Ao
comentar o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) da ação que
pede a inconstitucionalidade do financiamento privado de campanhas
eleitorais, senador mineiro e presidenciável pelo PSDB disse que decisão
pode acabar "estimulando o caixa 2" nas eleições; no STF, pelo menos
quatro ministros devem votar pelo fim das doações privadas
247 – O
Supremo Tribunal Federal (STF) deve decidir nesta quarta-feira (11) se
empresas privadas podem fazer doações para candidatos e partidos
políticos durante campanhas eleitorais.
Ao
comentar a questão, o senador Aécio Neves (MG), presidenciável pelo
PSDB, criticou a corte e afirmou que uma decisão do tribunal declarando
inconstitucionais as doações privadas pode acabar "estimulando o caixa
2" nas eleições.
"Não
gosto muito desse ativismo político do Supremo Tribunal Federal. Nas
vezes em que decidiu, não decidiu a favor, infelizmente, do
aperfeiçoamento do processo político brasileiro. Foi assim no final da
cláusula de desempenho, a chamada cláusula de barreira lá atrás, foi
assim quando permite a portabilidade do tempo de televisão e da parcela
do fundo partidário quando o parlamentar migra para um novo partido",
completou.
"Em
relação ao financiamento de campanhas, o que temos de estabelecer é a
transparência absoluta. É saber quem doou e para quem doou, para que não
possamos, até a pretexto de estarmos criando limites, estar estimulando
o caixa 2, que é o que me parece que pode acontecer", disse ainda.
No
STF, pelo menos quatro ministros devem votar pelo fim das doações
privadas: Carmen Lúcia, Joaquim Barbosa, Marco Aurélio Mello e Ricardo
Lewandowski.
Leia, abaixo, reportagem da Agência Brasil a respeito:
STF começa a julgar validade de doações para campanhas eleitorais
Da Agência Brasil
Brasília - O
Supremo Tribunal Federal (STF) começa a julgar hoje (11) a ação direta
de inconstitucionalidade da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) contra
as doações de empresas privadas a candidatos e a partidos políticos. A
OAB contesta os artigos da Lei dos Partidos Políticos e da Lei das
Eleições, que autorizam a doação de recursos de pessoas físicas e
jurídicas para campanhas eleitorais de partidos e candidatos.
A
ação direta de inconstitucionalidade sobre o tema chegou ao STF em
2011. A entidade questiona a Lei dos Partidos Políticos, de 1995, e a
Lei das Eleições, de 1997, argumentando que o modelo atual resulta em
influência “excessiva e deletéria” do poder econômico. “Prejudicados,
por óbvio, são os candidatos mais pobres e os que não desfrutam da mesma
intimidade com as elites econômicas ou não têm identidade com os seus
interesses e bandeiras, e que acabam sem o mesmo acesso aos recursos de
campanha, o que compromete gravemente a igualdade de oportunidades na
competição eleitoral. Sem falar daqueles que, pelas mesmas razões,
desistem de se candidatar, pela absoluta falta de condições financeiras
para competir no pleito eleitoral”, argumenta a OAB.
A
entidade também questiona os limites de doações permitidos por lei,
baseados em rendimentos obtidos no ano anterior. Para a OAB, o critério
reforça a desigualdade representativa. “A excessiva infiltração do poder
econômico nas eleições gera graves distorções. Em primeiro lugar, ela
engendra desigualdade política, na medida em que aumenta
exponencialmente a influência dos mais ricos sobre o resultado dos
pleitos eleitorais, e, consequentemente, sobre a atuação do próprio
Estado”, acrescenta a entidade.
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