Janio de Freitas
Humanos
Humanos
Desde a Segunda Guerra Mundial, com o morticínio de europeus e as bombas
atômicas norte-americanas, só as mentes aprisionadas na ignorância
podem surpreender-se com a ferocidade humana.
Os antigos gregos, ao tempo mesmo em que fundavam com genialidade a
filosofia, faziam guerras entre si e com vizinhos. Os romanos, enquanto
elaboravam o Direito e davam o nome de bárbaros aos alheios à evolução
latina, submetiam imensidões e povos às suas armas. Registro ainda
anterior, o Velho Testamento, nascente religiosa, é uma crônica das
guerras feitas pelos hebreus aos povos da região. Estavam legados aos
milênios do Ocidente os pilares da sua história: a cultura, a religião e
os extermínios humanos.
O Ocidente nunca esteve sem guerra. Mudam as formas. Muçulmanos
ensandecidos invertem hoje as Cruzadas medievais dos cristãos
sanguinários. Paris: a matança foi de inocentes. Todas as guerras são
para dominar ou exterminar os inocentes. É tão triste –e tão sem
remédio.
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