sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Formação de quadrilha

A posição de Obama sobre a questão palestina

Previdência: Até tu, Dilma?

Por Wagner Gomes, no sítio da CTB:

O Palácio do Planalto exerceu forte pressão sobre a Câmara dos Deputados e seu presidente, Marco Maia (PT-RS), para impedir a votação do projeto que institui novas regras para a aposentadoria no Regime Geral de Previdência Social (RGPV), alternativas ao fator previdenciário. Na quarta-feira, 28, o Parlamento adiou uma vez mais a análise do tema com uma vaga promessa de que ele voltará à ordem do dia na próxima semana.

O redutor criado pelo governo FHC em 1999, que subtrai até 40% do valor do benefício, é uma injustiça histórica perpetrada contra a classe trabalhadora e integra a herança maldita deixada pelo neoliberalismo, conforme assinala recente nota da CTB. Desde o primeiro momento, o movimento sindical brasileiro e seus aliados condenaram o mecanismo e mobilizaram suas forças para resgatar as normas originais que orientavam a aquisição do direito daqueles a quem o ex-presidente tucano chegou a chamar de “vagabundos” enquanto achatava o valor dos benefícios.

Como resultado desta luta, o senador Paulo Paim elaborou um projeto (PL 3299/08) que põe fim ao fator e restabelece as regras vigentes antes de sua instituição. A proposta foi aprovada em 2009 nas duas casas do Congresso Nacional, porém acabou vetada pelo ex-presidente Lula. Agora, o que se discute na Câmara é a emenda substitutiva global ao PL 3299 elaborada por um Grupo de Trabalho constituído por Marco Maia, baseada na fórmula sugerida pelo deputado Pepe Vargas (hoje ministro do Desenvolvimento Agrário), que soma idade com tempo de contribuição.

Embora aquém da reivindicação original das centrais sindicais, a nova proposta dos parlamentares constitui um inegável avanço em relação ao fator previdenciário e passou a contar com o apoio das centrais sindicais, que levaram em conta a correlação de forças adversa ao adotar tal posição. Em contraposição, o governo Dilma mantém uma postura intransigente e insensível em relação à emenda, manobrando para impedir sua votação apesar da vontade majoritária dos congressistas, dos partidos políticos e do presidente da Câmara.

A persistência do fator e a intolerância do Executivo encontram explicação na política econômica conservadora (especialmente na área fiscal), subordinada aos interesses do capital financeiro desde a famosa Carta aos Brasileiros. O Estado nacional dedica mais de 5% do PIB ao pagamento dos juros extorsivos da dívida pública, valorizando o capital que se alimenta de juros e da especulação. Não sobra dinheiro para atender as demandas do povo. Apesar da carga tributária elevada e regressiva, faltam verbas para saúde, educação, habitação e infraestrutura. Aposentados e pensionistas, embora já não sejam chamados de vagabundos, continuam comendo o pão que o diabo amassou.

As desonerações da folha de pagamento para vários ramos da indústria, contemplando demanda do empresariado contra os interesses dos assalariados e a posição do sindicalismo classista, contribuíram para enrijecer um pouco mais a posição do governo. Uma vez que a receita do INSS está caindo em função da renúncia fiscal, promovida em nome do desenvolvimento, o Palácio do Planalto não quer o fim do redutor das aposentadorias. É bom lembrar que, a exemplo de Lula, a presidenta Dilma se elegeu com amplo apoio dos movimentos sociais.

Ao lado das demais centrais sindicais, a CTB não abrirá mão da luta pela reparação da injustiça histórica contra aposentados e trabalhadores legada pelo neoliberalismo tucano. Temos consciência de que o orçamento da União não é alheio nem indiferente à luta de classes, conforme mostrou a greve do funcionalismo, e de que ampliando a mobilização das bases e intensificando a pressão popular podemos alcançar nossos objetivos. Não vamos poupar esforços neste sentido.

Pochmann: país sai da 'financeirização' para economia baseada na produção




Ex-presidente do Ipea afirma que expansão do PIB no terceiro trimestre, de 0,6%, é atenuada pela continuidade no processo de distribuição de renda, e vê país 'pavimentando' desenvolvimento sustentável

Por: Vitor Nuzzi
Embora nos dois últimos anos o Brasil tenha tido desempenho aquém de suas possibilidades, o que preocupa do ponto de vista conjuntural, o economista Marcio Pochmann, ex-presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), destaca as mudanças estruturais em curso no país e critica o que chama de falta de melhor entendimento em algumas análises. 
Ele observa que há uma transição, longa, de uma economia de “financeirização da riqueza” para uma economia mantida pelo investimento produtivo. “Passamos duas décadas (1980 e 1990) em que a economia não cresceu sustentada pelos investimentos produtivos, mas pela financeirização, juros altos, levando a um quadro de regressão social. Havia setores que viviam às custas do assalto ao Estado”, afirma. “Vai crescer pouco este ano, mas é um crescimento que permite reduzir a pobreza e a desigualdade de renda.”

Pochmann lembra de decisões tomadas no início do governo Lula, baseadas na visão de que o Brasil tinha uma economia com elevada capacidade ociosa. Com Dilma, “estamos pavimentando um caminho de desenvolvimento sustentável”, avalia o economia. “Só não vê quem não quer.” 
Ele cita fatores como o pré-sal, nacionalização de setores produtivos e a política de concessões, “que não têm nada a ver com as privatizações dos anos 1990”. E diz ver "grande sintonia entre as decisões cruciais de Lula e Dilma".
Ele lamenta que a comparação com outras economias não tenha sido feita naquele período, quando havia um ciclo de expansão mundial. “Em 1980, éramos a oitava economia e em 2000, a 13ª. Na segunda metade dos anos 1990, até o México ultrapassou o Brasil. E agora estamos caminhando para ser a quarta economia.”
O economista disse que gostaria de ver mais “ousadia” do governo, com, por exemplo, mais articulação com os demais países do continente, especialmente pensando na competição com a China. “O Brasil poderia ajudar a reorganizar esse espaço, a partir de políticas de caráter supranacional."
Ao acompanhar as projeções de 4% para o crescimento da economia em 2013, Pochmann não vê o país com problemas estruturais, mas em um momento de "desincompatibilização" entre decisões privadas e públicas. "As decisões de investimento não resultam imediatamente. O investimento requer decisões mais complexas, significa ampliar a capacidade de produção", afirma.
Ele vê Lula como um "estrategista", do ponto de vista da política de juros, que em seu governo teve redução gradual. Não adiantaria uma queda dramática, diz ele, se não houvesse alternativas de deslocamento dos recursos "financeirizados" para a produção, com o Estado criando condições para o investimento. Mudanças, sublinha, em uma nova realidade política, dentro da democracia e com uma nova maioria. "O investimento financeiro está perdendo para o investimento produtivo", reafirma Pochmann. "Estamos voltando a ter capacidade de fazer política macroeconômica e industrial."

Dilma: 100% dos royalties para a educação

Pelo texto da medida provisória, o governo destina toda receita dos royalties da União, dos Estados e dos municípios para educação. Com isso, a presidente Dilma Rousseff viabiliza a proposta de investir no setor 10% do PIB (Produto Interno Bruto), que havia sido alterada pela Câmara.


Saiu na Folha:

Governo vai destinar 100% de verba dos royalties de novos campos para educação


Ao anunciar nesta sexta-feira o veto ao artigo da lei aprovado pelo Congresso que previa redistribuição mais igualitária dos royalties do petróleo, o governo confirmou que vai destinar 100% dos royalties dos novos campos para a área de educação.

A obrigatoriedade deve constar na medida provisória que será enviada ao Congresso, conforme afirmou hoje o ministro Aloizio Mercadante (Educação).

