciais.

Censurar pelo bolso.

Tentar manipular a Justiça.

É o caso da perseguição aos blogs que o Padim Pade Cerra chamou de “sujos”.

No Instituto de Mídia Alternativa Barão de Itararé, temos notícia de dezenas de blogueiros perseguidos na Justiça do interior do Brasil por prefeitos, vereadores e empresários suspeitos de corrupção.

Juca Kfouri é o campeão nessa prova.

Ricardo Teixeira move contra ele 50 ações judiciais.

Nassif, Azenha e Rodrigo Vianna são vítimas da mesma estratégia.

Devo ser o vice-campeão.

Costumo afirmar no Conversa Afiada, “diz-me quem te processa e dir-te-ei quem és”.

Ou como dizia o ínclito presidente Itamar Franco, fundador do Plano Real e do programa de genéricos, “quem melhor me define são meus inimigos e, não, meus amigos”.

Sofro, provisòriamente, 40 ações, com a recente entrada de Paulo Preto no elenco

Treze das ações são de autoria do banqueiro condenado Daniel Dantas.

Também sou homenageado por Gilmar Mendes (autor de dois HCs em 48 horas para tirar Daniel Dantas da cadeia), Heráclito Fortes, Eduardo Cunha, Naji Nahas e outros da mesma estirpe.

É uma galeria que me honra.

Mas, acima de tudo, é uma agressão à liberdade de expressão.

É a tentativa de manipular a Justiça para censurar jornalistas pelo bolso.

(No caso deste ansioso blogueiro, a tentativa é inútil.)

Acabo de voltar do México, onde se acredita que o Partido Revolucionário Institucional, o PRI, vai voltar ao poder na eleição presidencial do ano que vem.

Segundo o Premio Nobel Mario Vargas Llosa, em entrevista ao jornal Excelsior, da cidade do México, o PRI vai voltar ao poder, para fazer um acordo com o narco-trafico.

Foi Vargas Llosa quem disse que, nos 70 anos em que esteve no poder, o PRI construiu uma “ditadura perfeita”.

Por fora, uma democracia.

Por dentro, uma ditadura.

“Ditadura perfeita” – é o Brasil no campo da liberdade de expressão.

Paulo Henrique Amorim

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Falando de gatunagem,

e as privatizações?

Welinton Naveira e Silva na Tribuna da Imprensa Online
Do exercício cotidiano sobre a abordagem da velha, conhecida, crescente e impune corrupção, seria muito oportuno tentar situar e arranjar melhor este assunto. Toda hora que vejo as notícias sobre a corrupção no Brasil, fico a indagar porque deixamos de falar das privatizações FHC/PSDB. Esta, por si só, comparativamente às outras, situa as demais corrupções a zero, tendo em conta as siderais perdas do Estado decorrentes das privatizações.
Para se ter uma idéia dessa gigantesca drenagem de riquezas dos cofres públicos (em curtíssimo espaço de tempo), se contabilizadas todas as perdas, a valores de hoje, já ultrapassariam a R$ 10 trilhões. Isso, sim, que é perda. Ir a fundo no assunto das privatizações FHC/PSDB é indispensável e não pode ser mais postergado. Só não consigo entender, porque ainda não aconteceu. A sangria desta sideral monta de dinheiro da Nação, em quantidade jamais imaginada e vista, acabou ficando por isso mesmo. Esquecido pela grande imprensa ”livre,” pelas autoridades e pelo povo, sob o manto do silêncio. Muito estranho.
Por outro lado, a grande dificuldade em exercer o efetivo combate aos inúmeros atos e formas de roubalheiras, das pequeninas às gigantes, reside na essência do sistema capitalista, que possibilita acumular riquezas sem o equivalente trabalho. Essa mecânica, tão pertinente ao sistema, desperta nas pessoas a fantasia de ganhar muito dinheiro, sem trabalho e em pouco tempo. Muitas manobras são permitidas e aceitas no sistema capitalista como “honestas”, oportunas e espertas, mas na verdade são jogadas para se apossar da riqueza alheia. Não fosse assim, toda a classe de trabalhadores, no mundo inteiro, estaria bem de vida, vivendo com conforto e dignidade, pois que a riqueza é um produto do trabalho, e trabalho é com os trabalhadores.
Mas no sistema capitalista, os trabalhadores ficam com muito pouco da riqueza que produzem. Em sua grande maioria, continuam pobres e marginalizados, vivendo muito mal, com bilhões morando em favelas e guetos, mundão a fora. A grande parcela da riqueza produzida termina concentrada em mãos dos donos dos meios de produção e do capital. Essa concentração de riquezas é mais escandalosa e imoral em países pobres e emergentes. Nos países ricos, essa concentração é menor, por algumas razões, dentre elas, a existência de grandes transferências de riquezas dos países pobres, via indústria automobilística, medicamentos, informática, telecomunicações e muitos outros produtos tecnológicosou não, vendidos aos pobres e emergentes a preços de ouro.
Por tudo isso, fica evidente o desinteresse do sistema capitalista em dar efetivo combate aos diversos atos de desonestidades. Só não vê, quem não quer. Dentre as muitas provas, vejam as brandas e difíceis punições para os poderosos ladrões, quase sempre impunes, livres e ricos, acima das leis e de tudo. Há evidente resistência das elites em proporcionar a devida transparência econômica, financeira e bancária, para a Receita, de todas as pessoas situadas em posições que possam decidir, influenciar ou participar da gestão e dos destinos do dinheiro público, a começar pelos funcionários de estatais, funcionários públicos, políticos, magistrados, ministros, síndicos, comerciantes, empreiteiros, empresários, banqueiros e outros mais.
Outra prova da má vontade do sistema capitalista para com o exercício da honestidade é que em nenhuma escola, universidade e meios de comunicações, existe qualquer programa para sistematicamente demonstrar os desastres da desonestidade e da roubalheira. Assim sendo, combater a trapaça e a gatunagem, em todo o mundo capitalista, tornou-se jogo de faz de conta.

