247 –
O deputado federal Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) acusou a
subprocuradora Cláudia Sampaio de ter recebido propina do banqueiro
Daniel Dantas e levantou suspeitas sobre seu marido, o procurador-geral
da República, Roberto Gurgel. Segundo o parlamentar, que deu as
declarações no último dia 9, num encontro na Ordem dos Advogados do
Brasil (OAB) de São Caetano do Sul (Grande São Paulo), o dinheiro teria
como objetivo fazer com que o empresário não fosse investigado e que a
subprocuradora desse parecer ao STF favorável à quebra dos sigilos
telefônico, fiscal e bancário do deputado.
O encontro onde ocorreu a fala do parlamentar teve como tema "Os
bastidores da Operação Satiagraha", ação iniciada em 2008 e comandada
por Protógenes, então delegado da Polícia Federal. Na ocasião, Dantas
acabou sendo preso e solto em menos de 24 horas por ordem do ministro
Gilmar Mendes, do STF. A operação foi suspensa por conta de atuação
irregular de agentes da Abin. No final de abril, no entanto, Cláudia
Sampaio, que já havia se manifestado pelo arquivamento da apuração,
reapresentou parecer favorável à investigação, alegando que Protógenes
tinha conta na Suíça e que a PF havia encontrado R$ 280 mil na casa do
deputado.
Na palestra, Protógenes rebateu as acusações, afirmando que pedirá
certidão à Justiça comprovando que não houve a apreensão do dinheiro.
"Essa mulher (Cláudia) fez isso (...) Essa certidão vai ter que atestar
que não existe 280 mil apreendidos, eu não sei de onde ela tirou, talvez
seja os 280 mil que o Daniel Dantas tenha dado para ela, prá dar esse
parecer... de cafezinho, né?", disse o deputado. Ele ressalta o fato de
que em nenhum outro caso a Procuradoria voltou atrás, como ocorreu com
esse, em que Cláudia Sampaio mudou seu parecer. "É perigoso para o
Estado ver instituições superiores comprometidas e corruptas", declarou.
O advogado do banqueiro Daniel Dantas, que foi chamado de "bandido" por
Protógenes, apresentou queixa-crime no STF contra o deputado por calúnia
e difamação, como
noticiou nesta terça-feira o 247.
Andrei Zenkner, argumenta que as ofensas do delegado afastado não têm
qualquer relação com a atividade de deputado e que o Supremo vem
afastando a imunidade parlamentar em casos como esse. Já Roberto Gurgel
definiu como "calúnia" as acusações de Protógenes. "A calúnia foi feita
imediatamente após terem sido requeridas diligências em inquérito a que o
deputado responde no STF, circunstância que fala por si mesma", disse o
procurador-geral.
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