Pelo texto da medida provisória, o governo destina toda receita dos royalties da União, dos Estados e dos municípios para educação. Com isso, a presidente Dilma Rousseff viabiliza a proposta de investir no setor 10% do PIB (Produto Interno Bruto), que havia sido alterada pela Câmara.

A Medida Provisória também muda o destino dos recursos do Fundo Social, criado para garantir investimentos dos recursos do pré-sal em diferentes áreas do governo federal.

Pela nova regra, 50% vai obrigatoriamente para a educação e o restante será usado em projetos de saúde, meio ambiente.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Quem manda no Brasil


Há uma enorme diferença entre governar e deter o poder.
O PT governa o país desde 2003, depois de vencer três eleições presidenciais em seguida.
Apesar disso, não detém o poder.
Ele continua a ser exercido pela mesmas forças que o partido derrotou nas urnas - grandes empresários, latifundiários, banqueiros, militares etc etc.
São esses os personagens que, paradoxalmente, se beneficiam do governo do PT, que criou um verdadeiro mercado de consumo no país, mas fazem de tudo para defenestrá-lo do Palácio do Planalto.
São eles que movem essa guerra sem trégua, sem limites, com batalhas às vezes à luz do dia, mas quase sempre travadas nos subterrâneos da República.
Essas forças nunca permitirão que um governo trabalhista, social-democrata, se consolide no Brasil, tome o poder no Brasil.
Essas forças preferem arruinar o país a vê-lo sob o controle de outras pessoas fora de seu círculo, de sua classe.
Nunca capitularão, nunca permitirão que o Brasil se transforme numa verdadeira República, numa democracia, num país moderno e justo.
Nunca permitirão que as terríveis desigualdades sociais que destróem o futuro do país terminem.
Nunca permitirão que haja Justiça para todos, sem distinção - e não apenas para alguns, os seus inimigos.
Essas forças podem até permitir que o PT, ou outro partido assemelhado, ganhe mais uma eleição presidencial.
Desde que tudo o que importa mesmo continue nas mãos de quem realmente manda.
O resto é perfumaria.

Como a mídia brasileira sufoca a liberdade de expressão


STF & MÍDIA: O GARROTE DA DEMOCRACIA


Eliana e Joaquim contra os Bandidos de Toga


Eles têm ideias parecidas, temperamentos semelhantes e concordam em muitos aspectos.

Eles estiveram juntos no começo desta tarde e trocaram ideias sobre os rumos do Judiciário. 

O Brasil e os cidadãos brasileiros precisam de gente ousada, corajosa e íntegra como eles, para combater os Bandidos de Toga e abrir, modernizar, arejar o mais vetusto dos poderes da República.

Cidadania, atenta! Vamos acompanhar os passos desses dois e ajudá-los nesta duríssima tarefa, porque os bolsões de ignorância e tacanhice resistem e não abrem mão de seus privilégios.

Por um Judiciário transparente, democrático e cidadão, livre da corrupção!

















CNJ/Divulgação

                                                                                                                                      Agência Brasil














                                                                  
Barbosa se mostra favorável a investigar patrimônio 
de juízes suspeitos
Em sua primeira sessão como presidente do CNJ, ministro também defendeu a extinção da Justiça Militar nos Estados


FELIPE RECONDO

Na primeira sessão como presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o ministro Joaquim Barbosa indicou ser favorável às investigações patrimoniais abertas contra magistrados suspeitos de irregularidades e afirmou que a Justiça Militar dos Estados poderia ser extinta.

As duas manifestações o aproximam das bandeiras defendidas pela ex-corregedora Nacional de Justiça, Eliana Calmon, com quem Barbosa se reuniu no início da tarde desta terça-feira, 27, para discutir a situação do CNJ.

As investigações patrimoniais abertas por Calmon geraram uma crise entre ela e o então presidente do CNJ, Cezar Peluso, e as apurações estavam paradas em razão de pedidos de vista do conselheiro Tourinho Neto.

Nesta terça, quando o caso voltou a ser discutido, o conselheiro Silvio Rocha defendeu a anulação de todas as investigações, pois os sigilos dos magistrados teriam sido quebrados pela Corregedoria sem autorização judicial. Rocha fundamentou sua tese em uma decisão anterior de Barbosa, que impediu o Tribunal de Contas da União (TCU) de quebrar sigilos sem autorização judicial.

Barbosa rebateu: "Eu noto que o conselheiro Silvio Rocha equipara o Conselho Nacional de Justiça ao Tribunal de Contas da União, esquecendo-se de que o CNJ figura no capítulo do Poder Judiciário". Barbosa não avançou na discussão, pois houve novo pedido de vista, mas indicou que apoiará as investigações abertas contra magistrados cujos patrimônios são incompatíveis com seus salários.

As investigações sobre a evolução patrimonial de magistrados desencadearam uma crise entre Calmon, tribunais e associações de classe da magistratura. Uma decisão liminar do Supremo chegou a interromper a investigação nas folhas de pagamento de tribunais, que se valia também de dados fornecidos pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

Tribunais militares. Na sessão desta terça, Joaquim Barbosa enfrentou outra polêmica: a existência de tribunais militares em três Estados - São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. A produtividade dos tribunais e o volume de recursos despendidos anualmente levaram o ministro a dizer que esses tribunais poderiam ser extintos. "Uma justiça que poderia muito bem ser absorvida pela justiça comum, porque não há qualquer necessidade de sua existência", afirmou Barbosa.

Os dados do CNJ mostram que o orçamento dos tribunais militares estaduais supera R$ 96,4 milhões, enquanto o número de processos é de 6.087. Em Minas Gerais, caso que estava sendo julgado, mesmo com orçamento de R$ 31 milhões e média de 322 processos por ano por magistrado, dois juízes são processados por negligência por deixarem prescrever 274 processos criminais somente em 2010.

"Os números, para além de obrigar o CNJ a examinar a responsabilidade disciplinar dos magistrados que permitiram a prescrição de tantos crimes militares, nos impõem uma reflexão sobre a eficiência e a produtividade da justiça militar estadual", afirmou o conselheiro Bruno Dantas.

Os dados levaram o presidente do CNJ a defender estudos sobre a produtividade dos tribunais militares, deixando de fora do levantamento o Superior Tribunal Militar (STM). "Vai ser proposta a criação de uma comissão ou talvez eu peça para o departamento de estatística do conselho para fazer um estudo preliminar e só depois desse estudo preliminar é que talvez eu designe uma comissão para fazer propostas mais concretas", afirmou.

Em Minas Gerais, caso que estava sob julgamento, os juízes têm à disposição orçamento de R$ 31 milhões para julgar 2.643 processos.

Sustentável para quem?