STF julga ação da oposição contra valorização do salário mínimo


DEM, PSDB e PPS são contra lei que garante aumento real de salário entre 2012 e 2015

São Paulo – O Supremo Tribunal Federal (STF) pode julgar nesta quinta-feira (3) a ação direta de inconstitucionalidade apresentada por PPS, PSDB e DEM contra a lei que estabelece uma política de valorização para o salário mínimo entre 2012 e 2015. Os partidos de oposição ao governo federal consideram que o mecanismo que permite a determinação dos valores por meio de decreto presidencial viola a Constituição.
A relatora da ação, ministra Carmen Lúcia, deve se manifestar contra a aceitação do pedido, levando em conta pareceres do Senado, da Câmara e da Advocacia Geral da União (AGU) que não veem qualquer ilegalidade na forma como será reajustado o salário mínimo. A Lei 12.382, de fevereiro deste ano, é fruto de acordo entre o Palácio do Planalto e as centrais sindicais para manter a política de valorização estabelecida ainda no governo Lula, que prevê que o mínimo seja reajustado levando em conta o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) dos 12 meses anteriores e o crescimento da economia brasileira de dois anos antes.
Para os opositores, o artigo 7º da Constituição prevê que apenas uma lei aprovada pelo Legislativo pode definir o valor do mínimo. “O que se verifica na espécie nada mais é do que uma indisfarçada delegação de poderes à Excelentíssima Senhora Presidente da República”, alega a ação. “Tal delegação contrasta a mais não poder com a mais elementar concepção de separação de Poderes.”
A Advocacia Geral da União, que representa a Presidência da República, manifestou ao STF que não vê este problema, uma vez que basta ao Legislativo determinar a eventual revogação da lei e a edição de uma nova, desde que assim deseje. A AGU acrescenta que não há inconstitucionalidade porque o aumento salarial está regido pela lei aprovada este ano no Congresso, e que cabe ao Poder Executivo simplesmente declarar o novo valor, sem qualquer função regulatória. Para o órgão, a lei garante um sentido de “gradualidade, estabilidade e continuidade na promoção desse instituto social”, que passa a ser consolidado por uma política de Estado, em substituição a eventualidades de governos.
A aprovação do projeto foi fruto do primeiro grande embate entre a oposição e o governo Dilma Rousseff no Congresso. Enquanto PSDB, DEM e PPS alegavam que era preciso debater a situação ano a ano, os partidos da base aliada ao Planalto apontavam que o único anseio dos opositores seria criar uma janela para discursos que visem a criar atritos entre o governo e a opinião pública.