segunda-feira, 6 de julho de 2015

Carta aos delcídios do PT

Como detonar o entreguismo do Cerra, o que vendeu a Vale a preço de banana.

Ilustração do twitter de Graça Vieira


Saiu no blog Desenvolvimentistas:


Petrobras – Carta aberta aos senadores


Por Paulo Cézar, edição de Adriano Benayon


Prezados senhores senadores, venho através deste, como cidadão, me manifestar a respeito do Projeto de Lei do Senado (PLS) 131/2015 de autoria do senador José Serra, que extingue a obrigatoriedade de participação da Petrobras como operadora única na exploração de campos do pré sal. Na justificativa, o senador agride a Petrobrás, afirmando ser ela uma “empresa endividada, que apresenta sérios problemas de gestão, está inundada por denúncias de corrupção e com enorme dificuldade de geração de caixa”.

A Petrobrás tem, hoje, cerca de R$ 68 bilhões em caixa; a Companhia é líder mundial na exploração / produção de petróleo em águas profundas; em apenas 8 anos já está produzindo, no pré-sal, mais de 700 mil barris de petróleo dia. (1). No Golfo do México foram necessários 20 anos para atingir a marca de 500 mil barris, e no Mar do Norte 10 anos. E com um fato inegável e que vai na contramão das justificativas apresentadas pelo (PLS) 131/2015: Enquanto no Mar do Norte e no Golfo do México havia várias empresas explorando, no Brasil a Petrobras é operadora única, e mesmo assim foi muito mais eficiente (2).

Apenas no primeiro trimestre de 2015 já foram investidos pela Petrobras aproximadamente US$ 5 bilhões de dólares na exploração de petróleo no Brasil (1).Em 3 meses, prezados senadores, a empresa investiu na exploração do petróleo nacional mais do que a multinacional Shell em 15 anos de operação no Brasil. “Desde 1998, a Shell já investiu mais de US$ 4,4 bilhões em sua atuação de upstream no Brasil.” (3)

Com relação ao citado “endividamento” da Petrobras, é extremamente necessário contextualizá-lo. Ora senhores senadores, este endividamento está diretamente ligado ao aumento expressivo de investimentos da Petrobras nos últimos anos, investimentos esses que já estão dando retorno, como mostram os dados citados acima a respeito de recordes na produção do pré-sal. Além disso, senhores, há uma omissão grave no cálculo do endividamento da Petrobras através do percentual de alavancagem. Segundo o PhD na área de petróleo e gás, Paulo César Ribeiro Lima, deveriam ser contabilizados no patrimônio liquido da companhia os barris de Petróleo que foram cedidos a empresa através da cessão onerosa, mesmo utilizando um valor de barril muito menor do que o valor de mercado, pelos recursos estarem ainda “in situ”, inexplorados, o patrimônio liquido da empresa poderia triplicar, diminuindo e muito o percentual de alavancagem e dando uma situação mais realista da empresa hoje.(4) Situação que hoje distorcida, esta sendo utilizada para justificar uma medida que prejudica o País e a empresa.

Se não bastam esses fatos reais apresentados acima, que desmistificam e contrapõe as justificativas apresentadas para a aprovação do (PLS) 131/2015, ainda temos outros motivos de ordem financeira para o País. Segundo estimativa da Associação dos Engenheiros da Petrobras o País poderá perder cerca de US$ 12 trilhões de dólares ao retirar da Petrobras a responsabilidade pela operação única da exploração do Pré Sal (5). De acordo com o vice-presidente da AEPET, Fernando Siqueira, somente em royalties o Brasil deixaria de arrecadar US$ 1,8 trilhão. Isto porque as fraudes na medição do petróleo extraído e nos custos de produção costumam ficar entre 30% e 50% do que é produzido, algo que não acontecerá se a Petrobrás continuar no controle. “O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), a quem caberia a função de fiscalizar, já se mostrou omisso”, resumiu, acrescentando que a Petrobrás como operadora única garante também o domínio da tecnologia e incentiva a inovação, que garantiu prêmios e recordes à Companhia.(5)

Como se vê, senadores, há perda financeira enorme para o Brasil, e não somente financeira, mas tecnológica, pois com a operação única a inovação da Petrobras, já amplamente premiada mundialmente, é incentivada, gerando conhecimento no País, e por consequência empregos de maior qualidade e desenvolvimento científico que é fundamental para a melhora da competitividade do País.

Tão gigantescas como são, as perdas financeiras e tecnológicas não estão sozinhas. Há um componente estratégico enorme nessa questão. Em primeiro lugar, senadores, temos que analisar o mercado mundial de Petróleo para entendermos melhor a questão. Estamos num contexto de baixa nos preços mundiais do Petróleo, muito por conta da inundação do mercado mundial pelo shale oil, proveniente de areias e rochas betuminosas da America do Norte. Esse óleo altamente poluente tem custos altíssimos de produção, tanto financeiros como ambientais, muito acima dos custos do pré-sal. O custo de extração da Petrobras está em US$ 9,00 por barril no pré-sal (6), enquanto o shale oil tem custo entre US$ 60 e US$ 80 o barril (7). Para o PhD na área de petróleo e gás, Paulo César Ribeiro Lima, este custo é factível, pois é possível recuperar a mesma quantidade de barris de óleo por dia no pré sal com muito menos poços, do que normalmente ocorre em outras áreas semelhantes. “Isso aqui é um verdadeiro tesouro”, afirmou.

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