Via Diario Liberdade
“E não é que para atenuar esse discurso da destruição das bases naturais criadora de crescimento econômico falacioso, os economistas modernos, ditos tradicionais, rapidamente criaram a expressão "desenvolvimento sustentável"?
No entanto, não são poucos os que cometem crasso equívoco na vã esperança de que essa palavra mágica (sustentável) seja algo de fato aplicável e benéfico. Em relação a isso, resta indagar: sustentável para quem? Como? Quando? Onde?”
Marcus Eduardo de Oliveira
As consequências para a natureza de toda e qualquer economia que prioriza e faz de tudo para atender aos ditames do mercado que clama cada vez mais por excedentes na produção e no consumo (20% da humanidade consomem cerca de 80% dos recursos), atingindo picos de crescimentos inimagináveis (nos últimos 50 anos a economia aumentou em cinco vezes seu tamanho) é previamente conhecido: irreversível destruição ambiental, desmatamento em larga escala, poluição acentuada, queimadas constantes, escassez ecológica, extinção das espécies, emissão de gases de efeito estufa, entre outros. Quem paga o preço é a natureza; mas quem sofre as consequências somos nós.
O mercado é abastecido em nome desse modelo econômico-produtivo perverso e criminalmente responsável pela degradação ambiental - os mesmos 20% da humanidade mais consumistas produzem 80% da poluição total do planeta – descapitalizando assim a biodiversidade, colocando a vida em sério risco.
Uma hora qualquer – espera-se que não seja tarde demais - alguém irá perceber que as palavras do cacique Seatlle ditas em 1854 ao governante norte-americano estavam pontualmente certas: "(...) Depois que a última árvore for abatida, eles vão perceber que não dá para comer dinheiro".
Nunca é demasiado aludir que não se pode medir crescimento de uma economia quando, por exemplo, se derruba uma árvore, se põe ao chão um Jequitibá de 200 anos, quando se polui um rio ou se contamina uma nascente. Se isso tudo contribui para fazer o PIB subir, e de fato contribui, o nome disso só pode ser insanidade e estupidez econômica.
O certo é que não há economia que prospere e se mantenha ao longo do tempo nas bases dessa patologia que enaltece a destruição em prol de excedentes mercadológicos.
E não é que para atenuar esse discurso da destruição das bases naturais criadora de crescimento econômico falacioso, os economistas modernos, ditos tradicionais, rapidamente criaram a expressão "desenvolvimento sustentável"?
No entanto, não são poucos os que cometem crasso equívoco na vã esperança de que essa palavra mágica (sustentável) seja algo de fato aplicável e benéfico. Em relação a isso, resta indagar: sustentável para quem? Como? Quando? Onde?
Ora, continuando a exploração desenfreada de recursos naturais para o atendimento às solicitações vindas do mercado, como se a razão precípua do viver fosse unicamente frequentar as prateleiras dos supermercados e shopping-centers, não só se torna impossível sustentar esse crescimento como o mesmo é, na verdade, uma bomba-relógio potencialmente destruidora.
Desse modo, essa expressão sustentável é então, por si, falaciosa e de pouco valia. Num projeto de desenvolvimento econômico que se pretende ser sério e equilibrado, pautado pelas linhas mestras da competição, não é factível buscar a condição de sustentável uma vez que essa competição feita pelos mecanismos previamente conhecidos do modo capitalista de produção e consumo, apenas faz produzir mais exclusão à medida que uns poucos ganham e triunfam sobre a derrota de centenas de milhões de pessoas. Que fique bem claro: exclusão é conceito que não combina com a abrangência do termo sustentável.
Ademais, pelo lado da economia tradicional, argumenta-se insistentemente que o desenvolvimento sustentável é exeqüível, pois, um belo dia, a natureza irá responder pelas demandas dos recursos renováveis. Aqueles que defendem esse argumento se esquecem de que o universo é finito e não aumentará de tamanho.
A escala de valores que deve predominar então, caso queiramos priorizar a vida e o respeito às coisas da natureza, deve incluir a cooperação, a partilha, a solidariedade, a comunhão, o compartilhamento, o respeito aos limites da natureza e, antes e acima de qualquer outra coisa, às pessoas.
Definitivamente, o projeto econômico precisa estar à serviço da vida em todas suas dimensões, incluindo, principalmente, a perspectiva ecológica, incorporando assim, por exemplo, à ideia da economia verde, definida pelo Programa Ambiental das Nações Unidas (PNUMA) como "uma economia que resulta em melhoria do bem-estar da humanidade e igualdade social, ao mesmo tempo em que reduz significativamente riscos ambientais e escassez ecológica".
Urge condenarmos o modelo capitalista espoliador aí posto, visto que esse é criminalmente responsável pelos danos ora vivenciados. Já passou da hora de vivenciarmos um novo modelo de economia que seja capaz de incorporar à dimensão ambiental e valorizar definitivamente a perspectiva social. A vida tem pressa e o relógio do tempo passa rápido demais. Não nos esqueçamos disso!

CPI do Cachoeira - outra visão

Odair Cunha faz o possível na CPI. Temos que criticar é Miro Teixeira, Taques, o PMDB e demotucanos


 

Do Amigos do Presiente Lula - quarta-feira, 28 de novembro de 2012

 

 

A CPI do Cachoeira é um colegiado que tem 34 parlamentares titulares. Destes, só 5 são do PT e 2 do PCdoB. Os demais partidos, salvo um ou outro parlamentar, são vozes discordantes em diversos temas. A maioria da base governista que apoia Dilma está também na bancada da Veja, da Globo.

O PDT, por exemplo, tem Miro Teixeira (RJ) e Pedro Taques (MS) que se aliaram aos demotucanos para blindar a imprensa e o Procurador-Geral, mesmo diante de tantas evidências. O PMDB que, na época em que Renan Calheiros (AL) era alvo da Veja cogitou abrir uma CPI para investigar o Grupo Abril, não quis comprar brigas, preferindo fazer um acordão de bastidores com os barões da mídia.


O relator Odair Cunha (PT-MG), mesmo com essa minoria, fez um relatório completo, honesto e corajoso. Só de ter feito, publicado e discutido publicamente, já foi uma vitória.
(Grifos em verde negritadeo são do ContrapontoPIG)

Veio a reação da maioria da CPI. O colegiado não aprovaria o relatório se não tirasse o indiciamento do PGR e do jornalista Policarpo Júnior, da revista Veja. Sem votos suficientes, a CPI se encerraria sem relatório final, como aconteceu com a CPI do Banestado. Até Demóstenes Torres e Marconi Perillo (PSDB-GO) torciam para isso.


Daí Odair Cunha e o PT acatar o veto da maioria, conforme explicou o relator na apresentação lida:


"As Partes VI e VII que discorreram sobre as relações da Organização Criminosa com pessoas ligadas a veículos de comunicação e sobre a atuação do Procurador Geral da República na Operação Vegas, são RETIRADAS DO RELATÓRIO, pelos motivos já expostos que, em resumo, significam a ponderação deste Relator após ouvidos os membros desta Comissão, em busca da apresentação de um Relatório que represente o pensamento médio do Colegiado e que viabilize a aprovação deste importante trabalho."


É o que é possível fazer. CPI não é revolução popular, é colegiado de parlamentares das mais diversas tendências. Outras lutas são em outros fóruns, que envolvem mobilização popular e movimentos sociais.


Vejo muitos amigos internautas crucificando Odair Cunha e o PT por isso. É um grande erro. Quem deve ser combatido por suas posições frouxas, anti-republicanas, são sobretudo
Miro Teixeira (PDT), Pedro Taques (PDT), Randolfe Rodrigues (PSOL), o pessoal do PSB do Eduardo Campos, que buscam votos no eleitorado progressista, mas cortejam a mídia reacionária para obter apoio midiático, através de noticiário favorável. E também os parlamentares do PMDB, do PP, etc, além dos sócios da mídia reacionária que são os demotucanos, inclusive do PPS.

Odair Cunha fez o seu dever republicano de relatar as coisas como elas foram apuradas, sem perseguir e sem fazer vistas grossas. Atacá-lo só leva a enfraquecer uma bancada progressista, minoritária, ajudando indiretamente a reeleger em 2014 os Miros Teixeiras e demotucanos da vida. 

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PITACO DO ContrapontoPIG

 

Vamos pelo menos tratar de publicar e divulgar este relatório "completo, honesto e corajoso" do Odair Cunha...

Não estaria na hora do PIG e destes políticos sentirem a força de manifestações populares?

Nem uma manifestaçãozinha pra mostrar os dentes?

Cadê o velho PT ? Aprendeu a "dar a outra face", sempre?
 
post do ContrapontoPIG

Confirmado: Odair recua

É melhor votar no Roberto Civita para presidente do Brasil e oficializar o que já é fato. O deputado Odair Cunha como de resto os parlamentares do PT viraram uns capachos da imprensa brasileira. O deputado Marco Maia vai sair da presidência da Câmara dos Deputados sem instalar a CPI da Privataria Tucana, estão pavimentando o caminho para a volta do PSDB, legítimo representante da Corrupta. Os parlamentares do PT não estão à altura dos seus eleitores.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

BARBOSA DESTRAVARÁ O “MENSALÃO TUCANO”?

