segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

NEM RANHETA, NEM REACIONÁRIO

Por Lustosa da Costa

“Tenho 72 anos de idade. E cheguei até aqui sem me transformar em velho ranheta nem reacionário. Ao contrário, de peito aberto aos novos ventos que sopram em nosso tempo. Tenho errado muito desde que assinei o primeiro artigo com as iniciais L.C. no "Correio da Semana", de Sobral, a 28 de agosto de 1954, logo após o martírio de Getúlio Vargas, embora haja procurado fugir sempre do moralismo estridente por trás de que se esconde o reacionarismo mais evidente.

APOIO A DILMA

Orgulho-me, porém, de ser um dos poucos jornalistas brasileiros que não acreditaram na montagem do mensalão, denunciada por revista a serviço dos interesses de Daniel Dantas, aquele de quem Lula recusara "ajuda" pecuniária em sua penúltima campanha presidencial. Vi, na armação, jogada da direita para cunhar como corrupto o governo do Partido dos Trabalhadores, do mesmo jeito que o fizera contra Getúlio Vargas e João Goulart.

INIMIGO

Governante latino-americano que não obedecer cegamente às ordens de Washington, ou que demonstrar qualquer preocupação em atender aos trabalhadores, é considerado antidemocrático e populista. Como tal, acoimado de corrupto, que constitui meio caminho andado para sua deposição.

Não foi o que aconteceu no País. A sociedade já sabia de tais manobras e percebeu que as acusações tinham origem no conservadorismo exacerbado dos meios de comunicação brasileiro, nos quais não acreditou.

MELHOROU

Porque o País melhorou. Dezenas de milhões de miseráveis passaram a integrar a classe C. Nunca houve desemprego tão baixo no País. Os pobres passaram a ter direito a três refeições por dia, como prometera Lula, que jamais deu passadas maiores que as pernas para evitar recuos lamentáveis.

Os porteiros de meu prédio vão ao Nordeste de avião e é nesse transporte que retornam. Os aviões voam lotados de caras desconhecidas, de gente que nunca voara antes, que não sabe apertar o cinto de segurança, nem fechar a porta do toalete que precisa usar. É uma grande parte dos brasileiros que passou a ter direitos iguais aos da pequena minoria.

APOIEI

Fiquei feliz, nos meus 72 anos, de haver sempre compreendido a importância do papel de Lula e defendido a continuação de seu programa de governo. Não sou do PT nem vejo petistas nas festas em que lanço meus livros. Não quero ser ministro nem embaixador em Portugal.

Não postulo nenhum emprego federal, nem mesmo de porteiro do Palácio do Planalto. Apenas que a futura presidente amplie as conquistas sociais de Lula e do PT, fazendo mais brasileiros felizes no futuro que nos últimos oito anos. Isto me basta. Se tiver de morrer breve, morrerei feliz com o Brasil que se inaugurou há oito anos e que não pode mudar de rumo, nem de feição.”

FONTE: escrito pelo veterano jornalista Lustosa da Costa em sua coluna no Diário do Nordeste

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