quarta-feira, 4 de novembro de 2015

A primeira geração de brasileiros livres da fome

Vinte um anos após a primeira Conferência de Segurança Alimentar e Nutricional, realizada no País, em 1994, o Brasil hoje comemora a primeira geração de brasileiros livres da fome, na escola e com acompanhamento de saúde. É o que afirma a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, em entrevista concedida ao Blog do Planalto, após participar da quinta edição do evento, na noite desta terça-feira (3), em Brasília

Para a ministra, priorizar o combate à fome foi uma escolha política do governo brasileiro que transformou a vida de milhões de brasileiros e que fez com que o Brasil saísse do patamar de 10% da população passando fome – na primeira metade dos anos 2000 – n para 1,7% das pessoas em situação de insegurança alimentar, em 2013.

A ministra lembrou a realidade das campanhas de combate à fome no Brasil até o início anos 1990, lideradas por nomes como o do ativista Herbert José de Sousa, o Betinho, e que eram marcadas essencialmente por políticas assistenciais e filantrópicas. Para Campello, hoje o Brasil é outro porque o País criou políticas estruturais para combater à fome e à miséria.

“A primeira Conferência de Segurança Alimentar e Nutricional foi em 1994, marcada por uma ação e um movimento puxado pelo Betinho e outros atores, militantes e ativistas que tentavam mobilizar a sociedade juntando alimentos e gêneros alimentícios para tentar socorrer uma população inteira passando fome. Ficou muito famoso o Natal sem Fome que o Betinho promovia. Quer dizer: era a ausência do Estado brasileiro que acabava levando pessoas engajadas, comovidas com a filantropia e com a caridade a assumir uma tarefe que devia ser uma tarefa que deveria ser do Estado brasileiro”, enfatizou.

Para Campello, a partir de 2004 o governo brasileiro assumiu o problema da fome como uma agenda central para o Brasil e desenvolveu um conjunto de políticas que permitiram que o País pudesse realmente alterar de forma estrutural a realidade das pessoas.

De acordo com Campello, o objetivo não era fazer com que os brasileiros continuassem dependendo da doação de alimentos, mas alterar efetivamente a vida dessa pessoas. Para a ministra, a garantia do acesso a renda para milhões de brasileiros foi fundamental para esse processo.

“Tinha fome no Brasil não porque não tinha alimentos, tinha fome no Brasil porque as pessoas não tinham renda. Então assumir o combate à fome e à pobreza como prioridade do governo e a partir daí ampliar a renda das famílias como o aumento do salário mínimo, como geração de empregos, como o Bolsa Família, com outras políticas de geração de renda permitiu que essas famílias tivessem acesso a alimentos que já eram produzidos no Brasil. O governo conseguiu dessa forma criar uma nova realidade para o Brasil”, acrescentou.
(Blog do Planalto)

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