Por Altamiro Borges, no "Blog do Miro"


“Em sua midiática posse [ultradispendiosa, com mais de dois milhares de convidados] quinta-feira como presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) – a ‘Globo News’ transmitiu toda a cerimônia e o ‘JN’ deu um baita destaque –, o ministro Joaquim Barbosa afirmou que há “um grande déficit de Justiça” no Brasil e que ele aspira um Judiciário “sem firulas, floreios e rapapés” e sem “tratamento privilegiado [seria alusão ao tratamento privilegiado concedido pelo STF (e PGR) aos tucanos, a grandes banqueiros, a rico médico estuprador de dezenas de pacientes, mas tratamento duro, com penas de muitas dezenas de anos de prisão para crimes que somente supõem, sem provas, que teriam sido cometidos por petistas?] . Seu discurso foi curto, de quinze minutos, e ele tentou aparentar mais calma, nada comparável à badalada figura do “Batman”. A questão é: ele cumprirá as suas promessas da posse?

Como relator do processo do chamado “mensalão do PT”, Barbosa ficou famoso pela agressividade e contundência. Será que terá o mesmo comportamento em outros julgamentos? Ainda antes da posse na presidência do STF, ele deu prazo de 40 dias para que as testemunhas de outro processo, o do “mensalão do PSDB”que a mídia insiste em chamar de “mensalão mineiro” – sejam ouvidas. Esse esquema, anterior ao petista, financiou a derrotada campanha pela reeleição de Eduardo Azeredo ao governo mineiro, em 1998.

Na ocasião, o próprio tucano confessou que parte do dinheiro arrecadado [desviado de estatais] serviu também para a campanha do ex-presidente FHC. Hoje, ele afirma que não sabia que os recursos não tinham sido contabilizados, que eram provenientes do ‘caixa-2’. Ele argumenta que "não há provas" sobre o seu envolvimento. A "ausência de provas", porém, não serviu para inocentar os réus no processo do “mensalão petistas”. Será que a mesma “jurisprudência” servirá para os tucanos? Barbosa será tão implacável na presidência do STF?

A conferir!”

Mídia e a "bala de prata" contra Lula

Por Helena Sthephanowitz, na Rede Brasil Atual:
Como vocês já sabem, a nova "bala prata" da oposição, da Veja e da Globo é a operação Porto Seguro da Polícia Federal.

A operação é sobre funcionários do terceiro escalão do governo federal que montaram um esquema de suposta venda de pareceres técnicos na burocracia estatal. Equivale às dezenas de operações que a Polícia Federal faz por ano sobre fraudes em órgãos públicos, e nem teria grande relevância política, não fosse um mandado de busca e apreensão no escritório da Presidência da República em São Paulo.


A responsável pelo escritório, Rosemary Noronha (já exonerada por Dilma), seria ligada a dois irmãos, Paulo Rodrigues Vieira e Rubens Vieira, e teria recebido presentes dos dois por ajudar a marcar reuniões e coisas do gênero. O gosto de sangue escorreu pelo canto da boca do jornalismo demotucano pelo fato de Rosemary Noronha ter sido nomeada por Lula para o gabinete da Presidência em 2003, e por ela ter sido assessora de José Dirceu, antes.

O que existe de informação oficial publicada sobre a operação é a entrevista coletiva concedida pela Polícia Federal na tarde de sexta-feira. Ouça o áudio:

Entrevista coletiva da Polícia Federal sobre a Operação Porto Seguro

Os delegados da PF falaram sobre as características gerais dos delitos, mas sem falar nomes, por estarem sob sigilo de justiça. A imprensa chegou a noticiar que Rosemary Noronha teria sido presa na sexta, depois corrigiram dizendo que teria sido indiciada. Porém, a entrevista da PF fala sobre órgãos que tiveram gente indiciada e não citou o gabinete da Presidência. O noticiário esteve tão sensacionalista, que jornais e revistas chegaram a "informar" que os acusados de serem membros da organização criminosa teriam pago uma operação plástica para Rosemary – para depois dizer que ela tinha passado por uma cirurgia de ouvido.

Jornais e TVs disseram ter tido acesso a relatórios e diálogos sigilosos da operação. O relatório ainda não vazou para a internet, por isso é difícil tirar conclusões com base no noticiário, pelo histórico de mentiras, seletivismo e descontextualização com fins de fazer política oposicionista. E o vazamento, seletivo ou não, quando usado com fins políticos, prejudica a imagem da PF e do Ministério Público.
Vamos aos fatos

O presidente Lula deve ter nomeado e exonerado mais de uma centena de assessores do chamado Gabinete Pessoal da Presidência da República, em seus oito anos de mandato (assim como fez FHC e está fazendo Dilma). São funcionários que cuidam do cerimonial, correspondência, arquivos, audiências, reuniões, programação de viagens, eventos oficiais etc. Rosemary Noronha é uma entre tantos funcionários que conheceram e conviveram pessoalmente com o presidente.

Aliás, um funcionário que chefie o gabinete em São Paulo fica bem mais afastado do presidente do que se ficasse em Brasília, mesmo em um cargo mais baixo. O escritório de São Paulo só é frequentado pelo presidente ou presidenta eventualmente, quando tem agenda de trabalho na capital paulista. Não seria uma boa opção para quem desejasse usar seu cargo para traficar influência junto ao Presidente ficar distante de Brasília.

Outra coisa estranha no noticiário é atribuir a Rosemary Noronha poderes para nomear diretores de Agência Reguladoras. Ela pode ter feito pedidos, "torcida", ajudado a aproximar pessoas, mas cargos como esses, que são aprovados pelo Senado, precisam de apoio pelo menos de outros partidos da base governista.

No caso de Paulo Rodrigues Vieira, ele tinha o apoio do ex-ministro dos transportes, Alfredo Nascimento (PR), para a Antaq, mas acabou na ANA (Agência Nacional de Águas) sob oposição de um petista, o ex-ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc (RJ), por considerá-lo com perfil mais jurídico do que ecológico. Por isso essa história parece mal contada pela imprensa. Agora, no noticiário, já aparece o nome do deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP) como próximo ao referido diretor.

Em 2003, se não havia nada contra José Dirceu para ser ministro, porque haveria motivos para barrar uma ex-assessora dele? Para secretariar, assessorar o ministro, onde Lula deveria procurar pessoas? Entre os tucanos?

E se, até ontem, não havia nenhuma conduta visível que a desabonasse, se ela não tinha nem mesmo sinais exteriores de riqueza suspeitos (pelo noticiário, ela mora em apartamento modesto, de classe média, em São Paulo), se Dilma já conhecia o trabalho dela por usar o escritório de São Paulo, ainda como ministra, por que ela não deveria continuar no cargo, até ontem?

Só agora apareceram motivos para ela perder a confiança – e com ela, o cargo. Imediatamente, frise-se. Aliás, é até importante acompanhar o resultado final destas investigações, para saber se não estão exagerando nas acusações como fizeram com Erenice Guerra, que acabou inocentada, após vasculharem as contas e a vida bancária, fiscal, telefônica e telemática dela.

