Por Eduardo Guimarães, no Blog
da Cidadania:
Estando em pleno gozo de todos os direitos políticos e de todas as
demais garantias individuais concernentes à cidadania brasileira, diante
da campanha hedionda de difamação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva ora promovida por seus adversários políticos (declarados e
enrustidos), venho fazer uma declaração.
Acompanho a trajetória de vida do ex-presidente desde a campanha
eleitoral de 1989. Dá quase um quarto de século. A cada dia desses 23
anos, com intervalos de nem uma centena de dias, se tanto, vi e ouvi
todo tipo de acusação contra ele. Todo tipo que se possa imaginar.
Naquele 1989, os mesmos grandes meios de comunicação que hoje, após
tanto tempo, continuam lançando acusações análogas às de outrora contra o
ex-operário, chegaram a convencer o Brasil de que ele era mais rico do
que o adversário Fernando Collor por morar em uma casa emprestada por um
empresário.
Acompanhei a vida de Lula, desde então. Como tantos sabem, sobretudo
seus inimigos, ele não enriqueceu com a política. Muito pelo contrário,
seu patrimônio – sobre o qual seus adversários construíram tantas farsas
– não é tão maior do que era quando disputou a primeira eleição
presidencial, há 23 anos.
Lula poderia ter tirado quanto quisesse da política, se quisesse…
Ele nunca se desviou do caminho que aquele que acompanhou a sua vida
sabe que era o que verdadeiramente perseguia, o de dar ao filho do
“peão” oportunidades menos inferiores às dos filhos dos janotas
empertigados que se julgam melhores do que o resto por terem um
sobrenome de origem européia e um canudo de papel outorgado por uma
universidade.
Esse homem, com sua instrução rudimentar, ainda na minha juventude fez
com que eu, que estudei nas melhores escolas de São Paulo, pudesse
entender que um país injusto como o Brasil não é bom para ninguém, e que
só com a igualdade de oportunidades é que poderia fazer jus ao conceito
fundamental de nação.
É inevitável fazer a analogia entre a luta de Lula contra legítimos
impérios empresariais e as mais poderosas forças políticas – começando
por uma ditadura – e o conto bíblico da vitória do jovem e franzino
David sobre o poderoso gigante Golias. Afinal, Lula venceu um gigante
monstruoso. E venceu três vezes.
Dirão que construí, para mim, uma imagem romanceada de um político como
qualquer outro. Mais uma vez provo que estão errados. Tenho todas as
justificativas racionais do universo para dizer que Luiz Inácio Lula da
Silva jamais traiu a minha confiança. O poder não o mudou e ele cumpriu
todas as promessas que me fez ao fazê-las a todos os cidadãos.
Lula fez seu povo – como ele mesmo diz, os feios, os desprezados, os
pobres e desesperançados – melhorar de vida como jamais ocorrera e alçou
o Brasil a uma era de ouro. E o principal: devolveu a auto-estima aos
brasileiros.
Agora, querem se vingar das derrotas acachapantes que Lula lhes impôs.
Querem macular seu legado com acusações farsescas, irresponsáveis,
criminosas. Querem, se possível, vê-lo encarcerado, pois foi sempre isso
que fizeram com adversários políticos desde que atiraram o país em uma
ditadura sangrenta.
Pois se essa afronta prosperar, dividirei, orgulhosamente, o banco dos
réus com o ex-presidente. E serei acompanhado por milhões. Mas como só
posso falar por mim, juro que, se Lula for a um tribunal, estarei ao seu
lado. E quando lhe perguntarem o nome, levantar-me-ei e direi que o meu
também é Lula.
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