Nele, o Brasil aparece apenas em 60º lugar entre 76 países estudados. No
entanto, a organização vê um grande potencial de crescimento econômico
no país se este proporcionar educação básica universal para todos os
adolescentes de 15 anos.
Em outras palavras, a OCDE estima que um cenário em que todos os
adolescentes de 15 anos estejam estudando e alcançando um nível básico
de educação pode ajudar o PIB do país a crescer mais de sete vezes nas
próximas décadas.
A análise se baseia na pontuação de alunos de 15 anos em testes de
matemática e ciências. E configura o mapa mais completo dos padrões de
educação em todo o mundo.
Países asiáticos dominaram as primeiras posições do ranking: no topo da
lista está Cingapura, seguida por Hong Kong, Coreia do Sul, Japão e
Taiwan.
Os resultados do relatório, parcialmente obtidos pela BBC, serão apresentados no Fórum Mundial de Educação, na Coreia do Sul, na semana que vem.
Educação e crescimento
A OCDE argumenta que melhorar o padrão da educação impulsionará o
crescimento econômico dos países. E afirma que o baixo nível da educação
em um país pode resultar num "estado permanente de recessão".
"É a primeira vez que podemos ver a qualidade da educação numa escala
verdadeiramente global", diz o diretor da OCDE para assuntos
educacionais, Andreas Schleicher.
"A ideia é dar aos países, ricos ou pobres, a oportunidade de comparar
seu desempenho educacional para descobrir pontos fortes e fracos e ao
mesmo tempo ver o benefícios a longo prazo de melhoras na qualidade do
ensino."
Schleicher cita como exemplo justamente Cingapura, que nos anos 60 tinha altos índices de analfabetismo.
A referência internacional mais usada para avaliar a educação é
justamente o teste Pisa, elaborado também pela OCDE, que até agora
focava principalmente nos países industrializados mais ricos.
No entanto, os novos resultados fazem uma análise mais ampla e
contemplam uma variedade maior de países — o total de um terço das
nações do mundo —, incluindo Irã, África do Sul, Peru, Tailândia e
outros.
Os Estados Unidos tiveram um desempenho ruim e aparecem na 28ª posição,
atrás, ironicamente, do Vietnã. Mas a OCDE mostrou preocupação especial
com o que classifica como declínio da Suécia. Na semana passada, o órgão
publicou críticas ao sistema educacional sueco depois de registrar uma
queda nos resultados do Pisa entre 2000 e 2012.
Pediu especificamente uma revisão do esquema instituído nos anos 90 que "privatizou" parte da rede pública de ensino.
A conferência na Coreia do Sul está sendo organizada pela ONU, e vai
marcar os 15 anos do estabelecimentos da Metas do Milênio para a
educação. A mais importante delas, a provisão universal de educação
primárias para crianças, ainda não foi atingida.
No Fórum Mundial da Educação, novas metas globais serão estabelecidas para os próximos 15 anos.
No BBCBrasil
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