sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

O ANDAMENTO DO "PROGRAMA NACIONAL DE BANDA LARGA"

(precisa 'zoom' para visualização)

Do "Valor Econômico"

FINALMENTE, PLANO DE BANDA LARGA COMEÇA A VIRAR REALIDADE

Por André Borges, de Brasília

Obras do Estádio Nacional de Brasília: atenção especial às cidades que vão receber a Copa das Confederações

“O prometido ‘Programa Nacional de Banda Larga’ (PNBL) vai começar, finalmente, a mostrar a que veio. Neste mês, um total de 10,5 mil quilômetros de fibra óptica estará "iluminado" pela Telebras em Estados de Norte a Sul do país. A rede, conhecida como ‘backbone’, usa a malha de fibra óptica que está instalada ao longo das linhas de transmissão de energia do sistema Eletrobras, mas que estava subutilizada até agora. Coube à Telebras instalar equipamentos ao longo dessa rede para, finalmente, torná-la ativa.

Com a rede agora preparada, a estatal terá condições de atender até 600 municípios a partir de março

Com essa infraestrutura, a Telebras passa a ter capacidade de atender até 600 municípios do país a partir de março, segundo o presidente da estatal, Caio Bonilha. Cerca de 60 centros de distribuição (torres de disseminação de sinal) entrarão em operação neste mês. É nessas estações que o provedor de acesso busca suas conexões para oferecer o serviço - por cabo ou rede sem fio - até a casa do usuário.

Até dezembro, a estatal planeja chegar a 31 mil km de fibra óptica ativa no país. Para levar essa infraestrutura aos provedores de acesso, serão instaladas, pelo menos, mais 250 estações de distribuição. A Telebras só atende o segmento de consumo, e não o de empresas, mas sempre por meio de outros provedores. "Fecharemos o ano com a cobertura em todos os Estados e 21 mil cidades poderão ser atendidas em um raio de até 50 quilômetros do 'backbone’", diz Bonilha. "Até lá, queremos ter ao menos 510 provedores ‘plugados’ nessa rede."

Antes de instalar suas estações de distribuição de sinal, porém, a Telebras precisa encontrar terrenos para isso. No mês passado, a estatal disparou cartas para 2 mil prefeituras, convidando o gestor municipal a ceder uma área de, pelo menos, 100 metros quadradros para receber a central e, assim, passar a ser beneficiado pela cobertura do sinal digital. O retorno não foi muito empolgante. "Nossa grande dificuldade hoje é conseguir esses terrenos, sem contar as licenças ambientais envolvidas no processo, que facilmente levam mais de 120 dias para ser liberadas", diz Bonilha. Para 2012, a meta é encontrar pelo menos 350 terrenos.

Embora a oferta do PNBL por provedores ainda esteja engatinhando, é fato que a entrada da Telebras no mercado já causou efeitos práticos para queda de preço do acesso. Entre dezembro de 2010 e dezembro de 2011, conforme levantamento feito pela própria estatal, o preço do megabit contratado pelo provedor caiu, em média, 54%. Há casos de provedores que pagavam R$ 400 pelo link de uma grande operadora e hoje desembolsam R$ 90 mensais pelo mesmo serviço.

Uma nova série de licitações será feita nos próximos meses para garantir a entrega da rede. Paralelamente, a Telebras está construindo trechos próprios de fibra óptica em cidades com mais de 50 mil habitantes. Ao todo, serão construídos 5 mil km de malha para se ‘plugar’ às redes já existentes da Eletrobras e da Petrobras, outra parceira do projeto. "Neste ano, vamos implantar uns 4 mil quilômetros de fibra em áreas metropolitanas", diz o presidente da estatal.

Boa parte dessa nova estrutura será destinada a atender as seis cidades-sede da Copa das Confederações: Brasília, Belo Horizonte, Fortaleza, Rio de Janeiro, Recife e Salvador. Somente neste ano, essas cidades já receberão investimentos de R$ 80 milhões em infraestrutura de telecomunicações, por conta da Telebras. "Faremos um teste em breve para ver como essa rede vai funcionar."

Paralelamente, a estatal quer concluir, até abril, os projetos para as 12 cidades-sedes da Copa do Mundo de 2014. Bonilha nega atraso na execução das obras e afirma que os problemas se devem, exclusivamente, à indefinição causada pela FIFA, que ainda não indicou onde ficarão os centros de treinamento e concentração das seleções, que hotéis serão usados etc. "Estamos cobrando essas informações. Sem isso, não conseguimos avançar."

FONTE: reportagem de André Borges, de Brasília, publicada no portal de Luís Nassif

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