DOLEIRO ALBERTO YOUSSEF É LIGADO POR RICARDO SÉRGIO AO PSDB - TUCANOS ESQUECERAM DA PRIVATARIA ?
Alberto Youssef, ligado ao deputado petista André
Vargas, já teria operado para Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-diretor do
BB e ex-caixa de campanha do ex-ministro José Serra
A
empenho de figuras do PSDB para a criação da CPI da Petrobras pode se
transformar em um tiro no pé dos próprios tucanos. A observação é do
jornalista Amaury Ribeiro Jr, autor de “A Privataria Tucana”, livro que
denuncia irregularidades na privatização das teles e um suposto esquema
de evasão de divisas para paraísos fiscais durante o governo Fernando
Henrique Cardoso. Conselho de Ética: Aberto processo para investigar Vargas por elo com doleiro preso Deputado André Vargas volta atrás e adia entrega da carta de renúncia
O
livro traz uma revelação que parece ter sido esquecida pelos tucanos
ávidos pela criação da CPI da Petrobras: o doleiro Alberto Youssef,
ligado agora ao deputado André Vargas (PT-PR), já teria operado para
Ricardo Sérgio de Oliveira, o ex-diretor internacional do Banco do
Brasil e ex-caixa de campanha do ex-ministro José Serra, duas vezes
candidato derrotado à Presidência.
Alan Sampaio / iG Brasília
André Vargas, alvo de processo na Câmara por elo com o doleiro Alberto Youssef
“Quem montou o esquema de propinas na Petrobras
foi o Youssef, não no governo do PT, mas no do PSDB”, afirma o
jornalista. “Ele havia feito a mesma coisa no Caso Banestado”, lembra
Amaury. No livro, ele relata que entre 1996 e 1997 o doleiro enviou para
Nova York, por meio de uma off-shore, a June International Corporation,
US$ 56 milhões descobertos em uma subconta bancária hospedada na Beacon
Hill Service Corporation, uma espécie de conta-ônibus no Chase
Manhattan (hoje JP Morgan Chase). O dinheiro tinha como destino final
uma agência das Ilhas Virgens Britânicas.
André Vargas: Petistas se irritam com falta de explicações do deputado Leia mais: Conselho de Ética pedirá que Alves rejeite renúncia de Vargas
O
esquema Banestado alimentou a remessa de US$ 30 bilhões que escoaram
através de movimentações pelas CC-5 (Carta Circular nº 5, do Banco
Central), criadas para permitir saques e depósitos de estrangeiros em
trânsito cuja finalidade foi deturpada. Uma das pontas da imensa rede
era operada por Youssef, que utilizava laranjas no Paraguai e no Uruguai
para despistar o rastreamento bancário.
A conta tinha o sugestivo
nome de Tucano e, segundo Amaury, era integralmente administrada pelo
advogado americano David Spencer, procurador de Ricardo Sérgio de
Oliveira. “Está se repetindo agora o mesmo que ocorreu no mensalão: o PT
foi procurar um personagem que já operou para o PSDB”, diz Amaury. Ou
seja: o Youssef, segundo o jornalista, é o Marcos Valério da Petrobras,
uma segunda herança tucana ao PT na seara de malfeitos.
Pela
voracidade com que os tucanos têm investido na criação da CPI da
Petrobras, Amaury acha que as informações mais apimentadas de um suposto
relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), do
Ministério da Justiça, ainda não vieram à tona. Pelos indícios do
apurou, ele aposta, no entanto, que há matéria-prima para desgaste nos
dois maiores partidos.
“Estou ansioso para ser chamado à CPI”,
afirma Amaury, que diz ter guardado alguns documentos não revelados em
“A Privataria Tucana”. O livro, já vendeu mais de 150 mil exemplares,
traz também uma revelação que está sendo robustecida pelas novas
investigações da Polícia Federal: a participação de doleiros em grandes
esquemas de financiamento de tráfico de drogas no atacado.
No
livro de Amaury, Youssef é apontado como um profissional eclético. O
doleiro atuava, ao mesmo tempo, para tucanos de penas reais e
traficantes barra pesada, como Fernandinho Beira Mar ou o bicheiro João
Arcanjo Ribeiro, conhecido como comendador. Em Foz do Iguaçú, no rastro
da Operação Lava Jato, a Polícia Federal descobriu doleiros financiando
operações de alta envergadura no tráfico internacional.
O deputado
Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) tentou por duas vezes criar a CPI da
Privataria. Delegado da Polícia Federal, o deputado investigou o caso e
conhece o doleiro ao ponto de prever que ele fará, mais uma vez, acordo
de delação privada para escapar de uma pesada sentença. Youssef estaria
“no ponto” para ser ouvido numa CPI.
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