Lembra daquela história da chuva, da seca, da florada da cana e tudo o mais que você ouviu como justificativa para o preço do etanol estar lá em cima, em plena safra?
Não são mentiras, é claro. Mas são apenas parte da explicação para o fato de, em plena safra, subirem os preços do etanol e pressionarem a inflação.
O açúcar fechou ontem a 39,94 centavos de dólar por libra-peso, em Nova York. Ano passado,nesta época, valia 16,52 centavos de dólar por libra-peso.
Ano passado, o preço do açúcar já estava alto e todos os jornais noticiaram o “engarrafamento” de navios no porto de santos, a espera de produto para embarcar. A China, aliás, expande como nunca suas compras aqui.
Este ano, a coisa ia pelo mesmo caminho. Em junho, enquanto a produção de etanol capengava aqui, a de açúcar ia muito bem, obrigado.
Em junho, as exportações de açúcar pelos portos de Santos e de Paranaguá cresceram 26%, para 2,67 milhões de toneladas em comparação com igual mês de 2010. Este mês, vão se manter no mesmo patamar de 2010, porque o mercado mundial ressentiu-se de tamanha alta, que só neste julho acumulava uma variação de 12,57%.
As usinas dizem que a safra está sendo ruim, por isso produzem menos etanol. Será que o açúcar destinado à exportação é feito de que, de beterraba?
É lógico que, para as usinas, como para qualquer atividade privada, vale a regra do “farinha pouca, meu pirão primeiro”.
O lucro dos exportadores de açúcar cresce, enquanto é a Petrobras, por seu compromisso com o país, que tem de segurar a elevação do preço da gasolina – em razão do aumento do petróleo – e vender quantidades muito maiores, porque a frota flex abandonou o etanol, por conta dos altos preços.
Se o Estado brasileiro foi bem vindo, ao intervir para criar a demanda por etanol, viabilizando a expansão dos investimentos do setor privado em sua produção, porque não é bom, agora, para dizer que ele tem, também, um compromisso com o abastecimento?
post do tijolaço
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