O cargo de Rosemary era apenas de apoio administrativo. Não tinha poder de decisão nenhum, nem sobre orçamento, nem sobre pareceres. Ela apenas conhecia muita gente pelas características de seu trabalho. Cabe à Polícia Federal e ao Ministério Público esclarecer (sem vazamentos seletivos, nem perseguições políticas) se ela utilizou mal o seu cargo e os seus contatos, ou se apenas andou em más companhias.
Senador pede que Civita seja indiciado por formação de quadrilha 

O senador Fernando Collor de Mello (PTB/AL) protocolou nesta segunda-feira (26) um pedido para que o relator da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Cachoeira, o deputado Odair Cunha (PT/MG), recomende o indiciamento de mais seis pessoas ligadas ao grupo Abril pelo crime de formação de quadrilha. Entre elas está o presidente do conglomerado de mídia, Roberto Civita.
Em um dos trechos do pedido, Collor chega a chamar o empresário de "chefe maior desse tentáculo da rede criminosa", em alusão ao envolvimento e troca de favores relatados pelos parlamentares entre a equipe do semanário e Carlinhos Cachoeira.
Os dirigentes e jornalistas ligados à revista Veja que estão na requisição ampliam o rol de profissionais que teriam ligação com o bando de Cachoeira. São eles Roberto Civita, presidente do Conselho de Administração da Editora Abril, Eurípedes Alcântara, diretor de redação da revista Veja, Lauro Jardim, redator-chefe da revista, Hugo Marques, jornalista de política da publicação, Rodrigo Rangel, jornalista ligado a Policarpo Júnior, e Gustavo Ribeiro, repórter da área de política da publicação.
O material ainda deve ser apreciado por outros parlamentares, e sua requisição tem de ser votada pelos políticos para que os nomes sejam incluídos no relatório final da CPI. O texto também recomenda que sejam incluídos na lista de pedidos de indiciamentos pessoas ligadas à Procuradoria-Geral da República.


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Senador pede que Civita seja indiciado por formação de quadrilha 

O senador Fernando Collor de Mello (PTB/AL) protocolou nesta segunda-feira (26) um pedido para que o relator da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Cachoeira, o deputado Odair Cunha (PT/MG), recomende o indiciamento de mais seis pessoas ligadas ao grupo Abril pelo crime de formação de quadrilha. Entre elas está o presidente do conglomerado de mídia, Roberto Civita.
Em um dos trechos do pedido, Collor chega a chamar o empresário de "chefe maior desse tentáculo da rede criminosa", em alusão ao envolvimento e troca de favores relatados pelos parlamentares entre a equipe do semanário e Carlinhos Cachoeira.
Os dirigentes e jornalistas ligados à revista Veja que estão na requisição ampliam o rol de profissionais que teriam ligação com o bando de Cachoeira. São eles Roberto Civita, presidente do Conselho de Administração da Editora Abril, Eurípedes Alcântara, diretor de redação da revista Veja, Lauro Jardim, redator-chefe da revista, Hugo Marques, jornalista de política da publicação, Rodrigo Rangel, jornalista ligado a Policarpo Júnior, e Gustavo Ribeiro, repórter da área de política da publicação.
O material ainda deve ser apreciado por outros parlamentares, e sua requisição tem de ser votada pelos políticos para que os nomes sejam incluídos no relatório final da CPI. O texto também recomenda que sejam incluídos na lista de pedidos de indiciamentos pessoas ligadas à Procuradoria-Geral da República.


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Senador pede que Civita seja indiciado por formação de quadrilha 

O senador Fernando Collor de Mello (PTB/AL) protocolou nesta segunda-feira (26) um pedido para que o relator da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Cachoeira, o deputado Odair Cunha (PT/MG), recomende o indiciamento de mais seis pessoas ligadas ao grupo Abril pelo crime de formação de quadrilha. Entre elas está o presidente do conglomerado de mídia, Roberto Civita.
Em um dos trechos do pedido, Collor chega a chamar o empresário de "chefe maior desse tentáculo da rede criminosa", em alusão ao envolvimento e troca de favores relatados pelos parlamentares entre a equipe do semanário e Carlinhos Cachoeira.
Os dirigentes e jornalistas ligados à revista Veja que estão na requisição ampliam o rol de profissionais que teriam ligação com o bando de Cachoeira. São eles Roberto Civita, presidente do Conselho de Administração da Editora Abril, Eurípedes Alcântara, diretor de redação da revista Veja, Lauro Jardim, redator-chefe da revista, Hugo Marques, jornalista de política da publicação, Rodrigo Rangel, jornalista ligado a Policarpo Júnior, e Gustavo Ribeiro, repórter da área de política da publicação.
O material ainda deve ser apreciado por outros parlamentares, e sua requisição tem de ser votada pelos políticos para que os nomes sejam incluídos no relatório final da CPI. O texto também recomenda que sejam incluídos na lista de pedidos de indiciamentos pessoas ligadas à Procuradoria-Geral da República.


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Senador pede que Civita seja indiciado por formação de quadrilha 

O senador Fernando Collor de Mello (PTB/AL) protocolou nesta segunda-feira (26) um pedido para que o relator da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Cachoeira, o deputado Odair Cunha (PT/MG), recomende o indiciamento de mais seis pessoas ligadas ao grupo Abril pelo crime de formação de quadrilha. Entre elas está o presidente do conglomerado de mídia, Roberto Civita.
Em um dos trechos do pedido, Collor chega a chamar o empresário de "chefe maior desse tentáculo da rede criminosa", em alusão ao envolvimento e troca de favores relatados pelos parlamentares entre a equipe do semanário e Carlinhos Cachoeira.
Os dirigentes e jornalistas ligados à revista Veja que estão na requisição ampliam o rol de profissionais que teriam ligação com o bando de Cachoeira. São eles Roberto Civita, presidente do Conselho de Administração da Editora Abril, Eurípedes Alcântara, diretor de redação da revista Veja, Lauro Jardim, redator-chefe da revista, Hugo Marques, jornalista de política da publicação, Rodrigo Rangel, jornalista ligado a Policarpo Júnior, e Gustavo Ribeiro, repórter da área de política da publicação.
O material ainda deve ser apreciado por outros parlamentares, e sua requisição tem de ser votada pelos políticos para que os nomes sejam incluídos no relatório final da CPI. O texto também recomenda que sejam incluídos na lista de pedidos de indiciamentos pessoas ligadas à Procuradoria-Geral da República.


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Senador pede que Civita seja indiciado por formação de quadrilha 

O senador Fernando Collor de Mello (PTB/AL) protocolou nesta segunda-feira (26) um pedido para que o relator da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Cachoeira, o deputado Odair Cunha (PT/MG), recomende o indiciamento de mais seis pessoas ligadas ao grupo Abril pelo crime de formação de quadrilha. Entre elas está o presidente do conglomerado de mídia, Roberto Civita.
Em um dos trechos do pedido, Collor chega a chamar o empresário de "chefe maior desse tentáculo da rede criminosa", em alusão ao envolvimento e troca de favores relatados pelos parlamentares entre a equipe do semanário e Carlinhos Cachoeira.
Os dirigentes e jornalistas ligados à revista Veja que estão na requisição ampliam o rol de profissionais que teriam ligação com o bando de Cachoeira. São eles Roberto Civita, presidente do Conselho de Administração da Editora Abril, Eurípedes Alcântara, diretor de redação da revista Veja, Lauro Jardim, redator-chefe da revista, Hugo Marques, jornalista de política da publicação, Rodrigo Rangel, jornalista ligado a Policarpo Júnior, e Gustavo Ribeiro, repórter da área de política da publicação.
O material ainda deve ser apreciado por outros parlamentares, e sua requisição tem de ser votada pelos políticos para que os nomes sejam incluídos no relatório final da CPI. O texto também recomenda que sejam incluídos na lista de pedidos de indiciamentos pessoas ligadas à Procuradoria-Geral da República.


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sexta-feira, 23 de novembro de 2012

O BRASIL É DOS BRASILEIROS, OU DA MÍDIA?

