Ion de Andrade
O
Ministro Joaquim Barbosa tanto fez, tanto fez, que caiu do cavalo.
Conseguiu hoje e por unanimidade, um feito memorável junto à OAB
federal: um pedido UNÂNIME de investigação de sua conduta ao CNJ que,
dada a imponência do resultado na OAB, não poderá furtar-se a abrir o
processo. O motivo: a substituição do juiz titular de execução penal do
DF, (responsável pela execução penal dos condenados da AP 470) por um
juiz substituto filho, nada mais, nada menos, de um deputado eleito pelo
PSDB do Distrito Federal. Um colega mais confiável aos seus olhos. ( http://www.brasil247.com/pt/247/brasil/121901/Un%C3%A2nime-OAB-pede-ao-CNJ-que-investigue-Barbosa.htm )
Antes
que Aécio Neves concedesse nova medalha de honra ao mérito a Joaquim
Barbosa a OAB veio estragar a festa de verdadeiro congraçamento cívico
entre a presidência do STF e o PSDB, um grande namoro patriótico,
platônico e desinteressado.
Simultaneamente as
associações de magistrados repudiaram o mesmo ato, tornando a situação
do Ministro muito próxima da insustentabilidade. Quem se aliará a ele
nesta hora difícil?
A situação embora focada num
problema de execução penal torna transparente de forma vergonhosa e
acintosa a parcialidade do julgamento como um todo, fato que deve estar
provocando a felicidade geral dos seus colegas togados que votaram com
ele pela condenação dos reus e que agora aparecem como padrinhos do
episódio. É demais, estão todos nus devido a uma voracidade e ao
autoritarismo (coronelismo jurídico) exposto no ato.
Arma-se
assim um inferno astral. No front interno o processo no CNJ não poderá
deixar de ser aberto, e não terá como não concluir pela responsabilidade
do reu, pior a Globo vai ter que noticiar, o fato e as razões... No
front externo o cenário se ensombrece ainda mais, porque Pizzolato
sequer começou a falar e já vai ganhando condição de favoritismo
absoluto na missão que tem agora de demonstrar que o STF cometeu grande,
imperdoável e claro desrespeito aos direitos dos reus. O último ato é a
chave de leitura para todo o processo.
Joaquim
conseguiu o impossível, no último segundo do segundo tempo, quando a
torcida já estava indo embora, num jogo em que vencia de goleada, levar a
partida aos pênaltis e pior correndo o sério risco de levar um cartão
vermelho. Sim vermelho.
Se levar o cartão vermelho encerrará a sua carreira no Tribunal Interamericano de Direitos Humanos, porém como reu.
Turva ou não, a água vai para o mar.
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