A base de lançamento de foguetes de Alcântara (MA) tem sido um símbolo duplo em nosso país.
Durante o governo tucano de Fernando Henrique Cardoso foi o mais
veemente signo da submissão às imposições do imperialismo
norte-americano.
A resistência contra a tentativa de entrega da base aos EUA foi
enorme e, logo no começo do governo Lula, em 2003, aquele simbolismo
adquiriu significado inverso, e o acordo foi descartado por ser lesivo
aos interesses do Brasil e à soberania nacional.
Mas a alma de “vira-latas” voltou a controlar a presidência da
República e as relações externas do país que, com o governo do golpista
Michel Temer, se submete novamente às ordens de Washington.
A função que foi exercida brilhante e soberanamente pelo chanceler
Celso Amorim agora é ocupada pelo interino José Serra que, em conluio
com o impostor Temer, quer retomar a política abandonada desde 2003,
para ceder a base de Alcântara para o uso de seus patrões
norte-americanos.
A perspectiva é inaceitável! Com ela retornam todas as ameaças
contra a soberania nacional e o desenvolvimento tecnológico e autônomo
do Brasil.
Em 2000 o governo antinacional de Fernando Henrique Cardoso havia
se comprometido a entregar a base aos EUA, abrindo mão completamente da
soberania nacional sobre ela e o território brasileiro em que está
localizada. Comprometeu-se também a submeter à supervisão
norte-americana o uso do dinheiro que o país receberia com o aluguel da
base, que não poderia ser aplicado no desenvolvimento de projetos
brasileiros de tecnologia. Até mesmo a circulação de brasileiros por
aquele pedaço do território pátrio ficaria sujeita à aprovação dos
ocupantes norte-americanos!
Na época a deputada federal comunista Socorro Gomes e Waldir Pires
(PT-BA) se destacaram, na Câmara dos Deputados, na resistência e na
denúncia daquele acordo lesivo à soberania brasileira.
É esse mesmo acordo que José Serra, o postiço dirigente da política
externa brasileira, pretende retomar. É o mais forte e sensível sinal
da subordinação deste governo impostor diante do imperialismo dos EUA.
Servilismo que a consciência nacional repudia. E que é mais uma forte
razão, concreta e simbólica, para os brasileiros lutarem para colocar um
ponto final ao governo golpista e de traição nacional de Michel Temer.
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