Via Jornal O Rebate
LAERTE BRAGA
A posse do "ministro" Joaquim Barbosa na presidência do STF - Supremo Tribunal Federal - nesta quinta-feira está destinada a ser mais um dos espetáculos criados pela mídia para acentuar seu controle sobre o País e suas instituições. O destaque que vem sendo dado desde o início da semana fala em "presença de famosos e de um tri-campeão mundial".
Marco Aurélio Mello, "ministro" da mesma corte, dizia a pouco menos de um mês que duvidava das condições de Joaquim Barbosa presidir o STF. Ano passado, num entrevero que levou o então presidente César Peluso a pedir calma, Barbosa reagiu a uma crítica de Gilmar Mendes afirmando que "não tenho medo dos seus jagunços".
São amigos de infância, hoje.
Em qualquer país com o mínimo de normalidade as revelações do site WIKILEAKS provando - através de documentos - as ligações do jornalista William Waack com o Departamento de Estado norte-americano e particularmente com a própria secretária Hilary Clinton, seriam suficientes para que Waack fosse afastado. Está visível ali que o seu compromisso está longe de ser com a informação séria e isenta, com o fato jornalístico, é com a distorção, a mentira, a tarefa de vender idéias sem qualquer respeito ao telespectador ou ao Brasil.
Somos um País dominado pela mídia de mercado. Seis famílias a controlar a informação e a dizer aos brasileiros o que é importante, o que pode e deve ser feito e neste momento, o julgamento do goleiro Bruno vira fato de extrema importância, sobrepujando os corpos descarnados e mutilados de palestinos mortos pelo terrorismo nazi/sionista de Israel nos ataques à Faixa de Gaza.
A GLOBO, ao contrário, prefere mostrar cidadãos de Israel nas praias do país, afirmando confiar nas defesas antiaéreas contra os ataques "terroristas" dos palestinos. São saqueadores de terras, assassinos, terroristas lato senso, mas transformados em seres civilizados pelo prodígio da mentira midiática.
O cônsul de Israel em São Paulo distribuiu nota oficial protestando contra os atos que denunciam os crimes de seu governo e alertando o Brasil para eventos como o Fórum Palestino no Rio Grande do Sul. Chama de terroristas os que participam dos atos e sugere terrorismo em Porto Alegre no Fórum.
Num país em que existisse um governo ou minimamente um chanceler seria interpelado e até expulso por intromissão indébita em assuntos internos. Aqui deita e rola, grupos sionistas fazem parte do seleto grupo de acionistas do Estado - instituição - Brasil. Detêm e controlam setores estratégicos da economia enquanto Dilma Roussef brincou de ensinar a Europa a sair da crise no clássico "façam o que eu falo e não o que eu faço".
A perspectiva de uma lei de meios, que abra o setor de comunicação e democratize a informação é quase nula. As famílias que controlam o esquema não abrem mão do monopólio e reagem com a falácia da "ameaça a liberdade de expressão".
A agenda privatista, logo entreguista, do governo de FHC está sendo retomada sob disfarces pela presidente (presidente?) Dilma Roussef.
O desmanche dos serviços públicos é visível a olhos nus. São os serviços públicos e os servidores que materializam direitos básicos e fundamentais do cidadão - previstos na Constituição - como saúde, educação, transportes, segurança, etc.
No quesito segurança o PCC dá mostras de ser uma força insuperável e já há acadêmicos que defendem uma negociação com o crime organizado.
Existe uma tirinha em que o filho comunica ao pai que vai tentar "carreira" no crime organizado. "Público ou privado?", pergunta o pai. Não vai ser uma negociação difícil, pelo contrário.
As gravações - legais - feitas pela Polícia Federal no inquérito que resultou na prisão do banqueiro Carlos Cachoeira sobre a revista VEJA, em nenhum momento levou um deputado ou senador a pedir a convocação dos responsáveis pela malfadada revista. O temor de virar capa da publicação marrom e ser transformado em bandido para o gáudio de classe média, onde boa parte ainda acredita que Arnaldo Jabor seja um indignado e não um bem remunerado é maior que a lucidez. Registre-se que banqueiros de jogo do bicho são seres humanos ao contrário de banqueiros de bancos tidos como tais, ou seja, os dos juros e taxas.
O Brasil só se pronunciou sobre o ataque terrorista a Gaza depois de Obama ter pedido a paz. Patriota, supostamente ministro das Relações Exteriores, deve ter recebido o comunicado sobre o que podia e devia falar e falou o que podia e devia em perfeita sintonia com o presidente dos EUA.
Somos um País manco e os brasileiros todos vítimas da mídia. O ponto final de um processo de dominação imposto ao Brasil pelos interesses dos principais acionistas do Estado. Banqueiros, grandes empresários, latifundiários, bancada evangélica e agora grupos sionistas (já estão dentro da EMBRAER e controlam a indústria bélica brasileira).
O gigante continua adormecido supondo que é governado por uma presidente que teria compromissos populares. Lula em meio aos malabarismos de seu governo, o que foi e não foi, ficou e não ficou, mas soube construir um coronelismo eleitoreiro de eficiência indiscutível, escolheu o poste errado. Se correta a afirmação de Delfim Neto, o poste até agora não se mostrou capaz de acender luz. Pelo contrário, tem servido a trombadas homéricas e se não caiu ainda é porque não oferece risco algum. Ou cairá à hora que se fizer necessário - o que é pouco provável, tem espírito de camaleão.
Chamou ano passado e tornou a chamar nessa última turnê européia a desafeta Ângela Merkel para um duelo. Como estava na Espanha e não no programa de Ana Maria Braga ensinando como fazer omeletes, com toda a certeza o rei Juan Carlos será o padrinho, ou pelo menos o juiz.
O tal do "porque não te calas". Vive hoje a realidade de 18 milhões de desempregados, um país em franco processo de desintegração e breve Shakespeare em versão espanhola, "meu reino por um cavalo". Ou um bisão, desses que gosta de caçar em safáris nos campos africanos e suíços especialmente preparados para sua majestade. A cinco mil dólares a cabeça.
Um sem número de especialistas vai explicar a sempre ofegante Leila Neubarth o porquê de tantas questiúnculas no julgamento do goleiro Bruno e ao final tudo se reduzirá a pó, até que cheguem o Natal, as festas de Réveillon e o grande momento da mídia, uma nova edição do BBB - Big Brother Brasil -. O bordel televisivo com direito a cachê/michê de alguns milhares de reais.
O Brasil é da mídia. Que o digam Faustão, Luciano Hulk e aquele vetusto senhor do "quem quer dinheiro?".
A ditadura é do IBOPE.
Os brasileiros, como sentenciou o sábio William Bonner, "são como Homer Simpson, não pensam nessas coisas".
A grande dúvida dos produtores do espetáculo, a posse de Joaquim Barbosa, é sobre a abertura da cerimônia. Se Joaquim desce dos céus escoltado por anjos como Daniel Dantas, Salvatore Cacciola, ou entra pela porta da frente com transmissão direta de William Bonner, Wiliam Waack, Fausto Silva e Luciano Hulk, com José Dirceu e José Genoíno acorrentados e com focinheira para não molestar a justiça e a democracia. O médico estuprador que está no Líbano graças a um habeas corpus de Gilmar Mendes, esse não tem jeito, a despeito dos esforços para vir homenagear seus benfeitores. É para não pegar mal.
Cá fora, longe da gaiola por medida de segurança, os brasileiros, todos vestidos ou de Homer Simpson, ou de palhaços, com todo o respeito que palhaços merecem.
Farta distribuição de pirulitos.

