
Desta vez, desconto indevido no Imposto de Renda numa operação que entrou na mira da Receita Federal.
As
empresas adquirem outras – frequentemente do mesmo grupo – por um preço
maior do que o razoável, contando com uma valorização futura. Abatem
isso como despesa – “ágio” – e reduzem a base para cálculo do Imposto de
Renda.
No caso da Globo, isso resultou numa “economia tributária” de R$ 713 milhões entre 2005 e 2008.

A bem da verdade, a
Globo não está só nesta maracutaia: Gerdau, Camargo Corrêa, Santander e
Oi, juntas, foram autuadas em R$ 11 bilhões.
Usam por base
uma lei, a nº 9.532, de 1997 – editada por Fernando Henrique Cardoso –
ora, por quem mais seria? - como um meio de incentivar as privatizações
daquela época – permite que o ágio seja registrado como despesa no
balanço das empresas e amortizado, em no mínimo cinco anos, da base de
cálculo do Imposto de Renda (IR) e da Contribuição Social sobre o Lucro
Líquido (CSLL).
Mas, de uns tempos
para cá, a Receita começou a glosar estes abatimentos quando as
operações são entre empresas do mesmo grupo e não há desembolso. Ou
seja, quando tudo é um artifício contábil.
Mas a Globo embargou, judicialmente, a cobrança. Vai discutir no Judiciário durante uma década, e com que poder!
Se este juiz não
for…condescendente, amanhã outro pode ser. E vai caber recurso, recurso
do recurso, recurso do recurso do recurso…
Mas desta vez não
haverá – ou haverá? – uma boa alma transtornada que interrompa as
férias, vá a repartição e, por uma simpatia espontânea e desprendida,
enfie o processo na Globo na bolsa e dê sumiço nele, esticando assim o
prazo do processo de cobrança.
E, como a cobrança
da sonegação está questionada judicialmente, a Globo fica regular,
formalmente, para mamar em publicidade os impostos que ela própria não
paga.
Será que nesse
caso, que a “opinião pública” não ficará sabendo – porque “a opinião que
se publica” não o publica – a justiça brasileira estará ciosa dos que
“assaltam os cofres públicos”?
No caso da sonegação fiscal da compra dos direitos da Copa, arranjaram um bode expiatório. Neste, vão arranjar?
Por: Fernando Brito
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