Por Renato Rovai, em seu blog
O
juiz Sérgio Moro, que costuma ser muito rápido no gatilho ao
investigar pessoas ligadas ao PT, tem nas mãos a possibilidade de
mostrar que sua celeridade não é seletiva.
Documentos
enviados por autoridades da Suíça apontam que o presidente da
Câmara, Eduardo Cunha, e a sua esposa movimentaram contas bancárias
no país que foram alimentadas por dinheiro sujo da operação Lava
Jato.
Cunha,
por ser deputado, tem fórum privilegiado. Ou seja, terá de ser
julgado no Supremo. Já a sua esposa, jornalista e ex-apresentadora
de jornais da TV Globo no Rio, Cláudia Cordeiro Cruz, não.
Ela
pode ter sua prisão preventiva decretada por Moro, inclusive porque
sua liberdade pode atrapalhar as investigações. Moro, os amigos
devem se lembrar, prendeu a cunhada de João Vaccari, ex-tesoureiro
do PT, por muito menos. A suposta prova era o saque de alguns reais
em dinheiro num caixa 24 horas. Depois veio a se descobrir que a
cunhada na verdade era a esposa de Vaccari. E a trapalhada a livrou
da cadeia.
Não
sem antes ser desmoralizada por toda a mídia nacional.
No
caso da esposa de Cunha as provas são bem mais contundentes. Ela é
sócia das contas e operou gastos milionários a partir delas.
O
que Moro está esperando para agir? A prisão de Cláudia pode levar
a uma delação das mais importantes. Ela tem condições de revelar
como funcionava o esquema Cunha de aliciamento de deputados.
E
isso pode garantir que a Lava Jato de fato faça uma limpa no
Congresso. Cunha é só um deles. Talvez o líder atual desse que
parece ser o verdadeiro esquema, mas só um.
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