Punição às avessas: Gerente da Anvisa denuncia liberação irregular de agrotóxicos e é demitido


Luís Cláudio Meirelles, ex-gerente-geral de Toxicologia da Anvisa, diz que as pressões eram frequentes. Foto: Sergio Amaral/CartaCapital
por Marcelo Pellegrini, em CartaCapital
 Na última quarta-feira 14, o ex-gerente geral de toxicologia da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) foi demitido após apontar irregularidades na liberação de sete agrotóxicos. O caso ganhou repercussão depois de Luiz Cláudio Meirelles, antigo gerente geral, ser exonerado e recorrer à internet para denunciar o esquema.
Pelas redes sociais, Meirelles afirmou que os produtos não passaram pela avaliação toxicológica, obrigatória para o registro do Ministério da Agricultura. Além disso, alguns processos continham assinaturas falsificadas ou haviam desaparecido. “O mais grave é o fato de os produtos não terem passado pela avaliação toxicológica. Sem isso não sabemos se um material que vai para as plantações e posteriormente para os alimentos pode ou não ser prejudicial à saúde.”
Desde 2008, o Brasil lidera o comércio mundial de agrotóxico. O crescimento do setor foi meteórico. Enquanto, nos últimos dez anos, o mercado avançava a um ritmo de 90%, no Brasil o setor se expandiu em 190%, de acordo com os dados do Dossiê dos Agrotóxicos, apresentado 10º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva, em Porto Alegre. Hoje as plantações brasileiras consomem 7,3 bilhões de dólares de agrotóxicos, equivalente a 19% do mercado global.
“A pressão sobre a Anvisa é grande, tanto em demanda de processos quanto em pressão política para a aprovação”, conta Meirelles a CartaCapital. Funcionário da Anvisa por quase 13 anos, ele vivenciou o processo de crescimento do setor e pressão. “Hoje seis empresas dominam cerca de 70% do mercado de agrotóxicos no País. Por isso é normal existir pressões. Toda semana recebíamos visita de parlamentares para saber do andamento dos processos.”
Entre os sete processos que não passaram pela avaliação da Anvisa, quatro são da empresa OuroFino Agronegócios. A empresa é a mesma que, em 2011, emprestou um jatinho ao então ministro da Agricultura Wagner Rossi (PMDB). O caso acelerou a queda de Rossi.
Além da OuroFino, as empresas FMC Química do Brasil e Consagro também possuem processos irregularidades. No caso da FMC Química do Brasil, seu produto, Locker, já possuía um registro publicado no “Diário Oficial da União” em junho e estava disponível no mercado desde março.
As irregularidades foram detectadas há mais de três meses pelo ex-gerente-geral da Anvisa, que pediu ao Ministério da Agricultura a suspensão dos registros dos produtos. “Houve uma quebra de confiança em um dos gerentes da equipe. Antes todos trabalhavam dentro das normas”, defende. “Assim que percebi que alguns processos estavam em um ritmo muito adiantado, percebi a irregularidade, comuniquei a direção da agência e revi os processos”, completa. O gerente citado é Ricardo Veloso e, segundo Meirelles, os processos de checagem ainda não terminaram. Existe, segundo ele, a possibilidade de que se comprovem mais casos de irregularidades. “Achamos sete casos, mas podem ser mais. Não sabemos quando, ao certo, isso começou”. Para ele, apenas uma rede de proteção permanente é capaz de blindar os funcionários do lobby político das empresas.
Em nota, a Anvisa classificou as denúncias como “extremamente graves” e informou que encaminhou o caso à Corregedoria da agência e à Polícia Federal. Além do desvio de conduta de Veloso, que levou ao seu afastamento, a exoneração de Meirelles foi assim justificada pelo órgão: ele “tinha elementos para evitar os fatos há mais tempo”. A Anvisa também informou que irá verificar as avaliações toxicológicas de cerca de 120 produtos concedidos desde 2008.
post do azenha

A CPMI de Cachoeira e o papel da mídia


Autor: 
 
Coluna Econômica
O papel moderno da imprensa, no mundo, tem dois divisores de água.
O primeiro, legítimo, o episódio Watergate, no qual um jornal (The Washington Post), com um jornalismo rigoroso e corajoso, logrou derrubar o presidente da República da
maior Nação democrática do planeta.
O segundo, tenebroso, o processo ao qual foi submetido o magnata da mídia, Rupert Murdoch, depois de revelados os métodos criminosos do seu tabloide, "The Sun", para obter reportagens sensacionalistas.
O crime do The Sun foi ter se envolvido com baixos e médios escalões da polícia para atentar contra o direito à privacidade de cidadãos ingleses.
***
O relatório da CPMI de Cachoeira, traz dados muito mais graves do que os crimes do "The Sun". Mostra ligações diretas entre jornalistas e o crime organizado.
A acusação maior é contra a revista Veja e seu diretor em Brasília, Policarpo Jr. O relatório mostra, com abundância de detalhes, como Policarpo era acionado para derrubar autoridades e servidores públicos que incomodassem Carlinhos Cachoeira, atacar concorrentes do marginal e como encomendava dossiês a ele, muitos obtidos por métodos criminosos.
***
Já em 2008, a série "O caso de Veja" - que publiquei na Internet - mostrava os resultados dessa parceria.
Um esquema aliado de Cachoeira havia sido afastado dos Correios pelo esquema Roberto Jefferson. Jairo (o araponga de Cachoeira) armou um grampo em cima de um diretor, Maurício Marinho, recebendo propina de R$ 3 mil. A gravação foi entregue a Policarpo, que a considerou insuficiente. Providenciou-se outra gravação, aprovada por Policarpo.
Divulgado o grampo, caiu toda a estrutura montada por Jefferson e entrou a de Cachoeira. Vejacompactuou com o novo grupo, mesmo sendo Policarpo conhecedor íntimo do esquema criminoso por trás dele.
Dois anos depois, a Polícia Federal implodiu o novo esquema. E a revista manteve-se em silêncio, preservando Cachoeira.
***
Nos estudos sobre as chamadas OrgCrim (organizações criminosas), em nível global, identificam-se braços nos três poderes - Executivo, Legislativo e Judiciário - e também na mídia. O relatório descreve bem as funções da organização de Cachoeira no país.
Cachoeira ajudou a eleger o ex-senador Demóstenes Torres. Veja transformou-o em uma figura política poderosa, com sucessivas matérias apontando-o como o paladino da luta contra a corrupção. Com o poder que se viu revestido por Veja, Demóstenes transitava em repartições, junto a Ministros do Supremo, aumentando o poder de lobby da quadrilha de Cachoeira.
***
Veja é um ponto fora da curva no jornalismo brasileiro. Mas não ficou sozinha nessa parceria com o crime.
Um levantamento sobre as premiações do jornalismo investigativo nas últimas décadas vai revelar como fontes, em muitos casos, lobistas e criminosos da pior espécie.
Não apenas isso. Poderiam ser utilizados como fonte e suas informações servirem de ponto de partida para investigações mais aprofundadas. Mas eram utilizadas a seco, sem passar sequer pelo teste da verossimilhança, sem nenhum filtro, fuzilando reputações e, principalmente, atentando contra o próprio exercício do jornalismo.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

A Genoíno: quer dizer que o senhor é corrupto …

José Genoíno mora na mesma casa que comprou há 28 anos, pelo BNH. É a única propriedade que tem.

José Genoíno mora na mesma casa que comprou há 28 anos, pelo BNH.

É a única propriedade que tem.

E, portanto, não tem como pagar a multa aplicada pelo Supremo Tribunal Federal: R$ 468 mil.

Genoíno foi condenado a 6 anos e 11 meses por crime de “formação de quadrilha” e “corrupção ativa”, sem prova.

Não foi corrupto nem fez parte de quadrilha, ao assinar dois cheques, “atos jurídicos perfeitos”, que assinou quando presidente do PT.

Foi apanhado no “domínio do fato”, que o Supremo tropicalizou como se fosse o turbante da Carmen Miranda.

Logo depois do veredito, ele recebeu  um repórter da revista alemã Der Spiegel.

Ao fim da entrevista, e depois de observar a modéstia das instalações domésticas, comentou:

Quer dizer, então, que o senhor é corrupto …

Paulo Henrique Amorim

Todos os jornalistas de Cachoeira




Brasil 247 - O relatório final da CPI do Cachoeira, que começará a ser lido nesta quarta-feira 21 pelo deputado Odair Cunha (PT-MG), traz uma bomba no que diz respeito à relação do contraventor Carlos Cachoeira com jornalistas. O 247 teve acesso com exclusividade ao capítulo integral do documento que trata dos veículos de imprensa. Além do já citado outras vezes Policarpo Júnior, chefe da sucursal de Brasília da revista Veja, tido como o profissional mais próximo de Carlinhos Cachoeira, outros nomes da mídia são mencionados pelo relator como necessários que "o Ministério Público aprofunde as investigações". Entre eles, são citados Mino Pedrosa, o conhecido radialista Jorge Kajuru e Eumano Silva, da revista Época. Leia abaixo trechos da introdução e baixe aqui o documento original. Conforme vimos afirmando ao longo do presente Relatório, a Organização Criminosa (ORGCRIM) chefiada por Carlos Cachoeira e estruturada para assacar o Estado Brasileiro havia fincado raízes em diversos pontos da estrutura democrática estatal (Administração Pública em geral, principalmente no Estado de Goiás) e contava, como órgão de apoio de suas empreitadas criminosas, com um forte e atuante braço midiático, a ser utilizado para atender aos desígnios diversos da quadrilha. Assim, as linhas seguintes longe de significarem quaisquer afrontas ou ataques à imprensa, aos meios de comunicação ou a seus profissionais, e mesmo ao seus imprescindíveis direitos de expressar e informar, significam, na verdade, em sintonia com a Constituição da República, a própria defesa da liberdade de imprensa e da comunicação. (...) O que estamos a afirmar é que a imprensa e os profissionais que a dignificam, independentemente de posições ideológicas ou visões de mundo que conduzem sua linha editorial, devem estar a serviço da verdade e em sintonia com os postulados éticos e legais. Quando tais profissionais se divorciam desses princípios éticos e das altas responsabilidades que balizam o exercício dos próprios direitos e garantias constitucionais, perdem a sociedade, suas instituições e seus cidadãos. Foi o que se viu durante as investigações realizadas pela Polícia Federal e por esta Comissão Parlamentar Mista de Inquérito. Com efeito, profissionais da imprensa exorbitaram e vilipendiaram de forma gravosa os mais basilares princípios éticos que orientam o exercício da profissão e, de modo indigno, deixaram de servir a sociedade e ao Estado Democrático de Direito e passaram a contribuir de alguma maneira com os interesses da Organização Criminosa. (...) Verificar-se-á ao longo do presente capítulo, que alguns profissionais da imprensa aderiram de modo criminoso aos desígnios da ORGCRIM chefiada por Carlos Cachoeira. Menoscabaram e assacaram ferozmente contra a ética no jornalismo em todas as suas dimensões, induziram decisões e juízos de valores, enganaram a sociedade, desvirtuaram verdades, criaram factoides, tudo sob o pressuposto de que estavam protegidos pela liberdade de imprensa. Ocorre que, como já afirmamos alhures, a liberdade de imprensa não alberga crimes e criminosos, não compactua com a falta de ética, não abarca a manipulação da verdade, não socorre aqueles que maculam a boa-fé dos cidadãos e cidadãs, enfim, não protege os estultos que empulham a sociedade. (...) Mas, ao jornalista caberá, sempre, saber quem é a fonte, quais os caminhos que ela trilha, quais os interesses que ela defende, rechaçando as possibilidades de conivência com fontes que eventualmente estejam mergulhadas no crime, porque, afinal, a principal missão do jornalista é a defesa do interesse da sociedade, e nunca a notícia a qualquer preço, especialmente se a notícia visa atender a interesses criminosos. Isso é da deontologia da profissão, constitui uma obviedade. Aprende-se isso nas escolas de jornalismo, nos muitos manuais de redação, no exercício cotidiano da profissão. A ética do jornalismo não admite conivência com o crime, até porque essa conivência, especialmente quando continuada, prejudica profundamente a sociedade. Leia mais em: Blogosfera Under Creative Commons License: Attribution

A mais terrível de nossas heranças – Darcy Ribeiro

(Escravo sendo castigado, de Debret)
Este texto é para quem não percebe a importância das cotas, das políticas de ação afirmativa, para reparar uma injustiça histórica. Às vezes penso que muitas pessoas não têm noção do que significa para um ser humano ser escravizado. As marcas que isso deixou, os traumas, e inclusive a absurda desvantagem em termos de ocupar um lugar digno na sociedade. Darcy Ribeiro explica.
***
Apresado aos quinze anos em sua terra, como se fosse uma caça apanhada numa armadilha, ele era arrastado pelo pombeiro – mercador africano de escravos – para a praia, onde seria resgatado em troca de tabaco, aguardente e bugigangas. Dali partiam em comboios, pescoço atado a pescoço com outros negros, numa corda puxada até o corpo e o tumbeiro. Metido no navio, era deitado no meio de cem outros para ocupar, por meios e meio, o exíguo espaço do seu tamanho, mal comendo, mal cagando ali mesmo, no meio da fedentina mais hedionda. Escapando vivo à travessia, caía no outro mercado, no lado de cá, onde era examinado como um cavalo magro. Avaliado pelos dentes, pela grossura dos tornozelos e nos punhos, era arrematado. Outro comboio, agora de correntes, o levava à terra adentro, ao senhor das minas ou dos açúcares, para viver o destino que lhe havia prescrito a civilização: trabalhar dezoito horas por dia todos os dias do ano. No domingo, podia cultivar uma rocinha, devorar faminto a parca e porca ração de bicho com que restaurava sua capacidade de trabalhar, no dia seguinte, até à exaustão.
Sem amor de ninguém, sem família, sem sexo que não fosse a masturbação, sem nenhuma identificação possível com ninguém – seu capataz podia ser um negro, seus companheiros de infortúnio, inimigos –, maltrapilho e sujo, feio e fedido, perebento e enfermo, sem qualquer gozo ou orgulho do corpo, vivia a sua rotina. Esta era sofrer todo o dia o castigo diário das chicotadas soltas para trabalhar atento e tenso. Semanalmente, vinha um castigo preventivo, pedagógico, para não pensar em fuga, e, quando chamava atenção, recaía sobre ele um castigo exemplar, na forma de mutilação de dedos, do furo de seio, de queimaduras com tição, de ter todos os dentes quebrados criteriosamente, ou dos açoites no pelourinho, sob 300 chicotadas de uma vez, para matar, ou 50 chicotadas diárias, para sobreviver. Se fugia e era apanhado, podia ser marcado com ferro em brasa, tendo um tendão cortado, viver peado com uma bola de ferro, ser queimado vivo, em dias de agonia, na boca da fornalha ou, de uma vez só, jogado nela para arder como um graveto oleoso.
Nenhum povo que passasse por isso como sua rotina de vida através de séculos sairia dela sem ficar marcado indelevelmente. Todos nós, brasileiros, somos carne da carne daqueles pretos e índios supliciados. Todos nós, brasileiros, somos, por igual, a mão possessa que os supliciou. A doçura mais terna e a crueldade mais atroz aqui se conjugaram para fazer de nós a gente sentida e sofrida que somos e a gente insensível e brutal que também somos. Descendentes de escravos e senhores de escravos seremos sempre servos da malignidade destilada e instalada em nós, tanto pelo sentimento da dor intencionalmente produzida para doer mais quanto pelo exercício da brutalidade sobre homens, sobre mulheres, sobre crianças convertidas em pasto de nossa fúria.
A mais terrível de nossas heranças é esta de levar sempre conosco a cicatriz de torturador impressa na alma e pronta a explodir na brutalidade racista e classista. Ela é que incandesce, ainda hoje, em tanta autoridade brasileira predisposta a torturar, seviciar e machucar os pobres que lhes caem às mãos. Ela, porém, provocando crescente indignação nos dará forças, amanhã, para conter os possessos e criar aqui uma sociedade solidária.
(Do livro “O povo brasileiro”, editora Companhia das Letras, 1995)